Na Assembleia Eletiva da CRB que aconteceu nos dias 19 e 20 de maio de 2025, religiosos e religiosas elegeram a nova coordenação que atuará no próximo biênio. O encontro contou com a presença da Irmã Gervis Monteiro, Coordenadora Regional da CRB Amazonas/Roraima.
A nova equipe de coordenação do Núcleo de Roraima é composta por:
• Irmã Ângela Maria Mabarzo Santana, fmmdp – Coordenadora
• Irmã Patrícia Santos, fcr – Secretária
• Irmã Antônia Storti, uscm – Tesoureira
• Pe. David Romero, sj – Conselheiro
• Irmã Lusete Morelli, fb – Conselheira
• Irmã Uezineire Ribeiro da Silva, ijbp – Conselheira
Foto: arquivo CRB Roraima
A nova coordenação assume a missão de animar, fortalecer e acompanhar a caminhada da Vida Religiosa Consagrada em Roraima pelos próximos dois anos.
Na sua primeira Audiência Geral, o Papa retomou o ciclo de catequeses proposto por Francisco para refletir sobre as parábolas. Leão XIV escolheu aquela do semeador e afirmou que “A Palavra de Jesus é para todos, mas atua de uma forma diferente em cada pessoa”, dependendo do solo encontrado, de quando estamos “mais superficiais e distraídos” ou “disponíveis e acolhedores”. Mas “Ele nos ama assim: não espera que nos tornemos o melhor solo, Ele nos dá sempre generosamente a Sua palavra”.
“Estou feliz em receber vocês nesta minha primeira Audiência Geral”, disse o Papa Leão XIV, logo no início da catequese, a sua primeira no encontro semanal e com cerca de 40 mil fiéis na Praça São Pedro. Também é a segunda do ciclo de catequeses jubilares, preparada pelo Papa Francisco e divulgada pela Sala de Imprensa da Santa Sé em 16 de abril, durante o período de convalescença de Bergoglio que veio a falecer 5 dias depois e há exatamente um mês. Francisco tinha o desejo de “refletir sobre algumas parábolas” e Leão XIV retomou o tema “Jesus Cristo, nossa esperança”, escolhido por Bergoglio para este Ano Santo do Jubileu. Nesta quarta-feira (21/05), assim, o Papa meditou sobre a parábola do semeador (ver Mt 13,1-17), que fala da dinâmica e dos efeitos da Palavra de Deus, “e o que ela produz”, que é como semente deitada no terreno do nosso coração e no terreno do mundo.
As provocações e os questionamentos
“Cada parábola conta uma história retirada do quotidiano”, recordou Leão XIV, fazendo “nascer em nós perguntas” como: “onde estou eu nesta história? O que diz esta imagem à minha vida?”. De fato, continuou o Pontífice, “cada palavra do Evangelho é como uma semente lançada no solo da nossa vida”:
“No capítulo 13 do Evangelho de Mateus, a parábola do semeador introduz uma série de outras pequenas parábolas, algumas das quais falam precisamente do que acontece no solo: o trigo e o joio, o grão de mostarda, o tesouro escondido no campo. Então, o que é este solo? É o nosso coração, mas é também o mundo, a comunidade, a Igreja. A palavra de Deus, com efeito, fecunda e provoca toda a realidade.”
Deus, assim, espalha abundantemente a Palavra, ainda que ela nem sempre encontre terreno bom para produzir. “A Palavra de Jesus é para todos, mas atua de uma forma diferente em cada pessoa”, reforçou Leão XIV. “Estamos habituados a calcular as coisas – e às vezes é necessário – mas isso não vale no amor!”. E, apesar de atuar em nós de modo diverso, a Palavra conserva sempre o poder de fecundar as situações da vida de cada um, pois vem de Deus e Ele nunca desiste:
“Jesus nos diz que Deus lança a semente da sua Palavra em todo o tipo de solo, ou seja, em qualquer das nossas situações: ora somos mais superficiais e distraídos, ora deixamo-nos levar pelo entusiasmo, ora somos oprimidos pelas preocupações da vida, mas também há momentos em que estamos disponíveis e acolhedores. Deus está confiante e espera que mais cedo ou mais tarde a semente floresça. Ele nos ama assim: não espera que nos tornemos o melhor solo, Ele nos dá sempre generosamente a Sua Palavra.”
“Semeador no Pôr do Sol”, de Vincent van Gogh
Leão XIV então, convidou os peregrinos a analisar uma obra de Vincent van Gogh (1853-1890), a do Semeador no Pôr do Sol. O pintor holandês, mundialmente conhecido que chegou a produzir quase 900 telas em menos de 10 dias, pintou um agricultor, com o trigo já maduro e “sob o sol abrasador” que domina a cena de esperança, lembrando que é Deus “quem move a história, mesmo que por vezes pareça ausente ou distante. É o sol que aquece os torrões da terra e faz amadurecer a semente”. E o Papa deixou a sua mensagem final de reflexão:
“Queridos irmãos e irmãs, em que situação da vida nos chega hoje a Palavra de Deus? Peçamos ao Senhor a graça de acolher sempre esta semente que é a sua palavra. E se percebermos que não somos solo fértil, não desanimemos, mas peçamos-Lhe que trabalhe mais em nós para nos tornarmos um solo melhor.”
Na manhã desta terça-feira, 20 de maio, a Comissão de Proteção de Crianças, Adolescentes e Adultos Vulneráveis da Arquidiocese de Manaus realizou uma formação no Seminário São José com todos os seminaristas diocesanos, religiosos e religiosas e das comunidades de vida. A formação foi conduzida por Pe. Gilson Pinto e Pietro Bianco Epis, com foco no “Decreto, Regulamento e Manual de Proteção de Crianças, Adolescentes e Adultos Vulneráveis”.
Causa permanente no Regional Norte 1
O Regional Norte 1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB Norte 1) tem como causa permanente em suas Diretrizes para a Ação Evangelizadora o enfrentamento ao abuso sexual e a exploração de crianças e adolescentes. Uma urgência que tem avançado com passos concretos que ajudam a ir adiante no caminho percorrido pelo Regional e pelas nove igrejas locais que fazem parte dele.
Daí a importância da formação nesse campo com os seminaristas das Igrejas locais que fazem parte do Regional Norte 1, que realizam seu processo formativo no Seminário São José da Arquidiocese de Manaus. O conhecimento dessa realidade representa um elemento fundamental dentro do processo de formação. Daí o empenho da equipe formativa e do reitor, padre Pedro Cavalcante.
Encontros em todos os níveis
O encontro faz parte dos muitos encontros que vem sendo realizados no Regional Norte 1 da CNBB, nas comunidades, paróquias, prelazias, dioceses, movimentos e pastorais. Dentre eles, cabe lembrar o encontro realizado na quinta-feira 15 de maio de 2025 com as atendentes das áreas missionárias e paróquias da Arquidiocese de Manaus, com a assessoria do padre Flávio Gomes dos Santos, Karen Lima do Amaral e Pietro Bianco Epis.
Nesse encontro, além de ser trabalhado o “Decreto, Regulamento e Manual de Proteção de Crianças, Adolescentes e Adultos Vulneráveis”, foi abordada a questão dos sinais nas crianças que são abusadas, temática que foi aprofundada pela psicóloga Karen Lima do Amaral.
Mais um passo para a Comissão de Escuta e Proteção Crianças, Adolescentes e pessoas Vulneráveis do Regional Norte 1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, que ao longo do ano 2025 vai atingindo todos os níveis: casas religiosas, escolas, diáconos, presbíteros, buscando a orientação diante dessa realidade, segundo afirmou o padre Flávio Gomes dos Santos.
Em clima sinodal, buscando caminhar juntos, está sendo realizado na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), de 20 a 24 de maio de 2025, o II Encontro Sinodal de Reitores Universitários para o Cuidado da Casa Comum, com o apoio da Pontifícia Comissão para a América Latina (PCAL). Um encontro realizado em coordenação com o Dicastério para a Cultura e a Educação, o Conselho Episcopal Latino-Americano e do Caribe (CELAM), a Caritas América Latina e Caribe, a Associação de Universidades Confiadas à Companhia de Jesus na América Latina (AUSJAL) e o Centro Brasileiro de Relações Internacionais (CEBRI).
Dívida Ecológica e Esperança Pública
O encontro tem como tema “Dívida Ecológica e Esperança Pública” e comemora o 10º aniversário da Laudato si’. Em vista de preparar a COP 30, conta com representantes de universidades das Américas, Espanha, Portugal e Reino Unido. O objetivo é “organizar a esperança” e, para isso, durante cinco dias haverá um diálogo sinodal sobre os quatro sonhos propostos pelo Papa Francisco na exortação apostólica “Querida Amazônia”, que incorpora os debates sobre Dívida Pública e Esperança Pública.
Para isso, será seguido o método de ver, discernir e agir, com palestras que motivarão o discernimento em pequenos grupos com base no método sinodal. Isso busca assumir a responsabilidade e trabalhar seriamente para mudar o curso do desenvolvimento, como disse o secretário executivo da RUC, Francisco Piñón. Tudo isso em um congresso onde “estamos fazendo um evento político, estamos nos posicionando”, nas palavras do reitor da PUC-Rio, Anderson Pedroso.
O jesuíta compartilhou os passos que estão sendo dados nesta universidade por meio do Projeto Amazonizar, que envolve entender a lógica, a complexidade e a potência da ecologia integral a partir da perspectiva da Querida Amazônia e seus quatro sonhos, com foco no sonho eclesial, renomeado como sonho comunitário, entendendo que a comunidade, mais do que somar forças, é um espaço de entrega de cada indivíduo, “retirando um pouco de si para dar espaço ao que é comum”. Tudo isso porque “o lugar da esperança é a comunidade, um lugar para algo novo nascer”.
Homenagem ao Papa Francisco
Um encontro que é uma homenagem ao Papa Francisco, como disse Agustina Rodríguez Saa, Reitora da Universidade Nacional de Comechingones e Presidente da Rede de Universidades para o Cuidado da Casa Comum da Argentina. O Papa Francisco é visto como alguém que deixa “uma palavra que irá inspirar e guiar aqueles de nós que acreditam que outra forma de habitar a Terra é possível”. Recordando o chamado a ser ponte que Leão XIV pede, ela pediu para organizar a esperança nas universidades em três níveis: internamente, a partir do aprofundamento da interdisciplinaridade e do diálogo dos saberes; ser comunidade em rede, a partir da diversidade, com pluralidade de vozes unidas sob uma preocupação comum, o cuidado da nossa casa comum e a criação de novos espaços; construindo pontes entre ciência e política, entre academia e sociedade, entre Norte e Sul.
O objetivo é refletir, dialogar e sonhar com novos caminhos para o cuidado da nossa casa comum, segundo o Arcebispo do Rio de Janeiro, Cardeal Orani João Tempesta. Mas também para tomar consciência de que “não estamos sozinhos, que precisamos uns dos outros”, como recordou o prefeito do Dicastério para a Cultura e a Educação, Cardeal José Tolentino de Mendoça. Ele fez isso refletindo sobre os desafios, os valores a serem promovidos e os recursos disponíveis, servindo como pontes.
Ideias presentes na mensagem do Papa Leão XIV, que destacou a importância do Congresso como “um trabalho sinodal de discernimento em preparação à COP30” e um espaço para “refletir juntos sobre uma possível remissão entre a dívida pública e a dívida ecológica, proposta que o Papa Francisco havia sugerido em sua mensagem para o Dia Mundial da Paz”. Para isso, ele encorajou os reitores “nesta missão que assumiram: ser construtores de pontes de integração entre as Américas e com a Península Ibérica, trabalhando pela justiça ecológica, social e ambiental”.
Coordenação Comunitária Internacional
Um caminho que exige a constituição de uma “Coordenação Comunitária Intercontinental para o Desenvolvimento Sustentável“, tema da conferência de abertura, da qual participaram Román Ángel Pardo Manrique, decano de Teologia da Universidade de Salamanca e diretor da Subcomissão Episcopal de Caridade e Ação Social da Conferência Episcopal Espanhola, e Jorge Calzoni, reitor da Universidade de Avellaneda, na Argentina.
Uma reflexão que busca como ser uma comunidade organizada, tendo consciência das dificuldades de organizar a esperança. Para isso, é preciso ir além dos pequenos grupos e educar para o cuidado, gerando propostas concretas para organizar a esperança como RUC. Isso deve levar a uma reflexão sobre o peso da dívida externa dos países, transformando o peso da dívida em um recurso educativo para gerar uma cultura do encontro. Uma reflexão que ofereceu ferramentas para o trabalho em grupo, que juntos contribuíram com elementos para ajudar a desenvolver um documento para a COP30.
Um caminho do Rio para Belém
Este documento é um caminho, o caminho do Rio a Belém, do congresso da RUC à COP30. Não podemos esquecer que as universidades são “uma interface entre a base e os órgãos governamentais”, como destacou Mauricio López Oropeza, diretor do Programa Universitário da Amazônia (PUAM). Um caminho para Belém, que seja um caminho para a periferia, para os excluídos, a longo prazo e com participação popular efetiva.
Construindo pontes, como está sendo feito na Conferência dos Bispos Católicos dos Estados Unidos, de acordo com seu representante no congresso, Christopher Ljungquist. Pontes que levem a Doutrina Social da Igreja aos políticos americanos, trazendo a periferia para o centro para que a periferia possa falar por si mesma, buscando fazer a ponte entre as ideias e a realidade, tarefa na qual a Igreja Católica se destaca.
De fato, afirmou Federico Montero, secretário organizacional da Federação Nacional de Professores Universitários (CONADU), a educação é uma ponte, e o papel do professor é construir essa ponte por meio do processo pedagógico. Para isso, é necessário criar laços comunitários que permitam fortalecer-nos mutuamente, garantir maior participação nos processos decisórios dos processos educativos e fomentar uma educação centrada no trabalho como categoria integral, humanística, com uma visão holística do indivíduo. Ele também reforçou a importância de percorrer o caminho, de entender que a Igreja Católica prepara o terreno para aqueles que conseguem chegar a acordos apoiados por atores sociais com capacidade de torná-los realidade no futuro.
Pontes de Integração, Reconciliação e Fraternidade
O objetivo é construir “Pontes de Integração, Reconciliação e Fraternidade”. Uma reflexão que resume os passos dados no primeiro dia do Congresso com Rita Gajate, Reitora da Universidade Católica de La Plata, e o Arcebispo de Lima, Cardeal Carlos Castillo. Um passo do caos para a ordem, da urgência para o trabalho, da crise para a esperança, como disse Gajate, “a crise não se resolve, ela se habita”.
Em um tempo de amor gratuito, o Cardeal Castillo propôs o avanço da humanidade em todas as suas dimensões, para o qual devemos enfrentar o desafio de reinserir as universidades nos processos da sociedade, nos movimentos invisíveis presentes na vida daqueles que sofrem, iniciativas que muitas vezes são esquecidas. Para isso, as universidades enfrentam o desafio de ir além da elaboração teórica e científica para promover novas formas de conhecimento, para revelar o Deus oculto, que escolhe por último, aqueles de quem Deus regenera a humanidade. Daí o apelo às universidades para que “bebam daquilo que não aparece”, diante de um poder político que não reconhece os problemas do povo.
Comunhão com os jovens
A reitora da Universidade de La Plata defendeu sua paixão por uma universidade: uma universidade aberta, extrovertida, que busque conhecimento, forneça soluções e contribua para um mundo melhor. Isso requer trabalhar em comunhão com os jovens, o que “pode rejuvenescer nossa maneira de ver as coisas”, valorizando os jovens a partir de uma síntese das diversas realidades presentes na sala de aula, com vistas a uma comunhão que leve a universidade a se tornar uma força na resolução dos problemas sociais, por meio do discernimento, da ação e da imaginação do possível.
A universidade deve nos ajudar a seguir em frente, argumentou o cardeal peruano, exortando-nos a ouvir atentamente as novas e complexas situações presentes na sociedade, especialmente entre os jovens. Daí a necessidade de apostar na compreensão dos jovens, de ter paciência e ajudar a sistematizar iniciativas, de promover a reflexão crítica e a sinodalidade, dado que só sairemos disto com o apoio de todos e através do diálogo, como caminho a seguir num mundo muito complexo.
Nos dias 19 e 20 de maio, religiosos e religiosas se reúnem na Prelazia da Diocese de Roraima para a Assembleia Eletiva da CRB (Conferência dos Religiosos do Brasil). O evento teve como tema “Olhar o passado com gratidão, o presente com paixão e o futuro com esperança”, uma citação do Papa Francisco sobre a vida religiosa consagrada e contou com a presença da coordenadora regional da CRB AM|RR, Irmã Gervis Monteiro, da congregação das Irmãs Paulinas.
A assembleia tem como principal objetivo a eleição da nova coordenação da CRB em Roraima, além de proporcionar um espaço de partilha entre as comunidades religiosas. Participaram do encontro 25 das 27 congregações que atuam no estado. Um encontro de partilha e fraternidade.
A coordenadora regional da CRB AM|RR, Irmã Gervis Monteiro, destacou:
“Nós, vida religiosa, podemos encontrar caminhos para viver essa sinodalidade na missão. Sabemos que a missão é um desafio, mas, pela vocação que assumimos, e como somos congregações com carismas diferentes e estamos em lugares diferentes, há a necessidade de nos reunirmos para planejarmos, descobrir diretrizes e objetivos com a graça de Deus e a ação do Espírito Santo. A nossa missão é essa: estar na Igreja, somar com a Igreja e ser uma presença profética no meio das pessoas, junto às pessoas.”
A Irmã Josiane Horta, coordenadora da CRB Roraima, destacou a importância da troca de experiências que esses encontros proporcionam:
“Cada congregação trouxe um pouco das suas alegrias, seus desafios e sua esperança. É um encontro onde estamos vivenciando juntos, sabendo dos nossos desafios, que não estamos sozinhos, e também das nossas alegrias, fortalecendo aquilo que é bom e rezando juntos e juntas por aquilo que precisamos melhorar.”
Fonte: Da redação, Kayla Silva, Rádio Monte Roraima fm – sob supervisão Dennefer Costa
Aos 10 anos da Laudato Si, a Rede Universitária para o Cuidado da Casa Comum (RUC), organizou na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) o II Encontro Sinodal de Reitores de Universidades para o Cuidado da Casa Comum. Um evento que conta com a apoio do Vaticano através da Pontifícia Comissão para a América Latina (PCAL), que até sua eleição como Papa Leão XIV era presidida pelo cardeal Robert Prevost.
Recepção da Laudato Si nas universidades católicas
Um apoio vaticano que também se concretiza através do Dicastério para a Cultura e a Educação. Seu prefeito, o cardeal José Tolentino de Mendoça, enviou uma mensagem em vídeo, onde ele afirma que, “desde o princípio, as universidades católicas receberam com entusiasmo a mensagem da Laudato si’ e que deu origem a tantos projetos de pesquisa, a tanta criatividade e, sobretudo, a uma consciência eclesial nova”.
O cardeal português vê na Laudato Si um fator de transformação de mentalidade, oferecendo ao mundo “essa consciência de que não estamos sós, de que precisamos uns dos outros, que tudo está interconexo e que precisamos disputar, ao mesmo tempo, os desafios da casa comum e os desafios da fraternidade”. O prefeito destacou que “em vista da COP30 e neste caminho jubilar de construção de pontes, como diz Papa Leão XIV, é junto que podemos fazer verdadeiramente das nossas universidades e das nossas redes universitárias, laboratórios de comunhão e de futuro”.
Três perguntas
Tolentino referiu-se em sua intervenção a algumas perguntas úteis que o Papa Leão XIV chama a “deixar ressoar no interior da nossa reflexão”. A primeira pergunta: “Quais são, hoje, os desafios mais importantes a enfrentar?”, respondendo que “a universidade não é uma torre de marfim, não é uma bolha ao lado da realidade. A universidade está implicada nos grandes processos de reflexão, de inovação, de qualificação ética, de justiça das nossas sociedades. Só assim a identidade católica se pode verdadeiramente espelhar. Então, a primeira pergunta é essa, de escutar quais são, hoje, os desafios mais urgentes”.
“A segunda pergunta é sobre que valores promover. E essa também é uma interrogação que nos deve fraternizar a todos, porque nós transmitimos conhecimento, projetos, saber. Mas tudo isso, sabemos que sem os valores é ainda insuficiente. Por isso é importante nos colocarmos de acordo sobre que valores fundamentais nós temos de transmitir”, disse o cardeal.
Finalmente, “Quais são os recursos sobre os quais nós podemos contar? Quais são os desafios? Quais são os valores? E quais são os recursos?”. O cardeal respondeu que “um valor é ousar juntos. Um valor é poder reunir duzentas universidades diferentes. Um valor é essa experiência da mística do comum. Porque verdadeiramente a união faz a esperança. A união torna-nos artesãos da paz, do diálogo, dando um testemunho de que é possível vencer a cultura da polarização e do desencontro”.
Ser ponte
Aos participantes do Congresso, ele pediu que “este importante encontro, seja uma ponte, seja a parábola de uma ponte, que nós construímos juntos e oferecemos ao presente como um apor, um contributo que as universidades dedicam ao futuro”.
Com uma grande saudação à Rede de Universidades para o Cuidado da Casa Comum (RUC), o Papa Leão XIV iniciou suas palavras aos participantes do II Encontro Sinodal de Reitores de Universidades para o Cuidado da Casa Comum. Representantes de universidades de todo o continente americano e da Península Ibérica e Reino Unido, se reúnem na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), de 20 a 24 de maio de 2025, para debater de modo sinodal sobre como consolidar o compromisso universitário com o cuidado da Casa Comum. O tema abordado é “Dívida Ecológica e Esperança Pública”.
Apoio do Vaticano
O Vaticano apoia o encontro através da Pontifícia Comissão para América Latina (PCAL) e do Dicastério para a Cultura e a Educação. Um apoio que se fez explícito com as palavras do Papa Leão XIV, presidente da PCAL até sua eleição como pontífice. Ele recordou que o encontro “têm este belo motivo do 10º aniversário do documento do Santo Padre Francisco, a encíclica Laudato si’
O Santo Padre enfatizou que no Congresso será realizado “um trabalho sinodal de discernimento como preparação para a COP30”. Junto com isso que, será um encontro onde “vão refletir juntos sobre uma possível remissão entre a dívida pública e a dívida ecológica, uma proposta que o Papa Francisco havia sugerido em sua mensagem para a Jornada Mundial da Paz”.
Construir pontes de integração
Neste Ano Jubilar, Ano de Esperança, o Papa Leão XIV enfatizou que “esta mensagem é muito importante”. Nessa perspectiva, o pontífice mostrou aos reitores universitários, seu desejo de “encorajá-los nessa missão que assumiram: a serem construtores de pontes de integraçãoentre as Américas e com a Península Ibérica, trabalhando por uma justiça ecológica, social e ambiental”.
Finalmente, o Papa agradeceu “por todos os seus esforços e seu trabalho”. Ao mesmo tempo, os animou a “continuar construindo pontes”. Leão XIV encerrou suas palavras enviando uma bênção, “confiando na graça de Deus que sempre nos acompanha”.
Junto com o 10º aniversário da Laudato si’, o congresso elaborará um documento para ser enviado à COP30, que também será realizada no Brasil, especificamente em Belém do Pará. Nesse contexto, representantes do mundo acadêmico, governamental e eclesiástico, bem como de organizações multilaterais, se reúnem na PUC-Rio. O objetivo é uma proposta sinodal que promova a escuta, o discernimento coletivo e a ação concreta diante da crise socioambiental. É uma oportunidade de levar adiante as propostas iniciais do Papa Leão XIV, que defende a construção de pontes de paz e o desenvolvimento dos povos.
Ordenado em 19 de maio de 1984 na Paróquia São Pedro Apóstolo, em Gaspar (SC)
Foto: Libia Lopes
Nesta segunda-feira (19), Dom Evaristo Pascoal Spengler comemora 41 anos de vida sacerdotal. Ordenado em 19 de maio de 1984 na Paróquia São Pedro Apóstolo, em Gaspar (SC), sua cidade natal, o bispo franciscano da Ordem dos Frades Menores iniciou uma trajetória marcante na Igreja Católica.
Dom Evaristo atuou como vigário em paróquias do Rio de Janeiro e da Diocese de Nova Iguaçu entre 1984 e 1996, além de cumprir missão em Angola de 2001 a 2010. Profissionalmente consagrado em 2 de agosto de 1982, assumiu em 2016 a Prelazia de Marajó (PA), onde se destacou por seu trabalho pastoral até ser nomeado, em 2023, o 10º bispo da Diocese de Roraima – que estava vacante desde a transferência de Dom Mário Antônio da Silva para Cuiabá (MT) em 2022.
Aos 62 anos, o catarinense preside a Comissão de Enfrentamento ao Tráfico Humano da CNBB e é reconhecido por sua atuação sinodal e proximidade com as comunidades.
O Vigário Episcopal, Padre Celso Putkammer, deixou uma mensagem especial ao bispo:
“Hoje é o aniversário de ordenação presbiteral de Dom Evaristo, dia em que rezamos a Deus para que continue abençoando sua vida e seu ministério. Que ele permaneça sempre conosco nesta caminhada sinodal. Deus escolhe pessoas para conduzir o povo e presidir na unidade, e Dom Evaristo tem sido essa pessoa: sempre aberto ao Espírito, com um coração sinodal, nos ajudando a discernir os caminhos que devemos seguir. Que Nossa Senhora estenda sobre ele seu manto protetor, guardando seu ministério. Muito obrigado!”
Já o Frei Atílio Battituz, que acompanhou Dom Evaristo em sua jornada vocacional, destacou suas qualidades como pastor:
“Dom Evaristo é um homem muito próximo das pessoas, de fácil acesso, sem burocracia no trato. Sempre sorridente, acolhedor e disposto a incluir a todos. Ele não sabe ser padre, nem bispo, sem as comunidades. Para ele, a Igreja é uma rede de comunidades – sejam paróquias, áreas missionárias ou missões indígenas. A comunidade é a base de tudo. Quero lhe enviar não apenas um abraço, mas o desejo de que nunca lhe falte a força do Espírito Santo, a sabedoria que vem de Deus e o mesmo carinho que você tem por cada pessoa que encontra. Parabéns, paz e bem!”
FONTE/CRÉDITOS: Da redação, Kayla Silva, Rádio Monte Roraima fm – sob supervisão Dennefer Costa
Leão XIV, o Papa eleito na tarde de quinta-feira, 8 de maio de 2025, como sucessor de Pedro, iniciou seu pontificado. Ele o fez presidindo a Missa de Início de Pontificado, com a participação de boa parte do Colégio de Cardeais, um sinal de comunhão por parte daqueles que o elegeram como sucessor de Pedro e de Francisco. O rito concreto ocorreu entre o Evangelho e a homilia, quando o cardeal Zenari colocou sobre ele o Pálio e o cardeal Tagle colocou no dedo do Papa o Anel do Pescador. Junto com isso, o cardeal Ambongo, entre a entrega do palio e do anel, rezou para que Deus lhe concedesse a benção e reforçar o dom do Espírito.
Um construtor de pontes
Um Papa que, em virtude de estar imbuído de diversas culturas, supõe-se que tenha maior capacidade de construir pontes, uma necessidade em um mundo cada vez mais polarizado, dividido e conflituoso. Uma hora antes do início da missa, o Papa deixou o Palácio do Santo Ofício, onde está morando, para entrar pela primeira vez em um deslumbrante papamóvel branco.
Foi seu primeiro banho com a multidão, na Praça de São Pedro e na Via della Conziliazione, que aos poucos foi se enchendo de peregrinos de todo o mundo. Entre eles estavam os participantes do Jubileu das Confrarias, que neste sábado foram os protagonistas de um momento histórico com a procissão que aconteceu ao redor do Coliseu e do Circo Máximo.
Guardar o patrimônio da fé e olhar para longe
Na homilia, o Papa iniciou lembrando o início das Confissões de Santo Agostinho: “Fizeste-nos para Vós, [Senhor,] e o nosso coração está inquieto enquanto não repousar em Vós”. Igualmente, ele lembrou de Papa Francisco, fazendo um relato dos acontecimentos vividos nas últimas semanas, definindo o Conclave como momento para eleger “o novo sucessor de Pedro, o Bispo de Roma, um pastor capaz de guardar o rico património da fé cristã e, ao mesmo tempo, de olhar para longe, para ir ao encontro das interrogações, das inquietações e dos desafios de hoje”.
Leão XIV disse ter sido “escolhido sem qualquer mérito”, se oferecendo como “um irmão que deseja fazer-se servo da vossa fé e da vossa alegria, percorrendo convosco o caminho do amor de Deus, que nos quer a todos unidos numa única família”. Segundo ele, “amor e unidade: estas são as duas dimensões da missão que Jesus confiou a Pedro”. Diante disso, ele questionou: “Como pode Pedro levar adiante essa tarefa?”, respondendo que foi porque “ele experimentou na própria vida o amor infinito e incondicional de Deus, mesmo na hora do fracasso e da negação”.
Não se colocar acima dos outros
A chave é conhecer e experimentar o amor de Deus, “que nunca falha”. Ele refletiu sobre a tentação de no primado de Pedro “ser um líder solitário ou um chefe colocado acima dos outros, tornando-se dominador das pessoas que lhe foram confiadas”, dado que “todos nós, com efeito, somos ‘pedras vivas’ (1 Pe 2, 5), chamados pelo nosso Batismo a construir o edifício de Deus na comunhão fraterna, na harmonia do Espírito, na convivência das diversidades”. O Papa sublinhou uma Igreja fundamentada no Batismo, citando de novo Santo Agostinho: “A Igreja é constituída por todos aqueles que mantêm a concórdia com os irmãos e que amam o próximo”.
Leão XIV mostrou um desejo: “uma Igreja unida, sinal de unidade e comunhão, que se torne fermento para um mundo reconciliado”. Uma atitude necessária, dado que “no nosso tempo, ainda vemos demasiada discórdia, demasiadas feridas causadas pelo ódio, a violência, os preconceitos, o medo do diferente, por um paradigma económico que explora os recursos da Terra e marginaliza os mais pobres. E nós queremos ser, dentro desta massa, um pequeno fermento de unidade, comunhão e fraternidade”.
Um mundo de paz
Junto com isso, o Papa fez um chamado à unidade “para construirmos um mundo novo onde reine a paz”. Segundo ele, “este é o espírito missionário que nos deve animar, sem nos fecharmos no nosso pequeno grupo nem nos sentirmos superiores ao mundo; somos chamados a oferecer a todos o amor de Deus, para que se realize aquela unidade que não anula as diferenças, mas valoriza a história pessoal de cada um e a cultura social e religiosa de cada povo”.
Finalmente, ele disse que “esta é a hora do amor! A caridade de Deus, que faz de nós irmãos, é o coração do Evangelho”, fazendo, com Leão XIII, mais um chamado à paz. Nessa perspectiva, o Papa pediu que “com a luz e a força do Espírito Santo, construamos uma Igreja fundada no amor de Deus e sinal de unidade, uma Igreja missionária, que abre os braços ao mundo, que anuncia a Palavra, que se deixa inquietar pela história e que se torna fermento de concórdia para a humanidade. Juntos, como único povo, todos irmãos, caminhemos ao encontro de Deus e amemo-nos uns aos outros”.
Fonte/créditos: CNBB – Regional Norte 1 – Luis Miguel Modino
A figura do Papa vai além da Igreja católica. Ele é visto, inclusive entre aqueles que não se dizem católicos, como uma referência moral para a humanidade. Sua voz é escutada frequentemente, também por aqueles que governam os países. Daí a importância da audiência que aconteceu na manhã desta sexta-feira, 16 de maio, onde o Papa Leão XIV recebeu o Corpo Diplomático diante da Santa Sé.
Missão da Igreja: estar ao serviço da humanidade
O Papa iniciou seu discurso agradecendo o trabalho dos diplomatas, e “as numerosas mensagens de felicitações que se seguiram à minha eleição, bem como as de condolências pelo falecimento do Papa Francisco”, que ele vê como “um significativo atestado de estima, que favorece o aprofundamento das relações mútuas”.
Segundo Leão XIV, “a diplomacia pontifícia é realmente expressão da própria catolicidade da Igreja e, na sua ação diplomática, a Santa Sé é animada por uma urgência pastoral que a impele a intensificar a sua missão evangélica ao serviço da humanidade, e não a procurar privilégios”. Uma atitude que motiva o “combate toda a indiferença e chama continuamente a consciência, como o fez incansavelmente o meu venerado Predecessor, sempre atento ao grito dos pobres, dos necessitados e dos marginalizados, bem como aos desafios que marcam o nosso tempo, desde a salvaguarda da criação até à inteligência artificial.
O Santo Padre definiu a presença dos diplomatas como um dom, que permite “alcançar e abraçar a todos os povos e a cada pessoa desta terra, desejosas e necessitadas de verdade, de justiça e de paz!”. Ele fez, desde sua experiência vital, um convite a “atravessar fronteiras para encontrar pessoas e culturas diferentes”. Para isso, o Papa quer “consolidar o conhecimento mútuo e o diálogo convosco e com os vossos países”.
Paz
Ele apresentou três palavras-chave para o diálogo mútuo. A primeira a paz, que é mais do que ausência de conflito ou uma simples trégua, definindo-a como “o primeiro dom de Cristo”. Nessa perspectiva, ele disse que é um dom ativo e envolvente, que se constrói no coração. Ele destacou a importância do diálogo interreligioso para promover contexto de paz, o que exige “o pleno respeito pela liberdade religiosa em todos os países”. Igualmente, deve ser fomentado o diálogo e o encontro, a a diplomacia multilateral e o desarmamento.
Justiça
Em segundo lugar, ele falou de justiça, denunciando “os numerosos desequilíbrios e injustiças que conduzem, entre outras coisas, a condições indignas de trabalho e a sociedades cada vez mais fragmentadas e conflituosas”, o que tem a ver com a escolha de seu nome, seguindo o exemplo de Leão XIII. O Papa chamou a remediar as desigualdades globais, a construir sociedades civis harmoniosas e pacíficas. Para isso, ele pediu investir na família, proteger “a dignidade de cada pessoa é protegida, especialmente a das mais frágeis e indefesas, do nascituro ao idoso, do doente ao desempregado, seja ele cidadão ou imigrante”, lembrando ser descendente de imigrantes.
Verdade
A terceira palavra que o Papa lembrou foi a verdade. Ele refletiu sobre a necessidade de palavras autêntica, e na Igreja, sobre uma linguagem franca. Uma verdade que na perspectiva cristã, “não é a afirmação de princípios abstratos e desencarnados, mas o encontro com a própria pessoa de Cristo, que vive na comunidade dos crentes. Assim, a verdade não nos aliena, mas permite-nos enfrentar com maior vigor os desafios do nosso tempo”.
Finalmente, o Papa lembrou que “o meu ministério começa no coração de um ano jubilar, dedicado de modo especial à esperança. É um tempo de conversão e de renovação e, sobretudo, uma oportunidade para deixar para trás os conflitos e iniciar um novo caminho, animado pela esperança de poder construir, trabalhando juntos, cada um segundo as suas sensibilidades e responsabilidades, um mundo em que todos possam realizar a sua humanidade na verdade, na justiça e na paz”.