São Vicente de Paulo, padroeiro das Associações de Caridade

Origens 

São Vicente de Paulo nasceu em 1581, em cidade da Gasconha, região da França, no seio de uma família de camponeses. Embora tenha passado a sua adolescência no campo, a sua perspicácia foi percebida por um benfeitor, que lhe ofereceu a oportunidade de estudar.

Vida Sacerdotal  

Em 1600, com apenas 19 anos, foi ordenado sacerdote, mas obteve o diploma em teologia somente em 1604. Abriu uma escola particular, mas teve muitos gastos. Além disso, durante uma viagem marítima de Marselha a Narbonne, seu navio foi atacado por piratas: Vicente foi preso e vendido como escravo em Túnis. Ao receber sua alforria, dois anos depois, voltou para França, graças ao seu terceiro patrão, que, no entanto, se converteu ao cristianismo.

Catequista

Em 1612, tornou-se pároco de uma igreja em Clichy, na periferia de Paris. No entanto, conheceu o Cardeal Pierre de Bérulle, que foi seu diretor espiritual, por muito tempo. Desta forma, começou suas atividades como catequista. 

A Desigualdade

Em 1613, foi encarregado da formação dos filhos dos Marqueses de Gondi, onde permaneceu quatro anos. Ali, percebeu o enorme abismo entre ricos e pobres, não só do ponto de vista material e social, mas também cultural e moral. 

Sua preocupação com a pobreza foi compartilhada pela Marquesa Gondi, que colocou uma grande quantidade de dinheiro à sua disposição, para que fosse instituída uma obra de pregação quinquenal entre os camponeses das suas terras. São Vicente de Paulo deixou temporariamente o castelo para ir trabalhar em uma pequena paróquia na periferia de Châtillon-le-Dombez.

Primeira Célula da Caridade Vicentina 

A primeira coisa que Vicente fez como pároco foi cuidar de uma família doente, que não tinha o que comer, porém, percebeu que, quando o dinheiro acabasse, a família voltaria à sua indigência de antes. Buscou outro meio, mais eficiente e em longo prazo, para ajudar. Em 20 de agosto de 1617, nasceu a primeira célula da Caridade Vicentina, que foi confiada, segundo os ditames da sociedade, às mulheres, que foram chamadas “Servas dos Pobres”. A instituição cresceu de modo extraordinário, obtendo, em tempo recorde, a aprovação do Bispo de Lyon. 

Filhas da Caridade

São Vicente de Paulo voltou ao castelo de Gondi, mas para tratar da promoção humana e material dos camponeses. Depois, transferiu-se para Paris, porque é nas grandes metrópoles que as diferenças sociais, entre quem tem tudo e quem não tem nada, são maiores: sentiu que era ali que devia intervir. 

Na capital, muitas senhoras nobres, ansiosas de fazer beneficência, quiseram contribuir financeiramente para as obras de “Monsieur Vincent”: assim, em 1617, nasceram as Damas da Caridade.

 A obra mais importante que realizaram foi a abertura de um hospital municipal. Porém, as senhoras não conseguiam atender às necessidades mais humildes. 

Por isso, em 1633, Vicente fundou uma Congregação feminina, inovadora para a época: as Filhas da Caridade, que não seriam “monjas”, distantes do mundo e dedicadas à contemplação, mas “freiras”, irmãs dos últimos, que vivem ao lado deles no mundo e deles cuidam diariamente. Ainda hoje, as Filhas da Caridade são a maior família religiosa feminina da Igreja.

Congregação da Missão

A obra incessante de São Vicente de Paulo não se limitou apenas à comunidade das Irmãs. Começou a pregar a Palavra de Deus nas aldeias, onde muitos sacerdotes se uniram a ele. Assim, nasceu uma nova comunidade, que contava com a ajuda financeira da família Gondi: a Congregação da Missão, mais tarde conhecida como Lazaristas, cuja sede foi o convento de São Lázaro. 

Páscoa

São Vicente de Paulo faleceu em Paris, em 27 de setembro de 1660, com a idade de 79 anos. Não deixou nenhuma obra escrita, a sua única obra ou a sua obra-prima foi a Caridade. Morreu como exemplo de caridade, do verdadeiro amor, que não fazia distinção entre o de Deus e o ao próximo. 

Legado

A espiritualidade vicentina foi fundada na dupla descoberta de Cristo e dos pobres. Acreditam na igualdade entre a oração e ação, no compromisso com o mundo e para o mundo. Concretiza-se com a evangelização e a promoção humana. Seus filhos religiosos se inspiram apenas nas “Regulae”, que encarnam as características do espírito vicentino: simplicidade, humildade, mansidão, mortificação e zelo pela salvação das almas.

Via de Santificação

A beatificação de São Vicente de Paulo ocorreu no dia 21 de agosto de 1729 pelo Papa Bento XIII. A celebração de canonização foi realizada em 16 de junho de 1737, pelo Papa Clemente XII, na Basílica do Vaticano. Em 1885, o Papa Leão XIII o proclamou padroeiro de todas as Associações católicas de caridade.

Minha oração

“Vós, que fostes admiravelmente dedicado aos pobres, ensinai-nos a sermos atentos para com essas realidades. Os nossos irmãos mais fragilizados, dê a eles a graça da salvação e do encontro com Cristo. Dai força aos grupos vicentinos que dão continuidade a vossa obra. Amém!”

São Vicente de Paulo, rogai por nós!

Rede CLAMOR Brasil celebra Dia Mundial do Migrante e Refugiado com missa e oferece roteiro de oração

No próximo dia 29 de setembro, a Rede CLAMOR Brasil se une à celebração do 110º Dia Mundial do Migrante e Refugiado, promovendo uma iniciativa especial para apoiar aqueles que enfrentam as dificuldades da migração. Com o tema escolhido pelo Papa Francisco: “Deus caminha com o seu povo”, a Rede CLAMOR convoca a todos a participar de uma missa que será presidida pelo padre jesuíta, Jerfferson Amorim, no Centro Cultural de Brasília (CCB), às 11h.

Além disso, a Rede lança um roteiro de oração e um comentário à carta papal, reforçando a importância da acolhida e da solidariedade em tempos de crise.  A carta do Papa Francisco destaca a urgência de criar um ambiente seguro e acolhedor para migrantes e refugiados, que muitas vezes são vítimas de situações de vulnerabilidade e exploração, como o tráfico humano.

A Rede CLAMOR Brasil, comprometida em colaborar com essas populações, enfatiza que a oração e a conscientização são fundamentais para promover a dignidade humana e o respeito aos direitos dos migrantes. O roteiro de oração, disponível em plataformas digitais das Instituições que fazem parte da Rede, ou ainda ao final do texto, convida comunidades e indivíduos a refletirem sobre o tema e a se unirem em apoio à causa. 

Além do aspecto espiritual, a Rede CLAMOR Brasil atua diretamente no enfrentamento do tráfico humano, promovendo ações de sensibilização e assistência às vítimas. A iniciativa deste ano busca não apenas celebrar, mas também mobilizar a sociedade civil a se engajar em práticas de acolhida e proteção, contribuindo para a construção de um futuro mais justo e inclusivo. Com a união de esforços, a Rede CLAMOR espera inspirar uma mudança significativa na forma como os migrantes e refugiados são tratados, reafirmando que cada vida conta e merece ser respeitada. 

Clique (aqui) e acesse o roteiro celebrativo.
Clique (aqui) e acesse a carta da Rede Clamor.

 
Por Alan Matheus Gloss / Secretário da Rede CLAMOR Brasil 

Acabar com a exploração sexual e o tráfico de mulheres e crianças depende de todos nós

A exploração sexual e o tráfico de mulheres e crianças são um crime cada vez mais presente na sociedade, que demanda o compromisso de todos e todas em vista de seu enfrentamento e erradicação. Na última segunda-feira, 23 de setembro, foi comemorado o Dia Mundial contra a exploração sexual e o tráfico de mulheres e crianças, mais uma oportunidade para conscientizar e sensibilizar os governos, a sociedade e as empresas sobre o tráfico de pessoas.

O tráfico de mulheres e crianças é uma grave violação dos direitos humanos, e não podemos ficar em silêncio diante dessa realidade, denunciar a exploração sexual e o tráfico de pessoas em todas as suas formas se torna uma exigência, que ninguém pode renunciar a ela, pois estamos diante de uma história antiga, que manifesta a desigualdade, discriminação e violência.

Violar a dignidade das pessoas é algo que não é aceitável, tratar os outros como mercadoria que pode ser comprada e vendida pelo maior lance, sempre que necessário, é uma realidade que não pode continuar mais em nossa sociedade. Não podemos esquecer que as principais vítimas são as mulheres e meninas. É por isso que desde 1999, todo 23 de setembro é lembrado esse crime e a necessidade de combatê-lo.

Estamos falando de um crime altamente lucrativo, que reporta altos benefícios, gerando 32 bilhões de dólares por ano em todo o mundo. Lucro gerado em consequência dos cerca de 2,5 milhões de pessoas que são traficadas em todo o mundo. Entre as vítimas, 65% são mulheres e meninas, e 92% das vítimas de tráfico são traficadas para fins de exploração sexual.

A exploração sexual de crianças e adolescentes ocorre principalmente no ambiente familiar, por pessoas próximas e de confiança das crianças e da família. Nos últimos anos, as redes sociais são ferramentas poderosas tanto para a exploração quanto para a conscientização. Os traficantes estão usando cada vez mais a tecnologia para traçar o perfil de suas vítimas, recrutar, controlar e explorá-las, especialmente depois da pandemia da COVID-19.

Nesse combate, é fundamental educar as crianças e as adolescentes sobre o uso seguro da internet, mostrando a necessidade de denunciar comportamentos suspeitos. Igualmente, o mundo virtual se tornou um instrumento de conscientização, que permite atingir um público mais amplo. Se faz necessário ações preventivas e de combate em busca da erradicação.

Cada um, cada uma de nós, temos que tomarmos consciência da necessidade de nos envolvermos no combate. Também depende de nós que esse crime possa ser superado e que a sociedade atual possa ser um mundo melhor para todos e todas, especialmente para os mais vulneráveis. Estar do lado das vítimas sempre é uma exigência para todos nós, nada justifica nenhum tipo de exploração e tráfico, e para isso as vítimas esperam nosso compromisso.

Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1 – Editorial Rádio Rio Mar

São Cosme e São Damião, os irmãos gêmeos médicos

Origens 

São Cosme e São Damião, nascidos na Arábia, se dedicaram ao cuidado dos enfermos, o que foi a alavanca principal da vida dos dois irmãos, que viveram no século III, no tempo da perseguição contra os cristãos. Eles cuidavam dos doentes, sem aceitar remuneração. Por isso, receberam o apelido de “anárgiros”, palavra grega que significa “sem prata”. A sua fama de homens corajosos e distintos benfeitores espalhou-se, rapidamente, por toda a região.

Cuidadores de Almas 

A atividade desses santos gêmeos não se limitou apenas aos cuidados do corpo enfermo. Na sua prática profissional, visavam também o bem das almas, com o exemplo e a palavra. De fato, converteram muitos pagãos ao cristianismo.

É famoso o episódio da cura de uma mulher hemorroíssa, chamada Paládia, que, por gratidão, deu três ovos aos dois irmãos. Porém, por não aceitarem, ela implorou a Damião que os aceitasse, em nome de Cristo, aquela pequena oferta. Para não ofender a mulher, Damião aceitou os ovos. Este seu gesto provocou a reação de Cosme, que pediu, publicamente, após a sua morte, para não ser enterrado com seu irmão.

Isso despertou a ira do imperador Diocleciano, implacável perseguidor do povo cristão. Na Ásia Menor, o governador deu ordens imediatas para que os dois médicos cristãos fossem presos, acusados de feitiçaria e de usarem meios diabólicos em suas curas.

Páscoa

O suplício dos dois irmãos é narrado pela Lenda Áurea, segundo a qual foram primeiro jogados no fogo, de onde saíram ilesos. Depois, foram condenados à lapidação, mas as pedras voltavam contra os atiradores. E, ainda, as flechas lançadas pelos arqueiros feriram seus algozes. Por fim, foram decapitados. O ano não pode ser confirmado, mas com certeza foi no século IV.

Igreja 

Quando o imperador Justiniano, por volta do ano 530, ficou gravemente enfermo, deu ordens para que se construísse, em Constantinopla, uma grandiosa igreja em honra dos seus protetores, São Cosme e São Damião. Mas a fama dos dois correu rápida no Ocidente também, a partir de Roma, com a basílica dedicada a eles, construída, a pedido do Papa Félix IV, entre 526 e 530. Tal solenidade ocorreu no dia 26 de setembro; assim, passaram a ser festejados nesta data.

Protetores e Padroeiros 

São Cosme e São Damião são padroeiros dos médicos, dos cirurgiões, farmacêuticos, parteiras e das faculdades de medicina.

Minha oração

“Reconhecidos como grandes médicos, curai as doenças da nossa alma, assim como as mazelas do nosso corpo. Pedimos aos irmãos a graça da fraternidade familiar, da paz e amizade entre os irmãos. Amém!”

São Cosme e São Damião, rogai por nós!

Portas Santas serão abertas apenas em Basílicas Papais de Roma

Dicastério da Evangelização publica nota respondendo às dúvidas sobre abertura de Portas Santas nas catedrais e santuários

Foto: Reprodução Vatican Media

O Dicastério para a Evangelização, responsável pela organização do Jubileu Ordinário 2025, reiterou que as Portas Santas serão abertas apenas nas quatro Basílicas Papais de Roma: São Pedro no Vaticano, São João de Latrão, Santa Maria Maior e São Paulo Fora dos Muros. Conforme especificado pelo Papa Francisco na Bula de Proclamação Spes non confundit.

A única exceção, por vontade pessoal do Santo Padre, será uma Porta Santa numa prisão, que será por ele mesmo aberta, “para oferecer aos presos um sinal concreto de proximidade”. Ainda não foi divulgada informações sobre data e presídio escolhido.

Na nota divulgada pela Sala de Imprensa da Santa Sé, o dicastério explica que “foi levantada a questão de se poder prever a abertura de uma Porta Santa nas Igrejas Catedrais, nos Santuários internacionais e nacionais, bem como noutros lugares de culto particularmente significativos”.

“A este propósito, embora na mais sensível consideração das motivações pastorais e devocionais que possam ter sugerido tão louvável aspiração, julga-se todavia necessário recordar as precisas indicações estabelecidas pelo Santo Padre na Bula Spes non confundit, de Proclamação do Jubileu 2025″, enfatiza a nota.

Além disso, o dicastério quis recordar que “o sinal peculiar e identificador do Ano Jubilar, tal como foi transmitido desde o primeiro Jubileu no ano 1300, é a indulgência que ‘pretende exprimir a plenitude do perdão de Deus que não conhece fronteiras’ através do Sacramento da Penitência e dos sinais da caridade e da esperança”.

Por isso, “para viver plenamente este momento de graça, recomenda-se a consideração dos lugares particulares e das diversas modalidades indicadas pelo Decreto da Penitenciária Apostólica de 13 de maio de 2024“.

Tema para o próximo Dia Mundial das Comunicações Sociais buscará “purificar a comunicação da agressão”

O tema escolhido para 2025, inspirado em 1 Pd 3,15-16, chama a atenção para o fato de que hoje a comunicação é muitas vezes violenta, visando atacar e não estabelecer as condições para o diálogo. É, então, necessário desarmar a comunicação, purificá-la da agressão.
Vatican News

“Partilhai com mansidão a esperança que está nos vossos corações” (cf. 1 Pd 3, 15-16) é o tema do próximo Dia Mundial das Comunicações Socia, como divulgado nesta terça-feira, 24 de setembro, pela Sala de Imprensa da Santa Sé.

Tema que chama a atenção para o fato de que hoje a comunicação é muitas vezes violenta, visando atacar e não estabelecer as condições para o diálogo. É, então, necessário desarmar a comunicação, purificá-la da agressão.

Dos talk shows televisivos às guerras verbais nas redes sociais, o paradigma que corre o risco de prevalecer é o da competição, da oposição e do desejo de dominar.

“Para nós, cristãos – chama a atenção o comunicado – a esperança é uma pessoa e é Cristo. E está sempre ligada a um projeto comunitário; quando falamos de esperança cristã não podemos ignorar uma comunidade que vive a mensagem de Jesus de forma credível, ao ponto de dar um vislumbre da esperança que ela traz consigo, e é capaz de comunicar ainda hoje a esperança de Cristo com as obras e as palavras.”

Mensagem do Papa para a 39ª Jornada Mundial da Juventude: percorrer o caminho com alegria e esperança

A Santa Sé divulgou a Mensagem do Papa Francisco para a 39ª Jornada Mundial da Juventude, a ser celebrada no dia 24 de novembro, em âmbito diocesano. Assim como no ano passado, o texto está relacionado ao Jubileu 2025, com a motivação a percorrer o caminho da esperança.

O tema escolhido pelo Papa é “Aqueles que esperam no Senhor, caminham sem se cansar” (cf. Is 40,31), expressão retirada do chamado Livro da Consolação (Is 40-55), que anuncia o fim do exílio de Israel na Babilônia e o início de uma nova fase de esperança e de renascimento para o povo de Deus, que pôde regressar à sua pátria graças a um novo “caminho” que, na história, o Senhor abriu aos seus filhos (cf. Is 40, 3).

No contexto atual, Francisco recorda as situações dramáticas que geram desespero e impedem olhar para o futuro com espírito sereno: a tragédia da guerra, as injustiças sociais, as desigualdades, a fome, a exploração do ser humano e da criação. E os jovens, muitas vezes, pagam o preço mais alto dessas situações ao sentirem a incerteza do futuro e não vislumbrarem perspectivas seguras para seus sonhos, “correndo assim o risco de viver sem esperança, prisioneiros do tédio e da melancolia, por vezes arrastados para a ilusão da transgressão e das realidades destrutivas”.

Na peregrinação da vida, podem se apresentar o cansaço, a ansiedade, a tristeza e o tédio. O Papa ressalta a esperança como força que “vence todo o cansaço, toda a crise e toda a ansiedade, dando-nos uma forte motivação para avançar, porque é um dom que recebemos do próprio Deus: Ele enche o nosso tempo de sentido, ilumina-nos o caminho, indica-nos a direção e a meta da vida”.

“A esperança é precisamente uma força nova, que Deus infunde em nós, que nos permite perseverar na corrida, que nos dá uma ‘visão de longo alcance’, que ultrapassa as dificuldades do presente e nos orienta para uma meta concreta: a comunhão com Deus e a plenitude da vida eterna. Se há uma bela meta, se a vida não se dirige para o vazio, se nada daquilo que sonho, projeto e realizo se perde, então vale a pena caminhar e suar, suportar os obstáculos e enfrentar o cansaço, porque a recompensa final é maravilhosa!”, disse o Papa.

O Papa compara os desafios da pegrinação da vida com os momentos de crise enfrentados. Esses momentos, ressalta, “não são tempos perdidos ou inúteis, mas podem revelar-se importantes oportunidades de crescimento. São tempos de purificação da esperança!”.

E, durante as crises, as esperanças falsas são desfeitas e cada um pode perguntar-se em que esperanças a vida está baseada, se são verdadeiras ou são ilusões.

“Nestes momentos, o Senhor não nos abandona; aproxima-se com a sua paternidade e dá-nos sempre o pão que revigora as nossas forças e nos põe de novo a caminho”, disse o Papa, convidando a redescobrir “o grande dom da Eucaristia”.

Outro convite do Papa é descansar como Jesus e em Jesus “nos inevitáveis momentos de cansaço da nossa peregrinação neste mundo”.

“Quando o cansaço do caminho vos pesar, voltai para Jesus, aprendei a descansar n’Ele e a permanecer n’Ele, pois “aqueles que esperam no Senhor […] caminham sem se cansar” (Is 40,31)”.

De turistas a peregrinos

No caminho, os jovens são convidados ainda a descobrir a vida, nas pegadas do amor, em busca do rosto de Deus. E a recomendação é não partir como meros turistas, mas como peregrinos.

“Que a vossa caminhada não seja apenas uma passagem pelos lugares da vida de forma superficial, sem captar a beleza do que encontrais, sem descobrir o sentido dos caminhos percorridos, captando só breves momentos, experiências fugazes registradas numa selfie. O turista faz isso. O peregrino, pelo contrário, mergulha de alma e coração nos lugares que encontra, fá-los falar, torna-os parte da sua busca de felicidade. A peregrinação jubilar quer, portanto, tornar-se o sinal do caminho interior que todos somos chamados a fazer para chegar ao destino final”.

Peregrinar no Ano Jubilar

No contexto do Jubileu da Esperança, o Papa Francisco diz que espera que seja possível a muitos jovens ir até Roma em peregrinação para atravessar as Portas Santas, sendo “um momento de encontro vivo e pessoal com o Senhor Jesus, ‘porta’ de salvação”. Essa proposta tem a orientação de ser vivida com três atitudes fundamentais: a ação de graças, a procura e o arrependimento.

“Neste próximo Ano Santo da Esperança, convido-vos a todos a experimentar o abraço do Deus misericordioso, a experimentar o seu perdão, a remissão de todas as nossas ‘dívidas interiores’, como era tradição nos jubileus bíblicos. E assim, acolhidos por Deus e renascidos n’Ele, também vós vos tornais braços abertos para tantos dos vossos amigos e colegas que precisam de sentir, através do vosso acolhimento, o amor de Deus Pai”, motiva Francisco nos trechos finais de sua mensagem.

São Firmino de Amiens, o bispo espanhol decapitado

Origens

São Firmino de Amiens era originário de uma família nobre de Pamplona na Espanha. Seus pais Fermo e Eugenia eram pagãos, mas, depois, se converteram na época do episcopado de seu filho. Firmino, que era o filho mais velho, foi confiado aos cuidados do padre Onesto, que o batizou e o instruiu na fé cristã.

O primeiro bispo 

Mais tarde, foi ordenado sacerdote pelo bispo de Toulouse Onorato e, depois de alguns anos, bispo. São Firmino permaneceu em sua cidade natal de Pamplona, onde uma tradição local o considera o primeiro bispo da cidade. Depois, passou a evangelizar algumas regiões da França como Aquitânia, Auvergne, Anjou e outras no nordeste. Apesar da oposição dos sacerdotes pagãos, os resultados de seu trabalho foram sensacionais. 

Desafios apostólicos

Os “Atos” dizem que ele também foi preso por ordem do governador romano Valério, açoitado e, depois, libertado. Em seus itinerários, acabou parando em Amiens (a antiga Samobriva Ambianorum) onde foi bispo com grande sucesso por muitos anos. Sabe-se que ele converteu muitos nobres incluindo o senador Faustiniano, de cujos descendentes o outro bispo confessor  São Firmino de Amiens (celebrado em outra data). 

Páscoa

Pelos diligentes magistrados Longulo e Sebastiano, foi novamente preso no início do século IV e convidado a abjurar, mas São Firmino de Amiens recusou, mantendo-se firme em sua fé. Então, os magistrados, para evitar uma reação popular, mandaram decapitá-lo na prisão em 25 de setembro de um ano não especificado entre 290 e 303.

Suas relíquias

No século VII, não se sabia onde estava o túmulo do santo bispo e mártir, mas, por uma visão milagrosa, o bispo de Amiens São Salvio o encontrou. Suas relíquias estão espalhadas em várias igrejas da França, pois o culto a São Firmino de Amiens teve uma ampla difusão, tanto na França como na Espanha. Em Pamplona, em particular, é muito solene, documentado pela primeira vez em 1186, quando o bispo da cidade Pedro II recebeu algumas relíquias de São Firmino Amiens. Em 1217, na catedral havia um altar dedicado a ele e a festa foi celebrada com uma oitava.  

Devoção atual

Atualmente, na cidade de origem, existem duas capelas dedicadas a ele, uma na catedral e outra na igreja de São Lorenzo, construídas segundo a tradição no local da casa natal de São Firmino de Amiens. A festa em Pamplona ficou muito conhecida no mundo, pela corrida de touros, o famoso “encierro”, que acontece nas ruas da cidade por cerca de 850 metros, com touros livres correndo junto com homens bastante ousados, com a participação de uma grande multidão e numerosos turistas, e terminando na arena. Em Amiens, na França, o nome de São Firmino foi incluído nas ladainhas medievais dos santos, e, na antiguidade, havia cinco celebrações em sua homenagem durante o ano, incluindo 25 de setembro, dia do martírio e data em que ele é inserido no ‘Martyrologium Romanum’. 

Padroeiro e representações artísticas 

Na Idade Média foi invocado como protetor dos tanoeiros, mercadores de vinho, padeiros e contra as doenças. Na arte figurativa, as obras confundem-se em Amiens, precisamente pelos dois bispos homónimos da mesma diocese, mas os de Firmino bispo e mártir são mais facilmente identificáveis, ​​devido ao seu martírio, que o tornou mais famoso; de fato, tendo sido decapitado, em algumas obras ele é retratado com a cabeça na mão ou olhando para a cabeça decepada no chão. Os ‘Atos’ que falam dele datam do século V ou VI, tendo motivos de decorações escultóricas na própria catedral de Amiens.

Minha oração

“Pelo teu sangue, fizeste frutificar a fé do povo, intercedei por aqueles que lhe rogam e pelo povo no qual viveu o seu bispado. Que teu exemplo seja fortaleza e consolo para os europeus, assim como para nós. Amém!”

São Firmino, rogai por nós!

Outros santos e beatos celebrados em 25 de setembro

Divulgado o tema do próximo Dia Mundial das Comunicações Sociais

O tema escolhido para 2025, inspirado em 1 Pd 3,15-16, chama a atenção para o fato de que hoje a comunicação é muitas vezes violenta, visando atacar e não estabelecer as condições para o diálogo. É, então, necessário desarmar a comunicação, purificá-la da agressão.

Vatican News

“Partilhai com mansidão a esperança que está nos vossos corações” (cf. 1 Pd 3, 15-16) é o tema do próximo Dia Mundial das Comunicações Socia, como divulgado nesta terça-feira, 24 de setembro, pela Sala de Imprensa da Santa Sé.

Tema que chama a atenção para o fato de que hoje a comunicação é muitas vezes violenta, visando atacar e não estabelecer as condições para o diálogo. É, então, necessário desarmar a comunicação, purificá-la da agressão.

Dos talk shows televisivos às guerras verbais nas redes sociais, o paradigma que corre o risco de prevalecer é o da competição, da oposição e do desejo de dominar.

“Para nós, cristãos – chama a atenção o comunicado – a esperança é uma pessoa e é Cristo. E está sempre ligada a um projeto comunitário; quando falamos de esperança cristã não podemos ignorar uma comunidade que vive a mensagem de Jesus de forma credível, ao ponto de dar um vislumbre da esperança que ela traz consigo, e é capaz de comunicar ainda hoje a esperança de Cristo com as obras e as palavras.”