Conversão de São Paulo, apóstolo

Origens
Saulo, que depois tomou o nome de Paulo, nasceu em Tarso, capital da Cilícia. Da tribo de Benjamim, era judeu de nação. Logo, ele recebeu também o título de cidadão romano. O seu pai pertencia à seita dos fariseus, ou seja, pertencia ao grupo dos judeus que exerciam a profissão de observar a lei e de seguir a moral mais severa.

Amor ao Estudo
Passou os primeiros anos de sua vida em Tarso, estudando as ciências gregas. Dotado de muito amor ao estudo, foi estudar na escola de Gamaliel, em Jerusalém, para aprofundar-se no conhecimento da lei, buscando colocá-la em prática.

O Cristianismo
Quando estudava, conheceu o Cristianismo, que era tido como um seita na época. Tornou-se, então, um grande inimigo dessa religião e dos seguidores dessa. Tanto que a Palavra de Deus testemunha que, na morte de Santo Estevão, primeiro mártir da Igreja, ele fez questão de segurar as capas daqueles que o apedrejaram, como uma atitude de aprovação.

Conversão de São Paulo, um exemplo para refletir

Determinado a destruir o Cristianismo
Autorizado a buscar e identificar os cristãos, prendia-os, enfim, acabava com o Cristianismo. O intrigante é que São Paulo pensava estar agradando a Deus. Ele fazia seu trabalho por zelo, mas, de maneira violenta, sem discernimento. Era um fariseu que buscava a verdade, mas fechado à Verdade Encarnada.

Da Ira à Conversão
Sua ira contra os cristãos crescia à medida dos bons resultados. Obteve do sumo sacerdote, Caifás, poderes discricionários para pesquisar a vida de todos os cristãos e de os castigar. São Paulo entrava nas sinagogas, açoitava aqueles que acreditavam em Jesus e colocava em execução todos os meios para obrigar os cristãos a blasfemarem contra o santo nome de Cristo.

Testemunho
Encontramos, no capítulo 9, dos Atos dos Apóstolos, o testemunho: “Enquanto isso, Saulo só respirava ameaças e morte contra os discípulos do Senhor. Apresentou-se ao príncipe dos sacerdotes e pediu-lhes cartas para as sinagogas de Damasco, com o fim de levar presos, a Jerusalém, todos os homens e mulheres que seguissem essa doutrina. Durante a viagem, estando já em Damasco, subitamente o cercou uma luz resplandecente vinda do céu. Caindo por terra, ouviu uma voz que lhe dizia: ‘Saulo, Saulo, por que me persegues?’. Saulo então diz: ‘Quem és, Senhor?’. Respondeu Ele: ‘Eu sou Jesus, a quem tu persegues. Duro te é recalcitrar contra o aguilhão’. Trêmulo e atônito, disse Saulo: ‘Senhor, que queres que eu faça?’ respondeu-lhe o Senhor: ‘Levanta-te, entra na cidade, aí te será dito o que deves fazer’”.

Pelas águas do Batismo, torna-se Paulo

O Batismo
O batismo de Saulo é apresentado por Ananias, um cristão comum, mas dócil ao Espírito Santo. Apareceu-lhe o Senhor em visão e disse-lhe: “Levanta-te, e vai à rua que se chama Direita, e procura em casa de Judas a um chamado Saulo de Tarso, porque ele está ali orando”. Procurando Saulo no local indicado, colocou as mãos sobre ele, dizendo: “Saulo, o Senhor Jesus que te apareceu no caminho por onde vinhas, me enviou para que recebas a visita e sejas cheio do Espírito Santo”. Saulo levantou-se cheio de alegria. Ananias declarou-lhe o que o Senhor lhe tinha dado a entender a respeito de sua vocação e o batizou (cf. At 9).

A Festa
A festa litúrgica da conversão de São Paulo, própria da Igreja latina, apareceu no século VI. A comemoração do dia 25 de janeiro tem o intuito de considerar as várias facetas do Apóstolo por excelência. Pertence a Jesus desde o momento em que, no caminho para Damasco, foi vencido pelo amor de Cristo e transformou-se no maior Apóstolo do Evangelho.

Minha oração

“Na conversão de Paulo, percebemos que perseguir a Igreja é perseguir o próprio Cristo, por isso, rogamos a conversão e mudança daqueles que hoje procuram fazer o mal para os cristãos. Que, nessa inimizade, surja as maiores graças de transformação de vida. Amém.”

São Paulo, rogai por nós!

Outros santos e beatos celebrados em 25 de janeiro

São Francisco de Sales, patrono dos escritores e dos jornalistas

Origens
São Francisco de Sales nasceu na província de Savóia em 1567. Pertencente à nobre família de Barões de Boisy, cresceu no castelo de Sales. Sua mãe, uma condessa, buscou formá-lo muito bem com os padres da Companhia de Jesus, onde, dentre muitas disciplinas, também aprendeu várias línguas. Muito cedo, fez um voto de viver a castidade e buscar sempre a vontade do Senhor. Ao longo da história desse santo muito amado, é possível perceber o quanto ele buscou e o quanto encontrou o que Deus queria.

Vocação
Certa ocasião, atacado pela tentação de desconfiar da misericórdia do Senhor, ele buscou a resposta dessa dúvida com o auxílio de Nossa Senhora e, assim, a desconfiança foi dissipada. Estudou Direito em Pádua, mas, contrariando familiares, quis ser padre. Em 18 de dezembro de 1593, foi ordenado sacerdote aos 26 anos de idade. Foi um sacerdote que buscou a santidade não só para si, mas também para os outros.

Nomeado Bispo
No seu itinerário de pregações, de zelo apostólico e de evangelização, semeando a unidade e espalhando, com a ajuda da imprensa, a sã doutrina cristã, foi escolhido por Deus para o serviço do episcopado em Genebra. Em 1599, foi nomeado bispo coadjutor e, após três anos, passou a ser titular, com sede em Annecy, França. Um apóstolo do amor e da misericórdia, visitava paróquias, reorganizava mosteiros, conventos e dedicava-se à pregação e catequeses para os fiéis.

São Francisco de Sales era amigo de Joana Francisca de Chantal

“Introdução à vida devota”
Durante uma pregação em Dijon, em março de 1604, conheceu Joana Francisca de Chantal, com quem formou uma grande amizade. No ano de 1608, escreveu e dedicou-lhe o livro “Introdução à vida devota”. Neste livro, São Francisco de Sales resumia os princípios da vida interior e ensinava como amar a Deus.

Amizade que inspira
A amizade com Joana contribuiu para que fundassem a Congregação da Visitação de Santa Maria, em 1610, em Annecy, com o intuito de prestar socorro aos pobres e necessitados. Anos mais tarde, a Congregação tornou-se Ordem Contemplativa e as monjas passaram a ser chamadas de Visitandinas.

Páscoa
São Francisco de Sales morreu em 28 de dezembro de 1622, em Lyon. No ano seguinte, seus restos mortais foram encaminhados para Annecy. Esse grande santo da Igreja morreu com 55 anos, sendo que 21 deles foram vividos no episcopado como servo para todos e sinal de santidade.

Via de Santificação
Declarado Doutor da Igreja pelo Papa Pio IX, em 1877, é também titular e patrono da família salesiana, fundada por Dom Bosco, que se inspirou nele ao adotar o nome [salesiano]. Também é patrono dos escritores e dos jornalistas devido ao estilo e ao conteúdo de seus escritos. Foi beatificado em 1661 pelo Papa Alexandre VII, que também o canonizou em 1665.

Minha oração

“Doutor da mansidão, ensinai aos teus devotos o caminho para tão grande equilíbrio e paz. Assim como conduz-nos à misericórdia e paciência com os pecadores, os que estão mais próximos e vivem conosco. Amém.”

São Francisco de Sales, rogai por nós!

Santo Ildefonso, o bispo dedicado à Virgem Maria

Origens
Santo Ildefonso nasceu em 8 de dezembro do ano 606, em Toledo. Recebeu de Santo Isidoro o auxílio em seus estudos e aprendeu a desprezar o espírito do mundo. Pertencente a uma família de sangue real, ficou órfão e, empregando todos os bens que possuía, fez de tudo para a construção de um mosteiro para religiosos. Um homem de discernimento, mas isso não quer dizer sem medo, sem dificuldades.

Eleito pelo Povo
O bispo de Toledo, Heládio, elevou Ildefonso ao diaconato e, após a morte de Adeodato, abade de Agália, foi escolhido para sucedê-lo. Como abade, assistiu aos concílios de Toledo de 653 e 655. No ano 657, o bispo de sua localidade havia falecido e o povo o elegeu para o cargo. Ele se escondeu num convento, mas foi descoberto e aceitou este grande serviço para o povo de Deus.

Devoto da Santíssima Virgem
Com um coração aberto para as vontades de Deus, foi um grande instrumento de Deus e devoto da Santíssima Virgem. Ele propagou a Festa da Expectação de Nossa Senhora, em 18 de dezembro – Nossa Senhora do Ó, como ficou conhecida. 

Santo Ildefonso: recebeu a graça da aparição da Virgem Maria

O Capelão da Virgem Maria
Fruto desse amor, ele recebeu a graça de uma aparição da Virgem Maria, chamando-o de “meu capelão” e presenteando-o com uma casula do céu. Assim diz o seu testemunho. Em memória desse fato, uma festa com o título de “Descida da Santíssima Virgem a aparição de Santo Ildefonso” foi estabelecida para o dia 21 de janeiro, pelo 10º concílio de Toledo, em 656.

Páscoa
Um homem revestido de humildade, de vida, de oração na vida sacramental, por isso, foi um grande pastor para o seu povo. Santo Ildefonso morreu em 23 de janeiro de 667. 

Relíquias
Seu corpo foi sepultado na igreja de Santa Leocádia, mas precisou ser transferido para Zamora, Espanha, onde foi venerado até 888. Em 1440, seus restos mortais foram retirados das ruínas e novamente foram expostos à veneração dos fiéis.

Minha oração

“Por teu grande amor e zelo a Maria, pedimos a mesma devoção, a mesma clareza de fé, os mesmos sentimentos de amor para com a mãe de Deus. Que possamos propagar essa devoção e ensinar esse caminho seguro aos necessitados. Amém.”

Santo Ildefonso, rogai por nós!

São Vicente de Saragoça, padroeiro de Lisboa

Origens
São Vicente de Saragoça nasceu na Espanha, em Huesca, no século terceiro. De uma família muito distinta e conhecida por todos, ele escolheu ser cristão e, assim, viver a santidade. Desde pequeno, foi entregue pelos pais à direção de Valério, Bispo de Saragoça, que contribuiu para sua formação na piedade e o fez seguir na ciência da religião e nas letras humanas.

Vida Sacerdotal
Ordenado diácono pelo santo Prelado, Vicente exerceu o cargo com dignidade e felizes resultados. Eloquente em suas palavras e obras, não só ensinava como também fortalecia os fiéis.

Dificuldades
São Vicente de Saragoça viveu num período muito difícil da Igreja. Pelos fins do ano 303, Diocleciano e Maximiano – imperadores – começaram a perseguir os cristãos e forçar muitos a se declarar a favor dos deuses; caso contrário, seriam martirizados.

São Vicente de Saragoça: escolheu dedicar-se a Deus

Pregador
Ele era um grande pregador da Palavra, mais do que isso, buscava viver a Palavra que pregava, esta que é, antes de tudo, Cristo Jesus, o Santo dos Santos, o nosso modelo, o nosso Senhor e Salvador. Diante das ameaças do governador Daciano, ele não recusou a se dizer cristão e fiel ao Senhor. Daciano, querendo assinalar o seu zelo e atividade em fazer cumprir os decretos imperiais, mandou prender Vicente.

Páscoa
Os tormentos o perseguiram. Foi um martírio lento, sempre com o objetivo de vencê-lo para que Daciano se desse como herói diante do Cristianismo, mas também com o objetivo de levar São Vicente a renunciar a própria fé, a sacrificar aos deuses. Fiel a Deus e sustentado pela oração, diante de si ele tinha o seu grande amor: Deus. Sendo assim, ele foi martirizado aos poucos, até mesmo levado à grelha, tendo seu corpo dilacerado, jogado numa prisão e, por fim, Daciano deixou-o num leito pedindo que cuidassem dele. Ali, sim, ele foi visitado por outros cristãos e entregou-se a Deus. Isto sucedeu-se no ano 304.

Modelo
São Vicente de Saragoça tornou-se modelo para todos os cristãos e também padroeiro principal do patriarcado de Lisboa e também da diocese de Faro.

Minha oração

“Ao povo português pedimos a proteção e a devoção para com Jesus, que sejam sempre uma nação de valores cristãos e zelo católico. Por esse martírio, conceda aos seus descendentes a mesma fé. Amém.”

São Vicente de Saragoça, rogai por nós!

Santa Inês, a jovem virgem e mártir

Origens
Santa Inês ou Agnes, seu nome vem do grego, que significa pura e casta. Ela pertenceu a uma família romana e, segundo os costumes do seu tempo, foi cuidada por uma aia (uma babá), que só a deixaria após o casamento.

A Principal Beleza
Santa Inês tinha cerca de 12 anos quando um pretendente se aproximou dela. Segundo a tradição, ele era filho do prefeito de Roma e estava encantado pela beleza física de Inês. Mas sua beleza principal é aquela que não passa: a comunhão com Deus.

Compromisso com a Vocação
De maneira secreta, ela tinha feito uma descoberta vocacional, era chamada a ser uma das virgens consagradas do Senhor, e ela fez este compromisso. O jovem não sabia [do compromisso de Inês] e, diante de tantas propostas, ela sempre dizia ‘não’. Até que ele denunciou Inês para as autoridades, porque, sob o império de Diocleciano, ser cristã era correr risco de vida. 

Santa Inês teve uma curta vida, mas doada somente a Deus

Páscoa
Quem renunciasse a Jesus ficava com a própria vida; caso contrário, tornava-se mártir. Foi o que aconteceu com esta jovem de cerca de 12 ou 13 anos.

Modelos de Pureza
Tão conhecida e citada pelos santos padres, Santa Inês é modelo de uma pureza à prova de fogo, pois, diante das autoridades e do imperador, ela se dizia cristã. Eles começaram pelo diálogo, depois as diversas ameaças com fogo e tortura, mas em nada ela renunciava o seu Divino Esposo. Até que a pegaram e levaram para um lugar em Roma próprio da prostituição, mas ela deixou claro que Jesus Cristo, seu Divino Esposo, não abandona os seus. De fato, ela não foi manchada pelo pecado.

Fidelidade com Cristo
Auxiliada pelo Espírito Santo, com muita sabedoria, ela permaneceu fiel ao seu voto e ao seu compromisso; até que as autoridades, vendo que não podiam vencê-la pela ignorância, mandaram então degolar a jovem cristã. Ela perdeu a cabeça, mas não o coração, que ficou para sempre em Cristo.

Santa Inês é representada com um cordeiro

A Iconografia
Sua iconografia é representada com um cordeiro sempre ao seu lado, pois seu destino foi semelhante a esses ovinos. Todos os anos, no dia 21 de janeiro, festividade de Santa Inês, dois cordeirinhos são abençoados. Com a lã deles, as Irmãs da Sagrada Família confeccionam os sagrados Pálios (espécie de estolas) que o Santo Padre envia aos novos Arcebispos metropolitanos.

A Basília
Constância, filha de Constantino, sofria com uma lepra quando foi ao túmulo de Santa Inês clamar por sua intercessão. Após ter rezado e adormecido, Constância viu Santa Inês que lhe disse: “Age com constância. Logo que você acreditar em Cristo, será curada”. Após essas palavras, Constância acordou e estava curada de sua lepra. Por esse motivo, Constância mandou que erguessem sobre o túmulo de Santa Inês uma Basílica, onde seus restos mortais foram colocados em uma urna de prata.

Minha oração

“Por teu exemplo e pureza, rogamos pelos nossos jovens e crianças, por essa sociedade tão sensualizada, para que o Senhor nos conduza e nos faça passar ilesos em meio ao caos atual. Preservai e concedei o dom da castidade. Amém.”

Santa Inês, rogai por nós!

São Sebastião, o soldado martirizado

Origens
São Sebastião nasceu em Narbonne; os pais eram oriundos de Milão, na Itália, do século terceiro. São Sebastião, desde cedo, foi muito generoso e dado ao serviço. Recebeu a graça do santo batismo e zelou por ele em relação à sua vida e à dos irmãos.

Soldado
Ao entrar para o serviço no Império, como soldado, tinha muita saúde no físico, na mente e, principalmente, na alma. Não demorou muito, tornou-se o primeiro capitão da guarda do Império. Esse grande homem de Deus ficou conhecido por muitos cristãos, pois, sem que as autoridades soubessem – nesse tempo, no Império de Diocleciano, a Igreja e os cristãos eram duramente perseguidos –, porque o imperador adorava os deuses. Enquanto os cristãos não adoravam as coisas, mas as três Pessoas da Santíssima Trindade.

O Consolo
Esse mistério o levava a consolar os cristãos que eram presos de maneira secreta, mas muito sábia; uma evangelização eficaz pelo testemunho que não podia ser explícito.

São Sebastião: Soldado da Igreja 

Defensor da Igreja
São Sebastião tornou-se defensor da Igreja como soldado, como capitão e também como apóstolo dos confessores, daqueles que eram presos. Também foi apóstolo dos mártires, os que confessavam Jesus em todas as situações, renunciando à própria vida. 

Um desejo
O coração de São Sebastião tinha esse desejo: tornar-se mártir. E um apóstata denunciou-o para o Império e lá estava ele, diante do imperador, que estava muito decepcionado com ele por se sentir traído. Mas esse santo deixou claro, com muita sabedoria, auxiliado pelo Espírito Santo, que o melhor que ele fazia para o Império era esse serviço; denunciando o paganismo e a injustiça.

Defensor da Verdade
São Sebastião, defensor da verdade no amor apaixonado a Deus. O imperador, com o coração fechado, mandou prendê-lo num tronco e muitas flechadas sobre ele foram lançadas até o ponto de pensarem que estava morto. Mas uma mulher, esposa de um mártir, o conhecia, aproximou-se dele e percebeu que ele estava ainda vivo por graça. Ela cuidou das feridas dele. 

Páscoa
Ao recobrar sua saúde depois de um tempo, apresentou-se novamente para o imperador, pois queria o seu bem e o bem de todo o Império. Evangelizou, testemunhou, mas, dessa vez, no ano de 288, foi duramente martirizado.

Minha oração

“ São Sebastião que foste flechado pelo povo, mas também pelo amor divino, colocai em nós essa ferida de amor que não sara e não se cansa de procurar o amado de nossas vidas até às últimas consequências. Amém.”

São Sebastião, rogai por nós!

São Canuto

São Canuto nasceu no ano de 1040 na Dinamarca. Filho de um rei, era sucessor natural. Mas aconteceu que, pela sua vida de oração, testemunho, caridade e justiça, quando o pai faleceu, muitos moveram-se com artimanhas para colocar seu irmão no trono de maneira injusta. Quanto à sua posição, ele não era apegado ao poder nem o queria para si, então esperou. Depois do falecimento do irmão, ocupou o seu lugar que era de justiça.

Homem de Deus, um sinal para o povo, ele contribuiu para a evangelização. Primeiro, com o seu exemplo, pois acreditava que a melhor forma de educar uma nação é o bom exemplo. Ele viveu para sua esposa e para seu filho Carlos, que mais tarde se tornaria também um santo. Pai santo, esposo santo, um governador, um homem de poderes; mas que usou esses poderes para servir, a modelo de Nosso Senhor Jesus Cristo.

São Canuto, amado por muitos e odiado também como Nosso Senhor, foi vítima de artimanhas por pessoas fechadas para Deus e para o bem, pois tinha muita sensibilidade com as viúvas, os órfãos e os mais necessitados. Nele, batia um coração que se assemelhava ao de Jesus. Como rei, possuiu muitos desafios e, ao perceber os inimigos se armando, participou de uma Eucaristia como era de costume. Nela, ele não só recebeu o Nosso Senhor, mas, em nome de Jesus, perdoou todos os seus inimigos. Foi então assassinado.

São Canuto, rogai por nós!

Santa Prisca, a protomártir romana

Origens
Sobre a história de Santa Prisca é difícil estabelecer a verdadeira identidade desta mártir romana, apesar dos numerosos documentos antigos, pois as várias notícias a seu respeito referem-se provavelmente a três pessoas diferentes.  O nome significa antiga, dos primeiros tempos. 

A Protomártir Romana
Uma antiga tradição diz que Santa Prisca teria sido batizada, aos treze anos, por São Pedro. E como diz seu nome romano, teria sido a “primeira” mulher do Ocidente a dar testemunho, com o martírio, da sua fé em Cristo. A protomártir romana teria sido decapitada em meados do primeiro século. 

Esposa de Áquila
No século VIII, a mártir romana começou a ser identificada com Prisca, esposa de Áquila, de quem fala São Paulo: “Saudai Prisca e Áquila, meus colaboradores em Jesus Cristo, que expuseram suas cabeças para salvar minha vida. A eles devo graças, não somente eu, mas também todas as igrejas dos gentios” (Rm 16,3). 

Santa Prisca e a Basílica no monte Aventino

A celebração
A celebração deste dia quer homenagear o fundador da Igreja titular no Aventino, a quem se refere a epígrafe funerária do século V, preservada no claustro de São Paulo fora dos muros. A antiga igreja, querida por quem gosta de redescobrir os recantos intactos da Roma antiga, à sombra discreta e repousante das suas naves, assenta sobre os alicerces de uma grande casa romana do século II, como provaram as recentes escavações arqueológicas.

Páscoa
A protomártir romana teria sido decapitada durante a perseguição de Cláudio II (268-270), em meados do primeiro século e seu sepultamento na Via Ostiense, de onde seu corpo teria sido levado para o Aventino. Há outros documentos que dizem que Santa Prisca foi martirizada na época de Tibério (45-54). 

Relíquias
Atribui-se a santa de hoje ter sido sepultada nas catacumbas de Priscila, às quais terá dado o nome, Priscila é diminutivo de Prisca. Outra tradição pretende que a mártir seja do século III, da perseguição de Cláudio II, o Gótico (268-270). 

Título Cardinalício
O título “titulus Aquilae et Priscae” começou a ser usado devido a santa, o que modifica o título primitivo do qual já temos notícias do sínodo romano de 499. O título cardinalício com o qual queriam homenagear a igreja de S. Prisca, uma santa hoje quase esquecida pelos calendários. 

Minha oração

“ Exemplo de mulher, na qual a tua fé e dedicação se tornou fruto em meio à comunidade primitiva. Conceda-nos uma fé inabalável como a tua, e um amor ardente ao Senhor como o teu. Amém.”

Santa Prisca, rogai por nós!

Santo Antão, o santo que vivia no Cemitério

Origens
Pai do monaquismo cristão, Santo Antão nasceu no Egito em 251. Com apenas 20 anos, Santo Antão havia perdido os pais; ficou órfão com muitos bens materiais, mas o maior bem que os pais lhe deixaram foi uma educação cristã. 

Abdicou dos Bens
Ao entrar numa Igreja, ele ouviu a proclamação da Palavra e se colocou no lugar daquele jovem rico, o qual Cristo chamava para deixar tudo e segui-Lo na radicalidade. Antão vendeu parte de seus bens, garantiu a formação de sua irmã, a qual entrou para uma vida religiosa.

Eremita
Enfim, Santo Antão foi, passo a passo, buscando a vontade do Senhor. Antão deparou-se com outra palavra de Deus em sua vida: “Não vou preocupeis, pois, com o dia de amanhã. O dia de amanhã terá as suas preocupações próprias. A cada dia basta o seu cuidado”(Mt 6,34). O Espírito Santo o iluminou e ele abandonou todas as coisas para viver como eremita. 

Santo Antão: aprendeu o que precisava para ser santo e atendeu seu chamado

Estudou
Sabendo que na região existiam homens dedicados à leitura, meditação e oração, ele foi aprender. Aprendeu a ler e, principalmente, a orar e contemplar. Assim, foi crescendo na santidade e na fama também.

Viveu em um Cemitério
Sentiu-se chamado a viver num local muito abandonado, num cemitério, onde as pessoas diziam que almas andavam por lá. Por isso, era inabitável. Ele não vivia de crendices; nenhum santo viveu. Então, foi viver neste local. Na verdade, eram serpentes que estavam por lá, por isso ninguém se aproximava. A imaginação humana vê coisas onde não há. 

Os Muros
Santo Antão construiu muros naquele lugar e viveu ali dentro, na penitência e na meditação. As pessoas eram canais da providência, pois elas lhe mandavam comida, pão por cima dos muros; e ele as aconselhava. Até que, com tanta gente querendo viver como Santo Antão, naquele lugar surgiram os monges. 

Santo Antão vivia a verdadeira alegria e sorria para o mundo

Santidade
Ele foi construindo lugares e aqueles que queriam viver a santidade, seguindo seus passos, foram viver perto dele. O número de monges foi crescendo, mas o interessante é que, quando iam se aconselhar com ele, chegavam naquele lugar vários monges e perguntavam: “Onde está Antão?”. E lhes respondiam: “Ande por aí e veja a pessoa mais alegre, mais sorridente, mais espontânea; esse é Antão”.

Combateu o Arianismo
Ele foi crescendo em idade, em sabedoria, graça e sensibilidade com as situações que afetavam o Cristianismo. Teve grande influência junto a Santo Atanásio no combate ao arianismo. Ele percebeu o arianismo também entre os monges, que não acreditavam na divindade de Nosso Senhor Jesus Cristo. Antão também foi a Alexandria combater essa heresia. Santo Antão viveu na alegria, na misericórdia, na verdade. Tornou-se abade, pai, exemplo para toda a vida religiosa. Exemplo de castidade, de obediência e pobreza.

Páscoa
Santo Antão faleceu em 356, viveu mais de cem anos, mas a qualidade é maior do que a quantidade de tempo de sua vida, pois viveu com uma qualidade de vida santa que só Cristo podia lhe dar. 

Minha oração

“ Ó pai da vida monástica, pai dos eremitas, formai almas que tenham a mesma generosidade de se dedicar inteiramente a Deus na oração e na penitência. Sustentai aqueles que já vivem assim e tornai-os grandes testemunhas nesse mundo perecível. Amém”

Santo Antão, rogai por nós!

Imagem de São José Vaz

São José Vaz, o exemplo de zelo apostólico

Imagem de São José Vaz

Sacerdote (1651- 1711)

Origens
São José Vaz nasceu em 21 de abril de 1651 em Goa, na Índia. Foi criado numa família onde a fé era muito apreciada e da qual brotou nele o desejo de ser sacerdote. Após estudos clássicos na Universidade local e estudos filosóficos e teológicos na Academia de São Tomás de Aquino em Goa, foi ordenado sacerdote, em 1676, com a idade de vinte e cinco anos.

Disseminou a semente do Sacerdócio
Em sua cidade natal, não tinha um ministério paroquial preciso. São José Vaz dedicou-se a pregar em muitas paróquias e fundou uma escola de latim para futuros aspirantes ao sacerdócio. Nessa época, sua devoção à Mãe de Deus também assumiu uma fisionomia clara em sua consagração pessoal a Maria “como uma escrava perpétua” em 5 de agosto de 1677.

Um desejo
Depois de saber da situação dos católicos no Ceilão, nasceu em São José Vaz um desejo profundo de ir como missionário para aquele país. O catolicismo foi trazido para o Ceilão pelos portugueses. Infelizmente, os missionários não encorajaram o desenvolvimento dos católicos locais e não favoreceram as vocações ceilanesas ao sacerdócio, devido à perseguição dos holandeses que haviam dominado a cidade.

São José Vaz: homem livre que dedicou-se à evangelização

Após anos de espera, a ida para Ceilão
Em março de 1686, São José Vaz pôde partir para o Ceilão. Devido à dura perseguição da Igreja por parte das autoridades holandesas, ele teve que agir com cautela: disfarçou-se de “coolie”, a forma mais humilde de servo, e, com um cinto áspero em volta dos quadris, conseguiu se infiltrar Ceilão clandestinamente.

Reconhecimento de Católicos
São José Vaz desembarcava de cidade em cidade na Índia. Depois de passar fome, ele bateu de porta em porta para mendigar, porque não tinha nada. Ele usava um grande rosário em volta do pescoço e observava a reação das pessoas. Gradualmente, ele estabeleceu seus primeiros contatos com famílias católicas e começou a celebrar a missa em segredo. 

A Prisão
Apesar da sua tentativa de se esquivar da perseguição, a sua presença foi descoberta, e aqueles que o abrigaram foram açoitados e presos. São José Vaz conseguiu escapar e partiu para Kandy, mudando-se para a aldeia de Puttalam, podendo então entrar na cidade real de Kandy. Alguém o denunciou como espião português e por isso foi acorrentado. Por mais de dois anos permaneceu na prisão, mas conseguiu exercer o seu ministério sacerdotal para os fiéis que começaram a frequentá-lo. 

A Prisão Domiciliar
Convencido de sua inocência, o rei ordenou sua libertação, mas São José Vaz permaneceu em prisão domiciliar. Enquanto isso, ele expandiu seu ministério, e no Natal de 1691, celebrou a missa pela primeira vez em Kandy. Aos poucos, foi tendo mais liberdade, sobretudo por causa de sua fama de homem de grande santidade, respeitado até pelos budistas. A igreja em Kandy começou a tomar forma. Finalmente, São José Vaz adquiriu plena liberdade com um milagre público.

Grandes Viagens Missionárias 

Grande disseminador da Fé
De Kandy, São José Vaz empreendeu frequentes e longas viagens por todas as aldeias do reino. Procurou os católicos, educou-os, celebrou os sacramentos, construiu igrejas, ajudou os pobres, assistiu os doentes e formou catequistas, animadores do povo. Sozinho, ele reorganizou a Igreja, tornando-a muito mais estável do que antes. Suas jornadas eram longas e perigosas através de densas selvas; mas sem se importar com cobras venenosas e feras selvagens, ele andava descalço, sempre impulsionado por seu zelo.

Páscoa
São José Vaz continuou suas viagens missionárias. Ele caminhou por centenas de quilômetros, mas teve que carregar o peso de muitos anos se escondendo, jejuando e viajando continuamente. Em 1710, ele partiu novamente para as várias missões, mas foi trazido de volta inconsciente para Kandy. Após meses de sofrimento físico, ele morreu em 16 de janeiro de 1711. Tinha 60 anos, e 24 anos de apostolado missionário no Ceilão.

Minha oração

“ Presbítero zeloso e dedicado às vocações sacerdotais, rogai pelas sementes que estão no coração dos jovens, dai fidelidade e perseverança aos seminaristas, e a santidade aos sacerdotes. Amém.”

São José Vaz, rogai por nós!