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A JORNADA DO INDÍGENA SORINO YANOMAMI E A CANONIZAÇÃO DO PADRE JOSÉ ALLAMANO

O milagre em Roraima é atribuído ao Bem Aventurado José Allamano, sua canonização será divulgada em breve pelo vaticano.

Trinta e três anos após a beatificação do fundador dos Missionários e das Missionárias da Consolata, Padre José Allamano, emerge um emocionante relato de fé e superação,  esta semana a Diocese de Roraima recebeu a notícia que o beato finalmente será considerado santo, a canonização será divulgada em breve pelo Vaticano. 

Em 7 de outubro de 1990, o então Papa João Paulo II proclamou a beatificação do Padre José Allamano, um marco significativo na história da Igreja Católica. Desde então, as missões e missionárias dedicaram suas preces e esforços à esperança de que ele fosse oficialmente reconhecido como santo.

“Agradecemos a Deus e a Nossa Senhora da Consolata. Na verdade, isso nos enobrece e nos alegra, porque pensamos na proteção deste grande santo fundador da Família da Consolata, dos irmãos, padres religiosos e das irmãs religiosas consagradas que caminharam conosco aqui em Roraima desde 1947. Gratidão ao Beato José Allamano pela intercessão, pelo carinho com que nos acompanha e, sobretudo, gratidão a todos vocês. Sabendo que este é o dia que o Senhor fez para nós, doado à nossa igreja de Roraima e à igreja católica como um todo, mais um santo, mais um irmão que foi reconhecido. Gratidão.” Agradeceu o padre Lúcio Nicoletto, Vigário Geral da Diocese de Roraima e Delegado do Bispo.

Entre as histórias de fé atribuídas à intercessão de José Allamano, destaca-se o notável caso de Sobrevivência de Sorino Yanomami. Em 1996, Sorino, com 40 anos de idade, foi atacado por uma onça, resultando em danos graves e a exposição de grande parte de seu cérebro. Sorino foi socorrido pelas enfermeiras Felicita, Maria Silva, e Rosáuria, que faziam parte da congregação de missionários da Consolata, onde eram conhecidas como Irmãs Missionárias da Consolata.

A Enfermeira Felicita, notou que Sorino chegou já com uma parte do cérebro para fora da cabeça, a enfermeira lavou a parte que estava para fora e empurrou para dentro da cabeça novamente e enrolou com a camisa que estava vestida.

Após fazer os primeiros socorros a enfermeira correu para ligar pedindo um avião para levar o Yanomami ao hospital. No entanto a ajuda só chegou pela tarde.

Sorino foi rapidamente transferido para Boa Vista, onde uma equipe médica de emergência se esforçou ao máximo para salvar sua vida.

Os médicos avaliaram inicialmente suas chances de sobrevivência como extremamente baixas. Nesse momento crítico, os missionários e as missionárias que acompanhavam o caso pediram a intercessão do Bem-aventurado José Allamano, acreditando que apenas um milagre poderia proporcionar esperança.

Contra todas as expectativas, um milagre genuíno aconteceu. Sorino Yanomami, após uma luta incansável, recuperou-se completamente de suas graves feridas e pôde retornar à sua comunidade em Catrimani, na Terra Indígena Yanomami em Roraima, para levar uma vida normal.

Este milagre é apenas um dos muitos casos extraordinários atribuídos à intercessão do Bem-aventurado José Allamano, e finalmente a Igreja reconheceu oficialmente a sua santidade. As missionárias e missionários da Consolata continuam a espalhar sua mensagem de amor, solidariedade e fé, inspiradas pelo exemplo de seu fundador e pelos milagres que começam a acontecer, tocando vidas em todo o mundo.

RELEMBRE – TRIBUNAL DA CAUSA PARA OS SANTOS

Em 2021, a Diocese de Roraima realizou o Tribunal da Causa para os Santos, que examinou a possível cura do indígena Sorino Yanomami, supostamente conseguida por meio da intercessão do padre José Allamano. Esse processo ocorreu em Roraima e envolveu a coleta de provas, depoimentos de testemunhas e um depoimento de Sorino, juntamente com uma avaliação médica.

Na época, o tribunal que durou nove dias, foi composto por oito membros, incluindo Dom Mário Antônio da Silva, antigo bispo diocesano de Roraima; Padre Lúcio Nicoletto, vigário geral da Diocese de Roraima; Padre Raimundo Vantuir Neto, chanceler da Cúria da Diocese de Roraima; Padre Michelangelo Piovano, missão da Consolata e notário; Elizabete Sales de Lucena Vida, secretária da Cúria diocesana; e o Dr. Augusto Affonso Botelho Neto, médico. Além da comissão, também estiveram presentes o padre Giácomo Mazzotti, missionário da Consolata, o diácono Augusto Monteiro e as irmãs missionárias da Consolata Renata Conti e Maria José.

Após a conclusão das investigações, os documentos relativos ao processo de canonização foram cuidadosamente acondicionados, lacrados e entregues à irmã Renata Conti, encarregada de encaminhá-los ao Vaticano para a revisão e assinatura pelo Papa.

Esta semana, o padre Lúcio Nicoletto recebeu uma resposta que tanto aguardava e concluiria a boa notícia com a comunidade. “Tenho uma grande alegria de comunicar a todos vocês da querida Diocese de Roraima que a consulta médica daquela manhã intensamente a cura e a recuperação da saúde de nosso irmão Sorino, como milagrosa. Agradecemos a Deus e a Nossa Senhora da Consolata por esse feito”.

O padre finalizou sua mensagem com gratidão, destacando o exemplo de vida de Sorino como um presente para a Igreja de Roraima. Ele também pediu a intercessão do Beato José Allamano, a quem considera amigo de Deus, para que continue a acompanhar e interceder por todos na diocese. A mensagem concluiu com a prece: “Beato José Allamano.

JOSÉ ALLAMANO

José Allamano, nascido em 21 de janeiro de 1851 em Castelnuovo D’Asti, Itália, foi um notável sacerdote católico que dedicou sua vida ao serviço religioso e à expansão do trabalho missionário. Órfão de pai desde os três anos de idade, declarado grande interesse acadêmico durante seus estudos e foi um aluno exemplar. Iniciou sua educação no Oratório de Dom Bosco, mas optou por seguir o sacerdócio e ingressou no Seminário Diocesano de Turim, onde foi ordenado sacerdote em 1873, aos 22 anos.

Ao longo de sua vida sacerdotal, José Allamano desempenhou importantes funções, incluindo o de professor de Teologia e reitor do Santuário de Nossa Senhora Consolata em Turim, onde serviu por incríveis 46 anos. Apesar de sua saúde frágil, ele tinha uma visão global para o trabalho missionário e fundou o Instituto Missões Consolata dos padres e irmãos em 1900, seguido pelo Instituto das Irmãs Missionárias da Consolata em 1910. Essas iniciativas expandiram o trabalho para várias regiões africanas e outros países ao redor do mundo.

José Allamano acreditava que suas missões eram transportadas de esperança e via sua obra como uma missão divina. Atualmente, os missionários e missionários da Consolata estão presentes em 27 países, continuando o legado de serviço e amor iniciado por eles. Em 7 de outubro de 1990, a Igreja Católica conheceu suas virtudes, declarando-o Bem-Aventurado José Allamano. Sua devoção a Nossa Senhora Consolata e seu compromisso com a expansão do cristianismo pelo mundo tornam-se uma figura inspirada e venerada na história da Igreja Católica.

Reportagem: Dennefer Costa 

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