Leão XIV toma posse da cátedra do Bispo de Roma: “Ofereço o pouco que tenho e que sou”

Na Basílica de São João de Latrão, Leão XIV manifestou seu carinho por sua nova família diocesana, com o desejo de partilhar com ela alegrias e dores, cansaços e esperanças. “Também eu lhes ofereço o pouco que tenho e que sou”, afirmou, citando as palavras do Beato João Paulo I na mesma ocasião em 1978.

Na tarde deste domingo, 25 de maio, Leão XIV realizou um dos gestos mais característicos no início de pontificado de um Papa: a tomada de posse da Cátedra do Bispo de Roma na Basílica de São João de Latrão.

Logo no início da celebração eucarística, o vigário do Papa para a Diocese de Roma, card. Baldassare Reina, expressou a alegria da Igreja por este momento. O Santo Padre então sentou-se na cátedra e uma representação da Igreja romana prestou a ele obediência.

A “cátedra” é a sede fixa do bispo, na igreja mãe de uma diocese, daí o nome “catedral”. A palavra significa “cadeira”, símbolo da autoridade e doutrina evangélica que o bispo, como sucessor dos Apóstolos, é chamado a preservar e transmitir à comunidade cristã.

Roma é considerada sede da cátedra de Pedro porque foi nesta cidade que ele concluiu a sua vida terrena com o martírio. Mais que um trono, representa o serviço e a unidade da Igreja sob a condução do Sucessor de Pedro, o Papa. E foi exatamente este o aspecto ressaltado por Leão XIV no início da sua homilia:

“A Igreja de Roma é herdeira de uma grande história, enraizada no testemunho de Pedro, de Paulo e de inúmeros mártires, e tem uma única missão, muito bem expressa pelo que está escrito na fachada desta Catedral: ser Mater omnium Ecclesiarum, Mãe de todas as Igrejas.”

Na sequência, a referência foi o Papa Francisco, que com frequência convidava a meditar sobre a dimensão materna da Igreja e sobre as características que lhe são próprias: a ternura, a disponibilidade ao sacrifício e a capacidade de escuta que permite não só socorrer, mas muitas vezes prover às necessidades e às expectativas, antes mesmo que sejam manifestadas.

“Estes são traços que desejamos que cresçam em todo o povo de Deus, e também aqui, na nossa grande família diocesana: nos fiéis e nos pastores, a começar por mim”, expressou Leão XIV.

O Santo Padre se inspirou nas leituras da missa para afirmar que todo desafio no anúncio do Evangelho deve ser enfrentado com escuta da voz de Deus e diálogo; que a comunhão se constrói primeiramente “de joelhos”, na oração e num compromisso contínuo de conversão. Não estamos sós nas escolhas da vida, o Espírito nos sustenta e nos indica o caminho a seguir, até nos tornarmos “carta de Cristo” uns para os outros.

“E é exatamente assim: somos tanto mais capazes de anunciar o Evangelho quanto mais nos deixamos conquistar e transformar por ele, permitindo que a força do Espírito nos purifique no íntimo, torne simples as nossas palavras, honestos e transparentes os nossos desejos, generosas as nossas ações.”

Leão XIV manifestou apreço pelo exigente caminho que a Diocese de Roma está percorrendo nestes anos para acolher os seus desafios, dedicando-se sem reservas a projetos corajosos e assumindo riscos, mesmo perante cenários novos e desafiadores. Neste Jubileu, tem se esforçado para receber os peregrinos como “um lar de fé”.

“Quanto a mim, expresso o desejo e o compromisso de entrar neste vasto canteiro, colocando-me, na medida do possível, à escuta de todos, para aprender, compreender e decidir juntos: «para vós sou Bispo, convosco sou cristão», como dizia Santo Agostinho. Peço que me ajudem a fazê-lo num esforço comum de oração e caridade.”

Ao concluir, Leão XIV manifestou seu carinho por sua nova família diocesana, com o desejo de partilhar com ela alegrias e dores, cansaços e esperanças. “Também eu lhes ofereço ‘o pouco que tenho e que sou'”, afirmou, citando as palavras do Beato João Paulo I na mesma ocasião em 1978. E confiou todos à intercessão dos Santos Pedro e Paulo e “de tantos outros irmãos e irmãs, cuja santidade iluminou a história desta Igreja e as ruas desta cidade. Que a Virgem Maria nos acompanhe e interceda por nós”.

Fonte: Bianca Fraccalvieri – Vatican News

 

 

Diocese de Roraima realiza o V Encontro de Secretárias (os) das Áreas Missionárias e Paróquias

Entre os dias 21 e 23 de maio, a Prelazia acolheu o V Encontro das Áreas Missionárias e Paróquias para a formação das secretárias e secretários, com o objetivo aprimorar os conhecimentos nos diversos setores — financeiro, contábil, comunicação, entre outros. Foi um tempo precioso de aprendizado, partilha e comunhão fraterna.

Estiveram presentes no encontro:

•             Ir. Raquel Neres dos Santos (Religiosa) – Área Missionária de Bonfim

•             Diácono Djavan André Macuxi e Ir. Antônia Storti  – Área Missionária Santa Rosa de Lima

•             Ir. Eunice Grespan (Religiosa) e Maria Antônia Pereira de Oliveira (Voluntária) – Área Missionária Sagrado Coração de Jesus

•             Débora Marques Lemos (Secretária) – Área Missionária São João Batista

•             Ir. Edwiges Batista Ferreira (Religiosa) – Área Missionária de Rorainópolis – Nova Colina

•             Márcia Orsiel (Secretária) – Paróquia Santos Arcanjos

•             Pe. Pepe – Missão Serra da Lua

O encontro reafirmou a importância da formação contínua e contribuí para o fortalecimento da evangelização com responsabilidade e organização. Seguimos unidos na missão, fortalecendo os vínculos que sustentam nossa caminhada evangelizadora.

DIOCESE DE RORAIMA PROMOVE O 2º CURSO DE COMUNICAÇÃO

A Diocese de Roraima se prepara para realizar o 2º Curso de Comunicação, que acontecerá nos dias 05 e 06 de julho de 2025, no Centro de Formação Prelazia.

Com o tema “A missão do agente da comunicação”, o curso será conduzido pelo Prof. Dr. Ricardo Alvarenga, com vasta experiência na área e na formação de agentes pastorais.

A formação é voltada para agentes da PASCOM, comunicadores, religiosos(as), organizações sociais e estudantes de comunicação, o curso busca fortalecer a atuação dos envolvidos na missão evangelizadora por meio da comunicação.

O investimento é de R$ 100,00, com almoço e lanche incluídos, e as inscrições já estão abertas por meio do formulário online:

https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLScLtv3pla1p-OutWEYuRpQFGm_w9hKD3MahrOMCxBm_KxLzWQ/viewform

Ao final do encontro, os participantes receberão certificação.

Mais informações podem ser obtidas pelo WhatsApp: (95) 99116-1603.

 

A Igreja tem três novos veneráveis, dois missionários no Equador e um bispo indiano

                          Os veneráveis dom Mateus Makil, dom Alessandro Labaka Ugarte, e irmã Agnese Arango Velásquez 

Na manhã deste 22 de maio, ao receber o cardeal Semeraro, Leão XIV autorizou os Decretos referentes a um bispo espanhol e uma religiosa colombiana mortos em 1987 por indígenas equatorianos e a um prelado fundador das Irmãs da Visitação da Bem-Aventurada Virgem Maria, falecido em 1914.

O Papa Leão XIV aprovou nesta quinta-feira, 22 de maio, durante a audiência concedida ao prefeito do Dicastério das Causas dos Santos, cardeal Marcello Semeraro, os decretos referentes a três novos veneráveis. Trata-se de uma religiosa e dois bispos. Uma mulher e dois homens de paz. Uma paz que exigiu para dois deles a oferta de suas vidas, uma morte violenta encontrada na floresta equatoriana enquanto tentavam, com grande coragem, defender os direitos dos povos indígenas.

Bispo com alma de missionário

Alessandro Labaka Ugarte, nascido em 1920, espanhol de Beizama, tinha a ideia de se tornar missionário. Assim, quando foi ordenado sacerdote em 1945, os superiores da Ordem dos Capuchinhos, na qual se consagrou, em 1937, com o nome de Irmão Manuel, o enviaram primeiro para a China e depois, uma vez expulso com outros missionários pelo regime maoísta, partiu para o Equador, onde foi pároco e desempenhou outros serviços, incluindo o de prefeito apostólico, envolvido na evangelização do povo indígena Huaorani. Em 1984, o Irmão Manuel foi consagrado bispo e continuou sendo missionário entre os indígenas, entrando também em contato com a etnia Tagaeri. Foi um período de grande tensão. As empresas petrolíferas agiam como predadoras, desmatando áreas de floresta em busca de bacias de ouro negro, e para dom Ugarte, estimado por suas capacidades de negociação e conciliação, salvar os direitos dos Tagaeri era uma prioridade. Aqui sua história se entrelaça com a da Irmã Agnese.

Uma religiosa entre os indígenas

Agnese Arango Velásquez tinha 40 anos quando, em 1977, participou da primeira expedição missionária das Irmãs Terciárias Capuchinhas da Sagrada Família, em Aguarico, Equador. De origem colombiana, nasceu em Medellín em 1937 e, em 1955, ingressou em sua congregação, onde completou sua formação. Após a profissão perpétua, dedicou-se, nos primeiros anos, ao ensino; uma vez em solo equatoriano, transitou entre diversas comunidades, também como superiora, dedicando-se à evangelização do povo indígena Huaorani, sob a orientação do Irmão Manuel. Irmã Agnese também tomou conhecimento da situação crítica dos indígenas Tagaeri, que acabaram na mira das empresas petrolíferas e madeireiras.

Mortos para defender os últimos

Irmão Manuel, em sua função de bispo, decidiu, portanto, que, para evitar um confronto sangrento com os trabalhadores mercenários das empresas, era necessário ir pessoalmente falar com os indígenas. Irmã Agnese se uniu a ele e os dois, apesar de saberem do risco de entrar em contato com uma tribo hostil aos estrangeiros, na manhã de 21 de julho de 1987, foram transportados de helicóptero para um local combinado. No dia seguinte, outro helicóptero retornou para buscá-los, mas durante o segundo sobrevoo da área, os corpos sem vida de ambos, crivados de lanças e flechas, foram avistados e recuperados. Para os dois, como apurou a investigação diocesana, foi uma oferta consciente da vida em nome da fidelidade à sua missão, também testemunhada pela carta que Irmã Agnese escreveu na noite anterior à partida contendo algumas instruções, quase como um testamento. Sua morte teve grande repercussão, desenvolvendo até hoje uma consistente fama de santidade acompanhada de alguns sinais.

Bispo e pacificador

Mais antiga e menos dramática, mas não menos intensa, é a história do novo venerável indiano Mateus Makil, bispo e fundador das Irmãs da Visitação da Bem-Aventurada Virgem Maria. Nascido em 1851, em Manjoor, numa rica família cristã, tornou-se sacerdote em 1865. Adquiriu experiência na paróquia até 1889, quando foi nomeado vigário-geral de Kottayam e, três anos depois, fundou a congregação religiosa cuja principal missão é a educação de meninas. Sua ação pastoral foi dinâmica e o levou, em 1896, ao cargo de vigário apostólico de Changanacherry. Promoveu a formação catequética, a educação escolar, o nascimento de organizações e associações religiosas, lutou contra a pobreza que afetava grande parte da sociedade da época e também incentivou a vida consagrada.

Ele não se deixou desanimar pelas disputas locais que eclodiram, mesmo violentamente, entre os chamados “nortistas” (que se consideravam descendentes da comunidade fundada pelo Apóstolo São Tomé) e os “sulistas” (que, em vez disso, se consideravam sucessores dos emigrantes da Mesopotâmia). Dom Makil tinha um lema episcopal que inspirava seus passos e atitudes: “Deus é minha esperança”. Com seu jeito sereno e conciliador, dedicou-se à paz entre as duas comunidades rivais, o que resultou, em 1911, no projeto apresentado à Santa Sé para dividir o Vicariato de Changanacherry em dois vicariatos específicos, um para os “sulistas” e outro para os “nortistas”. Pio X aceitou essa proposta e estabeleceu o Vicariato de Kottayam para os “sulistas”, confiando-o aos cuidados de seu próprio criador. Para dom Makil, esse foi o compromisso ao qual ele se dedicou até sua morte, em janeiro de 1914, após um breve período de doença.

Fonte: Alessandro De Carolis – Vatican News

Assembleia eletiva da Cáritas Diocesana de Roraima inicia nesta sexta-feira, 23

Nos dias 23 e 24 de maio, na Casa da Caridade acontece a Assembleia Eletiva da Cáritas Diocesana, esse encontro reforça o compromisso da entidade com a ação social e a esperança. O evento contará com a presença de especialistas em direitos humanos e representantes da sociedade civil, promovendo reflexões sobre os desafios atuais sob a perspectiva da Igreja.

Na sexta-feira (23), a assembleia tem início às 18h, com credenciamento presencial ou através do link, a programação tem como destaque uma análise conjuntural sobre a realidade social, conduzida por especialistas, seguida de apresentações culturais à noite. No sábado (24), a assembleia tem início às 7h30, o foco será a caridade e a esperança, com momentos de partilha entre as Cáritas Paroquiais da diocese, que trocarão experiências e fortalecerão a rede de solidariedade. A Assembleia da Cáritas encerra às 16h, com a Santa Missa.

Entre os convidados estão Daniel Seidel, secretário-executivo da Comissão Justiça e Paz Nacional, e Márcia Miranda, articuladora regional da Cáritas, que trarão insights sobre justiça social e ações transformadoras.

A coordenadora da Pastoral dos Migrantes, Irmã Terezinha Santin, partilha sobre a missão da instituição:

“A Cáritas Diocesana é um espaço, uma instituição que, como disse o Papa Francisco e também os documentos sociais da Igreja, é o braço social da Igreja, atendendo às diferentes necessidades das pessoas. Mas, acima disso, ela é o elo de unidade e solidariedade, que faz acontecer nos espaços mais remotos, nos recônditos mais longínquos, onde poucas pessoas conseguem chegar.”

A Orilene Marques, atual coordenadora, compartilhou sua experiência à frente da Cáritas durantes esses dois anos:

“Estar na coordenação da Cáritas durante esse período foi uma das missões mais lindas que já vivi em nosso território. Tenho um coração cheio de gratidão por tudo o que vivenciei num espaço profundamente enriquecedor, tanto no aspecto pessoal quanto coletivo. Foi um tempo de aprendizado, escuta e serviço, onde acompanhei de perto a luta e a resistência das pessoas que a Cáritas atende e acolhe. Assumir esse papel significou também animar a prática da solidariedade, da justiça social e da defesa intransigente dos direitos humanos, mesmo diante de muitos desafios. Foi uma jornada de fé, compromisso e entrega.”

A Orilene Marques, deixa uma mensagem para a futura coordenação “Espero que a nova coordenação siga com o mesmo compromisso ético, político e evangélico que inspira a ação da Cáritas. Que mantenham o olhar atento aos mais empobrecidos, escutem as comunidades com humildade e fortaleçam os laços da rede. Que seja uma coordenação que caminhe com coragem, fraternidade, diálogo e espírito de missão, contribuindo para uma sociedade mais justa, equitativa, solidária e fraterna.”

Faça sua inscrição através do link: 

https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSfNHd2EjMh38u6-b5-cLxX3zP5fXPUJr0GJGzz5u4OkLh1sng/viewform

Fonte: Da redação, Kayla Silva, Rádio Monte Roraima fm – sob supervisão Dennefer Costa

Santa Rita de Cássia, intercessora das famílias e das causas impossíveis

Uma infância cheia de devoção

A pequena periferia de Roccaporena, na Úmbria, foi berço de Margarida Lotti, provavelmente por volta de 1371, chamada com o diminutivo de “Rita”. Seus pais, humildes camponeses e pacificadores, procuraram dar-lhe uma boa educação escolar e religiosa na vizinha cidade de Cássia, onde a instrução era confiada aos Agostinianos. Naquele contexto, amadurece a devoção a Santo Agostinho, São João Batista e São Nicolau de Tolentino, que Rita escolheu como seus protetores.

Mulher e mãe dedicada

Por volta de 1385, a jovem se uniu em matrimônio com Paulo de Ferdinando de Mancino. A sociedade de então era caracterizada por diversas contendas e rivalidades políticas, nas quais seu marido estava envolvido. Mas a jovem esposa, através da sua oração, serenidade e capacidade de apaziguar, herdadas pelos pais, o ajudou a viver, aos poucos, como cristão de modo mais autêntico. Com amor, compreensão e paciência, a união entre Rita e Paulo tornou-se fecunda, embelezada pelo nascimento de dois filhos: Giangiacomo e Paulo Maria. Porém, a espiral de ódio das facções políticas da época acometeram seu lar doméstico.

Assassinato do esposo e perdão

O esposo de Rita, que se encontrava envolvido também por vínculos de parentela, foi assassinado. Para evitar a vingança dos filhos, escondeu a camisa ensanguentada do pai. Em seu coração, Rita perdoou os assassinos do seu marido, mas a família Mancino não se resignou e fazia pressão, a ponto de desatar rancores e hostilidades. Rita continuava a rezar, para que não fosse derramado mais sangue, fazendo da oração a sua arma e consolação. 

Doença dos filhos

Entretanto, as tribulações não faltaram. Uma doença causou a morte de Giangiacomo e de Paulo Maria; seu único conforto foi pensar que, pelo menos, suas almas foram salvas, sem mais correr o risco de serem envolvidos pelo clima de represálias, provocado pelo assassinato do marido. Tendo ficado sozinha, Rita intensificou sua vida de oração, seja pelos seus queridos defuntos, seja pela família de Mancino, para que perdoasse e encontrasse a paz.  

Pedido recusado

Com a idade de 36 anos, Rita pediu para ser admitida na comunidade das monjas agostinianas do Mosteiro de Santa Maria Madalena de Cássia. Porém, seu pedido foi recusado: as religiosas temiam, talvez, que a entrada da viúva de um homem assassinado pudesse comprometer a segurança do Convento. No entanto, as orações de Rita e as intercessões dos seus Santos protetores levaram à pacificação das famílias envolvidas na morte de Paulo de Mancino e, após tantas dificuldades, ela conseguiu entrar para o Mosteiro.

Monja Agostiniana

Narra-se que, durante o Noviciado, para provar a humildade de Rita, a Abadessa pediu-lhe para regar o tronco seco de uma planta, e sua obediência foi premiada por Deus, pois a videira, até hoje, é vigorosa. Com o passar dos anos, Rita distinguiu-se como religiosa humilde, zelosa na oração e nos trabalhos que lhe eram confiados, capaz de fazer frequentes jejuns e penitências. Suas virtudes tornaram-se famosas até fora dos muros do Mosteiro, também por causa das suas obras de caridade, juntamente com algumas coirmãs; além da sua vida de oração, ela visitava os idosos, cuidava dos enfermos e assistia aos pobres.

A Santa das rosas

Cada vez mais imersa na contemplação de Cristo, Rita pediu-lhe para participar da Sua Paixão. Em 1432, absorvida em oração, recebeu a ferida na fronte de um espinho da coroa do Crucifixo. O estigma permaneceu, por quinze anos, até a sua morte. No inverno, que precedeu a sua morte, enferma e obrigada a ficar acamada, Rita pediu a uma prima, que lhe veio visitar em Roccaporena, dois figos e uma rosa do jardim da casa paterna. Era janeiro, período de inverno na Itália, mas a jovem aceitou seu pedido, pensando que Rita estivesse delirando por causa da doença. Ao voltar para casa, ficou maravilhada por ver a rosa e os figos no jardim e, imediatamente, os levou a Rita. Para ela, estes eram sinais da bondade de Deus, que acolheu no Céu seus dois filhos e seu marido.

Veneração de Rita

Santa Rita expirou na noite entre 21 e 22 de maio de 1447. Devido ao grande culto que brotou logo depois da sua morte, o corpo de Rita nunca foi enterrado, mas mantido em uma urna de vidro. Rita conseguiu reflorescer, apesar dos espinhos que a vida lhe reservou, espalhando o bom perfume de Cristo e aquecendo tantos corações no seu gélido inverno. Por este motivo e em recordação do prodígio de Roccaporena, a rosa é, por excelência, o símbolo de Rita.

A minha oração

“Rita, grande intercessora das famílias, a ti pedimos verdadeiras graças de conversão sobre aqueles aos quais amamos. Tuas rosas são sinais de salvação, por isso, te pedidos a paciência e o perdão, a oração e intercessão, ajuda-nos de forma concreta nesta luta. Amém!”

Santa Rita de Cássia , rogai por nós!

Dom Hudson Ribeiro: Maior incidência política das universidades para obter resultados na COP 30

O II Encontro Sinodal de Reitores de Universidades para o Cuidado da Casa Comum que acontece na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), conta com a presença de representantes de universidades de toda América, da Espanha, Portugal e Reino Unido. Entre os participantes está o diretor da Faculdade Católica do Amazonas, dom Hudson Ribeiro.

O melhor somos nós

Na reflexão em torno ao sonho cultural, o bispo auxiliar de Manaus, em vista da COP 30, contava que durante o mestrado na Universidade Católica de Milão, ele teve uma experiência no Benin, que tem como símbolo um pássaro chamado sankofa, que no desenho olha para trás e tem um ovo na boca. Sem saber o que significava, diante dos poucos recursos da comunidade, ele murmurou que lá não tinham nada. Diante disso, uma senhora irritada disse assim para ele: “você não vê, aqui nós temos o melhor e o melhor desse lugar somos nós”.

Um ensinamento que lhe levou a aprender a trabalhar com o que nós temos, o melhor somos nós. Uma realidade que o bispo auxiliar de Manaus disse ter encontrado também na Amazônia, “escutando as comunidades indígenas, escutando as comunidades ribeirinhas, que o elemento chave para facilitar o diálogo, preservar a cultura, seria a memória”. Segundo ele, “a memória está no centro daquilo que a gente professa como fé, como cristãos católicos”. Algo presente na Eucaristia e na Bíblia, dado que “quando o povo perdia a memória, a memória se retomava”. Nesse sentido, “a retomada da memória ela persegue a história da salvação”.

Ir se encontrando

Diante da mudança cultural que leva a olhar para frente, de progredir, isso faz com que “essa mudança epistemológica cultural tem os destroços, porque a gente não olha para trás”, segundo o bispo. Ele relatou o que acontece em Manaus com o encontro das águas do Rio Negro com o Rio Solimões. Rios que vem de longe, mas que ajudam a entender encontros como este, onde “a gente faz parte dos afluentes desses rios que vão se encontrando”. O encontro das águas, onde os dois rios caminham juntos por 14 quilómetros, é visto como expressão de um diálogo tão grande, que os leva a se juntar em um rio, a Amazonas, que se alarga.

Falando da tecnologia social, ele disse que aí, “nós trazemos presente a temática do fazer memória. E fazer memória é o que tem ajudado as nossas comunidades ribeirinhas, os povos indígenas, de fato, a sobreviver e a saber tirar da floresta, de fato, a preservação”. Dom Hudson Ribeiro referiu-se a diversos elementos que ajudam a resgatar a memória, questionando “quanto nós estamos valorizando a memória, ao nos aproximarmos das nossas pesquisas, do nosso ensino, estamos olhando para frente, quanto olhamos para trás, para aprendermos do que não é possível mais fazer, para manter aquilo que já era possível e viável para que a gente continue de fato caminhando lado a lado como dois rios até se encontrar e desaguar no mar ou no oceano, dando sequência à vida.

Necessidade de incidência política nas universidades

Ele também se posicionou sobre o cada vez menor espaço das mulheres. Diante disso, ele reclamou das universidades maior incidência política como caminho para obter resultados na COP 30, porque quem vai debater lá na COP são chefes de Estado. “Então, nós podemos pensar nessas provocações a partir de ocupações de espaços políticos de agenda pública”, ressaltou dom Hudson Ribeiro. Nesse sentido, ele disse que “sem isso, os nossos avanços serão bastante limitados”, mostrando que a Faculdade Católica do Amazonas começou a investir nas escolas de formação.

O bispo auxiliar de Manaus recordou, seguindo o pensamento de Papa Francisco, no Pacto Global pela Educação, a importância de “escutar as crianças, os adolescentes e os jovens, torná-los protagonistas. Não falar sobre, mas eles estarem conosco dizendo o que eles pensam, o que eles querem”. Nessa perspectiva, “essa nova formação de uma geração que possa ser escutada com possibilidade de incidência política, a gente precisa responder nas nossas instituições. Não dá para fazer isso dizendo que isso não é nosso. Isso é nosso. A gente precisa ocupar, voltar a ocupar os espaços que eram e que nós fomos perdendo”.

Fonte:  Luis Miguel Modino – CNBB Regional Norte 1

10 anos da Laudato si´: Impulsar a necessidade de cuidar a Casa Comum

No dia 24 de maio completa 10 anos da encíclica Laudato si´, um documento que impulsou a necessidade de cuidar da Casa Comum. Papa Francisco nos ajudou a ter maior consciência dos clamores da Terra e os clamores dos pobres, a perceber que sem o necessário cuidado, o futuro da humanidade, especialmente dos mais pobres, cada vez é mais complicado.

O texto que agora completa 10 anos tem nos ajudado a entender que a salvação da humanidade e do Planeta exige o compromisso de todos. Nessa perspectiva somos chamados a fomentar a vida em comunidade, superando o individualismo que nos distancia dos outros, mas também nos afasta do mundo, criado por Deus não para ser dominado e sim para ser cuidado.

Para isso se faz necessário entrar no caminho da conversão ecológica, uma proposta que Papa Francisco faz em Laudato si´. A grande questão é se nós queremos entrar nesse caminho de conversão, de mudança de vida que nos aproxime da ecologia integral, que tem em conta o cuidado do ambiente, mas também o cuidado das pessoas.

Um chamado que é para toda a humanidade, mas que cobra uma força maior na Amazônia. Uma região que só aparece citada uma vez na Laudato si´, mas que inspira o texto escrito por Papa Francisco. A vida que flui na Amazônia, nos seus rios, florestas e povos se faz presente na primeira encíclica de Papa Francisco. Ele foi o Papa que voltou os olhos da humanidade para a região amazônica.

O desafio é como dar continuidade a essa dinâmica do cuidado, como nos envolvermos cada vez mais na defesa da Amazônia e dos povos que a habitam. A Laudato si´, 10 anos depois de sua publicação, continua sendo um espelho onde nos olharmos como humanidade, como cristãos, mas também cada um e cada uma de nós, pessoalmente. Assumir a proposta de vida que aparece nas palavras de Papa Francisco é uma demanda que tem plena atualidade hoje.

É tempo de olhar para frente, de continuar sonhando, seguindo a proposta de Papa Francisco na Querida Amazônia, uma exortação que nos ajuda a, reconhecendo os aportes do passado, construir um futuro melhor, sustentado no bem viver. Uma proposta de vida que tem acompanhado os povos originários a construir um modo de vida que enxerga a presença do Criador em todas as criaturas.

Continuemos sonhando com as propostas de Laudato si´, com um modo de vida fundamentado no cuidado do ambiente, no cuidado das pessoas, no cuidado de toda criatura. Continuar sob a guia da Laudato si´ é o melhor modo de continuar o processo iniciado pelo Papa Francisco. Não desistamos no cuidado, pois isso nos faz melhores criaturas e a reconhecer a mão do Criador em tudo e em todos.

Fonte/Créditos: Luis Miguel Modino – CNBB – Regional Norte 1

Leão XIV faz sua primeira nomeação de uma mulher na Cúria

Ir. Tiziana Merletti será secretária do Dicastério para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica, que já é chefiado por uma mulher, a Ir. Simona Brambilla.

Vatican News

O Papa Leão XIV fez a primeira nomeação de uma mulher na Cúria. Trata-se da Ir. Tiziana Merletti, que será secretária do Dicastério para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica.

Este departamento do Vaticano que cuida dos religiosos em todo o mundo foi o primeiro na Cúria a ser chefiado por uma mulher. De fato, Francisco nomeou a Ir. Simona Brambilla em janeiro deste ano, substituindo o cardeal brasileiro João Braz de Aviz.

Assim, com a nomeação deste 22 de maio, o Dicastério tem seja a prefeita, seja a secretária mulheres.

Ir.Tiziana Merletti pertence às Irmãs Franciscanas dos Pobres. Ela nasceu em 30 de setembro de 1959 em Pineto, na região dos Abruços, centro da Itália. Em 1986, emitiu a primeira profissão religiosa no Instituto das Irmãs Franciscana dos Pobres. Formou-se em Direito em 1984 e em 1992 fez o Doutorado em Direito Canônico na Pontifícia Universidade Lateranense em Roma. 

De 2004 a 2013 foi Superiora-Geral do seu Instituto religioso. Atualmente, é Docente na Faculdade de Direito Canônico da Pontifícia Universidade Antonianum em Roma e colabora na qualidade de canonista com a União Internacional das Superioras Gerais.

Fonte: Vatican News

A RUC apela a novos modelos de formação inspirados nas culturas originárias

A Rede de Universidades para o Cuidado da Casa Comum (RUC) está reunida na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) para o II Encontro Sinodal de Reitores de Universidades para o Cuidado da Casa Comum. O encontro busca construir pontes entre o Norte e o Sul com as universidades, segundo Emilce Cuda, secretária da Pontifícia Comissão para a América Latina. Um congresso, promovido pelo Cardeal Prevost, agora Leão XIV, e pelo Cardeal Tolentino, que gere conexão entre os diversos atores, que provoque, por meio dos painéis, um debate entre todos, com a participação de todos, reforçou a teóloga argentina.

O sonho cultural

Seguindo os sonhos do Papa Francisco em Querida Amazônia, o Congresso abordou o sonho cultural em seu segundo dia de trabalhos. Vale lembrar, como Francisco disse aos participantes do primeiro encontro da RUC, realizado no Vaticano em 2023, que “cultura é o que permanece depois que esquecemos o que aprendemos“. É por isso que alertou sobre os universitários de laboratório e a necessidade de formar na linguagem da cabeça, do coração e da mão.

O estado atual da nossa Casa Comum estimula a reflexão e a ação nas universidades em vista do desenvolvimento sustentável, levando ao ensino pelo exemplo e a trabalhar a incidência, como destacou Rafaela Diegoli, do Instituto Tecnológico de Monterrey. Não podemos ignorar as palavras de Francisco, que disse que “profissionais de sucesso não podem ser formados em sociedades fracassadas“. Uma realidade que exige entender como aplicar a tecnologia em cada contexto, conhecê-la para adotá-la e aderir a ela, como disse Alejandro Guevara, da Universidade Ibero do México.

Novas abordagens educacionais

De acordo com María Eugenia García Moreno, da Universidade Mayor de San Andrés, na Bolívia, são necessárias abordagens diferentes das tradicionais na educação. Essas abordagens oferecem formação universitária para aqueles sem educação formal, mas que possuem conhecimento ancestral. O desafio é pensar de forma sustentável para agir de forma sustentável, o que exige uma mudança cultural e uma formação integral, como propõe Ester Sánchez, da Universidade Nacional de Cuyo, na Argentina.

Falar em Biodiversidade e Tecnologia é um dos grandes desafios hoje. O argentino Axel Barceló, da Fundação H. A. Barceló, reconhecendo o papel da tecnologia como uma ferramenta que reduz o trabalho, ele vê a necessidade de a humanidade controlar essa tecnologia. A biodiversidade é uma questão fundamental para a COP 30, afirma Peter Rozic, da Universidade de Oxford, que enfatizou a importância da ecologia integral, que “quer ouvir o chamado da Terra, que estamos matando, o chamado dos pobres, dos defensores do território“. Uma biodiversidade que está ligada ao tema cultural, refletindo sobre a importância de codificar práticas de biodiversidade em diversas línguas indígenas.

Levar em consideração os povos indígenas

Nesse sonho social, o caminho do Rio até Belém deve, segundo John Martens, da Universidade da Colúmbia Britânica, no Canadá, levar em conta o conhecimento dos povos indígenas para que a educação seja integral. Isso ocorre porque o verdadeiro conhecimento é sabedoria, com um componente ético e religioso. Nesse sentido, Eugenio Martín de Palma, da Universidade de Santa Fé, Argentina, afirma a necessidade de trabalhar os ensinamentos de Francisco em relação ao tema das universidades, visto que um novo modelo de universidade está surgindo. Ele estava se referindo ao que Francisco chamou de Universidade do Sentido, que, em contraste com o modelo racionalista e cientificista da modernidade, exalta cada homem e o homem inteiro.

Temos que ter consciência da necessidade de aprender a trabalhar com o que temos, disse Dom Hudson Ribeiro, bispo auxiliar de Manaus e diretor da Faculdade Católica do Amazonas. Com base em seu conhecimento sobre comunidades indígenas e ribeirinhas, ele enfatizou a necessidade de preservar a memória para preservar a cultura, olhando para trás e tendo em mente o que o futuro reserva. Algo que ele vê no Encontro das Águas, fenômeno natural em Manaus, onde por 14 km os rios Negro e Solimões continuam se misturando até formar o Amazonas. A partir daí, ele pediu que se questione até que ponto a tecnologia nos ajuda a fazer memória e como a pesquisa universitária dá valor à memória.

Mudança nos modelos de formação

Esses conteúdos levaram os participantes a refletir em grupos que ajudaram a descobrir perspectivas. Trata-se de redefinir elementos que ajudem a mudar os modelos de formação, com novas práticas e propostas que reflitam o compromisso social das universidades para além das soluções acadêmicas ou tecnológicas, com planejamento, promovendo mecanismos que reduzam as lacunas de conhecimento e com planos locais que fomentem o compromisso comunitário com o cuidado da nossa casa comum.

Devemos abordar os conflitos e impactos ambientais de forma responsável, reconhecendo que os desastres socioambientais não são apenas o resultado de novos fenômenos naturais, mas também de disputas pelo acesso ao habitat. Da mesma forma, como garantir os direitos trabalhistas em diálogo com os novos formatos gerados pela tecnologia e pela terceirização. O desafio é levar conhecimento para além da universidade, transferir cultura e criar espaços interculturais que promovam o cuidado com a nossa casa comum. Daí a importância da conscientização para reconhecer o presente que recebemos da biodiversidade.

Trata-se de começar a ver o mundo de forma diferente, reconhecendo as contribuições do conhecimento ancestral para a educação, sabendo que ele vem do território, que eles protegem com suas próprias vidas. Daí a necessidade de os grandes projetos realizar estudos de impacto cultural e ambiental, usando a tecnologia a serviço da sociedade e das culturas. Isso requer uma educação integral que abranja conhecimento científico e tecnológico, mas que também tenha caráter humanístico e seja um caminho para a responsabilidade ambiental e ética.

Pontes entre a OEI e a RUC

Da Organização dos Estados Ibero-americanos, seu Diretor de Cultura, Raphael Caillou, afirma que a cultura contribui para a inclusão e é um mecanismo importante para a coesão social e a criação de uma cultura de paz. Da mesma forma, ele refletiu sobre a relação entre cultura e o fortalecimento de políticas públicas e o aumento da educação formal. A educação é um espaço de construção de pontes e consensos, afirma, pensando na criação de mecanismos de financiamento para uma educação de qualidade.

Na construção de pontes entre as universidades e a OEI, espaços como este congresso são importantes para criar um roteiro, estratégias compartilhadas e coordenadas entre diversas partes interessadas, mas com problemas comuns e objetivos claros e compartilhados.

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Luis Miguel Modino