Pegadas impressas na areia do deserto, para o profeta Oséias “o lugar do primeiro amor”, onde Deus educa o seu povo para a liberdade

Papa: Quaresma, a humanidade tateia ainda na escuridão das desigualdades

Pegadas impressas na areia do deserto, para o profeta Oséias “o lugar do primeiro amor”, onde Deus educa o seu povo para a liberdade

Em sua mensagem para a Quaresma 2024, Francisco reconhece que a humanidade de hoje atingiu “níveis de desenvolvimento científico, técnico, cultural e jurídico capazes de garantir dignidade a todos”, mas o risco é que, sem rever os estilos de vida, se caia na “escravidão” de práticas que arruínam o planeta e alimentam as desigualdades.

Mariangela Jaguraba – Vatican News

Foi divulgada, nesta quinta-feira (1°/02), a mensagem do Papa Francisco para a Quaresma 2024 sobre o tema “Através do deserto, Deus guia-nos para a liberdade”.

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Francisco inicia o texto com um versículo do Livro do Êxodo: «Eu sou o Senhor, teu Deus, que te fiz sair da terra do Egito, da casa da servidão». “Assim inicia o Decálogo dado a Moisés no Monte Sinai”, escreve o Papa, acrescentando que “quando o nosso Deus se revela, comunica liberdade”.

Deserto, lugar do primeiro amor

“O povo sabe bem de que êxodo Deus está falando: traz ainda gravada na sua carne a experiência da escravidão. Como Israel no deserto tinha ainda dentro de si o Egito, também hoje o povo de Deus traz dentro de si vínculos opressivos que deve optar por abandonar. Damo-nos conta disto, quando nos falta a esperança e vagueamos na vida como em terra desolada, sem uma terra prometida para a qual tendermos juntos”, sublinha o Papa.

A seguir, Francisco recorda que “a Quaresma é o tempo de graça em que o deserto volta a ser – como anuncia o profeta Oseias – o lugar do primeiro amor. Deus educa o seu povo, para que saia das suas escravidões e experimente a passagem da morte para a vida. Como um esposo, atrai-nos novamente a si e sussurra ao nosso coração palavras de amor”.

Ver a realidade

O êxodo da escravidão para a liberdade não é um caminho abstrato. A fim de ser concreta também a nossa Quaresma, o primeiro passo é querer ver a realidade. Também hoje o grito de tantos irmãos e irmãs oprimidos chega ao céu“, escreve o Pontífice. A seguir, Francisco pergunta: o grito desses nossos irmãos e irmãs “chega também a nós? Mexe conosco? Comove-nos? Há muitos fatores que nos afastam uns dos outros, negando a fraternidade que originariamente nos une”.

A este propósito, o Papa recorda sua viagem a Lampedusa, em 8 de julho de 2013, ressaltando que à globalização da indiferença ele contrapôs duas perguntas, que se tornam cada vez mais atuais: «Onde estás?» e «Onde está o teu irmão?». Segundo Francisco, “o caminho quaresmal será concreto, se, voltando a ouvir tais perguntas, confessarmos que hoje ainda estamos sob o domínio do Faraó. É um domínio que nos deixa exaustos e insensíveis. É um modelo de crescimento que nos divide e nos rouba o futuro. A terra, o ar e a água estão poluídos por ele, mas as próprias almas acabam contaminadas por tal domínio. De fato, embora a nossa libertação tenha começado com o Batismo, permanece em nós uma inexplicável nostalgia da escravidão. É como uma atração para a segurança das coisas já vistas, em detrimento da liberdade”.

A Quaresma é tempo de conversão, tempo de liberdade

Segundo o Pontífice, “o êxodo pode ser interrompido: não se explicaria de outro modo porque é que tendo uma humanidade chegado ao limiar da fraternidade universal e a níveis de progresso científico, técnico, cultural e jurídico capazes de garantir a todos a dignidade, tateie ainda na escuridão das desigualdades e dos conflitos“.

“Deus não se cansou de nós. A Quaresma é tempo de conversão, tempo de liberdade. O próprio Jesus foi impelido pelo Espírito para o deserto a fim de ser posto à prova na sua liberdade. O deserto é o espaço onde a nossa liberdade pode amadurecer numa decisão pessoal de não voltar a cair na escravidão. Na Quaresma, encontramos novos critérios de juízo e uma comunidade com a qual avançar por um caminho nunca percorrido”, escreve ainda Francisco, ressaltando que “isto comporta uma luta: assim nos dizem claramente o livro do Êxodo e as tentações de Jesus no deserto”.

Mais temíveis que o Faraó são os ídolos

De acordo com Francisco, “mais temíveis que o Faraó são os ídolos: poderíamos considerá-los como a voz do inimigo dentro de nós. Poder tudo, ser louvado por todos, levar a melhor sobre todos: todo o ser humano sente dentro de si a sedução desta mentira. É uma velha estrada. Assim podemos apegar-nos ao dinheiro, a certos projetos, ideias, objetivos, à nossa posição, a uma tradição, até mesmo a algumas pessoas. Em vez de nos pôr em movimento, nos paralisam. Em vez de nos fazer encontrar, nos dividem”.

Porém, “existe uma nova humanidade, o povo dos pequeninos e humildes que não cedeu ao fascínio da mentira. Enquanto os ídolos tornam mudos, cegos, surdos, imóveis aqueles que os servem, os pobres em espírito estão imediatamente disponíveis e prontos: uma força silenciosa de bem que cuida e sustenta o mundo”.

Agir é também parar

“É tempo de agir e, na Quaresma, agir é também parar: parar em oração, para acolher a Palavra de Deus, e parar como o Samaritano na presença do irmão ferido“, sublinha o Papa. Segundo ele, “a oração, esmola e jejum não são três exercícios independentes, mas um único movimento de abertura, de esvaziamento: lancemos fora os ídolos que nos tornam pesados, fora os apegos que nos aprisionam. Então o coração atrofiado e isolado despertará”.

Quaresma, tempo de decisões comunitárias

Segundo o Papa, “a forma sinodal da Igreja, que estamos redescobrindo e cultivando nestes anos, sugere que a Quaresma seja também tempo de decisões comunitárias, de pequenas e grandes opções contracorrente, capazes de modificar a vida quotidiana das pessoas e a vida de toda uma coletividade: os hábitos nas compras, o cuidado com a criação, a inclusão de quem não é visto ou é desprezado”.

“Na medida em que esta Quaresma for de conversão, a humanidade extraviada sentirá um abalo de criatividade: o lampejar de uma nova esperança“, escreve ainda o Papa, recordando as suas palavras dirigidas aos jovens da JMJ de Lisboa, no verão passado: «Procurai e arriscai; sim, procurai e arriscai. Neste momento histórico, os desafios são enormes, os gemidos dolorosos: estamos vivendo uma terceira guerra mundial feita aos pedaços. Mas abracemos o risco de pensar que não estamos numa agonia, mas num parto; não no fim, mas no início de um grande espetáculo. E é preciso coragem para pensar assim».

“É a coragem da conversão, da saída da escravidão. A fé e a caridade guiam pela mão esta esperança menina. Elas a ensinam a caminhar e, ao mesmo tempo, ela as puxa para a frente”, conclui a mensagem do Papa.

Fonte: Vatican News

São Valentim [padre] e São Valentim de Terni [bispo]: patronos dos namorados

Origens 

Em 14 de fevereiro, a Igreja celebra São Cirilo, monge, e São Metódio, bispo. Além deles, também faz memória de dois santos mártires: o padre São Valentim e o bispo São Valentim de Terni.

Protetores dos namorados e noivos
Ambos os santos Valentim viveram na mesma época no século III. Os dois foram mártires e lutaram pelo matrimônio cristão. Por isso, o Dia dos Namorados em várias partes do mundo passou a ser chamado em inglês de Valentines Day ou Dia dos Valentins.

Solteiros nas batalhas
O padre São Valentim viveu em Roma no tempo do imperador romano Cláudio II (268-270), o Gótico. O Império enfrentava vários problemas, com um grande número de batalhas perdidas. Segundo a tradição, o imperador atribuiu a culpa aos soldados solteiros, pois julgava que os solteiros eram menos ousados nas batalhas; feriam-se levemente e, logo, pediam dispensa. Conseguiam um afastamento e, quando voltavam, estavam casados. Uma vez casados, não se arriscavam mais, com a intenção de voltar vivos. Isso, segundo Cláudio II, enfraquecia as legiões romanas. Por isso, o imperador proibiu o casamento dos soldados.

Ousadia e martírio do padre
Padre Valentim continuou incentivando e celebrando os casamentos secretamente. Quando Cláudio II soube, mandou prender o padre e interrogou-o diante do povo. As respostas de São Valentim defendendo o matrimônio como união sagrada, querida por Deus e “sacramento”, impressionaram o imperador e todo o povo. Por isso, o imperador enviou-o apenas para uma “prisão domiciliar”. Porém, o local indicado para a prisão foi a casa do prefeito de Roma, chamado Astério, que era pagão e tinha uma filha cega. São Valentim curou a sua filha e conseguiu a conversão de toda a família. Ao saber disso, o imperador mandou que fosse açoitado e, a seguir, decapitado na via Flamínia no dia 14 de fevereiro de 269.

Bispo Conselheiro
Dom Valentim teria o dom extraordinário do conselho. Ele ficou famoso por conseguir reconciliar inúmeros casais de namorados. Conta-se que um dia, ouviu dois jovens namorados discutindo ao lado de seu jardim e foi até eles. Chegou com uma linda rosa na mão, o capuz sobre a cabeça, o semblante sereno e sorridente. A figura daquele bom idoso e a delicadeza da rosa acalmaram os dois namorados. Em seguida, deu a eles a mais valiosa lição. Pediu que os dois segurassem o caule da rosa com todo cuidado para não se espetarem. Eles assim o fizeram.

Depois, São Valentim explicou-lhes a beleza do sacramento do matrimônio e da união de corpos. E ensinou-lhes que “as rosas são lindas, perfumadas, delicadas, mas tem espinhos. E elas não vivem sem espinhos. Assim também são as diferenças entre o casal. É preciso conhecê-las, respeitá-las e tratá-las com delicadeza, para que nenhum dos cônjuges seja ferido. Agindo assim, serão felizes e as brigas desaparecerão.” O jovem casal aprendeu a lição. Pouco tempo depois, o santo bispo celebrava o casamento dos dois. Depois disso, sua fama de casamenteiro se espalhou.

O martírio
Dom Valentim, estando em Roma no ano 272, converteu um famoso filósofo grego chamado Crato e, além dele, mais três de seus discípulos. Isso levou-o a ser denunciado, preso e julgado pelo imperador Aureliano. Crato e seus discípulos defenderam o bispo no julgamento, porém, de nada adiantou. São Valentim de Terni foi condenado e decapitado no 14 de fevereiro do ano 273. Os três filósofos recém-convertidos tiveram o cuidado de resgatar seu corpo e transportarem-no para a cidade de Terni. Lá, ele foi sepultado.

A Igreja incluiu São Valentim de Terni, bispo e mártir, no Calendário litúrgico, o protetor dos namorados e dos jovens. Suas relíquias estão guardadas na Igreja das Carmelitas, em Terni, que hoje faz parte de Roma. Ao lado da urna de prata que guarda seus restos mortais, tem a inscrição: “São Valentim, patrono do amor”. Há ainda na igreja um lindo vitral que mostra a imagem de São Valentim abençoando um jovem casal ajoelhado e os dois seguram uma rosa.

Oração a São Valentim de Terni
“São Valentim, que semeastes a bondade, o amor e a paz na Terra, sede meu guia espiritual. Ensinai-me a aceitar os defeitos e as falhas do meu companheiro e ajudai-o a reconhecer as minhas virtudes e vocações. Vós, que compreendeis os que se amam e desejam ver a união abençoada por Cristo, sede nosso advogado, nosso protetor e nosso abençoador. Em nome de Jesus! Amém!”


Outros santos e santas celebrados em 14 de fevereiro:

  • Santos Cirilo, monge e São Metódio, bispo. irmãos naturais de Tessalónica [ † 869; † 885]
  • São Vital, da Itália [† data inc.]
  • São Zenão, mártir na Itália [† data inc.]
  • Santos mártires Bassiano, Toniano, Proto, Lúcio, que foram lançados ao mar; São Cirião, presbítero, Agatão, exorcista, Moisés, que foram queimados no fogo; São Dionísio e Amónio, passados ao fio da espada – todos no Egito [† data inc.]
  • Santo Eleucádio, bispo na Itália [† s. III]
  • Santo Auxêncio, presbítero e arquimandrita na Turquia [† s. V]
  • São Nostriano, bispo na Itália [† c. 450]
  • Santo Antonino, abade na Itália [† c. 830]
  • São João Baptista da Conceição Garcia, presbítero da Ordem da Santíssima Trindade, que empreendeu a renovação da Ordem na Espanha [† 1613]

Beata Eusébia Palomino Yenes, irmã salesiana de Dom Bosco

Origens
Beata Eusébia Palomino Yenes nasceu em 15 de dezembro de 1899 em Cantalpino, na Espanha. Ela era um dos quatro filhos de Agustin Palomino e Juana Yenes. Seu pai trabalhava como lavrador sazonal e, durante os meses de inverno, quando não havia trabalho, era forçado a viajar para as aldeias próximas para mendigar comida, tendo ao seu lado a pequena Eusébia.

O Primeiro Encontro
Aos 8 anos, Eusébia fez o seu primeiro “encontro” com Jesus Eucarístico e sentiu-se chamada a pertencer-lhe para sempre e totalmente. Pouco tempo depois, ela foi forçada a deixar a escola e trabalhar para ajudar a família.

As Filhas de Maria Auxiliadora
Todos os domingos à tarde, Eusébia ia ao Oratório da Escola “Sancti Spiritus” das Filhas de Maria Auxiliadora. Notando sua maturidade e responsabilidade, eles perguntaram se ela poderia oferecer seu tempo para ajudá-los, e assim o fez, transmitindo um espírito alegre e simples serviço aos que a cercavam.

Beata Eusébia Palomino Yenes: possuía o sonho de tornar-se uma “Filha de Maria”

O Desejo
As pessoas à sua volta, notaram algo diferente, algo que era mais profundo, como uma vocação. Secretamente, Eusébia tinha o desejo de tornar-se uma “Filha de Maria”, mas ela não pediu para entrar na Congregação porque temia ser recusada por falta de dinheiro, recursos e educação.

Aceita na Congregação
Esperava com esperança,  que  por meio de seus trabalhos, poderia se tornar uma Filha de Maria, dizia: “se eu cumprir bem os meus deveres aqui, por amor da Santíssima Virgem, um dia serei sua filha na Congregação”. Certa vez, ela confidenciou esse desejo a uma superiora visitante, que lhe disse para “não se preocupar com nada”. Em nome da Madre Geral, ela aceitou Eusébia.

As dificuldades na Profissão Religiosa
Em 5 de agosto de 1922, Beata Eusébia iniciou o noviciado e emitiu a profissão religiosa dois anos depois, quando foi transferida para a casa de Valverde del Camino, no sudoeste da Espanha, onde foi escarnecida abertamente pelos jovens da escola e do oratório. Permaneceu indiferente aos comentários indelicados. Ela começou no dia seguinte a “arregaçar as mangas” e a cumprir as tarefas que lhe foram atribuídas.

Do julgamento a admiração 

O Espírito Salesiano
Não demorou muito para que as crianças fossem “arrebatadas” pelas histórias que ela contava sobre a vida dos santos e dos missionários, bem como as anedotas de São João Bosco; Ir. Eusébia tinha uma excelente memória e o dom de contar histórias. Embora Ir. Eusébia não tivesse formação em doutrina teológica, seu coração estava cheio da sabedoria de Deus e ela arranjava tempo para todos.

Salvação da Espanha
No início da década de 1930, começaram as tensões e perseguições contra a Igreja Católica na Espanha, e Ir. Eusébia mais uma vez se colocou “à disposição” para ajudar. Dessa vez, ela se ofereceu como vítima a Deus pela salvação da Espanha.

Páscoa
Sua oferta foi aceita e, em agosto de 1932, uma doença misteriosa a atingiu. Os médicos não conseguiram diagnosticar esta doença. Sua asma, que sempre foi “leve”, agora piorou e aumentou seu sofrimento. Irmã Eusébia faleceu no coração da noite entre 9 e 10 de fevereiro de 1935. O eco das vozes dos munícipes de Valverde podia ser ouvido após sua partida: “Morreu uma santa”.

Minha oração
“ Fiel imitadora de Dom Bosco e amante da juventude, rogai por todos os jovens da minha família e comunidade, conduzi-os ao encontro com Jesus de forma que sejam impactados por sua presença. Sede também uma mãe espiritual para nós. Amém.”

Beata Eusébia Palomino Yenes, rogai por nós!

Santa Josefina Bakhita, modelo de superação, humildade e serviço

Um capítulo de trevas
No Sudão, em 1878, aquela menininha de 9 anos foi surpreendida por dois homens que lhe taparam o caminho e apontaram-lhe uma arma. Em seguida, levam-na consigo, como se rouba uma galinha de um galinheiro. Naquele dia, como se fosse num pesadelo, a menina africana se esqueceu de tudo, até mesmo o próprio nome, assim como o de seus pais, com quem morava.

Escravidão
Os então mercantes mulçumanos decidem rebatizá-la. “Bakhita”, eles a chamavam, “afortunada”. Uma ironia para aquela menina que agora se tornara mercadoria humana e passava de mão em mão nos mercados de escravos. Um dia, enquanto servia um general turco, foi lhe gravada com faca uma “tatuagem” no corpo, 114 cortes e as feridas cobertas de sal para permanecerem evidentes.

A luz
Bakhita sobreviveu a tudo, até que um raio de luz atingiu o inferno. Um oficial italiano, Callisto Legnami, a comprou dos traficantes. Nesse dia, Bakhita-Afortunada vestiu, pela primeira vez, um vestido, entrou numa casa, a porta foi fechada e 10 anos de brutalidades indescritíveis ficaram para trás. O oásis durou dois anos, quando o italiano, que a tratava com carinho, foi forçado a repatriar-se sob a pressão da revolução mahdista. Bakhita se recordará daquele momento: “Ousei pedir-lhe que me levasse à Itália com ele”. Callisto aceitou e, em 1884, Bakhita desembarcou na península onde, para a pequena ex-escrava, um destino inimaginável a esperava. Ali, ela se tornou amiga e também babá de Alice, a filha mais nova do casal, que estava nascendo.

Providência de Deus
Como, conforme Romanos 8,28, “Tudo concorre para o bem dos que amam a Deus”, em 1888, o casal que a hospeda viaja. Durante 9 meses, Bakhita e Alice são confiadas às Irmãs Canossianas de Veneza. Ela conhece Jesus, aprende o catecismo e, em 9 de janeiro de 1890, Bakhita recebe o Batismo com o nome de Giuseppina Margherita Fortunata. Na mesma ocasião, também recebe o sacramento do Crisma e a Primeira Comunhão.

Santa Bakhita é padroeira dos escravos e intercessora dos sequestrados

Opção pela vida religiosa
Com 24 anos, em 1893, entra no noviciado das Canossianas. Três anos depois, profere os votos. Durante 45 anos, foi cozinheira, sacristã e, acima de tudo, uma porteira do convento de Schio, onde agia com bondade. Carinhosamente, ela chamava Deus como seu patrão, “o meu Patrão”, ela dizia. Foi conhecida por muitos pela alegria e pela paz que comunicava.

Irmã chocolate
Conta-se que, por Bakhita viver no país europeu e em meio à realidade de pessoas com cor de pele clara, as crianças da época a chamavam carinhosamente de “irmã de chocolate”.  Isso também porque ela distribuía doçura em sorrisos e atitudes.

Beijo as mãos aos negreiros

Páscoa
Para todo o convento de Schio é um dia de luto quando Giuseppina Bakhita morre aos 8 de fevereiro de 1947 por pneumonia. Foi realmente ‘afortunada’ a sua vida e o dirá ela mesma: “Se encontrasse aqueles negreiros que me sequestraram e mesmo aqueles que me torturaram, eu me colocaria de joelhos para beijar as suas mãos, porque se tudo isso não tivesse acontecido, eu não seria agora cristã e religiosa”.

Devoção 
São João Paulo II a canonizou em 1 de outubro de 2000. Bakhita tornou-se então uma santa da Família Canossiana (Congregação fundada por S. Madalena de Canossa). Os filhos e filhas da Caridade (Canossianos) nasceram na Itália. Depois de ir em missão para vários países, os Canossianos também se instalaram o Brasil em 1948. Hoje, são mais de 2 mil irmãs em vários países, inclusive no Sudão. No Brasil, são 45 irmãs.

Minha oração
“Santa Bakhita, seu nome assim foi escrito nas palmas das mãos de Deus no seu Batismo, por isso eu peço a sua ajuda em cada situação em que eu fui sequestrado de mim mesmo. Tapam-me os olhos da esperança e, por vezes, não vejo horizontes. Ajuda-me, com sua intercessão junto a Jesus, para que eu receba novas vestes da alma e que eu seja livre. Amém.”

Santa Bakhita, rogai por nós!


Outros santos e santas celebrados em 8 de fevereiro:

  • Santos mártires monges do mosteiro de Die, em Istambul, na Turquia, que foram cruelmente assassinados. [† 485]
  • São Jacuto, abade, construtor de mosteiro [† s. VI]
  • Santo Honorato, bispo em Milão, Itália [† 570]
  • São Nicécio, bispo na França [† 610]
  • Santo Estêvão, abade, fundador da Ordem de Grandmont, na França [† 1124]
  • São Jerônimo Emiliano, fundador da Congregação dos Clérigos Regrantes de Somasca, na Itália [† 1537]

Beato Pio IX, aquele que aprovou as Constituições da Sociedade Salesiana

Origens
João Maria Mastai Ferretti nasceu na cidade italiana de Senigallia, no dia  13 de maio de 1792. Seus pais foram Gerolamo, dos nobres Mastai Ferretti, e Caterina Solazzi, da nobreza local. Recebeu o sacramento do batizado no mesmo dia do nascimento com o nome (em italiano) Giovanni Maria. Recebeu o sacramento da Confirmação em 1799 e fez a sua Primeira Comunhão em 1803.

Dos Problemas de Saúde à Cura
Entre 1803 e 1808, foi aluno dos “Scolopi”, no Colégio dos Nobili, em Volterra. Em seu coração, nasceu o desejo latente de se tornar sacerdote, mas foi obrigado a interromper os estudos por causa dos súbitos ataques epiléticos de que sofria. Em 1815, em Loreto, obteve a graça da cura. Com as graças de Deus, retomou os estudos teológicos.

Tornou-se Sacerdote
Com grande alegria, em 1819, foi ordenado sacerdote, celebrou a sua primeira Missa na igreja de Santa Ana dos Carpinteiros, do Instituto Tata Giovanni, do qual foi nomeado reitor, permanecendo como tal até 1823. Entre os anos de  1823 e 1825,  foi missionário no Chile.

Pio IX: da debilitada saúde a uma grande vida religiosa

Uma exponencial vida religiosa
Anos depois, no auge de seus 36 anos, foi nomeado Arcebispo de Spoleto, depois, em 1832, de Imola. Com júbilo, aos 48 anos, foi nomeado Cardeal; e, no dia 16 de junho de 1846, foi eleito Sumo Pontífice, com apenas 54 anos e quis chamar-se Pio IX.

As Reformas
Pio IX promoveu numerosas reformas no interior do Estado Pontifício (liberdade de imprensa, liberdade dos judeus, início das ferrovias, edição do Estatuto), mas quando em 1848 se negou a apoiar a guerra contra a Áustria, iniciou-se a sua “perseguição”.

Beato Pio IX e a relação com São João Bosco

O Primeiro Contato
São João Bosco teve a primeira audiência com Pio IX a 9 de março de 1858. Pio IX apoiou e dirigiu Dom Bosco na fundação da congregação salesiana. Sugeriu-lhe denominá-la “Sociedade” para que fosse possível, ao longo do tempo, emitir votos, mas não solenes. Sugeriu um vestuário simples e a prática de piedade intensa, mas não muito complexa. Convence Dom Bosco a escrever as suas Memórias, para deixar uma herança espiritual aos salesianos.

Aprovação das Constituições da Sociedade Salesiana
Durante o seu pontificado, aprovou as Constituições da Sociedade Salesiana, do Instituto das Filhas de Maria Auxiliadora e da Pia União dos Cooperadores Salesianos, da qual foi o primeiro inscrito. Dom Bosco amou muito Pio IX e aceitou dele todos os conselhos, mesmo os que traziam grandes sacrifícios: “Estou disposto a enfrentar qualquer trabalho”, dizia, “quando se trata do papa e da Igreja”. Mas o Pontífice tinha uma grande estima por Dom Bosco, e, por diversas vezes, o convocou à Roma, para o questionar sobre diversas questões delicadíssimas.

O final de um grande pontificado

Páscoa
Em 8 de dezembro de 1854 definiu o dogma da Imaculada Conceição. Em 1869 convocou o Concílio Vaticano I; e em 8 de dezembro de 1870 proclamou São José como patrono da Igreja Universal. Morreu no dia 7 de fevereiro de 1878, depois de 32 anos de Pontificado.

Via de Santificação
Foi denominado Venerável no dia 6 de julho de 1985.  A beatificação de Pio IX ocorreu por João Paulo II, que beatificou-o juntamente com o “Papa bom”, João XXIII, no dia 3 de setembro de 2000.

Minha oração
“Ó santo pastor da Igreja, aberto às novidades do Espírito, iluminai nossos representantes religiosos e renovai-os em sua espiritualidade, para que Deus se faça presente e se comunique de forma renovada. Por Cristo, Nosso Senhor. Amém!”

Beato Pio IX, rogai por nós!

Celebração de Alegria e Renovação: Dom Vanthuy Neto é Ordenado Bispo de São Gabriel da Cachoeira

Em uma cerimônia marcada por entusiasmo e fraternidade, o Monsenhor Vanthuy Neto assume sua nova missão episcopal na presença de milhares de fiéis e líderes religiosos.

Em um cenário repleto de fervor religioso, as primeiras luzes do dia testemunharam a chegada de caravanas e veículos provenientes das distintas áreas missionárias de Boa Vista e do interior de Roraima. O motivo era singular e auspicioso: a tão aguardada ordenação episcopal do então Monsenhor Dom Vanthuy Neto.


Ao adentrar o recinto, Monsenhor Vanthuy foi calorosamente recebido por um mar de aplausos e cumprimentos fraternos, irradiando um sorriso que refletia a alegria e a devoção presentes naquele momento. Milhares de pessoas, unidas pelo elo da fé, testemunharam a solenidade que transformou o sacerdote e bispo, prometendo um caminho de liderança espiritual para a comunidade religiosa local.
A celebração eucarística começou e foi presidida pelo Cardeal Leonardo Ulrich Steiner da Arquidiocese de Manaus, às 8:30h, foi acompanhada mais de 20 bispos de outros estados, além disso, também estiveram presentes 3 representações internacionais da Venezuela, Colômbia e Itália, padres, diáconos, religiosos e religiosas, em comunhão e fraternidade, participaram desse momento.


Após a aclamação do Evangelho, iniciou-se o rito de ordenação, quando Monsenhor Vanthuy foi conduzido à presença de Cardeal Leonardo pelos Bispos e Padre assistentes. Após a apresentação do eleito, o Arcebispo de Manaus proferiu a homilia, destacando o chamado ao episcopado no clero amazonense, especificamente no São Gabriel da Cachoeira.
O chamado ao episcopado
“É uma imensa alegria estar aqui de volta a Boa Vista para ordenação do Dom Vanthuy Neto que vai ser o meu sucessor em São Gabriel. A gente está com a coração vibrando de alegria e será uma celebração inesquecível aqui para Boa Vista. Vamos acompanhar esta celebração que vai trazer paz e alegria para todos nós.””, afirmou Dom Leonardo.


Em seguida, procedeu-se os demais ritos de ordenação, sendo Dom Geraldo saudado com aplausos pelos presentes ao ser aclamado bispo.
Símbolo dessa oblação e comunhão do clero, a cerimônia foi marcada pela presença de: Cardeal Leonardo Ulrich Steiner, Dom Evaristo Spengler, Dom Mario Antônio, Dom Roque Paloschi e Dom Edson Damian.
Para Dom Mario, “É um dia realmente de emoção, um dia também vocacional, um dia especial da graça de Deus para esta igreja particular e para toda a nossa amazónia em comunhão, sobretudo com a igreja de São Gabriel da Cachoeira. Nos alegramos como o monsenhor Vanthuy para servir a igreja de Jesus Cristo na Amazónia, ainda nesse Regional Norte 1, um especificamente, São Gabriel da Cachoeira é toda a nossa igreja na Amazônia, inclusive arquidiocese de Cuiabá, onde estou hoje, que se une a Alegria com a igreja de Roraima para juntos é acompanharmos essa ordenação e a nova missão de Dom Vanthuy”, destacou.
Ao novo bispo brasileiro, Dom Mario manifestou sua felicidade na sua missão: “Nos alegramos como o monsenhor Vanthuy para servir a igreja de Jesus Cristo na Amazónia, ainda nesse Regional Norte 1, um especificamente, São Gabriel da Cachoeira é toda a nossa igreja na Amazônia, inclusive arquidiocese de Cuiabá, onde estou hoje, que se une a Alegria com a igreja de Roraima para juntos é acompanharmos essa ordenação e a nova missão de Dom Vanthuy””, afirmou.
Vale pena destacar a importância desta Ordenação episcopal de Dom Vanthuy Neto, pois é a primeira que recebe um Padre da Diocese de Roraima.

Dom Vanthuy Neto:
Pe. Raimundo Vanthuy Neto, nasceu no sertão nordestino em 10 de Maio de 1973, em Pau dos Ferros / alto oeste do Rio Grande do Norte, na Paróquia de Nossa Senhora da Conceição, Diocese de Mossoró, filho de uma família de quatro irmãos (Tarcísio, Urbano, Etevaldo) e duas irmãs (Taneide e Vaneide)
O Santo Padre, o Papa Francisco o nomeou Bispo da Diocese de São Gabriel da Cachoeira em 08 de novembro do ano passado de 2023. Escolheu como lema: Servir o na Caridade e na Esperança, e a Posse será no dia 11 de fevereiro em São Gabriel da Cachoeira. Marcada pelos seus 23 povos originários e pela presença missionária dos Salesianos e Salesianas, a família espiritual de Dom Bosco.

Fotos: Libia López

DOM VANTHUY: “GRATIDÃO AO POVO DE DEUS DO ALTO RIO NEGRO, QUE ME CONVIDAM E ME DEIXAM ENTRAR EM SUA BARCA”

Uma celebração marcada pela simplicidade de um bispo que escolheu as sandálias, símbolo tradicional de missão, para calçar em um dia de grande importâ

Gratidão foi a palavra que marcou a intervenção de Dom Raimundo Vanthuy Neto, bispo eleito de São Gabriel da Cachoeira, no final da celebração, presidida pelo cardeal Leonardo Steiner, em que foi ordenado bispo. Uma celebração marcada pela simplicidade de um bispo que escolheu as sandálias, símbolo tradicional de missão, para calçar em um dia de grande importância daqui para frente.

Gratidão em primeiro lugar a Deus, “Trindade Santa que olhando a minha pequenez quer ainda se servir dela, a graça a mim dada/conferida nesta manhã na sucessão dos apóstolos, é mais uma possibilidade do Senhor de fazer avançar minha conversão, que aponta para o seguimento mais de perto de Jesus, pobre da Manjedoura, entregue na Cruz e doado na Eucaristia”, disse o novo bispo. Ele insistiu em que “só posso comprender o mandato do Papa Francisco na pespectiva que o Espíirto Santo ainda tem muito trabalho na minha pobre e fragil humanidade e por isso encontrou na Igreja do Alto Rio Negro na sagrada companhia dos mais de 23 povos originários, nos seus caminhos sagrados, suas culturas, nas suas vidas, na pluralidade daquelas etnias o lugar da graça e da visibilidade do seu amor a mim”, agradecendo aos bispos presentes.

Gratidão à Igreja de Manaus, onde se formou no Seminário São José, à amada Igreja de Roraima, aos corajosos Povos Indígenas, insistiendo em que nesta Igreja, “vocês me acolheram na mais bela aventura da vida cristã, a vida comunitária, na audácia da missão, na formação das lideranças, no andar juntos. Aqui vocês me gestaram sempre para ser melhor, do útero da minha família, aqui fui alimentado pelo testemunho de grandes missionários e testemunhas da fé”, lembrando o nome de muitos deles, das religiosas, “verdadeiras mães no dar a vida pela missão”.

Gratidão ao Prado, que definiu como “a escola que Deus me chamou desde o seminário para seguir seu Filho Jesus mais de perto, no estudo do Evangelho cotidiano, a fim de fazer chegar o Evangelho onde ainda no meu ser não entrou de cheio, no serviço à evangelização dos pobres, no dom da vida fraternal”, concretizado naqueles que fazem parte dessa espiritualidade e tem caminhado com ele.

Gratidão ao povo de Deus do Alto Rio Negro, das comunidades da diocese de São Gabriel, “que me convidam e me deixam entrar em sua barca, suas canoas com e remos e rabetas, para experimentar os frutos do Evangelho plantado pelos inumeros missionários e missionárias da nobre familia salesiana, os filhos e filhas de Maria Auxiliadora e de dom Bosco”. Ele agradeceu por “me deixarem com as comunidades a continuarem a semear o Evangelho, pois lá me dizem sem medo que a boa noticia das culturas indígenas continuam a acolher a boa notícia do Evangelho”.

Falando sobre sua nova diocese, ele destacou que “lá  muitos missionários, missionárias armaram suas redes e muitos nasceram de novo, como disse Jesus a Nicodemos, nas águas da vida de vossas comunidades e no amor terno dos preferidos de Deus, os pobres. As missionárias salesianas contam que chegaram como amigas e foram convertidas em irmãs. Essa é a novidade do Evangelho, de estrangeiros, Jesus nos faz todos irmãos e irmãs, uma só família, o Povo de Deus. Assim, quero chegar eu, como aluno da escola de Jesus Cristo, pequeno servo da vinha do Senhor e filho da Igreja, me coloco à disposição de ir caminhar com vocês e conhecer esse mundo fascinante de muitas culturas originárias, das águas e da floresta. Peço de me ajudarem a vencer o medo das cachoeiras, do novo que me é dado agora viver”.  Um sentimento de gratidão enorme a dom Edson, “muito obrigado meu irmão pelas sementes semeadas, vou lá na tentativa de continuar a cultivar e ousar a continuar a semeadura”. 

Falando sobre o Alto Rio Negro, seu novo bispo a partir de 11 de fevereiro, disse que “escuto que essa grande região ainda é como um cobiçado jardim da Criação onde a natureza e as sociedades vivem em equilíbrio. O compromisso da defesa e do cuidado com a Casa Comum tornou-se uma missão essencial dos Povos da Amazônia, dos povos do Rio Negro, dos migrantes que chegaram nessa região, do Estado Brasileiro e, claro, também da Igreja. Em muitas partes da Amazônia, aqui em Roraima já sentimos os efeitos devastadores do garimpo, da contaminação das águas, do desmatamento, da pesca predatória, e do avanço da fronteira do agronegócio. Aprendemos na seca dos nossos rios que ano passado assolou a Amazônia, revela que  a agressão à Casa Comum nos afeta a todos e tem consequências que vão além de nós. Diante das crises climáticas somos chamados a dar as mãos, a trabalhar em colaboração e com esperança”.

Finalmente gratidão “a meus pais e irmãos”, que “me moldaram na graça da boa noticia de Jesus, de filho e irmão. A seca, a pobreza do Nordeste nos trouxeram a uma terra tão boa e cheia de esperança, Roraima. Somos do sertão do Rio Grande do Norte, de Pau dos Ferros, da Paróquia de Nossa Senhora da Conceição, da Diocese de Mossoró”.

Um sentimento de gratidão “ao Senhor que conduz a missão de bispo a qual sou envia hoje, só pode ser numa única perspectiva, na perspectiva do Servir na Caridade e na Esperança, desta intuição vinda das primeiras comunidades cristãs, nasce a indicativa do ministério que nesta  manhã, vocês me comunicam, vocês, por que todos aqui temos a única igualdade, a fonte de onde emana todo chamado, o Batismo, a fonte de todos os serviços na Igreja, é Cristo, somos todos de Cristo e  nele somos de Deus”. 

Dom Vanthuy insistiu em que “vou para o Rio Negro, pois lá Belém se apresenta, na simplicidade, na pobreza, na acolhida, na precariedade, no essencial para se bem viver, tão presente nas comunidades indígenas, por lá também sei que  o calvário há de chegar, pois nosso Mestre Jesus bem nos lembra, nos alerta, quem quizer me seguir renuncie a si mesmo tome sua crus e me siga, para abraçar o verdadeiro dispulado é preciso abraçar a Cruz, sigularmente nos dias de hoje diante de uma religiosidade que quer prosperidade e sucesso, bençãos e bem estar,  lá junto dos rio negrinos sei o sofrimento bate pelo suícidio que avança sobre a juventude,  lá muitas familia carregam a cruz pesada, destruidora e mortal que é a bebida alcoolica, veneno destruidor da vida pessoal e comunitária… lá os missionários e tantos amigos da vida se somam ao canto do anuncio em tantas línguas, que a vida deve está em primeiro lugar,  lá a mesa da Última Ceia, da Eucaristia e de suas lições estáo postas, onde a partilha, o não acumulo, o saber viver com necessário, diante do consumo desefreado e egoista há de ser regra libertadora e anunciadora do dividir, do partilhar do que se tem e do anuncio da vida comunitária, como bem maior frnte o individualismo sedutor e embriagante que nossas sociedades urbanas vão se alimentando e se tornando obesas e doentes”.

Segundo o novo bispo, “são estas as dádivas que se abrem a mim hoje pelo sagrado dom do ministério de bispo do Rio Negro”, pedindo ao Santo Espírito “dai-me a graça de sair de minha miopia pessoal e as vezes coletiva que este mundo me envolve, concede-me mais aprender a viver o Evangelho que só falar del, o Verbo, o Cristo”.

 FONTE/CRÉDITOS: Luis Miguel Modino

DOM VANTHUY É ORDENADO BISPO PARA “NOS AJUDAR A SER UMA IGREJA SEMPRE MAIS ACOLHEDORA DAS CULTURAS”

“Toda vocação é uma escolha para participar plenamente desse amor”.

Boa Vista, sede da diocese de Roraima acolheu neste domingo 4 de fevereiro de 2024 a ordenação episcopal de Mons. Raimundo Vanthuy Neto, bispo eleito da diocese de São Gabriel da Cachoeira, que escolheu como lema: “Servir na Caridade e na Esperança”. Uma celebração marcada por uma realidade indígena presente na igreja local e naquela que o Papa Francisco lhe confiou para ser seu pastor, seu bispo. A benção inicial do Povo Macuxi, a primeira leitura e a apresentação do candidato nessa mesma língua, a benção indígena de um padre de São Gabriel da Cachoeira, a continua presença dos povos indígenas de Roraima na celebração, são detalhes que mostram o desejo da Igreja da Amazônia de acolher a riqueza das culturas dos povos da Amazônia.

Na homilia, o cardeal Steiner começou lembrando as palavras de Jesus no Evangelho: “Não fostes vós que me escolhestes, mas fui eu que vos escolhi”, insistindo em que “todos nós fomos escolhidos, buscados, todos nós fomos amados: ‘eu vos amei, como meu Pai me amou’. Fomos desejados, amados com o amor que o Pai amou o seu filho Jesus. No mesmo amor, na mesma intensidade, na mesma afabilidade, fomos e somos amados, amadas. E porque fomos atingidos por um amor inigualável, gratuito, Jesus nos faz um pedido: ‘permanecei no meu amor’”.

Segundo o arcebispo de Manaus, “a realização da nossa vida, a alegria de viver, de saborear a vida vem do amor que recebemos de Jesus. Ele desperta uma alegria plena, realizadora. Um amor que plenifica, cria a verdadeira família, a verdadeira comunidade, a Igreja”, recordando as palavras de Jesus: “amai-vos uns aos outros, assim como eu vos amei”. Uma frase que o levou a perguntar: “Como nos amou?”, dando ele mesmo a resposta: “ofertando a sua vida”. Dom Leonardo disse que “como a mãe entrega a sua vida no cuidado materno para que os filhos cresçam e cheguem à maturidade de uma vida plena, muito mais fez Jesus. Nos amou até a morte e morte de cruz.

Um amor que aparece definido no Evangelho: “Ninguém tem amor maior do que aquele que dá sua vida pelos amigos”, afirmando que “é desse amor que vivemos, é nesse amor que nos movemos, é desse amor que nos alimentamos e damos frutos: geramos, educamos, plenificamos vidas”. O cardeal Steiner “esse amor nos escolheu, a esse amor fomos chamados. Esse amor nos encontrou. Nenhuma iniciativa nossa”. Lembrando as palavras de São Bernardo sobre a escolha, o chamado, disse. Isso porque “no amor somos escolhidos, não escolhemos. Nesse amor benevolente somos todos discípulos missionários, todas discípulas missionárias, pois tomados pela dinâmica extraordinária de pertencermos à predileção amorosa de Deus”.

Toda vocação é uma escolha para participar plenamente desse amor. Toda vocação é a possibilidade de permanecer no amor de Jesus e em Jesus viver a graça do Reino. Toda a vocação é um modo de guardar e ser guardado pelo mandamento do amor. É desse amor que toda a vocação e ministério se alimenta e é dinamizado. É no Reino do “amai-vos uns aos outros, assim como eu vos amei”, que a alegria é plena e realizativa. Toda a vocação é dar a sua vida em resgate por muitos, por todos os que são e não são amigos e amigas de Jesus, mesmo os inimigos”, refletiu o cardeal de Manaus. 

Lembrando a escolha dos Doze para caminhar com Ele e enviá-los a pregar o Reino de Deus, Dom Leonardo Steiner disse que “eles foram as testemunhas da vida, da morte e da ressurreição de Jesus; testemunhas do amor que tudo vivifica e restaura. Nessa missão foram confirmados pelo Espírito Santo, segundo a promessa: ‘Recebereis a força do Espírito Santo que virá sobre vós e sereis minhas testemunhas em Jerusalém, em toda a Judéia, Samaria e até os extremos da terra’”. Isso porque “a missão dos apóstolos de anunciar o Evangelho da vida deveria durar até o fim dos séculos (cf Mt 28,20), por isso, os apóstolos constituíram sucessores (LG, 20)”.

A celebração de ordenação episcopal “visibiliza, mais uma vez, a escolha, o chamado, o envio, a frutificação”. Ele lembrou que “a Igreja aqui reunida invocará o Espírito Santo sobre padre Raimundo Vanthuy e com o gesto milenar da imposição das mãos dos bispos, com a oração de ordenação e a unção, ele recebe o múnus episcopal e participa do colégio dos bispos como sucessor dos apóstolos. Ele participará do múnus dos apóstolos de anunciar, bendizer e cuidar do Reino de Deus, da igreja de São Gabriel da Cachoeira”.

Comentando a primeira leitura, o cardeal disse que “o Espírito e a unção enviam para uma presença de caridade, de amor, de esperança! Hoje, após a invocação do Espírito Santo, a imposição das mãos, a oração de ordenação e a unção com o óleo do crisma, padre Vanthuy poderá dizer com o profeta: ‘O espírito do Senhor Deus está sobre mim, porque o Senhor me ungiu’. Vamos impor as mãos na força do Espírito Santo e te ungir, para seres enviado. Enviado para dar a boa-nova aos humildes, curar as feridas da alma e do corpo, pregar a redenção aos cativos no corpo e no espírito; a liberdade aos que estão presos em si mesmos, nas prisões da ganância, da morte, das ideologias; consolar todos os que choram e gemem. Serás enviado para proclamar o tempo da graça, da libertação, da transformação, da salvação, pois levarás na alegria o óleo da caridade e o vinho da esperança (cf. Is 61,1-3ª). Enviado na caridade e na esperança! Não é privilégio, mas uma missão que te é confiada. Enviado para recordar, rememorar, viver na caridade e na esperança”.

“Pelo sacramento da Ordem o bispo recebe o dom da caridade pastoral de Cristo. A caridade pastoral cria a comunhão e desperta para a plenificação da vida segundo o Evangelho. Um modo da caridade é a compaixão, compadecer-se dos frágeis, dos que foram colocados à margem, seja pela cultura, seja pelo sistema econômico. Cuidar das comunidades com amor paterno-materno, sendo bondoso e compassivo com os doentes e todos os necessitados no corpo e no espírito. Com uma vida simples e sóbria, ativa e generosa, estar com os últimos da nossa sociedade e colocá-los ao centro da comunidade cristã. Como bispo deixar-se tomar pela ‘fantasia da caridade’ para encontra modos de acolhimento, de transformação, de inspiração, de proximidade e acolhida”, lembrou o cardeal citando Pastores Gregis, nº 20.

Dom Leonardo Lembrou as palavras de Papa Francisco aos irmãos do Prado onde fala da “fantasia da caridade”, onde lhes convida “a regressar continuamente à magnífica figura do vosso fundador, a meditar sobre a sua vida, a pedir a sua intercessão. A experiência espiritual que ele viveu intensamente – uma compaixão imensa pelos pobres, a compreensão e a partilha dos seus sofrimentos e, ao mesmo tempo, uma contemplação do despojar-se de Cristo que se fez um deles – foi a fonte do seu fervor apostólico (cf. Papa Francisco, 2018). A criatividade, a fantasia da caridade do Bem-aventurado Antônio Chévrier, será também a fantasia do teu ministério episcopal. O teu ministério tenha a força e a dinamicidade de promover, ‘globalizar’ a caridade”.

Globalização onde, segundo o cardeal, “a delicadeza de caridade eleva, ilumina, consola, se inclina, lava os pés da existência. A delicadeza da caridade que olha nos olhos a violência, não teme o poder da dominação, do dinheiro, do poder. Na delicadeza da caridade, o bispo quando ensina, ao mesmo tempo santifica e governa o Povo de Deus; enquanto santifica, também ensina e governa; quando governa, também ensina e santifica”. Ele lembrou que “Santo Agostinho ensina que a totalidade do ministério episcopal é amoris officium, o ‘ofício do amor’”.

Segundo o presidente do Regional Norte1 da CNBB, “o bispo é enviado como esperança! Não somente porque anuncia ao mundo a esperança do Reino, mas porque é presença de esperança no Ressuscitado. Profeta da esperança! Ser profeta, testemunha e servo da esperança. Infundir confiança e proclamar perante quem quer que seja as razões da esperança cristã”, segundo diz a Primeira Carta de Pedro. “Profeta, testemunha e servo da esperança sobretudo nas realidades onde o esquecimento de Deus e o esquecimento dos pobres é palpável, onde os indígenas são violentados. Onde falta a esperança, também a fé é posta em questão. O amor enfraquece, quando o horizonte da esperança desaparece. A esperança que o Ressuscitado trouxe à luz”, enfatizou.

Citando Santo Agostinho, ele disse que a “esperança tem duas filhas lindas, a indignação e a coragem; a indignação nos ensina a não aceitar as coisas como estão; a coragem, a mudá-las”. O cardeal destacou que “por ser profeta da esperança, o bispo é inquieto, insatisfeito, sonhador, transformador, deixa-se tomar pelo movimento da geração, da transfiguração. A esperança na sua filha indignação, indica o sentido do anúncio e da visibilização do reino da verdade e da vida, reino da santidade e da graça, reino da justiça do amor e da paz”, recordando as palavras do Prefácio. Ele insistiu em que “o bispo pode ser tomado de indignação, quando guiado e tomado pela verdade, a justiça e paz. E porque vive do Reino, a coragem o impulsiona a propor, ensinar, refletir, questionar, procurar e indicar o caminho da justiça, da equidade, da fraternidade”.

O bispo é um convite à esperança, pois fala duma realidade que está enraizada no mais fundo do ser humano. Fala duma sede, duma aspiração, dum anseio de plenitude, de vida bem-sucedida, de querer agarrar o que é grande, o que enche o coração e eleva o espírito para coisas grandes, como a verdade, a bondade e a beleza, a justiça e o amor. A esperança desperta ousadia, sabe olhar para além das comodidades pessoais, das pequenas seguranças e compensações que reduzem o horizonte, para se abrir aos grandes ideais que tornam a vida mais bela e digna, atraente e sublime. Caminhe na esperança, o Povo de Deus a ti confiado seja ungido com a esperança, e toda a tua evangelização esteja guiada pela esperança que nasce do Espírito Santo!”, afirmou Dom Leonardo inspirado nas palavras de Papa Francisco.

Ele enfatizou que “a esperança na indignação e na coragem é sonhadora e criativa. Papa Francisco nos diz que devemos ser criativos, inconformados, dinâmicos, sonhadores, corajosos. Na indignação e na coragem inculturar o Evangelho, viver uma espiritualidade inculturada, celebrar a fé, a esperança e caridade nas culturas locais”.

Se dirigindo ao novo bispo, Dom Leonardo lhe disse: “o teu ministério episcopal na diocese mais indígena do Brasil, possa nos ajudar a ser uma Igreja sempre mais acolhedora das culturas. Uma Igreja que tenha sempre mais rostos multiformes que manifestem melhor a riqueza inesgotável do Evangelho na Amazônia. As filhas da esperança, a indignação e a coragem, movimentem os teus e nossos sonhos indicados por Papa Francisco: preservar a riqueza cultural da Amazônia que a caracteriza e na qual brilha de maneira tão variada a beleza humana; guardar zelosamente a sedutora beleza natural que a adorna a casa comum da Amazônia, a vida transbordante que enche os rios e as florestas; evangelizar as comunidades cristãs para que sejam capazes de se devotar e encarnar de tal modo na Amazônia, que deem à Igreja rostos novos com traços amazônicos. Uma Igreja na Amazônia que lute pelos direitos dos mais pobres, dos povos originários, dos últimos, de modo que a sua voz seja ouvida e sua dignidade promovida (QA, nº 6-7). A esperança de que todos os filhos e filhas de Deus e todas as criaturas participem do Reino definitivo”.

“Realmente são lindas as filhas da esperança, pois nascidas do amor”, disse o cardeal, citando o texto evangélico: “amai-vos uns aos outros, assim como eu vos amei. Ninguém tem amor maior do que aquele que dá sua vida pelos amigos”. Daí a necessidade de “ser impulsionado pela caridade e pela esperança e despertar as comunidades para que vivam da esperança e da caridade”.

O cardeal Steiner chamou a repetir as palavras de Paulo na segunda leitura: “Diante de Deus, nosso Pai, recordamos sem cessar a atuação da vossa fé, o esforço da vossa caridade e a perseverança da vossa esperança em nosso Senhor Jesus Cristo. A nossa gratidão à Igreja de Roraima, pelo testemunho de esperança e de caridade. Agradecemos a Deus e à Igreja em Roraima por ofertar à Igreja este irmão que recebe hoje a ordenação episcopal. Sabemos que o Evangelho não chegou até vós somente por meio de palavras, mas também mediante a força do Espírito Santo; e isso, com toda a abundância”, agradecendo a Dom Evaristo Spengler por “enviar para São Gabriel da Cachoeira este irmão que hoje é ordenado bispo da Igreja Católica”.

Igualmente agradeceu a dom Edson Damian, a quem dom Raimundo Vanthuy vai suceder e à Igreja de São Gabriel da Cachoeira “pelo testemunho, por nos provocar a sermos uma Igreja sempre atenta e desperta para a causa dos povos indígenas e os pobres. Louvamos e bendizemos pela diocese de São Gabriel”. Também agradeceu aos pais, à família de Dom Raimundo Vanthuy, “pelo dom da vida e pela fé que lhe deram como alimento e bebida. Deus os abençoe. Irá com a benção a vossa benção”.

Ao novo bispo lhe disse, “na caridade e na esperança caminharemos contigo. Sentirás a presença colegial dos bispos de nosso Regional e a força da oração do teu povo. Não estarás só. Contigo desejamos ser profetas, testemunhas e servos da esperança e da caridade. Estaremos contigo em comunhão”.

IGREJA DE RORAIMA PARTICIPA DA ORDENAÇÃO EPISCOPAL DO MONSENHOR RAIMUNDO VANTHUY NETO

A celebração acontece na manhã deste domingo no Ginásio Totozão

Neste domingo, 04, a Diocese de Roraima celebra a ordenação do novo bispo Raimundo Vanthuy Neto, para São Gabriel da Cachoeira no interior do Amazonas, a cerimônia ocorre no ginásio Totozão e contou com a presença de milhares de fiéis de todo país. 

A primeira parte da cerimônia iniciou com a entrada dos diáconos carregando a Nossa Senhora da Consolata e com suas esposas, representando os 75 anos da presença dos missionários da Consolata no estado.

Logo após, o novo bispo dom Vanthy Neto, acompanhado de dom Leonardo Steiner, dom Evaristo Spengler, dom Edson Damian, na qual foram acolhidos pelos indígenas da etnia macuxi com cantos Macuxi maruai.

A celebração da eucaristia foi presidida pelo cardeal Leonardo Ulrich Steiner, arcebispo de Manaus e presidente do Regional Norte1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB Norte1), concelebrada pelo bispo de Roraima, Dom Evaristo Spengler, e os anteriores, Dom Mário Antônio, Dom Roque Paloschi e Dom Edson Damian. Os bispos de outras dioceses como Afogados da Ingazeira (PE), Maranhão e Pará e Manaus (AM), além de padres, religiosos e religiosas, e pessoas da diocese de São Gabriel também participaram da ocasião.

Passa nestes dias por Roraima a Relíquia do Bem aventurado Antônio Chevrier, fundador do PRADO, fraternidade que pe. Vanthuy participa,  o ícone, escrito pelo pe. Mário Castro e a Relíquia, trazida pelo responsável do Prado no Brasil e pelo Assistente geral do Instituto de Vida Apostólica.

A Ordenação Episcopal do nosso Padre Vanthuy, filho desta Igreja de Roraima cujo ministério episcopal hoje lhe é confiado, já se compreende desde a raiz como um ministério em chave missionária, do Cristo que aponta para a Amazônia, da Igreja Diocesana de Roraima que dá de sua pobreza!

(Matéria em atualização)

Quem é Dom Vanthuy Neto

Pe. Raimundo Vanthuy Neto, nasceu no sertão nordestino em 10 de Maio de 1973, em Pau dos Ferros / alto oeste do Rio Grande do Norte, na Paróquia de Nossa Senhora da Conceição, Diocese de Mossoró, filho de uma família de quatro irmãos (Tarcísio, Urbano, Etevaldo) e duas irmãs (Taneide e Vaneide), batizado na festa de S. Pedro em 29 de junho de 1973 pelo padre Manoel Caminha Freire (In memoriam). Foi alfabetizado na escola das Filhas da Caridade, o patronato Alfredo Fernendes, sua primeira professora ainda vive, Ir. Geralda Araújo, fez sua primeira comunhão em 1983, presidida pelo então Pe. Dário Tórbolli (In memoriam), missionário de Trento, na Diocese de Mossoró. Com seus pais Manoel Urbano e Vicência Martins, irmãos e irmãs, migrou à Amazônia na década de 1980, vão morar primeiro em Itaituba – Pará, ali, na paróquia da Catedral de Santana, foi Crismado por Dom Capistrano (In memoriam). Acolhido na Diocese de Roraima, começa a participar da Legião de Maria e foi catequista na Paróquia da Consolata, ali participou da Escola de Formação de Teologia para leigos. Em 1991 ingressou no Seminário S. José da Arquidiocese de Manaus, na companhia de Revislande Santos e Mário Castro (In memoriam), onde fez seus estudos de Filosofia e Teologia, no então CENESCH – Centro de Estudos do Comportamento Humano, ordenado Diácono em 11 de julho de 1999 e Presbítero em 3 de junho de 2001, por Dom Apparecido José Dias (In memoriam). Mestre em Teologia, com especialização em Missiologia – (1998/2000) pela então Pontifícia Faculdade de Teologia Nossa Senhora da Assunção – SP, com dissertação: Dirigir Almas e Servir ao Jeito de Muitos – A missão dos Beneditinos junto aos Povos Indígenas de Roraima – 1909/1948. Foi acompanhado pelo então teólogo ligado ao CIMI, Pe. Paulo Suess. Fez seu estágio diaconal na Paróquia Sagrada Família – Diocese de Santos/SP (1998/2000), na companhia do Pe. Valdeci e Dom David Picão (In memoriam). Foi diretor e professor do Instituto de Teologia, Pastoral e Ensino Superior da Amazônia – ITEPES 2014/17), hoje Faculdade Católica do Amazonas, colabora com os estudos sobre o Cristianismo e Povos Indígenas na Amazônia. Acompanha a vida Eclesial desta região com seus encontros inter-regionais de Bispos desde 1997, quando se celebrou os 25 anos do Documento de Santarém, participou como auditor do Sínodo para a Amazônia 2019 em Roma. Na vida pastoral, foi pároco nas Paróquias: Nossa Senhora Consolata (2001/2004), Catedral Cristo Redentor e Matriz Nossa Senhora do Carmo (2005/2013) em Boa Vista, padre cooperador da Catedral de Nossa Senhora da Conceição e capelão do Colégio Auxiliadora, das Irmãs Salesianas em Manaus. De volta à Roraima em 2018, foi vigário da Área Missionária do Município do Cantá, acompanhou a Coordenação de Evangelização e Pastoral da Diocese (2002/2005), atualmente com pe. Giogio Dal Ben respondia como Reitor da Casa Vocacional – Seminário Menor e da Reitoria Nossa Senhora Aparecida, muito colaborou na Formação das Lideranças Leigas na Escola de Teologia e Pastoral da Diocese de Roraima, na escola de Liturgia e na Escola para o Diaconato Permanente. Pe. Vanthuy é membro do Instituto Secular – Associação dos Padres do PRADO, colaborou no Conselho Nacional do Prado no Brasil 2017/2023, participou o Ano Internacional Pradosiano em Lyon – França. Atualmente é membro do Colégio de Consultores, do Conselho Presbiteral e colabora como chanceler da Diocese de Roraima. O Santo Padre, o Papa Francisco o nomeou Bispo da Diocese de São Gabriel da Cachoeira em 08 de novembro do ano passado de 2023. Escolheu como lema: Servir na Caridade e na Esperança, ele será o pastor daquela Igreja Particular. Marcada pelos seus 23 povos originários e pela presença missionária dos Salesianos e Salesianas, a família espiritual de Dom Bosco. 

São Cornélio de Cesareia, centurião temente a Deus

Referência Bíblica
Partes da vida de São Cornélio de Cesareia são registradas nos Atos dos Apóstolos, no capítulo 10. “Havia em Cesareia um homem por nome Cornélio. Centurião da corte e religioso, ele e todos de sua casa eram tementes a Deus. Dava muitas esmolas ao povo e orava constantemente”. (cf. At 10,1-2)

Particularidade
Cornélio de Cesareia era centurião, que quer dizer o responsável por parte da infantaria do exército romano, dando ordens que deveriam ser imediatamente obedecidas. Cornélio, junto com a sua família e seus amigos, foi assim o primeiro dos não-judeus incircuncisos a tornar-se cristão. Esta ocasião histórica levou Pedro a exclamar: “Reconheço, por verdade, que Deus não faz acepção de pessoas, mas que lhe é agradável aquele que, em qualquer nação, o teme e faz o que é justo” (cf. Atos 10, 34-35).

Um Evangelizador
Deus o visitou por meio de um anjo, que lhe indicou São Pedro, por isso uma das imagens artísticas que retrata o santo é a do seu diálogo com um anjo. São Pedro, que também teve uma visão, foi à casa de Cornélio. Foi aí que aconteceu a abertura da Igreja para a evangelização dos pagãos e dos estrangeiros. No outro dia, Pedro chegou em Cesareia. Cornélio o estava esperando, tendo convidado seus parentes e amigos mais íntimos. Não somente ele queria encontrar-se com o Senhor, como também queria o mesmo para todos os seus parentes e amigos.

Relação com Pedro
Cornélio ouviu da boca do primeiro Papa da Igreja: “Deus me mostrou que nenhum homem deve ser considerado profano ou impuro” (At 10,28). Assim, São Pedro começou a evangelizar e, de repente, no versículo 44: “Estando Pedro ainda a falar, o Espírito Santo desceu sobre todos que ouviam a Santa Palavra. Os fiéis da circuncisão, que tinham vindo com Pedro, profundamente se admiraram vendo que o dom do Espírito Santo era derramado também sobre os pagãos, pois eles os ouviam falar em outras línguas e glorificar a Deus. Então, Pedro tomou a palavra: “Porventura pode-se negar a água do batismo a estes que receberam o Espírito Santo como nós? E mandou que fossem batizados em nome de Jesus Cristo. Rogaram-lhe então que ficasse com eles por alguns dias” (At 10,44-48).

Primeiro Bispo de Cesareia
São Cornélio tornou-se o primeiro bispo em Cesareia. Deus pôde contar com ele para a obra que até nos dias de hoje alcança a humanidade: o Evangelho.

A minha oração
“Senhor Jesus, eu também, mesmo fraco e pecador, comprometo-me Contigo no anúncio da Sua Palavra. Dá-me a graça do Batismo no Espírito Santo, para que eu seja cheio de amor por Ti, como foi São Cornélio de Cesareia. Assim seja.”

São Cornélio de Cesareia, rogai por nós!