
Aos 10 anos da Laudato Si, a Rede Universitária para o Cuidado da Casa Comum (RUC), organizou na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) o II Encontro Sinodal de Reitores de Universidades para o Cuidado da Casa Comum. Um evento que conta com a apoio do Vaticano através da Pontifícia Comissão para a América Latina (PCAL), que até sua eleição como Papa Leão XIV era presidida pelo cardeal Robert Prevost.
Recepção da Laudato Si nas universidades católicas
Um apoio vaticano que também se concretiza através do Dicastério para a Cultura e a Educação. Seu prefeito, o cardeal José Tolentino de Mendoça, enviou uma mensagem em vídeo, onde ele afirma que, “desde o princípio, as universidades católicas receberam com entusiasmo a mensagem da Laudato si’ e que deu origem a tantos projetos de pesquisa, a tanta criatividade e, sobretudo, a uma consciência eclesial nova”.
O cardeal português vê na Laudato Si um fator de transformação de mentalidade, oferecendo ao mundo “essa consciência de que não estamos sós, de que precisamos uns dos outros, que tudo está interconexo e que precisamos disputar, ao mesmo tempo, os desafios da casa comum e os desafios da fraternidade”. O prefeito destacou que “em vista da COP30 e neste caminho jubilar de construção de pontes, como diz Papa Leão XIV, é junto que podemos fazer verdadeiramente das nossas universidades e das nossas redes universitárias, laboratórios de comunhão e de futuro”.
Três perguntas
Tolentino referiu-se em sua intervenção a algumas perguntas úteis que o Papa Leão XIV chama a “deixar ressoar no interior da nossa reflexão”. A primeira pergunta: “Quais são, hoje, os desafios mais importantes a enfrentar?”, respondendo que “a universidade não é uma torre de marfim, não é uma bolha ao lado da realidade. A universidade está implicada nos grandes processos de reflexão, de inovação, de qualificação ética, de justiça das nossas sociedades. Só assim a identidade católica se pode verdadeiramente espelhar. Então, a primeira pergunta é essa, de escutar quais são, hoje, os desafios mais urgentes”.
“A segunda pergunta é sobre que valores promover. E essa também é uma interrogação que nos deve fraternizar a todos, porque nós transmitimos conhecimento, projetos, saber. Mas tudo isso, sabemos que sem os valores é ainda insuficiente. Por isso é importante nos colocarmos de acordo sobre que valores fundamentais nós temos de transmitir”, disse o cardeal.
Finalmente, “Quais são os recursos sobre os quais nós podemos contar? Quais são os desafios? Quais são os valores? E quais são os recursos?”. O cardeal respondeu que “um valor é ousar juntos. Um valor é poder reunir duzentas universidades diferentes. Um valor é essa experiência da mística do comum. Porque verdadeiramente a união faz a esperança. A união torna-nos artesãos da paz, do diálogo, dando um testemunho de que é possível vencer a cultura da polarização e do desencontro”.

Ser ponte
Aos participantes do Congresso, ele pediu que “este importante encontro, seja uma ponte, seja a parábola de uma ponte, que nós construímos juntos e oferecemos ao presente como um apor, um contributo que as universidades dedicam ao futuro”.
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