Relíquia do sangue de São Francisco de Assis visitará Terra Santa

Comissão formada por religiosos e leigos levará relíquia a Jerusalém e Belém com o objetivo de, em meio à guerra, levar esperança para o futuro

Da Redação, com Agência Fides

Jerusalém / Foto: Pixabay

Entre os dias 30 de setembro e 5 de outubro, uma relíquia de São Francisco de Assis visitará a Terra Santa. Uma comissão formada por 10 pessoas, entre frades e leigos, levará a relíquia do sangue a Jerusalém e Belém durante o período.

O Comissário da Terra Santa dos Frades Menores da região italiana da Toscana e coordenador do Comitê para o 800º aniversário dos estigmas de São Francisco, frei Matteo Brena, fala sobre o objetivo da visita, que se dará enquanto a guerra continua e as populações desses territórios se encontram no sofrimento, no medo, no luto e em situação de precariedade.

“Depois de 800 anos, estamos trazendo São Francisco de volta à Terra Santa para tentar ser, como ele, capazes de atravessar fronteiras em um lugar ferido, assim como, há oito séculos, o Pobrezinho peregrinou nos lugares santos em um tempo igualmente difícil, porque marcado pelas cruzadas, com o desejo de construir pontes e não muros”, expressa.

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O frade manifesta ainda o desejo de “ser aquele ‘pequeno remanescente’ que sabe como ser portador, neste novo momento dramático para o Oriente Médio, de um sinal de consolo e de uma palavra de esperança”. Recordando o lema para o oitavo centenário dos estigmas de São Francisco – ‘Das feridas, vida nova’ –, o religioso indica que, ao levar a relíquia do santo italiano à Terra Santa, “tentamos dizer a esses irmãos que é possível habitar as feridas com esperança e desejo de futuro”.

Geminação da Basílica do Getsêmani e do Santuário de La Verna

Um dos momentos centrais da viagem será no dia 2 de outubro: será sancionada a geminação entre a Basílica do Getsêmani, um lugar que preserva a memória das horas dramáticas da paixão de Cristo, e o Santuário de La Verna, na Toscana. A geminação também sancionará o vínculo entre os dois eremitérios. A cerimônia contará com a presença do Custódio da Terra Santa, frei Francesco Patton, e o Ministro Provincial dos Frades Menores da Toscana, frei Livio Crisci.

“Este ano”, observa frei Brena, “a Basílica do Getsêmani comemora cem anos de sua construção, em 1924, juntamente com a Basílica da Transfiguração, pelo arquiteto italiano Antonio Barluzzi, falecido em 1960, em Roma, no convento da Delegação da Terra Santa. Portanto, também faremos parte das iniciativas deste centenário”.

Segunda sessão do Sínodo dos Bispos será iniciada nesta quarta-feira

“O Sínodo é um espaço de diálogo”, afirma presidente da CNBB; Assembleia contará com participantes brasileiros e está sendo precedida por um retiro espiritual

Sínodo 2021 -2024 / Foto: divulgação CNBB

A segunda sessão da XVI Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos será iniciada nesta quarta-feira, 2, e concluída no dia 27 de outubro, no Vaticano. O arcebispo de Porto Alegre (RS) e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Dom Jaime Spengler, afirma que é um momento extraordinário no âmbito universal da Igreja. Ele também convida todos a rezarem juntos, a pedido do Papa Francisco, e a se engajarem no processo de experiência de promoção do próprio Sínodo.

O presidente da CNBB também exorta a ouvir o Espírito de Deus, para que este possa ser o caminho em vista da busca de indicações viáveis para que a transmissão da fé possa se dar de uma forma ainda mais determinada, compreensível para a geração atual.

Os trabalhos do Sínodo serão orientados pelo Instrumentum Laboris (IL), documento de trabalho publicado no início de julho, inclusive em português. Estruturado em cinco partes, o Instrumentum Laboris não oferece “respostas pré-fabricadas”, mas sim “indicações e propostas” sobre como a Igreja, num todo, pode responder “à necessidade de ser ‘sinodal em missão’”, ou seja, uma Igreja mais próxima das pessoas, menos burocrática, que seja casa e família de Deus, na qual todos os batizados sejam corresponsáveis e participem de sua vida na distinção de seus diferentes ministérios e papéis. 

Programação 

A segunda sessão, assim como a primeira, será precedida por dois dias de retiro espiritual – que já está sendo realizado no Vaticano. “Esperamos repetir a mesma experiência intensa do ano passado, que foi unanimemente apreciada pelos participantes no Sínodo”, disse o secretário-geral da Secretaria do Sínodo, Cardeal Mario Grech, na coletiva de imprensa que antecedeu o retiro.

Para concluir o encontro, na noite desta terça-feira, 1º de outubro, haverá uma vigília penitencial na Basílica de São Pedro, presidida pelo Papa Francisco. Este momento de oração, organizado conjuntamente pela Secretaria Geral do Sínodo e pela diocese de Roma, em colaboração com a União dos Superiores Gerais e a União Internacional dos Superiores Gerais, estará aberto à participação de todos, especialmente dos jovens.

No dia 11 de outubro, os participantes viverão um momento de oração ecumênica, juntamente com o Santo Padre, os 16 delegados fraternos presentes na Sala do Sínodo e vários outros representantes de Igrejas e Comunidades eclesiais presentes em Roma. Em preparação para a fase final da Assembleia, o dia 21 de outubro será dedicado a um dia de retiro espiritual.

“Será uma espécie de pit-stop, para implorar ao Senhor por seus dons em vista do discernimento sobre o rascunho do Documento Final. Como se vê, há uma alternância de momentos de oração pessoal, de diálogo e de comunhão entre nós, de comunhão fraterna na escuta e de amor recíproco e de comunhão na oração”, explica o Cardeal Grech. 

Participantes 

A lista de participantes na segunda sessão da XVI Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos está dividida em membros — aqueles que têm direito de voto — que estão organizados de acordo com o título de participação (membros ex officio, ex designatione e ex electione), convidados especiais e outros participantes. O arcebispo de Brasília (DF), Cardeal Paulo Cezar Costa, e o bispo de Petrópolis (RJ), Dom Joel Portella Amado, estão entre os delegados brasileiros presentes no Sínodo. 

A reunião também contará com a participação do Cardeal João Braz de Aviz, como prefeito do Dicastério para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica, Dom Jaime Spengler, como presidente do Conselho Episcopal Latino Americano e Caribenho (Celam) e Sônia Gomes de Oliveira, presidente do Conselho Nacional do Laicato do Brasil, organismo e articulação, organização e representação dos cristãos leigos e leigas. 

Pedido de oração do Papa 

Em outubro de 2021, no início do Caminho Sinodal, a Rede Mundial de Oração do Papa lançou o site Pray For The Synod, em colaboração com a Secretaria do Sínodo e a União Internacional de Superioras Gerais (UISG). Este site tornou-se um ponto de encontro para pessoas de todo o mundo partilharem orações pelo Sínodo. Desde então, mais de 300 orações escritas pelo povo de Deus foram partilhadas.
Durante a segunda Assembleia Sinodal, o Click To Pray vai disponibilizar as mesmas orações que serão rezadas diariamente na sala sinodal. O aplicativo também oferece a possibilidade de acompanhar as intenções de oração do Santo Padre em seu perfil oficial.

Pontífice recebeu, em audiência, os participantes do projeto “Custódios da Beleza” promovido pela Conferência Episcopal Italiana

Da redação, com Vatican News

Papa exortou participantes do projeto “Custódios da Beleza” a cultivar a beleza como algo único e sagrado para cada criatura /Foto: Dabir Bernard na Unsplash

O Papa Francisco recebeu, em audiência, nesta segunda-feira, 30, na Sala Clementina, no Vaticano, os participantes do projeto “Custódios da Beleza” promovido pela Conferência Episcopal Italiana (CEI).

Em seu discurso, o Pontífice ressaltou que “ser “Custódios da Beleza” é uma grande responsabilidade, mas também uma mensagem importante para a comunidade eclesial e para a sociedade como um todo”. O Papa refletiu sobre o nome desse projeto “que não é um simples slogan, mas indica um modo de ser, um estilo, uma escolha de vida orientada para duas grandes finalidades: custodiar e beleza”.

“Custodiar significa proteger, conservar, zelar e defender. É uma ação multifacetada, que exige atenção e cuidado, pois parte da consciência do valor de quem ou do que nos é confiado. Por isso não permite distrações e preguiça”, disse Francisco. O Santo Padre reforçou que quem custodia fica de olhos bem abertos, não tem medo de perder tempo, de se envolver, de assumir responsabilidades. “Tudo isso num contexto que, muitas vezes, nos convida a não ‘sujar as mãos’ e a delegar, é profético, porque exige um compromisso pessoal e comunitário. Cada um, com as suas capacidades e competências, com inteligência e coração, pode fazer algo para proteger as coisas, os outros, a casa comum, numa perspectiva de cuidado integral da criação”.

Pobres da terra

O Papa recordou que São Paulo diz, na Carta aos Romanos, que “a criação toda geme e sofre”. Segundo ele, esse grito une-se ao de muitos pobres da terra, que pedem urgentemente decisões sérias e eficazes destinadas a promover o bem de todos, numa perspectiva que não pode ser apenas ambiental, mas deve se tornar ecológica num sentido mais amplo e mais integral.

“Hoje, há muitas pessoas à margem, descartadas, esquecidas numa sociedade cada vez mais eficiente e implacável: os pobres, os migrantes, os idosos e os deficientes sozinhos, os doentes crônicos. No entanto, cada um é precioso aos olhos do Senhor. É por isso que eu os exorto, em seu trabalho de regeneração de muitos lugares deixados ao abandono e à degradação, a manter sempre como seu objetivo principal o cuidado das pessoas que vivem e frequentam esses lugares. Somente dessa forma vocês restaurarão a beleza da criação”, exortou.

Beleza

Na sequência, Francisco falou sobre a beleza, ressaltando que, hoje, se fala muito sobre ela, a ponto de torná-la uma obsessão. Muitas vezes, porém, ela é considerada de forma distorcida, confundindo-a com modelos estéticos efêmeros e massificantes, mais ligados a critérios hedonistas, comerciais e publicitários do que ao desenvolvimento integral das pessoas, alertou o Santo Padre.

Tal abordagem é deletéria, explicou, pois não ajuda a florescer o melhor de cada um, mas leva à degradação do ser humano e da natureza. Se, de fato, “não se aprende a parar para admirar e apreciar a beleza, não é estranho que tudo se transforme em objeto de uso e abuso inescrupuloso”, frisou o Pontífice citando um trecho de sua Encíclica Laudato si’.

O Papa sublinhou que é questão de aprender a cultivar a beleza como algo único e sagrado para cada criatura, pensada, amada e celebrada por Deus desde as origens do mundo como uma unidade inseparável de graça e bondade, de perfeição estética e moral. O Santo Padre afirmou aos participantes que essa é a missão deles e os encorajou, como cooperadores no grande projeto do Criador, a não se cansarem de transformar a feiura em beleza, a degradação em oportunidade, a desordem em harmonia.

Francisco pediu a São José de Nazaré que acompanhe os participantes do projeto “Custódios da Beleza”, ele que foi “o custódio humilde e silencioso do «mais belo dos filhos do homem», do Verbo encarnado em quem todas as coisas foram criadas e existem”. “Com sua fidelidade discreta e trabalhadora, São José ajudou a devolver a beleza ao mundo”.

7ª Assembleia Rede CLAMOR: “Uma oportunidade singular de articulação, de fortalecimento, e sobretudo de interação”

A sede do Conselho Episcopal Latino-americano e Caribenho (CELAM), em Bogotá (Colômbia), acolhe de 24 a 29 de setembro de 2024 a 7ª Assembleia da Rede CLAMOR (Rede Eclesial Latino-americana e Caribenha de Migração, Deslocamento, Refúgio e Tráfico de Pessoas), ligada ao CELAM, que tem como tema “Deus caminha com seu povo”, e conta com mais de 100 participantes de 32 países.

Um momento emocionante, segundo o bispo auxiliar de Brasília e secretário geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Ricardo Hoepers. Ele destacou a presença de “representações de tantos países, e ao mesmo tempo verificando os desafios que temos na área das migrações, das fronteiras”. Segundo o bispo, “é um momento de fortalecermos as redes, os vínculos, e a CNBB não poderia não estar, porque ela esteve no início da Rede CLAMOR, e agora queremos fortalecer ainda mais os nossos trabalhos, principalmente no Brasil, para que possamos responder aos grandes desafios em todas as áreas migratórias, seja ad extra do nosso país como ad intra”, sendo assim, “um momento oportuno para fortalecermos esses vínculos”. Dom Ricardo Hoepers manifestou que “neste final de semana queremos dar o nosso abraço, a nossa benção, em unidade e oração por todos os refugiados e migrantes”.

Segundo a Ir. Rosita Milesi vê a assembleia “é uma oportunidade singular de articulação, de fortalecimento, e sobretudo de interação entre tantos países”. A religiosa destaca “a oportunidade de fortalecer nossas relações entre as nossas organizações, e entre vários países e mesmo continentes”. Uma riqueza que considera “muito singular, porque por mais que leiamos, por mais que possamos ver imagens, notícias, a verdade é que a relação pessoal é algo que tem uma riqueza muito particular, e muitos de nós crescemos efetivamente, nos enriquecemos ao ouvir, ao compartir com outras pessoas de várias nacionalidades, de várias procedências, e sobretudo ouvir os depoimentos de pessoas vítimas de tráfico, pessoas migrantes, pessoas refugiadas, que aqui estão conosco”.

São pessoas que “nos sensibilizam muito além de um simples conhecimento, nos sensibilizam para a vida real, para aquilo que marca a vida das pessoas, aquilo que é muitas vezes um caminho de sofrimento que não conseguimos imaginar, e ouvindo estas pessoas é que o nosso sentimento, o nosso amor, a nossa compaixão, como o Papa Francisco sempre fala, se fortalece e se sensibiliza mais em favor dos irmãos refugiados, migrantes e vítimas de tráfico de pessoas”, sublinhou a religiosa.

Uma assembleia que “tem sido um momento muito forte de articular e fortalecer o trabalho em rede”, também entre as comissões da Rede CLAMOR: a comissão de prevenção ao tráfico de pessoas, comissão de articulação e serviços, a comissão de formação e a comissão de incidência, bem como a comissão de comunicação, disse a Ir. Rose Bertoldo. Ela disse que “a assembleia ajudou a perceber o trabalho que está sendo feito em América Latina e o Caribe, mas também agora alargando para os cinco continentes onde também tem a presença de pessoas que trabalha com a migração e com o tema do tráfico de pessoas”.

A secretária do Regional Norte1 destacou como uma dimensão muito forte, conhecer o trabalho da Rede COATNET, a rede de enfretamento ao tráfico de pessoas, que é coordenada e articulada pela Caritas Internacional, que se soma às demais redes da Vida Religiosa Consagrada, à Rede Talitha Kum e também à Rede CLAMOR, que tem o objetivo de articular, de contribuir para o fortalecimento das redes de prevenção ao tráfico de pessoas, dando visibilidade a esse trabalho de prevenção a partir das datas relacionadas com o tráfico de pessoas. Finalmente, a Ir. Rose Bertoldo insistiu na importância de que na assembleia, cada comissão vai fazer um plano de ação para a continuidade do trabalho 2024-2025.

Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Papa Francisco recebe presidente e grupo de mulheres da CEAMA, “que está crescendo com uma atitude eminentemente sinodal”

O Papa Francisco não para, é surpreendente ver a agenda de alguém com quase 88 anos. Poucas horas depois de voltar da Bélgica, ele começou a segunda-feira com várias audiências que começaram pouco depois das 7h. Em uma das audiências recebeu o presidente da Conferência Eclesial da Amazônia (CEAMA), cardeal Pedro Barreto, a quem depois se juntou um grupo de mulheres de diferentes partes do mundo, mulheres que, articuladas pela CEAMA, refletem sobre a figura da mulher na vida da Igreja.

A CEAMA é um exemplo de sinodalidade

A audiência ocorreu no dia em que se iniciou o retiro antes da Segunda Sessão do Sínodo sobre Sinodalidade, que começa seus trabalhos na quarta-feira, 2 de outubro. Não podemos nos esquecer de que, no Relatório Síntese da Primeira Sessão da Assembleia Sinodal, realizada em outubro de 2023, a CEAMA é vista como um exemplo de sinodalidade.

O Relatório Síntese diz sobre a CEAMA: “Sem subestimar o valor da democracia representativa, o Papa Francisco responde às preocupações de alguns de que o Sínodo poderia se tornar um órgão deliberativo de maioria, privado de seu caráter eclesial e espiritual, colocando em risco a natureza hierárquica da Igreja. Alguns temem ser forçados a mudar; outros temem que nada mude e que haja pouca coragem para seguir a tradição viva. Algumas perplexidades e oposições também escondem o medo de perder o poder ou os privilégios que dele derivam. De qualquer forma, em todos os contextos culturais, os termos ‘sinodal’ e ‘sinodalidade’ indicam um modo de ser Igreja que articula comunhão, missão e participação. Um exemplo disso é a Conferência Eclesial da Amazônia (CEAMA), fruto do processo sinodal missionário nessa região”.

Um Papa animado pela renovação da Igreja

Ao sair da audiência, o cardeal peruano destacou que viu o Papa Francisco “animado por tudo o que ele está fazendo em nível de Igreja nesse processo de renovação”. O Cardeal Barreto falou ao Papa sobre a Conferência Eclesial da Amazônia, enfatizando que “está muito perto de seu coração, mas ao mesmo tempo ele está ciente de que é como uma pequena planta que está crescendo e crescendo com uma atitude eminentemente sinodal”.

Depois deste encontro com o Papa Francisco, o presidente da CEAMA disse que “me sinto muito mais forte, porque é o Espírito Santo que está guiando a Igreja através dele, e através, neste caso para a Amazônia, da CEAMA”, mostrando sua alegria pelo encontro.

A Igreja é mulher, mãe

Sobre a audiência com as mulheres, o cardeal a definiu como “uma experiência inédita, ter nove mulheres de diferentes continentes”, destacando a presença da irmã Laura Vicuña Pereira Manso, uma das vice-presidentes da CEAMA, enfatizando o fato de “ver o Papa tão feliz com elas, escutando-as e encorajando-as. Afirmou que a Igreja é mulher, mãe que acolhe a todos”, destacou o cardeal, ‘encorajando-nos a continuar caminhando juntos na Igreja sinodal’.

A Ir. Laura Vicuña Pereira Manso, catequista franciscana, expressou sua alegria pelo encontro com o Papa Francisco. A vice-presidente da CEAMA destacou o fato de serem mulheres de todo o mundo, com as quais “reafirmamos o caminho sinodal que a Igreja vem fazendo das mulheres que estão nas periferias das periferias”.

Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Retiro prepara os participantes da Assembleia Sinodal para estarem “como Moisés no Sinai, na presença do Senhor”

Podemos dizer que a Segunda Sessão do Sínodo sobre a Sinodalidade, onde um dos seus membros é o arcebispo de Manaus e presidente do Regional Norte1 da CNBB, Cardeal Leonardo Steiner, já começou, não os trabalhos, que se iniciam na quarta-feira, 2 de outubro, após a missa de abertura, mas o retiro prévio, para estar “como Moisés no Sinai, na presença do Senhor”, como destacou o Secretário Geral do Sínodo, Cardeal Mario Grech.

Como ser uma Igreja sinodal em missão?

A reflexão começou com uma pergunta: “Como podemos ser uma Igreja sinodal em missão?”, feita por Madre Maria Ignazia Angelini. A monja beneditina convidou os membros do Sínodo a “abrir espaço para a escuta atônita que nos reposiciona e nos prepara para este novo começo de caminhar juntos”. Isso na festa de São Jerônimo, o homem rude e colérico que se deixou transformar pela Sagrada Escritura.

Analisando o Evangelho do dia, ela destacou que ele mostra “o início da etapa decisiva” de Jesus, fazendo um paralelo com o Sínodo. “A missão tem sua origem na paixão, na atração invencível de Deus pelos últimos”, e no modo de estar com Jesus, enfatizou. Junto com isso, ela enfatizou a arte do diálogo, a sede de Deus, uma lógica que não está presente na cultura atual, mediada pela “lógica dos negócios, do poder, do mercado, do fitness. Ou por lógicas evasivas”. Para isso, é necessário, como sugere o Papa Francisco, “uma narrativa que supere a solidão e os silêncios”, como forma de abordar o diálogo sinodal e, assim, conhecer “a fonte que corre e corre, embora seja noite”, nas palavras de São João da Cruz.

Um lugar sagrado de encontro com o Senhor

Uma assembleia que é se sentar juntos, “um lugar sagrado de encontro com o Senhor que está presente onde ‘dois ou três’ se reúnem em seu nome”, como disse o Cardeal Grech. Por isso, ele insistiu que “ou entramos nessa perspectiva de oração, de fé, de encontro com Deus, ou não assumimos um estilo sinodal autêntico, não vivemos uma experiência de sinodalidade”, porque o protagonista é o Espírito Santo.

Para percorrer o caminho da assembleia, que ele confiou a Maria, o Secretário Geral do Sínodo propôs tirar “as sandálias dos pés, despojar-nos de toda resistência à voz do Espírito Santo, atravessar o deserto e caminhar junto com o povo de Deus em direção à terra da Promessa de Deus”, despojar-se de “vestimentas, abordagens e padrões que ontem poderiam ter sentido, mas hoje se tornaram um fardo para a missão e colocam em risco a credibilidade da Igreja”. Tudo isso “para que a Assembleia Sinodal que hoje inicia seu caminho seja um Pentecostes renovado, para que o Evangelho de Jesus continue a tornar fecunda a vida de toda a humanidade e para que sejamos sinodais e missionários”.

Escuta paciente, imaginativa, inteligente e de coração aberto

As meditações do primeiro dia do retiro continuaram com as orientações do dominicano Timothy Radcliffe, que iniciou suas palavras fazendo um apelo à busca na escuridão. Um primeiro passo para ser uma Igreja sinodal missionária, como pede a Assembleia Sinodal, é “ouvir com paciência, imaginação, inteligência e com o coração aberto”. Isso se deve ao fato de que “ouvir Deus e nossos irmãos e irmãs é a disciplina da santidade”.

O dominicano usou quatro cenas de ressurreição do Evangelho de João para guiar as meditações: “Procurando no escuro”, “O quarto trancado”, “O estranho na praia” e “Café da manhã com o Senhor”, observando que “cada uma delas lança alguma luz sobre como ser uma Igreja sinodal missionária em nosso mundo crucificado”. Com relação ao primeiro, ele disse que “nosso mundo está ainda mais obscurecido pela violência do que há um ano”, e que, como Maria Madalena, “nós também estamos reunidos neste Sínodo para buscar o Senhor”, em uma sociedade ocidental indiferente e em uma Igreja na qual há dúvidas se o Sínodo conseguirá alguma coisa. Ele pediu esperança, para sermos buscadores, de maneiras diferentes, para vivermos “de uma nova maneira e falarmos em uma nova linguagem”, para “vivermos juntos mais profundamente a vida ressuscitada”, para fazermos perguntas, pois “Perguntas não são proibidas aqui”, lembrando o lema da Academia Dominicana em Bagdá.

Ninguém pode ser excluído na Igreja

Radcliffe chamou a imitar a compaixão de Maria Madalena, de tantos santos e santas, daqueles que, sem conhecer Cristo, estão cheios de compaixão. Algo necessário em um mundo que “está cheio de choro”, citando exemplos disso: o Oriente Médio, a Ucrânia, a Rússia, o Sudão e Myanmar.  A partir daí, enfatizou que “este sínodo será um momento de graça se olharmos uns para os outros com compaixão e virmos pessoas que estão como nós, buscando”. Isso é para superar aqueles que podem se sentir excluídos, pois “Maria Madalena também nos lembra como as mulheres são frequentemente excluídas das posições formais de autoridade na Igreja”.

Para o dominicano, “santidade é estar vivo em Deus”, e por isso “o desafio para nós é ajudar uns aos outros a respirar profundamente o rejuvenescedor Espírito Santo”, convidou os participantes da Assembleia Sinodal. Refletindo sobre liderança, ele definiu como sua primeira tarefa “conduzir o rebanho para fora dos pequenos apriscos e para o ar fresco do Espírito Santo”, conclamando a “sermos pregadores do Evangelho da vida abundante”, refletindo sobre algumas possíveis atitudes dos participantes da assembleia, aos quais disse que “podemos aceitar o risco de sermos feridos porque o Senhor nos deu a sua paz”.

Não se fechar num mundo estreito

Radcliffe advertiu que “nosso próprio amor pela Igreja, de formas totalmente diferentes, pode fechar-nos num mundo estreito,”, citando exemplos disso, levando-nos a “olhar para o umbigo eclesiástico, observando os outros, prontos para detectar seus desvios e denunciá-los”. Para isso, ele deixou claro que “este sínodo não é um lugar para negociar mudanças estruturais, mas para optar pela vida, pela conversão e pelo perdão”. Ele conclamou os participantes a “superar toda a violência que está em nossos corações: pensamentos e palavras violentas”. Isso porque “nenhuma discórdia pode destruir nossa paz em Cristo, porque somos um só Nele”.

O dominicano advertiu que “alguns dogmas do nosso tempo são salas fechadas sem oxigênio: relativismo, todos os tipos de fundamentalismo, materialismo, nacionalismo, cientificismo, fundamentalismo religioso. Eles prendem as pessoas em imaginações pequenas e temerosas”, pedindo uma abertura baseada nos “grandes ensinamentos de nossa fé” e buscando como “convidar as pessoas de nosso tempo a entrar no amplo espaço de nossa fé”.

Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Cardeal Steiner: Segunda Sessão da Assembleia Sinodal, “a sinodalidade em vista da missão”

O arcebispo de Manaus, cardeal Leonardo Steiner, é um dos membros da Assembleia Sinodal do Sínodo sobre a Sinodalidade, que realiza de 2 a 27 de outubro sua Segunda Sessão. A poucas horas de iniciar os trabalhos, o cardeal lembra os passos dados até agora no processo sinodal.  

Ele destaca que “continuamos o caminho da sinodalidade proposto por Papa Francisco”, relatando os passos dados desde o início do processo: “Nos reunimos nas nossas igrejas particulares, nas conferências episcopais, nas conferências continentais e entramos na Primeira Sessão do Sínodo. O Sínodo na Primeira Sessão nos ofereceu um Documento de Síntese, depois nós refletimos mais uma vez nas nossas igrejas particulares”.

O cardeal Leonardo Steiner enfatiza que “agora iniciamos a Segunda Sessão, uma Igreja sinodal em missão, tomando a missionariedade como centro da sinodalidade, a sinodalidade em vista missão”, sublinhando que “será uma riqueza para todos nós”.

Aquele que é chamado o cardeal da Amazônia, disse que “nós que vivemos na Amazônia, que já procuramos entrar dentro desse espírito sinodal para a missão, queremos também dar a nossa contribuição, uma Igreja sinodal em missão”. Não podemos esquecer que na Igreja da Amazônia essa é uma dinâmica presente desde o Encontro de Santarém, realizado em 1972, que marcou as linhas prioritárias da evangelização na Amazônia: encarnação na realidade e evangelização libertadora. Uma dinâmica impulsionada no Sínodo para a Amazônia, que realizou sua Assembleia Sinodal em outubro de 2019, e reforçada em 2022, na comemoração dos 50 anos do Encontro de Santarém.

O arcebispo de Manaus enfatiza “a missão, anunciar o Reino de Deus, Jesus Cristo crucificado, ressuscitado, a plenitude do Reino de Deus, que é anunciado. Nós não anunciamos a Igreja, nós anunciamos Jesus crucificado, ressuscitado, o Reino de Deus plenificado”.

Finalmente, o cardeal Steiner destaca que “a Segunda Sessão, certamente há de nos oferecer elementos práticos, há de nos ajudar na orientação para continuarmos e sermos uma Igreja cada vez mais sinodal, para sermos uma Igreja sempre mais missionária, que anuncia o Reino de Deus e a sua justiça”.

Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

São Jerônimo, presbítero e doutor da Igreja

Origens 

Sofrônio Eusébio Jerônimo é o nome completo de São Jerônimo. Nasceu em Estridão, atual Croácia. Não se sabe a data exata do seu nascimento, estima-se que seja por volta de 347. De família cristã e rica, São Jerônimo recebeu uma sólida educação e, ajudado pelos seus pais, completou os estudos em Roma. Ali, deu-se à vida mundana, deixando-se levar pelos prazeres. Porém, logo se arrependeu, recebeu o Batismo e seguiu a vida contemplativa. 

Vida 

Jerônimo estudou por toda a vida, viajando a Europa ao Oriente com sua biblioteca dos clássicos antigos, nos quais era formado e graduado doutor. Passando pela França, conheceu um monastério e decidiu retirar-se para vivenciar a experiência espiritual. Uma de suas características era o gosto pelas entregas radicais. Ficou muitos anos, no deserto da Síria, praticando rigorosos jejuns e penitências, que quase o levaram à morte. Em 375, depois de uma doença, Jerônimo passou ao estudo da Bíblia com renovada paixão. Foi ordenado sacerdote pelo bispo Paulino, na Antioquia, em 379. Mas Jerônimo não tinha vocação pastoral e decidiu que seria um monge dedicado à reflexão, ao estudo e divulgação do cristianismo.

Primeira Tradução da Bíblia para o Latim

Chamado pelo Papa

Voltou para Roma em 382, chamado pelo Papa Dâmaso, para ser seu secretário particular. Jerônimo foi incumbido de traduzir a Bíblia (do grego e do hebraico) para o latim. Nesse trabalho, dedicou quase toda a sua vida. O conjunto final de sua tradução da Bíblia em latim chamou-se “Vulgata” e tornou-se oficial no Concílio de Trento.

Suas obras

Romano de formação, Jerônimo era um enciclopédico. Sua obra literária revelou o filósofo, o retórico, o gramático, o dialético, capaz de escrever e pensar em latim, em grego, em hebraico, escritor de estilo rico, puro e eloquente ao mesmo tempo. Dono de personalidade e temperamento fortíssimo, sua passagem despertava polêmicas ou entusiasmos.

Retirada para Belém

Devido a certas intrigas do meio romano, retirou-se para Belém, onde viveu como um monge, continuando seus estudos e trabalhos bíblicos. Para não ser esquecido, reaparecia, de vez em quando, com um novo livro. Suas violências verbais não perdoavam ninguém. Teve palavras duras para Ambrósio, Basílio e para com o próprio Agostinho. Mas sempre amenizava as intemperanças do seu caráter para que prevalecesse o direito espiritual.

Dedicação à Palavra de Deus

Páscoa

São Jerônimo passou o resto da sua vida em Belém, onde sempre se dedicou à Palavra de Deus, à defesa da fé, ao ensino da cultura clássica e cristã e ao acolhimento dos peregrinos. Faleceu em sua cela, nas proximidades da Gruta da Natividade, em 30 de setembro, provavelmente no ano 420. 

Contribuição Póstuma

Este santo homem, impetuoso e, muitas vezes, polêmico e divergente, era odiado, mas também muito querido. Não era fácil dialogar com ele, porém deu uma contribuição ao Cristianismo, com seu testemunho de vida e seus numerosos escritos. Com efeito, deve-se a ele a primeira tradução da Bíblia para o latim, chamada Vulgata: traduziu os Evangelhos do grego e o Antigo Testamento do hebraico; ainda hoje, a Vulgata, embora revisada, é o texto oficial da Igreja de língua latina. 

Minha oração

“Grande tradutor e divulgador da Palavra de Deus, foste tão íntimo das escrituras e nos ensinaste esse belo caminho para a união com Cristo. Dai-nos amor à Palavra, dedicação em lê-la, rezá-la e meditá-la como tu mesmo tiveste. Amém.”

São Jerônimo, rogai por nós!

Santos Arcanjos Miguel, Gabriel e Rafael, soldados do exército celeste

Origens 

Os Santos Arcanjos Miguel, Gabriel e Rafael são investidos de cargos diferentes. Celebrados, antes, em datas diferentes, mas, com as reformas do Concílio Vaticano II, agora são recordados em um só dia. A memória litúrgica ocorre em 29 de setembro. 

A Bíblia os lembra com missões específicas: Miguel, o adversário de Satanás; Gabriel, o anunciador; e Rafael, o ajudante. O título de arcanjo deriva da ideia de uma corte celestial na qual os anjos estão presentes de acordo com diferentes graus e dignidades. 

Os Santos Arcanjos Miguel, Gabriel e Rafael ocupam as esferas mais altas das hierarquias angélicas. Eles têm a tarefa de conservar a transcendência e o mistério de Deus, ao mesmo tempo que tornam presente e perceptível a sua proximidade salvífica.

São Miguel, o Príncipe que luta contra o mal

Segundo a tradição, o Arcanjo Miguel é o príncipe que luta contra o mal, de cujos assaltos defende perenemente a fé e a Igreja. Além disso, é reconhecido o poder da intercessão, muito venerada tanto no Oriente como no Ocidente.

No mundo, são incontáveis as catedrais, os santuários, os mosteiros, as capelas dedicados ao Arcanjo Miguel. Seu nome é citado cinco vezes na “Sagrada Escritura”, deriva da expressão “Mi-ka-El”, ou seja, “quem é como Deus?”. Pela sua popularidade secular, o Anjo guerreiro que, com a sua espada desembainhada, vigia, do Castelo Santo Anjo, a Cúpula de São Pedro, é também centro de numerosas histórias e anedotas. Uma delas remonta ao dia 13 de outubro de 1884.

Após a celebração da Missa, na Capela Vaticana, Leão XIII permanece inerte por uns dez minutos. Seu rosto, dizem as testemunhas, revela, ao mesmo tempo, terror e maravilha. A seguir, o Papa Pecci vai depressa ao seu escritório, senta-se à mesa e escreve de impulso uma oração ao Arcanjo Miguel. Meia hora depois, chama o Secretário e lhe entrega a folha de papel, pedindo-lhe para ser imprensa e enviada a todos os Bispos do mundo, para que a súplica fosse recitada no final da Missa. Leão XIII narra ter tido, naqueles poucos minutos, uma estarrecedora visão de “legiões de demônios” que atacavam a Igreja, quase a ponto de destruí-la, e de ter assistido a intervenção defensiva e decisiva do Arcanjo.

São Gabriel, o mensageiro de Deus

O Anjo Gabriel fez o anúncio a Maria. No Evangelho de Lucas, lemos “foi enviado”; logo, o Arcanjo Gabriel é o mensageiro de Deus, encarregado de explicar à “Virgem, prometida a um homem da casa de Davi, chamado José”, o modo com o qual Deus deveria se encarnar.

Mencionado várias vezes no Antigo e no Novo Testamento, São Gabriel, mensageiro por excelência, é o Padroeiro das Comunicações, além disso, foi declarado também Padroeiro da Rádio Vaticano.

Os episódios bíblicos dos quais Gabriel é protagonista são narrados no Livro do profeta Daniel. O Arcanjo aparece a Daniel para explicar-lhe o significado de uma visão misteriosa (Dn 8,15-18), enquanto, em outra (Dn 9,20- 27), preanuncia certos eventos. Ainda no Evangelho, em Lucas, ele comunica a Zacarias sobre o nascimento do seu filho João (Lc 1, 8-20). Assim, Gabriel revela, de modo bem mais claro, ser uma criatura celeste, estar na presença de Deus e ser seu mensageiro.

São Rafael, a medicina de Deus

A história do arcanjo Rafael é narrada no Livro de Tobias, na época da revolta dos Macabeus. O núcleo central do livro é a viagem empreendida por Tobias para recuperar, em uma terra distante, um crédito de seu pai que se tornou indigente, com o acompanhamento de outro viajante.

Durante uma parada no rio Tigre, um grande peixe atacou o jovem, que se assustou, mas, depois, encorajado pelo viajante — que era o arcanjo Rafael disfarçado —, pegou o peixe, do qual, sempre por orientação do viajante, arrancou o coração, o fígado e a bílis do peixe e os colocou no alforje.

Quando estavam quase chegando ao destino final, o Arcanjo insistiu para que Tobias se hospedasse na família de alguns parentes, onde conheceu sua prima Sara, que a lei de Moisés lhe reservou como esposa. A jovem já estava comprometida com sete homens, todos assassinados no tálamo nupcial pelo demônio Asmodeus, por ciúme da jovem. Sara casou-se com Tobias. A nova tentativa de Asmodeus foi derrotada pelo coração e o fígado do peixe, que o viajante sugeriu colocar em um braseiro, para que a fumaça afugentasse o demônio.

Depois do casamento, Tobias voltou para a casa paterna e quis recompensar o viajante por toda a sua ajuda. Chamando de lado o pai e filho, o viajante revelou a sua identidade. Explicou-lhes que, devido às orações e caridade deles, ele havia sido enviado por Deus para curá-los e guiá-los. E falando de si mesmo, lhes disse: “Eu sou Rafael, um dos sete Anjos, sempre prontos para entrar na presença da majestade do Senhor”.

Minha oração

“Pelos Arcanjos, pedimos a proteção da nossa Igreja, das nossas famílias, nosso trabalho e saúde. Onde houver o mal, defendei-nos e protegei-nos, ao mesmo tempo nos ilumine contra toda a tentação do demônio. Sede nossos companheiros e amigos na caminhada rumo ao Céu. Por Nosso Senhor Jesus Cristo. Amém!”

Santos Arcanjos Miguel, Gabriel e Rafael, rogai por nós!

São Venceslau, o pacífico duque da Boêmia

Origens 

São Venceslau nasceu em Praga, República Checa, em 907. Foi educado como cristão por sua avó Santa Ludmila. Sucedeu a seu pai, Vratislau, antes de morrer, quando ainda muito jovem, tornando-se duque da Boêmia. Isto despertou em sua mãe, Draomira, a ira e a vingança, pois ela preferia o segundo filho, Boleslau.

Reinado

Cristianizou o seu país como um verdadeiro nobre. Pacífico na administração do reino e misericordioso para com os pobres; redimiu um grupo inumerável de escravos pagãos que estavam à venda em Praga, para que fossem batizados. Certa vez, decidiu fazer um duelo para não envolver seus soldados na guerra, mas seu adversário se reconciliou com ele. 

O Trono Roubado

Antes que isso acontecesse, a mãe tomou à força o poder e começou uma grande e desumana perseguição aos cristãos. Assim, por sua maldade e impopularidade junto ao povo, foi deposta pelos representantes das províncias, que fizeram prevalecer a vontade do rei Vratislau, elevando ao trono seu filho Venceslau. 

Imediatamente, seguindo o conselho da avó, Venceslau levou de volta ao reino o cristianismo. Quando soube disso, Draomira ficou tão transtornada que contratou alguns assassinos para dar fim à vida da velha e bondosa senhora, que morreu enquanto rezava, estrangulada com o próprio véu.

Inveja de Draomira

Draomira sabia que ainda havia mais uma pedra em seu caminho impedindo seus planos maldosos e sua perseguição ao povo cristão. Venceslau era um obstáculo difícil, pois, em muito pouco tempo, já tinha conquistado a confiança, a graça e a simpatia do povo, que via nele um verdadeiro líder, um exemplo a ser seguido. 

Páscoa

Draomira e Boleslau, inconformados com a popularidade de Venceslau, arquitetaram um plano diabólico para acabarem com sua vida. Morreu em 935. Boleslau atacou Venceslau enquanto ele ia sozinho, como costumava fazer, à igreja. Mãe e filho, porém, não tiveram tempo de saborear o poder e o trono roubado de Venceslau, pois, em poucos dias, Draomira teve uma morte trágica e Boleslau foi condenado pelo imperador Oton I.

Relíquia 

O seu corpo foi sepultado na igreja de São Vito, em Praga. Desde então, passou a ser cultuado como santo. A Hungria, a Polônia e a Boêmia têm em São Venceslau seu protetor e padroeiro. Mais tarde, no século XVIII, a Igreja inscreveu São Venceslau no calendário litúrgico, marcando o dia 28 de setembro para a sua festa.

Minha oração

“Tu foste nobre de sangue, mas muito mais nobre na alma, dai aqueles que são os líderes a mesma nobreza e dedicação para o povo que necessita. Embuti a fé nos teus devotos e com teu exemplo fortaleça o caminho cristão. Por Cristo, Nosso Senhor. Amém!”

São Venceslau, rogai por nós!