O primeiro Bispo de Roraima foi DOM GERALDO VAN CALOEN – 1932
O monge beneditino belga foi o primeiro bispo-prelado. Em 1906 foi ordenado bispo titular de Phocéa e prelado Nullius do Rio Branco. Morou em Boa Vista de 1914 a 1918.
Iniciou as obras de reconstrução da Igreja Matriz do Carmo e instalou a missão com os povos indígenas no Surumú.
O monge beneditino e alemão foi segundo bispo do Rio Branco. A Santa Sé, através da constituição apostólica “Romani Pontífices”, agregou a prelazia Nullius do Rio Branco diretamente à Abadia do Rio de Janeiro em 1906. Dom Pedro ficou de 1921 a 1929 em Boa Vista.
Construiu a Prelazia, o hospital Nossa Senhora de Fátima, a Escola São José, o internato para jovens no Calungá, a residência das Irmãs Beneditinas – hoje Casa João XXIII.
O monge beneditino, também alemão, foi o terceiro bispo-prelado. Ele foi nomeado, pelo Papa Pio XI, em 1939 e administrou até 1945, a então a Prelazia do Rio Branco.
Em 31 de agosto de 1944, o papa Pio XI pela bula “Ad maius animarum bonum” elevou a missão à Prelazia do Rio Branco.
Missionário da Consolata e italiano, foi ordenado quarto bispo-prelado, em 1952. Ficou em Roraima até 1964.
Reabriu a missão do Surumú, construiu as igrejas de São Francisco São Vicente, o novo Colégio São José, o ginásio Euclides da Cunha, a oficina do Calungá e o novo hospital Nossa Senhora de Fátima.
Também missionário da Consolata e italiano, em 1968, foi nomeado o quinto bispo-prelado. Permaneceu até 1975.
No seu ministério, surgiu as missões de Normandia, Taiano, Serra da Lua e Maturuca e inciou a missão do Catrimani junto aos povos Yanomami.
Missionário da Consolata e italiano, foi ordenado sexto bispo-prelado em 1975, pelo Papa Paulo IV. No seu episcopado a Igreja Particular de Roraima foi levada a Diocese no dia 07 de dezembro de 1979. Ficou em Roraima até 1995.
Também dirigiu suas atividades para as comunidades indígenas, iniciou a experiência da Diocese-Irmã de Santa Maria–RS, abriu o seminário, ordenou o primeiro padre diocesano e introduziu também o diaconato permanente.
Em 1996, a convite do Papa João Paulo II, foi designado como o sétimo bispo para a Diocese de Roraima. Era missionário do Verbo Divino, natural de São Paulo. Faleceu no Hospital Geral de Roraima em 2004.
Acolheu a segunda experiência de Igreja-Irmã de Piacenza – Itália, ordenou quatro novos padres diocesanos, fundou a Rádio FM Roraima e o movimento Nós existimos.
Em 2005, o sacerdote gaúcho assumiu a Diocese de Roraima. Permaneceu com esta porção do povo de Deus até 2016, quando foi nomeado arcebispo de Porto Velho.
O bispo também teve seu reconhecimento na Igreja e no Estado pelo trabalho com os indígenas, principalmente no Conselho Indigenista Missionário (Cimi).
Em 2019, durante a 57ª Assembleia Geral da CNBB, foi eleito segundo vice-presidente da entidade para o quadriênio 2019-2023. Atualmente, preside a Cáritas Brasileira.
Você sabia que cada bispo tem um brasão? É uma tradição desenvolvida pelo clero cristão para demonstrar a formalidade e hierarquia dentro da Igreja Católica.
Por isso hoje viemos te explicar um pouquinho sobre o Brasão Episcopal de Dom Evaristo. Confira abaixo significado de cada detalhe!
O bispo eleito esteve reunido com os líderes e representantes das comunidades, e conheceu os anseios do povo católico do extremo norte do país.
Um momento aguardado com muita expectativa e que traz alívio para muitas pessoas que dedicam suas vidas à Diocese de Roraima.
Está chegando o dia do início do ministério pastoral e apostólico de Dom Evaristo Pascoal Spengler, e a sua presença no estado, no mês passado, despertou no coração de leigos e religiosos a esperança de que o trabalho que já vem sendo realizado, junto às pastorais, se fortaleça.
A secretária da Pastoral do Idoso, Albanira Cordeiro, diz que após a pandemia da Covid-19 muitos membros que eram acolhidos deixaram de participar dos encontros, e que a pastoral busca maneiras de retomar o trabalho com mais líderes.
“O bispo ao ouvir acolhe, ao acolher motiva, e ao motivar faz crescer a pastoral que tem enfrentado muitas dificuldades, mas temos esperança e fé que através de parcerias vamos contribuir com a qualidade de vida dos idosos de Roraima.” Frisou.
Do outro lado da corrente estão os mais novos, os jovens que também dedicam parte da sua rotina para o trabalho social. Gesilane Dourado, coordenadora diocesana da Pastoral da Juventude, aproveitou o encontro com Dom Evaristo para expor um pouco sobre realidade local.
“É um momento muito importante porque é um espaço para que a gente, enquanto pastoral, fale sobre as nossas dificuldades, para que o nosso pastor da igreja possa conhecer como a igreja caminha aqui na Diocese de Roraima, e especialmente sobre a Pastoral da Juventude. Falar sobre os desafios, os sonhos, e as conquistas que a gente já teve até o momento”. Destaca.
Representantes dos movimentos socias do campo também marcaram presença no encontro com o bispo eleito da Diocese de Roraima. A representante do MST (Movimento sem Terra), Geisse Carvalho, fala sobre o ganho com um sacerdote que tem o histórico e experiência de vida como a de Dom Evaristo.
“É de suma importância ter um bispo no estado de Roraima diante desse período histórico que o estado está passando. É fundamental ter um guia espiritual que nos oriente, e que nos ajude na tomada de decisões importantes que exigem cautela, paciência e sabedoria.”
Ao ouvir os líderes das pastorais e movimentos sociais da igreja católica em Roraima, Dom Evaristo Spengler, pôde compreender as necessidades, entender os objetivos a serem alcançados e celebrar as conquistas. O bispo eleito reforça ainda o desejo de caminhar de mãos dadas com a comunidade:
“Vi todo o trabalho de doação, vi o desejo de que o nosso povo cresça cada vez mais na dignidade e ser respeitado. E que cada vez mais o evangelho de Jesus Cristo seja vivido entre nós. Eu venho para Roraima com o coração muito aberto.” Finalizou.
A celebração para o início do Ministério Pastoral e Apostólico de Dom Evaristo Pascoal Spengler (10° Bispo da Diocese de Roraima) será no dia 25 de março, às 18h, na Catedral Cristo Redentor, no centro da capital Boa Vista.
FONTE/CRÉDITOS: Thamy Dinelli – RÁDIO MONTE RORAIMA FM
Nesta sexta-feira a paróquia São João Batista e São Luiz, no município de São João da Baliza, completa 40 anos.
Para celebrar o momento, Padre Lúcio Nicolleto irá presidiar a missa em comemoração a esse marco. Junto a isso acontece a posse do padre Eduardo Belão como administrador da paróquia.
Padre Eduardo Belão é missionário de Jundiaí- SP. Já esteve em Roraima em 2020 ainda como seminarista. Retornou para sua cidade natal e há 1 mês de volta a Roraima se torna administrador da paróquia
A missa acontece nesta sexta-feira, às 19h, na comunidade Matriz São João Batista.
Olá Missionários e missionárias coordenadores e líderes, é com muita alegria que os convido para o nosso Encontrão de Líderes da Diocese de Roraima.
Que será dia 11 de março de 2023 das 8h às 16h, na Escola Anjo da Guarda, atrás da Catedral Cristo Redentor em Boa Vista.
Vamos realizar as nossas atividades com a graça de Deus, e ajuda de cada um/uma.
Faremos desse momento único, a vontade de Jesus que nos chama a partilhar o que temos. Venham, com suas energias boas, disponibilidade, alegria, esperança e vontade de partilhar a vida e a esperança. Que possamos superar os limites e acreditar que tudo posso naquele que me fortalece.
A Rede Eclesial Pan-Amazônica, em parceria com a “Red de Dibujantes de Latinoamérica”, apresenta material semanal para oração e reflexão, que convida a “remar nesta travessia rumo à conversão”
Ilustração REPAM
Para viver o caminho quaresmal como tempo de conversão, o Núcleo Formação e Métodos Pastorais da Rede Eclesial Pan-Amazônica – REPAM, preparou um material semanal para oração e reflexão com o tema: “Remando juntos pela vida na Amazônia”.
Serão 6 fichas semanais que serão publicadas toda quinta-feira durante a quaresma. As ilustrações foram idealizadas pela “Red de Dibujantes de Latinoamérica”, uma comunidade de 49 jovens cartunistas que evangelizam através da arte e estão a serviço e cuidado da Casa Comum.
Subsídio quaresmal: remando rumo à conversão
O propósito deste material é convidar os participantes a “remar” nesta travessia que nos interpela à conversão. Essa conversão assume tons de atitudes “em saída” (a realidade dos territórios nos inquieta, nos indigna, nos provoca…) pautada nos saberes da espiritualidade e educação ecológica, em diálogo com os compromissos do Pacto Educativo Global.
Convidamos todos e todas a “remar juntos” nessa sintonia de reconstruir o Pacto, neste caso, desde a Casa Comum da Amazônia. Colocar o “remo na água” significa ligar-se à realidade, a “conversão” precisa ser concreta, na realidade cotidiana social, ecológica, cultural e eclesial.
No último domingo dia 19 fevereiro, a Diocese de Roraima acolheu a Profissão Perpertua da Irmã Clementine Kikadi Kwakenda, da congregação das irmãs Franciscanas missionárias da Mãe do Divino Pastor. A cerimônia aconteceu na comunidade São João Batista da área Missionária São João Batista.
A celebração foi presidida pelo Pe. Vanthuy Neto e contou a presença dos padres Diocesanos, os religiosos e religiosas das diversas congregações, familiares e amigos da religiosa e diversas lideranças das comunidades e áreas e paróquias da Diocese de Roraima.
Com o tema: Vocação: Graça e Missão, Corações ardentes pés a caminho a religiosa proferiu seus votos perpétuos diante da comunidade diocesana e de suas superiores Madre Geral Rosário Sanchez e sua conselheira Adelaide vindas da Espanha, que a acolherem definitivamente na congregação.
A missa foi transmitida pelo Facebook da diocese de Roraima, e pôde ser acompanha pelos familiares da religiosa na Àfrica, mas especificamente na região do Congo, e pelos amigos que ela fez ao longo de suas vivencias missionárias: como na Europa em Madri, até chegar aos seus votos na terra de Macunaíma.
Já se tornou costume que no início do mês de fevereiro os Bispos do Regional Norte1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), se reúnam numa das dioceses ou prelazias. “Uma visita fraterna para conhecer melhor o irmão bispo e a realidade em que ele exerce o seu ministério, com seus desafios, suas esperanças”, segundo Dom Edson Damian, Bispo da Diocese de São Gabriel da Cachoeira e Presidente do Regional Norte1 da CNBB.
Entre os vários assuntos a serem tratados no encontro desta semana, de 6 a 9 de fevereiro, que será realizado em Tefé, onde seu Bispo, Dom José Altevir da Silva, assumiu no dia 1º de maio de 2022, Dom Edson destaca “as tumultuadas eleições, a vitória da democracia, o simbolismo da posse de Lula, seu novo ministério e seu primeiro mês de governo”. Junto com isso, “o ato de terrorismo naquela multidão que movida pelo ódio, pela intolerância, extrema violência, destruiu a sede dos Três Poderes em Brasília no dia 8 de janeiro. E também as medidas oportunas e enérgicas que estão sendo tomadas para defender definitivamente a democracia e o vigor da Constituição”.
Os Bispos do Regional Norte1, segundo seu Presidente, também disse que dentro da pauta está “a revelação do genocídio que está acontecendo com o Povo Yanomami em Roraima e as ações que estão sendo realizadas para salvar tantas vidas ameaçadas pelas doenças, pela miséria, pela fome”. Dom Edson lembrou da recente visita do Cardeal Leonardo Steiner em nome do Papa e da CNBB, que relatará, junto com o Padre Lúcio Nicoletto, Administrador diocesano de Roraima, a situação em Roraima.
Os Bispos do Regional Norte1, segundo seu Presidente, “vamos nos alegrar com Dom Giuliano Frigenni, que receberá seu sucessor”, um momento que vai acontecer no próximo domingo, 12 de fevereiro, com o início do ministério como Bispo da Diocese de Parintins de Dom José Araújo de Albuquerque, até agora Bispo auxiliar de Manaus, que contará com a presença de seus irmãos bispos. Dom Edson também lembrou que os Bispos irão se preparar para acolher Dom Evaristo Spengler, Bispo eleito da Diocese de Roraima, transferido da Prelazia do Marajó, que irá assumir no dia 25 de março.
A preparação da 60ª Assembleia Geral da CNBB, que será realizada em Aparecida de 19 a 28 de abril, finalmente totalmente presencial, insiste Dom Edson, também está na pauta do encontro. Uma assembleia importante, “porque serão renovados todos os cargos e serão aprovadas as novas Diretrizes para a Ação Evangelizadora na Igreja do Brasil para os próximos 4 anos”. O Presidente do Regional Norte1 considera importante, “destacar a graça do encontro, que fortalece nossa colegialidade episcopal, nossa amizade e fraternidade, que também se expressa nos vários momentos de oração entre nós e de celebração com as comunidades de Tefé”.
Dom Altevir expressou sua alegria de “receber todos os Bispos do Regional Norte1 para uma semana de encontro”, afirmando que a expectativa é grande e “a Prelazia preparou tudo com muito carinho para receber os nossos Bispos”, que foram acolhidos por uma grande equipe da Prelazia no aeroporto. Os Bispos se encontrarão com os padres de Tefé e algumas autoridades locais, lembrou Dom Altevir, que destacou a celebração eucarística que acontecerá na Catedral de Santa Teresa com a participação de todas as paróquias de Tefé. Os Bispos também irão celebrar nas comunidades de Tefé na terça-feira, segundo Dom Altevir.
“Um encontro muito animado, tranquilo, sem correria”, segundo o Bispo da Prelazia de Tefé, que disse que os Bispos também irão conhecer a realidade das reservas na região de Tefé, uma iniciativa que ajuda na preservação e cuidado da casa comum. Dom Altevir insistiu na grande expectativa de um encontro tão esperado.
Ser sal da terra e luz do mundo é aquilo que “Jesus continua a nos indicar a que fomos chamados”, nos lembra o Cardeal Leonardo Steiner no comentário às leituras do 5º Domingo do Tempo Comum. O Arcebispo de Manaus lembra que “no Evangelho do domingo que passou, vimos que fomos chamados a perseverar, a ser fidelidade, a permanecer a caminho, ser fiéis”.
O chamado a ser sal e luz é visto pelo cardeal como a “necessidade de uma transformação radical do nosso existir”, insistindo em ser “sal e luz que anunciam o novo céu e a nova terra, onde possa desabrochar, livre de toda a servidão, uma nova felicidade. Somos, mais uma vez convidados à plenitude”. Lembrando que as bem-aventuranças nos ensinam “o modo de viver, de caminhar de jamais voltar para trás com a texto das chamadas”, vemos neste domingo “Jesus a nos dizer que somos sal da terra e luz do mundo. É o chamado à conversão radical, o retorno do coração à fonte do ser, a Deus. As palavras de Jesus a destravar, desvencilhar a nossa vida, para impulso dinâmico do sopro divino, sagrado, criador, iluminador, libertador da vida. Entrarmos na dinâmica da luz, do sal”.
Fazendo ver que “o sal pode destruir por corrosão”, Dom Leonardo afirma que “o próprio do sal é conservar a comida, proteger contra a putrefação, a decomposição. Ele mantem os nossos alimentos saudáveis. Sobressai no sal a sua virtude protetora e purificadora, fazendo dele um condimento fisiologicamente necessário à vida, um remédio, símbolo da incorruptibilidade, de perenidade”.
O cardeal lembra “o pacto de sal” no Antigo Testamento, “que designa uma aliança que Deus não pode romper com seu povo”. Segundo ele, “o sal que acompanha as ofertas e os sacrifícios. Como a mesa é o altar e toda refeição um sacrifício, o hebreu oferece aos convivas o pão e o sal. O sal é símbolo da hospitalidade e da comunhão”.
Ser ouvintes de Jesus, nos torna “um povo que é sal, tempero, sinal, preservação da presença, do cuidado de Deus”, segundo Dom Leonardo. Citando um poeta, ele diz que “o sal a simbolizar o Povo de Israel, e o novo Povo de Deus, a Igreja”. Ser o sal da terra é “um testemunho da presença salvadora e criadora de Deus”, insistindo em cada um de nós e como comunidade de seguidores e seguidoras de Jesus, “se deixamos de ser sal, se deixarmos de sermos preservação, condimento necessário à vida, um remédio, o símbolo da incorruptibilidade, de perenidade, ‘não servirá para mais nada, senão para ser jogado fora e ser pisado pelos homens’”.
Diante disso, “o sal que deveríamos ser, é dispensado, jogados fora”, ressalta Dom Leonardo, que questiona: “Se somos sal, qual a nossa valia, a nossa contribuição, na visibilização do Reino de Deus; da transformação da nossa sociedade como sal da terra?”. O Arcebispo vê o ser sal como “tempero de paz, de concórdia, de solidariedade, de samaritanidade; sal de justiça, de equidade; sal de ânimo, de caminho a ser percorrido, jamais desanimar”. Daí faz um chamado a “não deixar que a nossa humanidade esteja corrompida. O sal não pode deixar de salgar. Mas nós como sal da terra, podemos perder a força cuidadora, purificadora, salgadora, mostrando o sentido de conviver pelas sendas e caminhos de Deus”.
Seguindo a tradução bíblica, “se somos sal e deixamos de ser sal, enlouquecemos, não sabemos mais quem somos, não conservaremos a preciosidade da vida, não preservamos mais a vida na sua totalidade”, diz Dom Leonardo. Ele reflete dizendo que “se um povo deixar de ser sal, se um povo enlouquecer, perder a razão de existir, de ser, quem executará a sua missão de salvar o mundo?”. Citando André Chouraqui em sua obra “A Bíblia Matyah”, o Cardeal diz que “Israel não será mais suficientemente forte para nada senão ser jogado fora e pisado pelos homens. É o que aconteceu efetivamente em 70 d.c., quando as legiões romanas destruirão a pátria e o templo de Israel, pisando no povo e jogando fora os sobreviventes, vendidos como escravos nos mercados do império romano”.
Nesse ser sal da terra, o Cardeal Steiner afirma que “somos chamados, vocacionados a ser o tempero, o sabor da vida de tantas existências que perderam a razão de existir, de ser. Seguidores e seguidoras de Jesus somos, pela cruz e ressurreição de Jesus sal. A sinalizar o sentido da agradabilidade e suavidade do Reino”.
“A luz se faz mais luz na noite, nas trevas”, segundo o Cardeal, que lembra que “na criação Deus concede a luz, tudo fica iluminado. A luz, o conhecimento, a iluminação, como o sopro de vida, o sopro de Deus, o Espírito que paira e ilumina. A sua vibração é criadora, ela traz em si o real que ela forma e esculpe em sua transparência. A luz precede as trevas e as sucede tanto na ordem real quanto na iluminação interior de uma dualidade universal que se exprime desde os primeiros versículos do Gênesis”, se referindo novamente às palavras de André Chouraqui.
Dom Leonardo ressalta que “a luz simboliza a vida, a salvação e o amor que brotam da fonte única: Deus que é própria Luz”. Ele destaca que “a dinâmica das palavras de Jesus segue o método talmúdico do geral ao particular”. Junto com isso, o Arcebispo de Manaus nos faz ver que “Jesus nos chamou de ‘luz do mundo’ porque, iluminados por Ele, verdadeira e eterna Luz, nos tornássemos, a luz que brilha nas trevas. Jesus é o Sol da Justiça; nos chama a todos para ser ‘luz do mundo’; pois é por meio de nós que irradia sobre o mundo a luz esplendorosa de Jesus”.
Diante disso, “deveríamos, com nosso modo de vida, afugentar dos corações das pessoas as trevas do erro, da injustiça, do abandono, do desprezo, do egoísmo. Manifestar a luz da verdade, da bondade, da proximidade, da samaritanidade”. Recordando as palavras de São Paulo, nos diz que “iluminados por Jesus e pelos irmãos e irmãs que seguem a Jesus, também nós passamos das trevas para a luz”.
Citando o teólogo ortodoxo Paulo Evdokimov, em sua obra “O amor louco de Deus”, que diz que ilumina a escuridão de nossa indiferença diante de sermos sal da terra e luz do mundo, Dom Leonardo destaca “o amor louco de Deus a nos dizer que somos sal da terra e luz do mundo”. Por isso insiste em que “o sal deve salgar, conservar, purificar; a luz iluminar, clarear, indicar o caminho. Tudo para que o Evangelho seja fecundo, vivificante, transformador, um sopro de vida nova. Um Espírito que renova a face da terra. Nada de indiferença, neutralidade!”.
Dom Leonardo reflete sobre o fato de que “fomos em Jesus libertados, iluminados, transformados. Fomos libertados das trevas, do erro, sabemos o caminho da felicidade, de estarmos libertos das trevas do erro”. Daí convida a “caminhar na luminosidade, como filhos e filhas da luz”, insistindo em que “a lâmpada, a luz resplandecente, que foi acesa para nossa salvação, deve brilhar sempre em nós, e aluminar os outros”. Por isso, ele pede que “deixemos que brilhe a vida e a graça que recebemos, iluminemos a vida, estanquemos a escuridão da violência, da guerra, da degradação, do esquecimento. Iluminemos os dias da humanidade, não deixemos que ela pereça pela nossa indiferença”. Uma atitude que deve nos levar a fazer com que “os Yanomami vejam brilhar a luz da esperança, iluminados e temperados possam reconstituir-se como povo, que as crianças possam espargir alegria, levar seus sorrisos e firmar os passos”.