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São Pio V, Papa devoto de Nossa Senhora, a Rainha das Batalhas

Origens
Miguel Ghisleri, eleito Papa, em 1566, com o nome de Pio V, nasceu em Bosco Marengo, na província de Alexandria em 1504. Aos 14 anos, ingressara nos dominicanos. Após a ordenação sacerdotal, subiu rapidamente todos os degraus de excepcional carreira: professor, prior de convento, superior provincial, inquisidor em Como e em Bérgamo, bispo de Sutri e Nepi, cardeal, grande inquisidor, bispo de Mondovi, Papa.

Má fama de Inquisidor
O título de inquisidor pode torná-lo antipático ao homem de hoje, que da inquisição tem conceito frequentemente deformado pelas narrações superficiais. Na verdade, Pio V foi Papa um tanto sacrificado, como sacrificados são todos os reformadores dos costumes. Mas é título de merecimento para ele ter debelado a simonia da Cúria romana e o nepotismo. Aos numerosos parentes que foram a Roma com a esperança de algum privilégio, Pio V disse que um parente do Papa pode considerar-se bastante rico se não estiver na miséria.

Contexto de Guerra
Em um período de guerras e instabilidades, houve a batalha de Lepanto. A frota turco-muçulmana estava pronta para o ataque decisivo no Golfo de Lepanto com trezentos navios que aguardavam a ordem para abater, definitivamente, a Europa Cristã. Às 12 horas, do dia 7 de outubro de 1571, teve início uma das batalhas navais mais determinantes da história cristã. Depois de três horas de ferozes combates, as forças aliadas da Liga Santa derrotaram as otomanas.

São Pio V e a Intercessão de Nossa Senhora

Importância da vitória para o Cristianismo
Essa vitória teve importância central no cristianismo, já que corria o risco de a Europa tornar-se muçulmana após o ataque e tomada das terras. O Papa Pio V convocou o povo a pedir a intercessão de Nossa Senhora rezando o terço pelo combate. Com a notícia da conquista naval,  o Papa mandou tocar todos os sinos da Cidade Eterna em comemoração dos méritos da guerra. E, como sinal de agradecimento à Virgem Maria, instituiu a festa de Nossa Senhora do Rosário em 7 de outubro.

Importância doutrinária
A Batalha de Lepanto foi uma das páginas mais famosas ligadas à figura de Pio V, no civil Antônio Michele Ghislieri. Resolvido e inflexível, a sua figura é recordada, de modo particular, pela Contra Reforma, por ter combatido a heresia, e pela Liga Santa, a coalizão militar, que constituiu com os Estados europeus, para deter o avanço dos turcos na Europa. No entanto, foram importantes e numerosas também as suas decisões em matéria teológica e litúrgica.

Mais textos
Publicou novos textos do Breviário (1568), do Missal (1570) e do Catecismo Romano. Como pessoa inflexível, tomou uma série de medidas, entre as quais a bula In Coena Domini, com a qual tomava providências sobre a custódia da fé e a luta contra as heresias. Reduziu os gastos da corte papal, impôs a obrigação de residência aos Bispos e confirmou a importância do cerimonial; opôs-se a todo tipo de nepotismo e procurou melhorar, de todas as formas, os usos e costumes da população.

Pio V e as monarquias europeias

Concílio de Trento
São Pio V deu prova de grandes capacidades, também em relação às monarquias europeias. Conseguiu fazer prevalecer as decisões do Concílio de Trento, na Itália, Alemanha, Polônia e Portugal. Entre os monarcas católicos, somente o rei da França se opôs juntamente com a  excomunhão da rainha Inglesa Isabel I, pois era anglicana e procurou fortalecer a posição católica perante o protestantismo.

Atenção aos pobres
Durante o seu Pontificado, Pio V dedicou-se à assistência dos pobres e necessitados, criando estruturas assistenciais como o “Monte de Piedade” e os hospitais de São Pedro e de Santo Espírito. Durante a escassez de 1566, suprimiu todo e qualquer gasto supérfluo, distribuiu alimentos e promoveu serviços sanitários.

Morte e Canonização
Debilitado por uma longa enfermidade, Pio V faleceu no dia 1° de maio de 1572. Seus restos mortais descansam, ainda hoje, na Basílica de Santa Maria Maior, em Roma. Cem anos após a sua morte, São Pio V foi beatificado pelo Papa Clemente X, no dia 27 de abril de 1672, e canonizado em 22 de maio de 1712.

Minha oração
“Ao nosso Papa pedimos a fortaleza contra as heresias, a força contra o demônio e a tentação com uma santa devoção à Virgem Maria, a Senhora e Rainha das Batalhas. Com ele, pedimos por nossos governantes que sejam fiéis a Deus e comprometidos com o povo, comprometidos com a verdade.  Amém.”

São Pio V, rogai por nós!


Outros santos e beatos que a Igreja faz memória em 30 de abril

  • Em Fermo, no Piceno, Itália, Santa Sofia, virgem e mártir. († data inc.)
  • Em Roma, no cemitério de Pretextato, São Quirino, mártir. († c. s. III)
  • Em Saintes,na França, Santo Eutrópio, primeiro bispo desta cidade. († s. III)
  • Na Turquia, os santos Diodoro e Rodopiano, mártires. († s. IV)
  • Em Euria, no Epiro, hoje Paramythia, na Grécia, São Donato, bispo. († s. IV)
  • No Piemonte, região da Itália, São Lourenço, presbítero e mártir. († s. IV)
  • Em Forli, na Emília-Romanha, também região da Itália, São Mercurial, bispo. († s. IV)
  • Em Nápoles, na Campânia, igualmente região da Itália, São Pompónio, bispo. († s. VI)
  • Em Roma, o Beato Pedro Levita, diácono e monge. († 605)
  • Em Viviers-sur-Rhône, na Nêustria, na hodierna França, Santo Augulo, bispo. († s. VII)
  • Na Inglaterra, o passamento de Santo Erconvaldo, bispo, que fundou dois mosteiros. († 693)
  • Na Espanha, os santos mártires Amador, presbítero, Pedro, monge, e Luís. († 855)
  • Em Verona, na Itália, São Gualfardo, monge. († 1127)
  • Em Vernon-sur-Seine, na França, Santo Adjutor. († c. 1131)
  • Em Newcastle-on-Tyne, na Inglaterra, o Beato Guilherme Southerne, presbítero e mártir. († 1618)
  • Em Fossombrone, Itália, o Beato Bento de Urbino, presbítero da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos. († 1625)
  • No Canadá, Santa Maria da Encarnação (Maria Guyart Martin), mãe de família, que, depois da morte do esposo, professou a vida religiosa entre as Irmãs Ursulinas, fundou a casa destas Religiosas no Canadá. († 1672)
  • No Piemonte, Itália, São José Bento Cottolengo, presbítero. († 1842)
  • No Vietnam, São José Tuan, presbítero da Ordem dos Pregadores e mártir. († 1861)
  • Em Paderborn, na Alemanha, a Beata Paulina von Mallinckrodt, virgem, fundadora das Irmãs da Caridade Cristã. († 1881)

Fontes:

  • vaticannews.va
  • Martirológio Romano
  • Liturgia das Horas
  • Diretório de Liturgia da Igreja no Brasil [Ed CNBB 2022]
  • Livro “Um santo para cada dia” – Mário Sgarbossa – Luigi Giovannini [Paulus, Roma, 1978]
  • Livro “Santos de cada dia” – José Leite, SJ [Editorial A.O. Braga, 2003]
  • Livro “Relação dos Santos e Beatos da Igreja” – Prof Felipe Aqui [Cléofas 2007]
  • Canção Nova
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Santa Catarina de Sena, voz de Deus e doutora da Igreja

Origens
Catarina nasceu em Siena, Itália, em 25 de março de 1347. Ela foi a 24ª filha de um tintureiro chamado Giacomo de Benincasa. Desde pequena, dedicou a sua infância a Deus. Fez parte da Ordem Terceira de São Domingos.

Chamado de Deus
Aos 7 anos, consagrou a Deus a sua virgindade, juntamente a presença espiritual da Virgem Maria. Nessa época, ela já relatava visões nos seus momentos de oração. Por volta dos 15 anos, por meio de um sonho, São Domingos apareceu-lhe, resultando na sua entrada para a Ordem Terceira Dominicana. A partir disso, ela intensificou as suas orações, além da prática de jejuns e mortificações corporais constantes.

Atuando nos caminhos da Igreja
Por ser de uma família simples, Catarina aprendeu a ler e escrever já adulta, ainda assim com dificuldades. Não obstante, seus ensinamentos são encontrados na obra “O diálogo”, no qual é tratado a busca de Deus e do conhecimento da Verdade.

Cartas
Ademais, escreveu mais de 380 cartas destinadas aos anônimos, reis e papas, evangelizando por todo o território romano. Naquele momento, havia o cisma católico e, com isso, a Igreja era influenciada pela política francesa. Graças a essas cartas, ela conseguiu que o verdadeiro Papa, Urbano VI, assumisse o governo da Igreja e regressasse à Roma.

Santa Catarina de Sena é padroeira da Itália e da Europa

Amparo na Peste Negra
Nesse período, a Peste Negra assolou a Europa, fazendo um terço da população desse continente como vítimas. Diante dessa situação, Catarina saiu de sua clausura e se dedicou a cuidar dos doentes, também por meio de orações. Seu exemplo gerou a conversão de várias pessoas.

Páscoa
Ao final de sua vida, ela teve a graça de receber os estigmas de Cristo, ela uniu-se inteiramente a Ele. Seus últimos dias contaram com diversas provações. Instantes antes de sua morte falou: “Partindo do corpo eu, na verdade, consumi e entreguei a minha vida na Igreja e pela Igreja, que é para mim uma graça extremamente singular”. Catarina morreu em 29 de abril de 1380.

Devoção a Santa Catarina de Sena

Oração oficial
“Ó notável maravilha da Igreja, serva virgem, que, por causa de suas extraordinárias virtudes e pelo que conseguistes para a Igreja e a Sociedade, fostes aclamada e abençoada por todos, volte teu bondoso olhar para mim, que confiante na tua poderosa proteção pede, com todo o ardor da afeição e suplica a ti, que obtenha pelas tuas preces o favor que ardentemente desejo (dizer aqui a graça desejada).

Com a tua imensa caridade, recebestes de Deus os mais estupendos milagres e tornou-se a alegria e a esperança de todos nós, que oramos a ti e rogamos ao teu coração tu recebestes do Divino Redentor.

Serva e virgem, demonstre de novo o seu poder e da sua caridade; e o seu nome será novamente exaltado e abençoado; e consiga para nós a graça suplicada, com a eficácia de sua intercessão junto a Jesus, e ainda a graça especial de que um dia estejamos juntos no Paraíso em eterna alegria e felicidade. Amém.”

Minha oração
Santa Catarina de Sena, vós que fostes instrumento de Deus para a Igreja e o povo, sendo admirada e um exemplo de vida dedicada a Deus, dai-nos a graça de nos mantermos perseverantes na fé transmitida pela Igreja e a buscar uma maior intimidade diária com nosso Amado; a fim de que um dia possamos contemplar a face Divina. Amém.”

Santa Catarina de Sena, rogai por nós!


Outros santos e beatos que a Igreja faz memória em 29 de abril

  • Santo António Kim Song-u, mártir, que costumava reunir em sua casa muitos fiéis e, degolado no cárcere, morreu por Cristo, na Coreia. († 1841)
  • São Tíquico, discípulo do apóstolo São Paulo, a quem o Apóstolo nas epístolas chama irmão caríssimo, ministro fiel e seu companheiro no serviço do Senhor.
  • São Torpes, mártir, na Toscana, região da Itália. († data inc.)
  • São Severo, bispo, amado por Santo Ambrósio como irmão e pela sua Igreja como pai, na Campânia, região da Itália. († c. 409)
  • Santo Hugo, abade, que durante sessenta e um anos governou santamente o mosteiro deste lugar, sempre dedicado à esmola e à oração, guardião e protector eminente da disciplina monástica, administrador e promotor zeloso da santa Igreja, na atual França. († 1109)
  • Santo Acardo, bispo de Avranches, que escreveu vários tratados sobre a vida espiritual, destinados a conduzir a alma cristã ao mais alto grau de perfeição, na França. († 1172)

Fontes:

  • vaticannews.va
  • Martirológio Romano
  • ecclesiae.com.br
  • padrepauloricardo.org
  • arqbrasilia.com.br
  • pt.aleteia.org
  • Canção Nova
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MENSAGEM DA CNBB AO POVO BRASILEIRO


“Ele é a nossa paz: de dois povos fez um só,
em sua carne derrubando o muro da inimizade que os separava” (Ef. 2,14)
Animados pelo amor do Pai, pela luz do Senhor ressuscitado e com a força do Espírito Santo, nós, bispos católicos, nos reunimos em Aparecida para a 60ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil-CNBB. Fizemos isso como pastores em comunhão com os presbíteros, diáconos, religiosos e religiosas, consagrados e consagradas, cristãos leigos e leigas. Sentimo-nos acompanhados pela oração de nosso povo, representado visivelmente pela multidão de peregrinos de todo o Brasil, que rezaram conosco nas celebrações eucarísticas. Maria, Mãe de Jesus, a Senhora Aparecida, esteve perto de nós, acolhendo-nos, cuidando de nossos trabalhos e intercedendo por nós.
Esses dias na casa da Mãe Aparecida foram uma oportunidade para experimentarmos a comunhão a partir da riqueza de nossas diversidades. Quem nos une é Cristo e, por ele, esperançosos e comprometidos, renovamos nossa opção radical e incondicional com a defesa integral da vida que se manifesta em cada ser humano e em toda a criação.
A renovação desse compromisso com a vida dá-se num tempo marcado por grandes desafios que, longe de nos desanimarem, estimulam a Igreja na promoção do Reino de Deus. Nossas comunidades estão respondendo, com solidariedade fraterna, às consequências das tragédias socioambientais; com compromisso cidadão na defesa da democracia e, com responsabilidade social, ao drama da fome que nos assola. Com alegria, reconhecemos que esse é o autêntico e eficaz testemunho de que o mundo necessita, à luz da Palavra de Deus, pois não temos ouro nem prata, mas trazemos o que de mais precioso nos foi dado: Jesus Cristo ressuscitado (cf. At. 3,6).
Essa alegria é consequente e, por isso, nos faz enxergar também os sofrimentos presentes na sociedade. Nossa atenção se volta especialmente para o que estamos vivendo: “uma terceira guerra mundial em pedaços” (Papa Francisco, em 13 de setembro de 2014, ao lembrar o início da Primeira Guerra Mundial,), evidenciada no solo ucraniano, mas também em outras regiões do planeta. Além do flagelo das guerras, muitas outras situações nos preocupam, como os autoritarismos, as polarizações, as desinformações, as desigualdades estruturais, o racismo, os preconceitos, a corrupção, a banalização do mal e das vidas, as doenças, a drogadição, o tráfico de drogas e pessoas, o analfabetismo, as migrações forçadas, as juventudes com poucas oportunidades, as violências em todas as suas dimensões, o feminicídio, a precarização do trabalho e da renda, as agressões desmedidas à “casa comum”, aos povos originários e comunidades tradicionais, a mineração predatória, entre tantas outras, que fragilizam o tecido social e tencionam as relações humanas.
Certa cultura da insensibilidade nos conduz a essas situações extremas. A degradação da criação e o descaso com os mais pobres e abandonados estão presentes, por exemplo, na criminosa tragédia ocorrida com o povo Yanomami. O mesmo ocorre com muitos dos povos das florestas, das águas e do campo, submetidos a graves e duras realidades que os expõem à globalização da indiferença.
Reconhecemos a importância da resistência histórica do movimento indígena, cujo fruto se traduz na chegada de suas lideranças a diversos postos de decisão no governo federal e em alguns governos estaduais. Contudo, essa presença não pode ser apenas figurativa. Há uma imensa necessidade de se adotarem providências e ações concretas em defesa desses povos. Não podemos mais aceitar em nossa história o descaso com os povos originários. Acreditamos que o julgamento da tese do marco temporal pelo Supremo Tribunal Federal, no próximo mês de junho, seja decisivo para que suas terras sejam reconhecidas como legítimas e legais. Temos esperança que essa definição venha a ser um passo importante para a garantia dos direitos constitucionais.
Esses problemas têm origem na opção por um modelo econômico cruel, injusto e desigual. Por trás da palavra “mercado” existe um sistema financeiro e econômico autônomo, que protagoniza ações inescrupulosas, destrói a vida, precariza as políticas públicas, em especial a educação e a saúde, adota juros abusivos que ampliam o abismo social, afeta a cadeia produtiva e reduz o consumo dos bens necessários à maioria do povo brasileiro.
Às vésperas do dia 1º de maio, saudamos os trabalhadores e as trabalhadoras de nosso País, com as palavras do Papa Francisco: “O mundo do trabalho é prioridade humana, é prioridade cristã, a partir de Jesus trabalhador. Onde há um trabalhador, ali há o olhar do amor do Senhor e da Igreja. Lugares de trabalho são lugares do povo de Deus” (Encontro com Trabalhadores em Gênova, Itália, 2017). Diante das mudanças do mundo do trabalho, percebemos que promessas de crescimento econômico, geração de empregos, melhores condições de trabalho, aumento de renda, redução da carga horária, mais tempo de descanso e convivência social, enfim, condições mais saudáveis de vida, continuam sendo desafios sem soluções. A crescente informalidade das relações trabalhistas reduz a segurança social e impede o acesso ao mínimo para a sobrevivência. O trabalho análogo à escravidão, presente em todo o território nacional, é uma chaga social que precisa ser energicamente combatida pelos poderes constituídos e por toda a sociedade.
As constatações desses tempos difíceis não podem nos limitar, nem servir para que as soluções sejam adiadas. As estruturas do Estado, os poderes da República, as autoridades públicas, as lideranças sociais, as organizações religiosas, os meios de comunicação, as plataformas e as redes sociais, cada um e cada uma, com sua competência, devem apoiar-se reciprocamente para o bem do País. Precisamos criar um “espaço de corresponsabilidade capaz de iniciar e gerar novos processos e transformações. Sejamos parte ativa na reabilitação e apoio das sociedades feridas” (Fratelli Tutti, 77). Assumindo nosso dever social, não podemos deixar de cobrar dos governos, legitimamente eleitos, o protagonismo que lhes foi confiado, uma opção clara e radical pela vida, desde a concepção até à morte natural, passando inevitavelmente pelos direitos sociais e humanos. Chamamos a atenção para a
importância da vacinação, especialmente para das crianças. No cuidado com a vida, nenhuma seletividade pode ser tolerada e será sempre, por nós, denunciada.
Conclamamos toda a sociedade brasileira a construir um amplo projeto de reconciliação e pacificação, a partir de um diálogo franco e aberto, que possibilite superar o que nos afasta, com o objetivo de assegurar o que nos une: o país, o seu povo e a criação. O ponto de partida dessa construção se dá nas famílias, comunidades, relações sociais, profissionais, eclesiais e políticas, através da amizade social que promove a cultura do encontro. Como comunidade de fé, cremos que sua concretização passa necessariamente pelas nossas orações. Rezemos, pois, como nos pede o Papa Francisco, pelo fim das guerras, dos conflitos e das violências. Somos “caminhantes da mesma carne humana, como filhos desta mesma terra que nos alberga a todos, cada qual com a riqueza da sua fé ou das suas convicções, cada qual com a própria voz” (Fratelli Tutti, 8).
Reafirmamos nossa profunda confiança no povo brasileiro. Não tenhamos medo. A esperança é a nossa coragem! Sejamos semeadores de mudança, de solidariedade e de vida. Pelo amor do Cristo vivo e ressuscitado, por intercessão de Nossa Senhora Aparecida, Padroeira do Brasil, invocamos a bênção de Deus sobre o povo brasileiro, suas famílias e comunidades.

São Luís Maria de Montfort e o tratado da verdadeira devoção

Origens
Nascido na França, em 1673, de uma família muito numerosa, ele sentiu bem cedo o desejo de seguir o sacerdócio e, assim, percorreu o caminho dos estudos.

Devoção Mariana
O jovem Luís, ao ser crismado, acrescentou ao seu nome o nome de Maria, devido à devoção dele a Virgem Maria, que permeou toda sua vida.

Homem de oração e evangelizador
Como padre, São Luís começou a comunicar o Santo Evangelho e a levar o povo por meio de suas missões populares, a viver Jesus pela intercessão e conhecimento de Maria. Foi grande pregador, homem de oração, amante da Santa Cruz, dos doentes e pobres.

“Quem encontrar Maria, encontrará a Vida [Jesus Cristo].” (São Luís Maria de Montfort)

Escravo de Nossa Senhora
Como bom escravo da Virgem Santíssima não foi egoísta e fez de tudo para ensinar a todos o caminho mais rápido, fácil e fascinante de unir-se perfeitamente a Jesus, que consistia na consagração total e liberal à Santa Maria.

Penitente
São Luís já era um homem que praticava sacrifícios pela salvação das almas, e sua maior penitência foi aceitar as diversas perseguições que o próprio Maligno derramou sobre ele; tanto era assim que foi à Roma. Pediu ao Papa permissão para sair da França, mas esse não lhe concedeu tal pedido. Na força do Espírito e auxiliado pela Mãe de Deus, São Luís evangelizou e combateu na França os jansenistas. Eles estavam afastando os fiéis dos sacramentos e da misericórdia do Senhor.

O tratado
São Luís, que morreu em 1716, foi quem escreveu o “Tratado da verdadeira devoção à Santíssima Virgem”, que influencia, ainda hoje, muitos filhos de Maria. Influenciou, o saudoso Papa João Paulo II que, por viver o que São Luís nos partilhou, adotou como lema o Totus Tuus, Mariae, isto é, “Sou todo teu, ó Maria”.

“O Senhor não considera tanto o sofrimento em si mesmo, mas sim a maneira como se sofre.” (São Luís Maria de Montfort)

Minha oração
“Senhor, hoje são milhares os cristãos que se consagraram a Virgem Maria pelo ‘tratado’. Que meu coração se desperte, cada vez mais, para ser um escravo da Virgem Maria. Amém.”

São Luís Maria de Montfort, rogai por nós!


Outros santos e beatos que a Igreja faz memória em 28 de abril

  • Santo Afrodísio, venerado como o primeiro bispo da França. († data inc.)
  • Santos EusébioCaralampo e companheiros, mártires, na Turquia. († data inc.)
  • Santos MáximoDada e Quintiliano, mártires durante a perseguição de Diocleciano, na Bulgária. († s. IV in.)
  • São Prudêncio, bispo, na Hispânia Tarraconense. († s. V/VI)
  • São Pânfilo, bispo de Corfínio, nos Abruzos, região da Itália. († c. 700)
  • Beato Luquésio, que, depois de ter sido dominado pela avidez do lucro, se converteu e tomou o hábito da Ordem Terceira dos Penitentes de São Francisco, vendeu os seus bens e deu tudo aos pobres, na Itália. († 1260)
  • Beata Maria Luísa de Jesus (Maria Luísa Trichet), virgem, a primeira religiosa a vestir o hábito da Congregação das Filhas da Sabedoria, na França. († 1759)
  • Santos mártires Paulo Pham Khac Khoan, presbítero, João Baptista Dinh Van Thanh e Pedro Nguyen Van Hieu, catequistas, no Vietnam. († 1840)
  • Beato José Cebula, presbítero da Congregação dos Missionários Oblatos da Virgem Imaculada e mártir, natural da Polônia, que, deportado da pátria para o cárcere em ódio à fé, sofreu cruéis suplícios até à morte. († 1941)

Fontes:

Canção Nova

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Estudos da Campanha da Fraternidade 2023

Como sinais de Vida e Ressurreição:
Fraternidade e fome.

Dai-lhes vós mesmos de comer”. (Mt 14,16)
E começamos com o município de Iracema, 28/01: “a recepção por parte dos responsáveis foi fraterna e harmônica com a equipe que foi dinamizar a temática: Rosé, Regina e Ronildo. A presença feminina foi predominante. Os(as) participantes foram bem participativos(as) após as exposições (Ver, Iluminar e Agir), levantando dúvidas, fazendo questionamentos e com boa participação nas atividades de grupos e relatos”. (Rosé e Ronildo)

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Santa Zita, virgem e padroeira das empregadas domésticas

Origens
Nasceu em 1218, no povoado de Monsagrati, perto da cidade de Lucca (Itália). Era de uma família pobre, numerosa e camponesa, mas recebeu a riqueza da vida em Deus em seus ensinamentos.

Serva desde a infância
Aos 12 anos, Zita foi trabalhar em uma casa de família para não se tornar um peso, visto que era de uma família pobre e numerosa. Ela não teria um salário, mas, em troca de seu trabalho, receberia comida, roupas e o necessário para seu sustento. Ela foi servir a uma família que não costumava tratar bem os seus criados. Sofreu muito, mas aguentou tudo seguindo uma vida de oração e humildade, rezando e praticando a caridade. O Papa Pio XII a proclamou padroeira das empregadas domésticas.

Intensa na caridade cristã
Costumava dividir tudo o que recebia e tinha (dinheiro, comida e roupa) com o próximo. Era uma criada de um coração tão bom que, aos poucos, foi conquistando a confiança e admiração dos seus patrões. Em contrapartida, os funcionários que conviviam com ela tinham inveja e ainda zombavam muito de suas atitudes, a ponto de acusa-la.

Santa Zita e a dedicação total aos pobres, doentes e necessitados

Chuva de rosas
Certa vez, foi surpreendida pela patroa, após ser acusada de estar tirando os alimentos da despensa e dando aos pobres. Na ocasião, a patroa perguntou o que ela estava escondendo no avental, e ela respondeu que eram flores. E, ao levantar o avental, uma chuva de flores caiu e cobriu seus pés.

Manto do anjo
Em outra situação, na véspera de Natal, ela encontrou um homem na rua com frio, na entrada da Igreja de São Frediano. Para aquecê-lo, pegou um manto caro emprestado do seu patrão. No dia seguinte, foi recriminada por tal ato, mas, nesse mesmo dia, um idoso desconhecido chegou no povoado e devolveu o manto. Todos os cidadãos acharam que essa atitude foi tomada por um anjo. A partir daí, a porta da famosa igreja ficou conhecida como “Porta do Anjo”.

Vida de doação
A sua vida sempre foi marcada por sua obra de dedicação total aos pobres, doentes e necessitados. Até hoje, a santa intercede em favor do próximo. O local de seu túmulo se tornou um local de graças e de muitos milagres comprovados.

Santa Zita: dedicada ao trabalho e oração

Espiritualidade
Ela se dedicou com toda sua força ao trabalho e se mantinha firme na vida de oração, participando das missas pela manhã na comunidade e se consagrando a Deus. Ela sempre buscava questionar a Deus se a sua atitude estava correta ou não.

Morte e canonização
Santa Zita faleceu no dia 27 de abril de 1278 e, rapidamente, a sua fama de santidade se espalhou por toda a Itália, chegando até a Inglaterra. Seus restos mortais repousam na capela de Santa Zita da Igreja de São Frediano, em Lucca (Itália). Em 1652, foi feita exumação do corpo e constatado que repousa intacto. Esse acontecimento serviu para confirmar sua canonização em 1696, pelo Papa Inocêncio XII.

Devoção a Santa Zita

Oração a Santa Zita
“Ó Santa Zita, que, no humilde trabalho doméstico, soube ser solícita como foi Marta, quando servia Jesus, ajudai-me a suportar com ânimo e paciência todos os sacrifícios que me impõe os meus trabalhos domésticos. Peço ainda, que os suporte com amor, zelo e fidelidade a família que sirvo.”

Minha oração
“Ó Deus, recebei o meu trabalho, o meu cansaço e as minhas tribulações e, pela intercessão de Santa Zita, dai-me forças para cumprir sempre meus deveres, Santa Zita, ajudai-me. Amém.”

Santa Zita, rogai por nós!


Outros santos e beatos que a Igreja faz memória em 27 de abril

  • São Simeão, bispo e mártir, ordenado bispo de Jerusalém como sucessor de Tiago, em Jerusalém. († 107)
  • São Polião, leitor e mártir, que, preso na perseguição, foi lançado às chamas e queimado fora dos muros da cidade, na Croácia. († c. 303)
  • São Teodoro, abade, que foi discípulo de São Pacômio e pai da «Congregação» de mosteiros nesta região, no Egito. († s. IV)
  • São Liberal, eremita, na Itália. († c. 400)
  • São Magão ou Magaldo, bispo, aureolado com a fama de grande santidade. († s. VI)
  • São João, hegúmeno, que, no tempo do imperador Leão o Arménio, combateu tenazmente a favor do culto das sagradas imagens, na Turquia. († s. IX)
  • São Pedro Ermengol, da Ordem de Nossa Senhora das Mercês, na Espanha. († 1304)
  • Beato Tiago de Ládere Varinger, religioso da Ordem dos Menores, na Itália. († c. 1485)
  •   Beata Catarina, virgem, que, batizada na Igreja Ortodoxa, ingressou na Ordem da Penitência de São Domingos, tomando o nome de Hossana, e viveu em clausura cinquenta e um anos, dedicada à contemplação divina e à piedosa súplica pelo povo cristão durante a invasão dos Turcos. (1565)
  • Beato Nicolau Roland, presbítero, que, solícito pela formação cristã das crianças, construiu escolas para as meninas pobres, e fundou a Congregação das Irmãs do Menino Jesus, na França. (1678)
  • São Lourenço Nguyen Van Huong, presbítero e mártir, que foi preso numa noite em que visitava um moribundo e, porque recusou calcar a cruz, foi flagelado e depois degolado no tempo do imperador Tu Duc, no Vietnam. (1856)
  • Beata Maria Antónia Bandrés y Elósegui, virgem da Congregação das Filhas de Jesus, que seguiu com paciente serenidade, mesmo na desolação, a sua vida consagrada a Deus, que em breve tempo foi consumada, na Espanha. († 1919)

Fontes:

  • Canção Nova

São Rafael Arnaiz Barón: um jovem santo, alegre e monge trapista

Origens
Filho de Rafael Arnaiz e de Mercedes Báron, primeiro de quatro filhos de uma família católica, artista, pintor, poeta e violinista. Seus pais reconheceram suas habilidades artísticas e aos 15 anos deram-lhe de presente aulas de desenho. Isso o motivou a cursar arquitetura. 

Caminhos a trilhar
Sendo um bom aluno, ganhou de seus pais a possibilidade de passar alguns dias em Ávila com seus tios, que eram muito religiosos, pessoas devotas e inclinadas a uma vida piedosa, que viriam a ser verdadeiros amigos espirituais e os grandes influenciadores do caminho seguido pelo santo.

Anseio pela oração
Em suas obras completas, escrevendo ao seu tio Leopoldo confidencia: “Eu não sei rezar”. Aos 19 anos de idade, essa maravilhosa e terrível descoberta faz com que se decida pela vida monástica junto aos Trapistas, caminho que ainda levou três anos.

São Rafael Arnaiz Barón: exemplo de alegria e determinação

Alegre e divertido
São Rafael Arnaiz Barón era um jovem muito alegre e divertido e dominava a atenção nos ambientes em que entrava. Era um jovem fumante e, ao ingressar na ordem trapista, em 1934, escreve com sinceridade à sua mãe sobre a saudade do vício do fumo e da dificuldade com os horários. (Na monastério trapista, acorda-se muito cedo). Vivendo com muita alegria e determinação, venceu o vício e as provas. 

O diabetes
Após quatro meses, já diagnosticado com diabetes, precisou deixar a Trapa (como é chamado o monastério trapista) para cuidar de sua frágil saúde, e esta seria a via crucis de sua santificação, abraçada com sincera e redentora alegria.  Ao retornar para o monastério trapista, em 1936, é readmitido como oblato e já não pode professar os votos religiosos. 

Maturidade Espiritual 
Neste momento de sua vida, já percebe-se nele um grande crescimento e maturidade espiritual a ponto de declarar em seus escritos o que se faz na trapa: 

“Amar a Deus e deixar-se amar por Ele, e nada além disso.” (Apologia do Trapista, Obras Completas)

Páscoa
Entre idas, vindas e guerras, deixou a Trapa, em 1937, pela última vez novamente por motivos de saúde. Naquele mesmo ano, decidiu abrir mão da comodidade de sua família e regressou para o monastério, onde faleceu em 1938 aos 27 anos de idade. 

Devoção a São Rafael Arnaiz Barón

“Só Deus”
Apesar de sua pouca idade, a transformação operada em sua vida por Deus foi fantasticamente realizada em pouco tempo. Sua pouca idade não foi obstáculo para o projeto de Deus. Sua alegria e inteireza foram o combustível para uma rápida conversão. Seu espírito profundamente católico é refletido em seus escritos ricos de espiritualidade e da presença de Deus, num contínuo esvaziamento de si mesmo, para que, no fim, “só Deus” permanecesse, como tantas vezes declarou.

Altares
Foi beatificado por São João Paulo II, em 1992, e canonizado pelo Papa Bento XVI em 2009. O fato que o levou à canonização foi a milagrosa cura de uma mulher após um gravíssimo quadro de eclampsia em 2001, após a súplica de uma amiga e de monges trapistas ao beato Irmão Rafael. Sua festa litúrgica é no dia 26 de abril, data de sua páscoa!

Minha oração
“Senhor Jesus, que ensinais, por meio de São Rafael Arnaiz, que a única coisa importante é amar a Deus. Ajuda-nos, por sua intercessão, a buscá-Lo e amá-Lo sobre todas as coisas, confiantes que nisso consiste a única e verdadeira felicidade!”

São Rafael Arnaiz Barón, rogai por nós!


Outros santos e beatos que a Igreja faz memória em 26 de abril

  • São Cleto, Papa, que foi o segundo sucessor do apóstolo São Pedro a presidir à Igreja Romana. († 88)
  • São Primitivo, mártir, em Roma. († data inc.)
  • São Basileu, bispo e mártir na Turquia. († c. 322)
  • São Ricário, presbítero, que, movido pela pregação dos monges escoceses, se converteu a uma vida de penitência, na França. († 645)
  • São Pascásio Radberto, abade, que expôs com lucidez e clareza a doutrina do verdadeiro Corpo e Sangue do Senhor no mistério da Eucaristia, na França. († 865)
  • Santos Guilherme e Peregrino, eremitas, na Itália. († s. XII)
  • Beatos Domingos e Gregório, presbíteros da Ordem dos Pregadores, na Espanha. († s. XIII)
  • Santo Estêvão, bispo de Perm, que para evangelizar os Zirianis, inventou um alfabeto para redigir as suas formas literárias, na Rússia. († 1396)
  • Beato Júlio Junyer Padern, presbítero da Sociedade Salesiana e mártir, que, durante a perseguição contra a fé cristã, mereceu alcançar mediante o martírio a glória da vida eterna, na Espanha. († 1938)
  • Beato Estanislau Kubista, presbítero da Sociedade do Verbo Divino e mártir. Com ele é comemorado o Beato Ladislau Goral, bispo auxiliar de Lublin, na Alemanha. († 1942)

Fontes:

  • abadiasanisidro.es/biografia/
  • vaticannews.va
  • Martirológio Romano
  • padrepauloricardo.org
  • FOTO: abadiasanisidro.es/galeria-hermano-rafael
  • Canção Nova

CARDEAL STEINER: “AMAZÔNIA NÃO É SÓ ÁGUA E FLORESTA, É POVO ACOLHEDOR E RELIGIOSIDADE MUITO PROFUNDA”

A Amazônia foi pauta da Coletiva de Imprensa do sexto dia da 60ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), segunda-feira, 24 de abril. Os “porta-vozes” da Igreja no Brasil no bioma foram o arcebispo de Manaus (AM), cardeal dom  Leonardo Steiner, que preside a Comissão Especial para a Amazônia da CNBB, e o bispo de Roraima (RR), presidente da Repam-Brasil e presidente da Comissão Especial para o Enfrentamento ao Tráfico Humano da CNBB, dom Evaristo Spengler.

A coletiva, na avaliação do cardeal Steiner, foi uma oportunidade para mostrar a importância que a Amazônia tem para a Igreja e para o mundo, uma região que “não é só água e floresta”, enfatizou. Ele destacou também o fato de o povo ser extremamente acolhedor, com uma religiosidade muito profunda e um ritmo de vida marcado pelas águas.

Cardeal Leonardo Steiner. Foto: Jaison Alves – Comunicação 60º AG CNBB

Dom Leonardo apontou também as dificuldades pelas quais passam a Amazônia, citando como exemplo o avanço do garimpo responsável pela tragédia do Povo Yanomami. Situação que também se repete no Pará, com o Povo Munduruku, gravemente atingido pelo mercúrio.

O cardeal citou também o desmatamento, que é muito grande, com regiões onde não têm mais mata; a pesca predatória e o assassinato do jornalista inglês Dom Philips e do indigenista Bruno Pereira, mortos por ajudar os indígenas a defender seus direitos.

O cardeal Steiner ressaltou que a agressão à questão indígena foi muito forte nos últimos anos, contraditoriamente durante a gestão de um presidente da Fundação Nacional do Índio (FUNAI) contrário aos povos indígenas. Dom Leonardo lembrou de sua visita ao Povo Yanomami, quando levou “a palavra de conforto do Papa Francisco e da presidência da CNBB”, dizendo ter ficado estarrecido com as acusações que os indígenas faziam.

O cardeal enfatizou as palavras de um casal, quando disse: “estamos perdendo a nossa alma, a nossa espiritualidade”, algo que o bispo definiu como perder as motivações para existir e para estar vivo. Ele destacou a importância do Ministério dos Povos Indígenas e da FUNAI, dirigidos por duas indígenas.

Dom Leonardo ressaltou a união estre os bispos na Amazônia e a grande presença dos leigos e leigas na missão de evangelizar. Junto com isso destacou ainda a grande solidariedade: “nunca vi tanta solidariedade na minha vida como em Manaus no tempo da pandemia”. Só na arquidiocese de Manaus, ele informou que foram atendidas mais de 100 mil pessoas, uma amostra, de acordo com ele, do “espírito de solidariedade que existe em nosso povo”.

Laudato Si’ e Amazônia Sem Fome

Dom Evaristo Spengler apresentou a Igreja da Amazônia, desde sua experiência na prelazia de Marajó e na diocese de Roraima. Nestas duas regiões, experimentou e experimenta uma Igreja muito viva, com grande religiosidade popular, onde a vida de fé perpassa todas as ações no dia a dia do povo. Em sua fala, ele explicou como estão sendo desenvolvidas a Laudato Si’´ e “Amazônia sem Fome”, campanhas que “transbordam do coração do Papa Francisco”.

O bispo também chamou a atenção para a realidade dos migrantes venezuelanos, uma realidade que aumentou a cada ano, com uma média de entrada de 500 pessoas por dia. O prelado destacou ainda a belíssima ação da Igreja de Roraima com os migrantes. A Igreja tem se colocado muito ao serviço, insistiu, mostrando números do que a Igreja local faz na alimentação e ajuda jurídica aos migrantes.

Dom Leonardo enfatizou que “o Santo Padre sempre mostrou um carinho muito grande pela Amazônia”, como algo que está no seu coração, destacando que, em sua avaliação, a criação de um cardeal da Amazônia é um modo dele expressar a sua proximidade com toda a Amazônia e o povo de lá. O Papa, segundo o cardeal, está preocupado pela depredação do bioma. “Ele está pensando na humanidade, ele está pensando na Mãe Terra”, disse. O arcebispo de Manaus destacou ainda que o Sumo  Pontífice tem um carinho pelo modo de ser Igreja na Amazônia, com o protagonismo dos leigos e as pequenas comunidades.

Em relação à presença da Eucaristia nas comunidades da Amazônia, disse pensar que é necessário dar passos em algumas direções. Isso numa Igreja que é missionária, citando o exemplo da arquidiocese de Manaus, onde depois da Assembleia Sinodal está se preparando “leigos e leigas em cada comunidade para levar a Palavra de Deus nas casas”. Ele falou de processos que geram mudanças, de repensar a formação nos seminários com padres ao serviço das comunidades. O cardeal questionou até que ponto é justo que muitas comunidades na Amazônia só tenham acesso à Eucaristia duas vezes por ano quando este sacramento é o centro da vida cristã.  Algumas comunidades, segundo dom Evaristo, têm acesso à Eucaristia apenas uma vez por ano.

Em relação às Igrejas Irmãs destacou a dimensão missionária do projeto e a existência de missionários e missionárias que doam sua vida na Amazônia, mas também apontou a falta de voluntários para a missão das igrejas de outras regiões do país. Junto com isso, relatou ainda a difícil situação do garimpo na Terra Yanomami e a destruição que este está provocando na floresta e na vida dos indígenas, sendo muitos deles cooptados pelo garimpeiros. Igualmente denunciou a situação do alcoolismo, exploração e abuso sexual na região. Segundo o cardeal, a Igreja na Amazônia é chamada a se somar num caminho que os indígenas estão realizando.

Por padre Luiz Modino (Norte 1) - Comunicação 60ª AG CNBB.

São Marcos, o primeiro a escrever os ensinamentos de Jesus

Evangelista [morte aproximadamente em 67 d.C]

Origem
Marcos era de família judaica, também conhecido no livro dos Atos do Apóstolos com o nome de João Marcos (cf. At 12, 12). Era filho de Maria, que, segundo a tradição, seria uma viúva de boas condições financeiras naquela época. Sua mãe, possivelmente, foi quem colaborou com os primeiros cristãos, abrigando-os em sua casa no início do cristianismo. 

Interessante
Alguns biblistas cogitam a possibilidade de ter sido a casa da família de Marcos usada por Jesus e pelos Apóstolos durante a última ceia.

Vida
Mesmo Marcos não sendo um dos doze Apóstolos, é provável que ele tenha conhecido Jesus. Muitos estudiosos da área bíblica acreditam que Marcos foi o rapaz que largou o lençol, única roupa em que estava coberto, fugindo nu no momento em que Jesus era preso no Getsêmani (Mc 14, 51-52).

São Marcos: descreveu e transmitiu as principais pregações de São Pedro sobre Jesus

Primeiras famílias cristãs
O que se sabe com precisão é que São Marcos era primo de Barnabé, figura importante na difusão do cristianismo.  Marcos foi grande companheiro de Paulo em sua primeira viagem missionária, além de permanecer ao seu lado hora de sua morte.

Discípulo de Pedro
Marcos foi fiel discípulo de São Pedro, em Roma. Pedro demonstrou tal afeição por Marcos que o chamou carinhosamente de “meu filho” (cf. 1Pd 5, 13). Foi sob a inspiração do Espírito Santo que Marcos escreveu em seu evangelho os ensinamentos do grande Apóstolo Pedro, tornando-se assim o seu intérprete, registrando as pregações do grande Apóstolo. 

Os registros do primeiro evangelho
A principal missão do evangelista Marcos foi descrever e transmitir as principais pregações de Pedro sobre Jesus. São Marcos tornou-se um grande modelo, pois seguiu com fidelidade a ordem de ir pelo mundo inteiro pregando o evangelho a toda criatura. Seu evangelho é o menor entre os quatro evangelistas, porém é considerado o primeiro a ser escrito, servido de base para os evangelistas Mateus e Lucas. Seu conteúdo é um urgente convite para conhecermos com profundidade quem é Jesus.

São Marcos: Padroeiro de Veneza

Páscoa
Após os martírios de São Pedro e São Paulo, Marcos dirigiu-se para Alexandria, sendo reconhecido como evangelizador e primeiro Bispo desta parcela da Igreja. Marcos morreu entre os anos 68 e 72, acredita-se que foi martirizado em Alexandria, no Egito. No ano de 825, suas relíquias foram transportadas para a cidade de Veneza, onde até hoje é venerado como Padroeiro.

Minha oração
“Que a exemplo de São Marcos, sejamos fiéis, amigos e companheiros uns dos outros no serviço da evangelização, levando com coragem a Palavra de Deus ao mundo inteiro, despertando nos corações o desejo de conhecer quem é Jesus Cristo.”

São Marcos Evangelista, rogai por nós!


Outros santos e beatos que a Igreja faz memória em 25 de abril

  • Beatos mártires André Solá y Molist, presbítero Claretiano, José Trindade Rangel Montano, presbítero, e Leonardo Pérez Lários, no México. († 1927)
  • Santo Aniano, bispo de Alexandria, no Egito, foi o primeiro bispo desta cidade depois de São Marcos. († c. 67)
  • Santos Pasícrates e Valenciano, mártires, que, pela confissão da fé em Cristo como único Deus. († c. 302)
  • São Febádio, bispo, que escreveu um livro contra os arianos e protegeu o seu povo da heresia, na França. († c. 393)
  • Santo Estêvão, bispo e mártir, que sofreu muitos ataques dos hereges que se opunham ao Concílio de Calcedónia. († 479)
  • São Clarêncio, bispo, na França. († s. VII)
  • Santo Ermino, abade e bispo, intensamente aplicado à oração e dotado do espírito de profecia, que sucedeu a Santo Usmaro, na atual Bélgica. († 737)
  • Santa Franca, abadessa, que decidiu entrar na Ordem Cisterciense e passava frequentemente toda a noite em oração na presença de Deus, na Itália. († 1218)
  • Beato Bonifácio Valperga, bispo, insigne pela sua caridade e humildade, na Itália. († 1243)
  • Beatos Roberto Anderton e Guilherme Marsden, presbíteros e mártires, que foram condenados à morte por terem entrado como sacerdotes na Inglaterra. († 1586)
  • São Pedro de São José Betancur, irmão da Ordem Terceira de São Francisco. († 1667)
  • São João Piamarta, presbítero, que, fundou em Bréscia (Itália) o Instituto dos Pequenos Artesãos e, nas proximidades de uma colónia agrícola, e fundou também a Congregação da Sagrada Família de Nazaré. († 1913)

Fontes:

  • Liturgia das horas – Volume II
  • Missal Cotidiano da Assembleia Cristã – Paulus Editora
  • Livro “Falar com Deus” – Volume VI. Autor: Francisco Fernández-Carvajal – Editora Quadrante Editora.
  • Bíblia TEB
  • Bíblia CNBB
  • vaticannews.va
  • Canção Nova

Dom Jaime Spengler novo Presidente da CNBB

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) tem um novo presidente. Dom Jaime Spengler, arcebispo de Porto Alegre, foi eleito o 14º presidente da CNBB, depois de ter sido vice-presidente nos últimos quatro anos. A eleição, que contou com a participação de mais de 300 bispos, aconteceu no 6º dia da 60ª Assembleia Geral da CNBB, que se realiza em Aparecida de 19 a 28 de abril de 2023, no terceiro escrutínio com 210 votos, em que era necessária a maioria simples.

Nascido em Gaspar (SC), em 6 de setembro de 1960, o novo presidente da CNBB, que sucede a Dom Walmor Oliveira de Azevedo, arcebispo de Belo Horizonte (MG), pertence à Ordem dos Frades Menores, onde ingressou no dia 20 de janeiro de 1982. Realizou a Profissão Solene no dia 8 de setembro de 1985, sendo ordenado presbítero no dia 17 de dezembro de 1990.

Após fazer o doutorado em Filosofia na Pontifícia Universidade Antonianum, nos anos de 1995 a 1998, Dom Jaime Spengler trabalhou sobretudo no campo da formação, sendo nomeado bispo auxiliar de Porto Alegre em 10 de novembro de 2010 pelo Papa Bento XVI, sendo ordenado bispo no dia 5 de fevereiro de 2011. Pouco mais de dois anos depois, aos 18 de setembro de 2013, o Papa Francisco o nomeou Arcebispo de Porto Alegre.

O novo presidente, em breve encontro com os jornalistas os agradeceu pelo seu papel muito importante na evangelização. Dom Jaime Spengler disse acolher sua nomeação “com muita humildade, com tanta simplicidade, com temor e tremor, mas orientado pela fé”. Com esse espírito disse se colocar a serviço da CNBB durante os próximos quatro anos, esperando poder fazer “um trabalho à altura daquilo que é a Conferência na história do nosso Brasil”.

Em relação às perspectivas, Dom Jaime Spengler, vice-presidente na atual gestão, enfatizou que deseja que “seja uma continuidade a esse processo que nós estamos vivendo”, em referência à sinodalidade, destacando a primeira iniciativa do Celam e depois do Papa Francisco. O arcebispo de Porto Alegre se referiu ao processo de escuta, como algo que precisa avançar, insistindo no espírito da sinodalidade, que o espírito de comunhão e participação possa crescer e se consolidar na Igreja.

Finalmente, Dom Jaime Spengler chamou a ajudar no processo sinodal para que a obra da evangelização possa avançar, para promover o Evangelho do Crucificado – Ressuscitado, ressaltando que “se queremos ajudar a transformar nossa comunidades, o Evangelho é a referência”.

Fonte: Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1