Santa Teresa d’Ávila, a grande doutora da oração

Origens

Segunda filha de um judeu convertido, Santa Teresa de Ávila (também conhecida como Santa Teresa de Jesus), Teresa Sánchez de Cepeda Dávila y Ahumada, nasceu em Ávila (Castela), em 28 de março de 1515. A infância feliz, passada junto com irmãos e primos, a deixa fascinada por romances de cavalaria. Após a morte, em batalha, de seu irmão mais velho, Giovanni, em 1524, e a perda de sua mãe, Beatrice, a jovem foi enviada para estudar no mosteiro agostiniano de Nossa Senhora da Graça. Ali, foi atingida por uma primeira crise existencial.

Fuga para o Carmelo

Após uma grave doença, regressa à casa do pai, onde assiste à partida do seu querido irmão Rodrigo para as colônias espanholas no ultramar. Em 1536, foi atingida pela chamada “grande crise” e amadureceu a firme decisão de entrar no mosteiro com os Carmelitas da Encarnação de Ávila. Mas o pai se recusa e Teresa foge de casa. Acolhida pelas freiras, chegou à profissão em 3 de novembro de 1537.

Embates na saúde

Sua saúde logo se deteriora novamente. Apesar do consequente retorno à família, o caso é julgado desesperador.  Santa Teresa D’Ávila é levada de volta ao convento onde as freiras começam a preparar seu funeral. Inexplicavelmente, porém, em poucos dias, a paciente volta à vida. Parcialmente liberta dos compromissos da vida de clausura, devido à convalescença.  

“Morro filha da Igreja”  (Santa Teresa D’Ávila) 

Mulher da mística

De carácter alegre, amante da música, da poesia, da leitura e da escrita, vai tecer uma densa rede de amizades, polarizando em torno de si várias pessoas desejosas de a conhecer. Mas em breve ela perceberá esses encontros como motivos de distração da tarefa principal da oração e experimentará sua “segunda conversão”: “Meus olhos caíram sobre uma imagem … Ela representava Nosso Senhor coberto de feridas. Assim que olhei para ela, me senti todo emocionado… Me joguei aos pés d’Ele em prantos e implorei que me desse forças para não mais ofendê-Lo”. 

As visões e êxtases representam o capítulo mais misterioso e interessante da vida de Santa Teresa de Ávila. Na Autobiografia (escrita por ordem do bispo) e em outros textos e cartas, descreve as várias etapas das manifestações divinas, visuais e auditivas. Ela é vista levitando, desmaiando e permanecendo morta (é assim que Bernini a retratará por volta de 1650, na estátua de S. Maria Della Vittoria em Roma). Essas manifestações correspondem a um grande crescimento espiritual, que Teresa, naturalmente trazida à escrita e à poesia, vai derramar em seus textos místicos, entre os mais claros, poderosos, poéticos já escritos.

Reforma do Carmelo

Não compreendida nesta sua intensa espiritualidade e considerada por alguns dos seus confessores até vítima de ilusões demoníacas, é apoiada pelo jesuíta Francesco Borgia e pelo frade franciscano Pietro d’Alcántara, que dissiparão as dúvidas dos seus acusadores. Teresa sente que deve refundar o Carmelo para remediar uma certa desorganização interna. Em 1566, o Superior Geral da Ordem autorizou-o a fundar vários mosteiros em Castela, incluindo dois conventos de Carmelitas Descalços. Assim, surgem os conventos em Medina, Malagon e Valladolid (1568); Toledo e Pastrana (1569); Salamanca (1570); Alba de Tormes (1571); Segóvia, Beas e Sevilha (1574); Sória (1581); Burgos (1582), entre outros.

Santa Teresa  D’ Ávila: Fundadora e Amiga de João da Cruz 

Amizade com João da Cruz

Decisivo, em 1567, foi o encontro entre Santa Teresa  D’ Ávila e um jovem estudante de Salamanca, recém ordenado sacerdote: com o nome de João da Cruz, o jovem assumiu a roupagem do Scalzi e acompanhou o fundador em suas viagens . Juntos, eles superaram vários eventos dolorosos, incluindo divisões dentro da ordem e até acusações de heresia. Eventualmente Santa Teresa  D’ Ávila prevalecerá com o nascimento da ordem reformada dos Carmelitas e Carmelitas Descalços.

Páscoa

A obra mais famosa de Teresa é certamente “O Castelo Interior”, um itinerário da alma em busca de Deus, por meio de sete passagens particulares de elevação, ladeadas pelo Caminho da Perfeição e pelos Fundamentos, bem como por muitas máximas, poemas e orações. Incansável apesar de sua saúde precária, Santa Teresa D’Ávila morreu em Alba de Tormes em 1582, durante uma de suas viagens.

Síntese

Virgem e doutora da Igreja: ingressou na Ordem Carmelita em Ávila na Espanha e tornou-se mãe e mestra de uma observância muito rigorosa, preparou em seu coração um caminho de aperfeiçoamento espiritual sob o aspecto de uma ascensão gradual da alma a Deus ; para a reforma de sua Ordem suportou muitas tribulações, que sempre superou com um espírito invencível; também escreveu livros imbuídos de elevada doutrina e carregados de sua profunda experiência.  Canonizada em 12 de março de 1622, pelo Papa Gregório XV.

Minha oração

“Ó doutora da oração, ensinai àqueles que te procuram uma vida verdadeiramente contemplativa que alcança a cada um em sua própria realidade. Convocai as almas para se entregarem verdadeiramente na intercessão, assim como novas vocações carmelitas. Que, através da oração, possamos encontrar a vontade de Deus. Amém.”

Santa Teresa de Jesus, rogai por nós!

São João XXIII, o Papa do supremo zelo pastoral

Origens 

Angelo Giuseppe Roncalli nasceu em 25 de novembro de 1881, em Sotto il Monte, Província de Bérgamo, Itália. Passou a infância na cidade natal, crescendo numa família rural de origens humildes. Em 1892, entrou no seminário de Bérgamo. Em 1895, começou a escrever as “notas espirituais”, que depois fariam parte do Giornale dell’anima. 

Sacerdócio 

Em 1900, foi enviado a Roma, onde se formou em teologia; em 1904, recebeu a ordenação sacerdotal. No ano seguinte, foi chamado pelo bispo Radini Tedeschi a voltar para Bérgamo, tornando-se o seu secretário, permanecendo ao seu lado até 1914, assimilando a sua vivacidade pastoral e o seu espírito reformador.

Diretor Espiritual

Depois da experiência da guerra, tornou-se diretor espiritual no seminário maior. Em 1921, transferiu-se para Roma a fim de desempenhar o cargo de presidente do conselho central da Obra da propagação da fé.

Patriarca de Veneza

A 3 de março de 1925, Pio XI nomeou-o visitador apostólico na Bulgária. Recebeu a ordenação episcopal a 19 de março sucessivo, escolhendo como lema “Oboedientia et pax”. No dia 17 de novembro de 1934, tornou-se delegado apostólico na Turquia e Grécia; e no dia 23, administrador apostólico do vicariato de Constantinopla. Depois, a 23 de dezembro de 1944, foi transferido para a França, onde foi núncio apostólico durante oito anos. Na conclusão do seu mandato, a 12 de janeiro de 1953, Pio XII criou-o cardeal e três dias depois nomeou-o patriarca de Veneza.

São João XXIII: o início do Pontificado 

Eleito Papa

Em 1958, após a morte do Papa Pacelli, participou no Conclave que teve início a 25 de outubro. Já com 77 anos, depois de onze escrutínios, foi eleito Papa na tarde do dia 28, com uma escolha que foi interpretada no sinal da “transição” no final do longo e difícil pontificado do Papa Pacelli. 

Atualização do Código Canônico

Três meses depois, no dia 25 de janeiro de 1959, na basílica de São Paulo fora dos Muros, surpreendeu todos anunciando a intenção de convocar “um concílio ecumênico para a Igreja universal”, manifestando também a vontade de proclamar um Sínodo diocesano para Roma e de atualizar o Codex iuris canonici. Foi uma decisão inesperada e clamorosa, que suscitou uma repercussão vastíssima na opinião pública e orientou de modo preeminente todo o seu pontificado. 

Pontificado

São João XXIII se mostrou profundamente radicado na dimensão pastoral e episcopal do serviço papal. Em cinco anos, multiplicaram-se as visitas e os encontros com os fiéis de Roma. Além disso, consolidou-se a internacionalização do colégio cardinalício e valorizou-se cada vez mais o papel dos episcopados locais. 

O Final do Pontificado 

A última Encíclica 

São João XXIII dedicou também à paz a sua oitava e última encíclica Pacem in terris, publicada em abril de 1963. Precisamente naqueles meses as suas condições de saúde agravaram-se repentinamente devido ao aumento do tumor que lhe tinha sido diagnosticado no outono precedente. 

Páscoa

Faleceu na noite de 3 de junho de 1963. No dia 18 de novembro de 1965, durante a última fase do concílio, o Papa Montini anunciou o início da causa de beatificação. Foi proclamado beato por João Paulo II a 3 de setembro de 2000.

Legado

São João XXIII, homem dotado de extraordinária humanidade, procurou derramar sobre todos, com sua vida, suas obras e seu supremo zelo pastoral, a abundância da caridade cristã e promover a união fraterna entre os povos; particularmente atento à eficácia da missão da Igreja de Cristo no mundo, convocou o Concílio Ecumênico Vaticano II.

Minha oração

“ Ao modelo do Bom Pastor, tu foste, à Tua semelhança, um papa bom. Cuidai do nosso atual pastor assim como dos bispos e líderes religiosos. Conduzi cada um deles à santidade e à bondade como eficácia pastoral. Amém.”

São João XXIII, rogai por nós!

Outros santos e beatos celebrados em 11 de outubro 

  • Comemoração de São Filipe, um dos sete diáconos escolhidos pelos Apóstolos, que converteu a Samaria à fé de Cristo, batizou o eunuco da rainha Candace dos etíopes.
  • Em Anazarbo, na Cilícia, na hodierna Turquia, os santos TáracoProbo e Andrónico, mártires. († c. 304)
  • No território de Vexin, na Gália Lionense, na atual França, a comemoração dos santos NicásioQuirinoEscubículo e Piência, mártires. († data inc.)
  • Em Verdun, também na Gália, hoje na França, São Santino, bispo, que, segundo consta, foi o primeiro a pregar o Evangelho nesta região. († s. IV)
  • Comemoração de São Sármata, abade na Tebaida, no Egito, que foi discípulo de Santo Antão e morreu assassinado pelos Sarracenos. († 357)
  • Em Uzés, na Gália Narbonense, na hodierna França, São Firmino, bispo, discípulo de São Cesário de Arles. († d. 552)
  • Em Ossory, região da Irlanda, São Cánico, abade do mosteiro de Achad-bó, um dos muitos que fundou.(† 599)
  • Perto da fortaleza de Schemárin, nas montanhas do Cáucaso, na Geórgia, o dia natal de Santo Anastásio, presbítero, apocrisiário da Igreja Romana e companheiro de São Máximo Confessor. († 666)
  • Em Lier, no Brabante, actualmente na Bélgica, São Gumário, um soldado dedicado a Deus. († c. 775)
  • Em Colônia, na Lotaríngia, na Alemanha, São Bruno, bispo. († 965)
  • Em Gniezno, na Polónia, São Gaudêncio ou Radzim, bispo, irmão de Santo Adalberto, bispo de Praga. († c. 1011)
  • Em Riga, hoje na Letônia, junto ao mar Báltico, a comemoração de São Meinardo, bispo. († 1196)
  • Em Bolonha, na Emília-Romanha, região da Itália, o Beato Tiago de Ulm Griesinger, religioso da Ordem dos Pregadores. († 1491)
  • Em Calosso d’Ásti, na Lombardia, região da Itália, o falecimento de Santo Alexandre Sáuli, bispo de Aleria. († 1592)
  • Em Hanoi, no Tonquim, hoje no Vietnam, São Pedro  Tuy, presbítero e mártir. († 1833)
  • Em Madrid na Espanha, Santa Maria da Soledade, virgem, que fundou a Congregação das Servas de Maria, Ministras dos Enfermos. († 1887)
  • Em Barcelona, na Espanha, o Beato Ângelo Ramos Velázquez, religioso da Sociedade Salesiana. († 1936)
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São Daniel Comboni, evangelizador e protetor do Continente Africano

Origens 

São Daniel Comboni nasceu em Limone (Itália) em 1831. Único sobrevivente de oito irmãos, aos dez anos ingressou num internato de Verona. Quando tinha dezessete anos, ouvindo contar as vicissitudes dos missionários na África, decidiu dedicar sua vida à evangelização dos africanos.

Em 1854, foi ordenado sacerdote aos 23 anos de idade. Depois de uma cuidadosa preparação, estudando árabe, medicina, música, partiu para África em 1857.

Os Escravos na África

Estando lá, impressionou-se com a terrível situação dos escravos. A prática do tráfico de escravos estava de tal maneira arraigada, que, no Egito e no Sudão, o único local onde os escravos encontravam asilo eram as missões de Daniel Comboni.

Regresso à Itália 

Após dois anos, teve de regressar à Itália. Porém, Comboni não desanima e idealiza um projeto que ele chamou “Plano para a regeneração da África”. A ideia central do projeto era salvar a África por meio dos próprios africanos. Propunha-se fundar escolas, hospitais e universidades ao longo de toda a costa africana. Nestes centros, se formariam os futuros cristãos, professores, enfermeiros, sacerdotes e religiosas, que depois penetrariam no interior, a fim de evangelizar as populações africanas e promover o seu desenvolvimento.

Fundador 

Fundou, em 1867, o Instituto para as Missões na África, que deu lugar ao que hoje são os Missionários Combonianos. As comunidades que fundou seguem o modelo das reduções jesuítas na América Latina.

Em 1877, foi ordenado Bispo da África Central e, logo a seguir, ordenou a sacerdote um antigo escravo, primeiro padre africano daquele lugar, quando, na Europa, alguns ainda negavam ao africano a evidência de ser pessoa.

São Daniel Comboni: Grande Missionário na África

Missão

Grande missionário, Comboni era capaz de atravessar o deserto para fundar um centro missionário no sul do Sudão, como também empenhava-se em falar para associações missionárias, Bispos, em Paris, Colônia (Alemanha), com o objetivo de arrecadar auxílio econômico e de pessoal, organizando grupos e equipes de missionários para a Missão na África Central.

Páscoa

Morreu aos 50 anos, a 10 de outubro de 1881, no meio desta gente que tanto amou. No momento da morte, abençoou os seus companheiros dizendo: “Não temais; eu morro, mas a minha obra não morrerá”. Beatificado por João Paulo II a 17 de março de 1996, São Daniel Comboni foi canonizado pelo mesmo Sumo Pontífice em 5 de outubro de 2003.

Minha oração

“Grande protetor da África, estendei o cristianismo em meio ao continente, cuidai dos povos e dos seus descendência para que se encontrem com Jesus. Atraí vocação para dar continuidade ao teu trabalho evangelizador. Por Cristo, Nosso Senhor. Amém.”

São Daniel Comboni, rogai por nós!

Outros santos e beatos celebrados em 10 de outubro

  • Comemoração de São Pinito, bispo de Cnossos, na ilha de Creta, que, no tempo dos imperadores Marco Aurélio Vero e Lúcio Cómodo, se distinguiu pelos seus escritos sobre a fé. († c. 180)
  • Em Nicomédia, na Bitínia, hoje Izmit, na Turquia, os santos Eulâmpio e sua irmã Eulâmpia, mártires. († s. IV)
  • Em Colônia, na Germânia, na atual Alemanha, os santos Gereão e companheiros, mártires. († s. IV)
  • Em Birten, também no território de Colônia, na atual Alemanha, os santos Vítor e Maloso, mártires. († c. s. IV)
  • Em Bonn, hoje também na Alemanha, os santos Cássio e Florêncio, mártires. († c. s. IV)
  • Em Nantes, na Gália Lionense, atualmente na França, São Claro, venerado como primeiro bispo desta cidade. († s. IV)
  • Em Populonia, na Etrúria, hoje na Toscana, Itália, São Cerbónio, bispo. († c. 575)
  • Perto de Ramerude, no território de Troyes, na Nêustria, atualmente na França, Santa Tanca, virgem e mártir. († s. VI/VII)
  • Em Rochester, na Inglaterra, o falecimento de São Paulino, bispo de York, que, sendo monge e discípulo do papa São Gregório Magno, foi por ele enviado com outros a pregar o Evangelho aos Anglos. († 644)
  • No mosteiro de Jouarre, França, Santa Telquilde, abadessa. († c. 670)
  • Em Ceuta, na Mauritânia Tingitana, a paixão dos sete mártires da Ordem dos Menores – DanielSamuelÂngeloLeãoNicolau e Hugolino, presbíteros, e Dono – que, enviados pelo irmão Elias a pregar o Evangelho aos Mouros. († 1227)
  • Em Bridlington, na Inglaterra, São João, presbítero, prior do mosteiro dos cónegos regrantes de Santo Agostinho. († 1379)
  • Em Cracóvia, na Polónia, a Beata Ângela Maria, virgem, fundou a Congregação Franciscana de São Félix Cantalício. († 1899)
  • Em Chamberi, bairro de Madrid, na Espanha, a Beata Maria Catarina Irigoyen Echegaray, religiosa do Instituto das Servas de Maria, Ministra dos Enfermos. († 1911)
  • Em Garraf, perto de Barcelona, na Espanha, o Beato Pedro Tomás de Nossa Senhora do Pilar, religioso da Ordem dos Carmelitas Descalços e mártir. († 1936)
  • Em Dzialdowo, povoação da Polónia, o Beato Leão Wetmanski, bispo auxiliar de Plock. († 1941)
  • Em Linz, na Áustria, o Beato Eduardo Detkens, mártir, morreu numa câmara de gás.(† 1942)

São Dionísio, o Apóstolo da Gália

Origem 

São Dionísio — de origem italiana —, era um jovem missionário enviado pelo Papa Fabiano para evangelizar a antiga Gália do norte em meados do ano 250, portanto no século III. 

Contra o imperador 

São Dionísio fundou a primeira comunidade católica em Lutécia, atual Paris, sendo eleito o seu primeiro bispo. O sucesso de sua missão, porém, começou a incomodar os magos gauleses e os romanos fiéis ao imperador Valeriano, que perseguia duramente os cristãos. Os gauleses acusaram-no de bruxaria e práticas maléficas, e os romanos prenderam-no porque São Dinis não reconhecia o imperador como um Deus. Forçado a negar a fé em Jesus Cristo, São Dinis preferiu a morte.

Epíscopo mártir em Paris

 Ao lado do bispo Dinis, o diácono Rústico e o sacerdote Eleutério, seus companheiros, também testemunharam sua fé cristã sendo decapitados. Logo depois, levou os restos mortais de seus companheiros para Paris onde também sofreu o martírio, sendo decapitado no local, hoje conhecido como Montmartre, isto é, “Colina do Mártir”. Santo Dionísio, popularmente conhecido como São Dinis de Paris e comemorado neste dia, foi venerado como único padroeiro da França durante muito tempo. 

São Dionísio: o Mártir Cefalóforo 

Páscoa

São Dionísio, ou Dinis, segue sendo aclamado pela mais antiga tradição cristã francesa, que o venera como um mártir cefalóforo, ou seja, carregador de cabeça. Esse nome se dá por causa do extraordinário acontecimento após sua decapitação. A tradição conta que ele se levantou, tomou sua cabeça nas mãos e saiu em direção a Montmartre, onde foi enterrado. Por outro lado, os corpos de seus companheiros haviam sido atirados no rio Sena, então foram resgatados e enterrados junto ao companheiro bispo. Sobre o túmulo em Montmartre, mais tarde, foi edificada uma basílica, junto à qual, no ano 630, o rei Dagoberto fundou uma abadia.

A Abadia e o império

A Abadia de Saint-Denis, em Paris, tornou-se tradicionalmente o local onde todos os reis da França, do séc. X ao XVIII, foram enterrados. Além disso, muitas rainhas escolheram ser coroadas nessa abadia. Nesse período medieval, a Igreja estava aliada com os francos, e por isso seus reis e rainhas buscavam lugares sagrados para serem enterrados ou coroados. Queriam encontrar, na intercessão do santo padroeiro da França, uma segurança para seu posto, patrocínio espiritual e honraria sagrada.

Devoção

Hoje, o “apóstolo da Gália” é invocado pelo povo cristão contra dores de cabeça e possessões demoníacas, além de ser homenageado como um dos primeiros pais da França. São Dionísio e seus companheiros demonstram a fidelidade a Cristo por meio do martírio, bem como esse espírito evangelizador que é capaz de desbravar e instalar a religião em novos lugares. Os trabalhos realizados naquele país geram frutos para as gerações futuras, deixando um testemunho para toda a França.

Minha oração

“Ao apóstolo da Gália, pedimos por aqueles que estão enfermos na mente, aqueles que tem grandes enxaquecas e diversas outras doenças. Rogamos com confiança sabendo que através do teu martírio podemos alcançar as graças de Jesus. Amém. ”

São Dionísio, rogai por nós!

Outros santos e beatos celebrados em 9 de outubro

  • São João Leonardo, presbítero, que, na Itália, fundou a Ordem dos Clérigos Regrantes, mais tarde designada da Mãe de Deus. Também deu início ao Colégio de Propaganda Fídei em Roma. († 1609)
  • Comemoração de Santo Abraão, patriarca e pai de todos os crentes, que, chamado por Deus, saiu da sua pátria, a cidade de Ur dos Caldeus, e se pôs a caminho da terra prometida por Deus.
  • Em Laodiceia, hoje Litaquia, na Síria, a paixão dos santos DiodoroDiomedes e Dídimo. († data inc.)
  • Em Fidenza, na província de Parma, junto à Via Cláudia, na Itália, São Donino, mártir. († s. IV in.)
  • Em Antioquia, na Síria, hoje Antakya, na Turquia, a comemoração de Santa Públia, que, depois da morte do esposo, entrou num mosteiro. († c. s. IV)
  • No território de Bigorre, nas encostas dos montes Pireneus, na hodierna França, São Sabino, eremita, que ilustrou a vida monástica na Aquitânia. († s. V)
  • Em Città di Castello, na Úmbria, região da Itália, São Donino, eremita. († 610)
  • No território do Hainaut, na Austrásia, na atual França, São Gisleno, que viveu como monge numa cela por ele mesmo construída. († c. 681-685)
  • No mosteiro de Montecassino, no Lácio, região da Itália, São Deusdédit ou Deusdado, abade. († 834)
  • No mosteiro de Brevnov, na Boémia, na Chéquia, o sepultamento de São Guntero, eremita. († 1045)
  • No mosteiro de Montsalvy, na França, São Bernardo de Rodez, abade dos Cónegos Regrantes deste cenóbio. († 1110)
  • Em Valência, na Espanha, São Luís Beltrão, presbítero da Ordem dos Pregadores. († 1581)
  • Em Birmigham, na Inglaterra, São João Henrique Newman, presbítero anglicano, depois da sua conversão, serviu como presbítero e posteriormente como Cardeal. († 1890)
  • Em Turon, localidade das Astúrias, região da Espanha, os santos mártires Inocêncio da Imaculada, presbítero da Congregação da Paixão, e oito companheiros, da Congregação dos Irmãos das Escolas Cristãs. († 1934)
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São Francisco de Assis, fundador dos Franciscanos

Origens 

Filho de Pedro e Dona Pica Bernardone, Francisco nasceu entre 1181 e 1182, na cidade de Assis, Itália. Seu pai era um rico e próspero comerciante. Foi batizado em Santa Maria Maior com o nome de João (Giovanni). Mas quando Pietro Bernardone voltou de uma viagem à França, mudou de ideia e resolveu trocar o nome do filho para Francisco, prestando uma homenagem àquela terra. 

Ambições

Segundo a maioria dos biógrafos de São Francisco de Assis, o caráter e as qualidades melhores lhe vieram da mãe. Como todo jovem ambicioso de sua época, Francisco desejava conquistar, além da fortuna, também a fama e o título de nobreza. Para tal, fazia-se necessário tornar-se herói em uma dessas frequentes batalhas. No ano de 1201, incentivado por seu pai, ele partiu para uma guerra que os senhores feudais haviam declarado contra a Comuna de Assis.

Entre 1202 e 1205, encontramos um Francisco inquieto. Não é apenas a consequência de uma doença longa e misteriosa. É a inquietude de quem está incerto quanto ao sentido de sua vida. Ele decide ser cavaleiro e vai em nome da honra defender a Igreja e seus interesses, convocados pelo Papa Inocêncio III. 

O Encontro e a Renúncia dos Bens

Na cidade de Espoleto, sintomas de febre fizeram com que Francisco não pudesse partir. Ali pensou ter ouvido a voz do Senhor, com quem dialogou: “Francisco, o que é mais importante, servir ao Senhor ou servir ao servo? Servir ao Senhor, é claro. Respondeu o jovem. Então, por que te alistas nas fileiras do servo? Senhor, o que quereis que eu faça? Volta a Assis e ali te será dito, diz a Voz”.

Em busca de respostas, decidiu viajar para Roma, isso no ano de 1205. Visitou a tumba do Apóstolo São Pedro e exclamou: “É uma vergonha que os homens sejam tão miseráveis com o Príncipe dos Apóstolos!” E jogou um grande punhado de moedas de ouro, contrastando com as escassas esmolas de outros fiéis menos generosos. A seguir, trocou seus ricos trajes com os de um mendigo e fez sua primeira experiência de viver na pobreza. Voltou a Assis, à casa paterna, entregando-se ainda mais à oração e ao silêncio.

O Pedido de São Damião

Em 1206, passeando a cavalo pelas campinas de Assis, viu um leproso, repugnante à vista e ao olfato, lhe causando nojo. Mas, então, movido por Deus, colocou seu dinheiro naquelas mãos sangrentas e deu-lhe um beijo. Falando depois a respeito desse momento, ele diz: “O que antes me era amargo, mudou-se então em doçura da alma e do corpo. A partir desse momento, pude afastar-me do mundo e entregar-me a Deus”. Pouco depois, entrou para rezar e meditar na pequena capela de São Damião, semidestruída pelo abandono. Estava ajoelhado em oração aos pés de um crucifixo quando uma voz, saída do crucifixo, lhe falou: “Francisco, vai e reconstrói a minha Igreja que está em ruínas”.

Afastamento da Família e dos Amigos

Seu Pai se indignava cada vez mais e resolveu exigir que seu filho lhe devolvesse tudo quanto recebera dele, levou perante o bispo para que o julgasse. Francisco, ciente da sentença de Cristo: “Quem ama o seu pai ou a sua mãe mais que a Mim, não é digno de Mim” (Mt 19,29), sem vacilar um momento se despojou de tudo até ficar nu, jogou os trajes e o dinheiro aos pés de seu pai, e exclamou: “Até agora chamei de pai a Pedro Bernardone. Doravante não terei outro pai, senão o Pai Celeste”. O Bispo, então, o acolheu. Daquele momento em diante, cantando “Sou o arauto do Grande Rei, Jesus Cristo”, afastou-se de sua família e de seus amigos e entregou-se ao serviço dos leprosos e à reconstrução das capelas da cidade.

Viver puramente o Evangelho

Quando estava quase encerrando a reconstrução da capelinha de Santa Maria dos Anjos, perguntava-se o que faria, o que Deus queria dele. Então, certo dia, Francisco escutou, durante a missa, a leitura do Evangelho: “sem túnicas, sem bastão, sem sandálias, sem provisões, sem dinheiro no bolso …” (Lc 9,3). Tais palavras encontraram eco em seu coração e foram para ele como intensa luz. E exclamou, cheio de alegria: “É isso precisamente o que eu quero! É isso que desejo de todo o coração!” E sem demora, começou a viver, como o faria em toda a sua vida, a pura letra do Evangelho. Repetia sempre para si e, mais tarde, também para seus companheiros: “Nossa regra de vida é viver o Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo”!

Não queria seguidores, somente viver sua vida austera e evangelizar

A partir de então, Francisco saiu a pregar percorrendo as vizinhanças e levando o Evangelho. Não tinha intenção nenhuma de adquirir seguidores, somente viver sua vida austera e evangelizar. Porém, logo Bernardo de Quintaval se juntou a ele e pelo caminho juntou-se aos dois Pedro de Catânia. 

Por três vezes abriram o livro do Evangelho, e as três respostas que encontraram foram as seguintes: “Se queres ser perfeito, vende o que tens e dá-o aos pobres. Depois vem e segue-me” (Mt 19,21). “Não leveis nada pelo caminho, nem bastão, nem alforge, nem uma segunda túnica…” (Lc 9,3). “Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz cada dia e siga-me” (Mt 16,24). “Isto é o que devemos fazer, e é o que farão todos quantos quiserem vir conosco” – exclamou Francisco, que subitamente viu brilhar uma luz sobre o caminho que ele e seus companheiros deveriam seguir. 

Fundação da Fraternidade dos Irmãos Menores

Finalmente, encontrou o que por tanto tempo havia procurado! Isto aconteceu a 24 de fevereiro de 1208, dando início à fundação da Fraternidade dos Irmãos Menores.

Em 1209, Francisco e seus companheiros foram até o Papa Inocêncio III para pedir a aprovação de seu carisma. Ele ficou maravilhado com o propósito de vida daquele grupo e, especialmente, com a figura de São Francisco de Assis, a clareza de sua opção e a firmeza que demonstrava. Reconheceu nele o homem que há pouco vira em sonho, segurando as colunas da Igreja de Latrão, que ameaçava ruir. 

O Reconhecimento do Próprio Deus na sua Obra 

O Papa reconheceu que era o próprio Deus quem inspirava São Francisco de Assis a viver radicalmente o Evangelho, trazendo vida nova a toda a Igreja. Por isso, deu a seu modo de viver o Evangelho a aprovação oficial. Autorizou Francisco e seus seguidores a pregarem o Evangelho nas igrejas e fora delas.

Inspiração de Clara

Francisco inspirou Clara para a santidade, dela surgiram as clarissas. Tomás de Celano diz: “Então, se submeteu toda ao conselho de Francisco, tomando-o como condutor de seu caminho, depois de Deus. Por isso, sua alma ficou pendente de suas santas exortações, e a acolhia num coração caloroso tudo que ele lhe ensinava sobre o bom Jesus. Já tinha dificuldade para suportar a elegância dos enfeites mundanos, e desprezava como lixo tudo que aplaudem lá fora, para poder ganhar a Cristo”.

Páscoa

Todos os anos, de 15 de agosto a 29 de setembro, São Francisco de Assis tinha o costume de preparar-se com uma quaresma de oração e jejum para a festa de São Miguel Arcanjo. No ano de 1224, ele teve a visão do Serafim alado e recebe os estigmas. Seu estado de saúde piora muito a partir daí. Era final de agosto, em 1226, pede para ser levado à Porciúncula. No dia 3 de outubro, à tarde, São Francisco de Assis morreu cantando “mortem suscepit”. No domingo seguinte, foi sepultado na igreja de São Jorge, na cidade de Assis. 

Via de Santificação

No dia 16 de julho de 1228, São Francisco de Assis foi canonizado pelo Papa Gregório IX. Tornou-se o padroeiro dos animais, pela sua admiração e relação estreita com a natureza. Também foi elevado a padroeiro principal da Itália, em 1939 por Pio XII.

Oração de São Francisco de Assis: 

“Senhor, fazei de mim um instrumento de vossa Paz. Onde houver Ódio, que eu leve o Amor. Onde houver Ofensa, que eu leve o Perdão. Onde houver Discórdia, que eu leve a União. Onde houver Dúvida, que eu leve a Fé. Onde houver Erro, que eu leve a Verdade. Onde houver Desespero, que eu leve a Esperança. Onde houver Tristeza, que eu leve a Alegria. Onde houver Trevas, que eu leve a Luz! Ó Mestre, fazei que eu procure mais: consolar, que ser consolado; compreender, que ser compreendido; amar, que ser amado. Pois é dando, que se recebe. Perdoando, que se é perdoado e é morrendo, que se vive para a vida eterna! Amém.”

Minha oração

“Ó grande reformador da Igreja, pai de uma multidão de santos e religiosos, concedei a nós imitar as suas virtudes de caridade, pobreza e castidade, assim como nos espelhar na tua espiritualidade que formou tantas almas. Que o Amor encarnado seja amado! Amém.”

São Francisco de Assis, rogai por nós!  

Outros santos e beatos celebrados em 04 de outubro

  • Em Bolonha, hoje na Emília-Romanha, na região da Itália, São Petrônio, bispo. († c. 450)
  • No território da Gália Turonense, na hodierna França, São Quintino, mártir. († s. VI)
  • Em Paris, na Gália, hoje na França, Santa Áurea, abadessa, designada por Santo Elígio para presidir ao mosteiro que ele tinha fundado dentro da cidade segundo a regra de São Columbano. († 856)
  • Em New Orleans, na Luisiana, nos Estados Unidos da América do Norte, o Beato Francisco Xavier Seelos, presbítero da Congregação do Santíssimo Redentor. († 1867)
  • Em Xaraco, povoação da província de Valência, na Espanha, o Beato Henrique Morant Pellicer, presbítero e mártir. († 1936)
  • Perto de Gandia, na mesma província de Valência, o Beato José Canet Giner, presbítero e mártir. († 1936)
  • Em Bellrreguart, também na província de Valência, o Beato Alfredo Pellicer Muñoz (Jaime), religioso da Ordem dos Frades Menores e mártir.

Fonte: 

  • Franciscanos.org.br
  • Livro “Um santo para cada dia” – Mário Sgarbossa – Luigi Giovannini [Paulus, Roma, 1978]
  • Livro “Relação dos Santos e Beatos da Igreja” – Prof. Felipe Aquino [Cléofas 2007]
  • Martirológio Romano

São Cosme e São Damião, os irmãos gêmeos médicos

Origens 

São Cosme e São Damião, nascidos na Arábia, se dedicaram ao cuidado dos enfermos, o que foi a alavanca principal da vida dos dois irmãos, que viveram no século III, no tempo da perseguição contra os cristãos. Eles cuidavam dos doentes, sem aceitar remuneração. Por isso, receberam o apelido de “anárgiros”, palavra grega que significa “sem prata”. A sua fama de homens corajosos e distintos benfeitores espalhou-se, rapidamente, por toda a região.

Cuidadores de Almas 

A atividade desses santos gêmeos não se limitou apenas aos cuidados do corpo enfermo. Na sua prática profissional, visavam também o bem das almas, com o exemplo e a palavra. De fato, converteram muitos pagãos ao cristianismo.

É famoso o episódio da cura de uma mulher hemorroíssa, chamada Paládia, que, por gratidão, deu três ovos aos dois irmãos. Porém, por não aceitarem, ela implorou a Damião que os aceitasse, em nome de Cristo, aquela pequena oferta. Para não ofender a mulher, Damião aceitou os ovos. Este seu gesto provocou a reação de Cosme, que pediu, publicamente, após a sua morte, para não ser enterrado com seu irmão.

Isso despertou a ira do imperador Diocleciano, implacável perseguidor do povo cristão. Na Ásia Menor, o governador deu ordens imediatas para que os dois médicos cristãos fossem presos, acusados de feitiçaria e de usarem meios diabólicos em suas curas.

Páscoa

O suplício dos dois irmãos é narrado pela Lenda Áurea, segundo a qual foram primeiro jogados no fogo, de onde saíram ilesos. Depois, foram condenados à lapidação, mas as pedras voltavam contra os atiradores. E, ainda, as flechas lançadas pelos arqueiros feriram seus algozes. Por fim, foram decapitados. O ano não pode ser confirmado, mas com certeza foi no século IV.

Igreja 

Quando o imperador Justiniano, por volta do ano 530, ficou gravemente enfermo, deu ordens para que se construísse, em Constantinopla, uma grandiosa igreja em honra dos seus protetores, São Cosme e São Damião. Mas a fama dos dois correu rápida no Ocidente também, a partir de Roma, com a basílica dedicada a eles, construída, a pedido do Papa Félix IV, entre 526 e 530. Tal solenidade ocorreu no dia 26 de setembro; assim, passaram a ser festejados nesta data.

Protetores e Padroeiros 

São Cosme e São Damião são padroeiros dos médicos, dos cirurgiões, farmacêuticos, parteiras e das faculdades de medicina.

Minha oração

“Reconhecidos como grandes médicos, curai as doenças da nossa alma, assim como as mazelas do nosso corpo. Pedimos aos irmãos a graça da fraternidade familiar, da paz e amizade entre os irmãos. Amém!”

São Cosme e São Damião, rogai por nós!

Outros santos e beatos celebrados em 26 de setembro 

  • Comemoração de São Gedeão, da tribo de Manassés, que foi juiz em Israel.
  • Em Albano, no Lácio, região da Itália, São Senador, mártir. († s. III/IV)
  • Em Bolonha, cidade da atual Emília-Romanha, na Itália, a comemoração de Santo Eusébio, bispo. († s. IV)
  • Em Gaeta, no Lácio, também na Itália, Santo Estêvão de Rossano, monge, companheiro de São Nilo o Jovem. († 1001)
  • Na zona de Túsculo, próximo de Roma, São Nilo o Jovem, abade, que, fundou o mosteiro de Grottaferrata segundo a observância dos Padres Orientais. († 1004/1005)
  • Em Salerno, na Campânia, região da Itália, a Beata Lúcia de Caltagirone, virgem da Ordem Terceira Regular de São Francisco. († 1400)
  • Em Seul, na Coreia, a paixão dos santos Sebastião Nam I-gwan e oito companheiros, mártires. Comemoram-se também as santas mártires Luzia KimCatarina Yi, viúva, e sua filha Madalena Cho, virgem. († 1839)
  • Em Lião, na França, Santa Teresa (Maria Vitória Couderc), virgem, que, fundou a Companhia de Nossa Senhora do Cenáculo, junto ao túmulo de São João Francisco de Régis. († 1885)
  • Em Gars, povoação próxima de Munique, na Alemanha, o Beato Gaspar Stanggassinger, presbítero da Congregação do Santíssimo Redentor. († 1899)
  • Em Los Reyes, cidade do Perú, o Beato Luís Tezza, presbítero da Ordem dos Clérigos Regrantes Ministros dos Enfermos. († 1923)
  • Em Valência, na Espanha, as Beatas Maria do Amparo e Maria do Calvário, virgens da Congregação da Doutrina Cristã e mártires. († 1936)
  • Também em Valência, o Beato Rafael Pardo Molina, religioso da Ordem dos Pregadores e mártir e o beato mártir José Maria Vidal Segú, presbítero da mesma Ordem. († 1936)
  • Em Puerto de Canals, localidade da mesma província de Valência, a Beata Crescência Valls Espi, virgem e mártir. († 1936)
  • Em Benifairó de Valldigna, povoação da mesma província de Valência, a Beata Maria del Olvido Noguera Albelda, virgem e mártir. († 1936)
  • Em Gilet, também na província de Valência, o Beato Boaventura de Puzol (Júlio Esteve Flors), presbítero da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos e mártir. († 1936)
  • Em Benifallin, na província de Alicante, também na Espanha, a Beata Maria Jordá Botella, virgem e mártir. († 1936)
  • Em Madrid,na Espanha, o Beato Leão Maria de Alacuás (Manuel Légua Marti), presbítero da Congregação dos Terciários de Nossa Senhora das Dores e mártir. († 1936)
  • Em Bilbau, na Espanha, o Beato António Cid Rodríguez, religioso da Sociedade Salesiana e mártir. († 1936)

Fonte:

São Firmino de Amiens, o bispo espanhol decapitado

Origens

São Firmino de Amiens era originário de uma família nobre de Pamplona na Espanha. Seus pais Fermo e Eugenia eram pagãos, mas, depois, se converteram na época do episcopado de seu filho. Firmino, que era o filho mais velho, foi confiado aos cuidados do padre Onesto, que o batizou e o instruiu na fé cristã.

O primeiro bispo 

Mais tarde, foi ordenado sacerdote pelo bispo de Toulouse Onorato e, depois de alguns anos, bispo. São Firmino permaneceu em sua cidade natal de Pamplona, onde uma tradição local o considera o primeiro bispo da cidade. Depois, passou a evangelizar algumas regiões da França como Aquitânia, Auvergne, Anjou e outras no nordeste. Apesar da oposição dos sacerdotes pagãos, os resultados de seu trabalho foram sensacionais. 

Desafios apostólicos

Os “Atos” dizem que ele também foi preso por ordem do governador romano Valério, açoitado e, depois, libertado. Em seus itinerários, acabou parando em Amiens (a antiga Samobriva Ambianorum) onde foi bispo com grande sucesso por muitos anos. Sabe-se que ele converteu muitos nobres incluindo o senador Faustiniano, de cujos descendentes o outro bispo confessor  São Firmino de Amiens (celebrado em outra data). 

Páscoa

Pelos diligentes magistrados Longulo e Sebastiano, foi novamente preso no início do século IV e convidado a abjurar, mas São Firmino de Amiens recusou, mantendo-se firme em sua fé. Então, os magistrados, para evitar uma reação popular, mandaram decapitá-lo na prisão em 25 de setembro de um ano não especificado entre 290 e 303.

Suas relíquias

No século VII, não se sabia onde estava o túmulo do santo bispo e mártir, mas, por uma visão milagrosa, o bispo de Amiens São Salvio o encontrou. Suas relíquias estão espalhadas em várias igrejas da França, pois o culto a São Firmino de Amiens teve uma ampla difusão, tanto na França como na Espanha. Em Pamplona, em particular, é muito solene, documentado pela primeira vez em 1186, quando o bispo da cidade Pedro II recebeu algumas relíquias de São Firmino Amiens. Em 1217, na catedral havia um altar dedicado a ele e a festa foi celebrada com uma oitava.  

Devoção atual

Atualmente, na cidade de origem, existem duas capelas dedicadas a ele, uma na catedral e outra na igreja de São Lorenzo, construídas segundo a tradição no local da casa natal de São Firmino de Amiens. A festa em Pamplona ficou muito conhecida no mundo, pela corrida de touros, o famoso “encierro”, que acontece nas ruas da cidade por cerca de 850 metros, com touros livres correndo junto com homens bastante ousados, com a participação de uma grande multidão e numerosos turistas, e terminando na arena. Em Amiens, na França, o nome de São Firmino foi incluído nas ladainhas medievais dos santos, e, na antiguidade, havia cinco celebrações em sua homenagem durante o ano, incluindo 25 de setembro, dia do martírio e data em que ele é inserido no ‘Martyrologium Romanum’. 

Padroeiro e representações artísticas 

Na Idade Média foi invocado como protetor dos tanoeiros, mercadores de vinho, padeiros e contra as doenças. Na arte figurativa, as obras confundem-se em Amiens, precisamente pelos dois bispos homónimos da mesma diocese, mas os de Firmino bispo e mártir são mais facilmente identificáveis, ​​devido ao seu martírio, que o tornou mais famoso; de fato, tendo sido decapitado, em algumas obras ele é retratado com a cabeça na mão ou olhando para a cabeça decepada no chão. Os ‘Atos’ que falam dele datam do século V ou VI, tendo motivos de decorações escultóricas na própria catedral de Amiens.

Minha oração

“Pelo teu sangue, fizeste frutificar a fé do povo, intercedei por aqueles que lhe rogam e pelo povo no qual viveu o seu bispado. Que teu exemplo seja fortaleza e consolo para os europeus, assim como para nós. Amém!”

São Firmino, rogai por nós!

Outros santos e beatos celebrados em 25 de setembro

  • Comemoração de São Cléofas, discípulo do Senhor, que, seguindo em viagem com outro discípulo, sentiu arder-lhe o coração quando Cristo, na tarde da Páscoa, lhes apareceu no caminho e lhes explicava as Escrituras e depois, na povoação de Emaús, reconheceu o Salvador na fracção do pão.
  • Em Damasco, na Síria, os santos mártires Paulo e Tata, esposos, e seus filhos SabinianoMáximoRufo e Eugénio. († c. s. IV)
  • Em Chartres, na Gália Lionense, na hodierna França, São Solene, bispo. († a. 511)
  • Em Soissons, na Gália Bélgica, também na atual França, São Princípio, bispo, irmão de São Remígio. († s. VI)
  • Em Cork, na Mormónia, província da Irlanda, São Finbarro, bispo. († s. VI)
  • Em Auxerre, na Nêustria, atualmente na França, Santo Anacário ou Aunacário, bispo. († 605)
  • Em Cusance, no território de Besançon, na Nêustria, também na atual França, Santo Ermenfredo, abade. († c. 670)
  • No mosteiro da Santíssima Trindade, na região de Moscovo, na Rússia, São Sérgio de Radonez, que, depois de viver como eremita na aspereza da floresta. († 1392)
  • Na serra de Alpujarras, próximo de Granada, na Andaluzia, região da Espanha, o Beato Marcos Criado, presbítero da Ordem da Santíssima Trindade dos Cativos e mártir. († 1569)
  • Em Carrión de Calatrava, povoação próxima de Ciudad Real, também na Espanha, os beatos mártires João Pedro de Santo António , presbítero, e Paulo Maria de São José, religioso da Congregação da Paixão, e Jesus Hita Miranda, religioso da Companhia de Maria. († 1936)
  • Em Madrid, na Espanha, os beatos João Codera Marquês e Tomás Gil de la Cal, religiosos da Sociedade Salesiana e mártires. († 1936)
  • Em Urda, próximo de Toledo, na Espanha, o Beato Félix das Cinco Chagas (Félix Ugalde Irurzun), religioso da Congregação da Paixão.(† 1936)

São Maurício e companheiros mártires, soldados de Deus

Origens 

Maurício, Exupério, Cândido, Vitor, Inocêncio, Vital e outros eram oficiais e soldados do exército que foi encarregado, em 287, de reprimir a revolta dos Bagaudas (Bagauda vem da palavra céltica bagad, que significa multidão). Tratava-se, com efeito, de uma multidão de aldeões, pastores e escravos, que se revoltaram contra os seus senhores em certas partes da Gália, ameaçando a dominação romana. 

A Ordem

Foi Maximiano Hércules quem recebeu ordens de Diocleciano para sufocar esta insurreição. Depois de atravessar os Alpes, interrompeu a marcha na Suíça, a fim de dar descanso de três dias às tropas. A guarda avançada acampou em Agaunum, a cerca de quinze milhas do Lago de Genebra. Era a esta guarda que pertenciam Maurício e os companheiros. Formavam um destacamento constituído inteiramente por cristãos, tirados, ao que parece, dos exércitos egípcios que guardavam habitualmente as fronteiras meridionais da Tebaida, daí o nome, que lhes deram, de Legião Tebana.

Páscoa

Antes de entrar em combate, Maximiano Hércules deu ordens para que todas as tropas se concentrassem em Octodure, a fim de sacrificarem aos deuses e prestarem juramento. Com a Legião Tebana, se recusou a tomar parte nessa cerimônia: “Somos seus soldados, mas também servos de Deus”, eles disseram.

Eles foram dizimados por ordem do comandante. Não tendo este castigo alterado as posições dos soldados, Maximiano mandou dizimá-los pela segunda vez. Os sobreviventes, porém, não deram mostras de se quererem acomodar aos desejos do comandante e, por isso, foram todos passados pelas armas.

Igreja e Relíquias 

O campo ficou forrado de sangue e cadáveres. Naquele lugar e naquela época, foi erguida uma igreja em honra e culto a esses santos mártires do cristianismo, encontrada somente por volta do ano 1893. A maioria das relíquias dos corpos dos soldados cristãos da legião tebáica, atualmente, é venerada no Convento de São Maurício de Agaunum, na região do Valese, atual Suíça. Especialmente no dia 22 de setembro, determinado pelo calendário oficial da Igreja de Roma.

Minha oração

“Ao pelotão de soldados que deram testemunho da verdade e da verdadeira luta, sede auxílio no tempo de guerra e de combate da fé. Intercedei para que, se necessário, saibamos dar a nossa vida em favor de Cristo e da Igreja, fiel à vontade Divina. Amém!”

São Maurício e companheiros mártires, rogai por nós!

Outros santos e beatos celebrados em 22 de setembro

  • Em Roma, no cemitério de Comodila, junto à Via Ostiense, a comemoração de Santa Emérita, mártir. († data inc.)
  • Em Roma, junto à Via Salária Antiga, o sepultamento de Santa Basila, mártir, no tempo dos imperadores Diocleciano e Maximiano. († 304)
  • Em Levroux, localidade do território de Bourges, na Aquitânia, atualmente na França, São Silvano, eremita. († c. s. V)
  • No monte Glonna, junto ao rio Loire, no território de Poitiers, na Gália, também na atual França, São Florêncio, presbítero. († c. s. VI)
  • No território de Coutances, também na hodierna França, São Lauto ou Laudo, bispo. († d. 549)
  • Em Laon, na Nêustria, também na atual França, Santa Salaberga, abadessa. († c. 664)
  • Em Ratisbona, cidade da Baviera, na Alemanha, Santo Emeramo, bispo, que sofreu o martírio pela fé em Cristo. († c. 690)
  • No mosteiro cisterciense de Morimond, na França, o passamento do Beato Otão, bispo de Freising, que morreu com o hábito monástico, que nunca deixou durante o episcopado. († 1158)
  • Em Turim, no Piemonte, região da Itália, Santo Inácio de Santhiá, presbítero da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos. († 1770)
  • Ao largo de Rochefort, na França, o Beato José Marchandon, presbítero e mártir. († 1794)
  • Em Seul, na Coreia, a paixão dos santos Paulo Chong Ha-sang e Agostinho Yu Chin-gil, mártires. († 1839)
  • Em Monserrat, na província de Valência, na Espanha, o Beato Carlos Navarro Miguel, presbítero da Ordem dos Clérigos das Escolas Pias e mártir. († 1936)
  • No mesmo lugar, o Beato Germano Gonçalvo Andréu, presbítero e mártir. († 1936)
  • Em Alcira, na província de Valência, os beatos mártires Vicente Pelufo Corts, presbítero, e Josefina Moscardó Montalvá, virgem. († 1936)
  • Em Bolbaite, também na província de Valência, o Beato Vicente Sicluna Hernández, presbítero e mártir. († 1936)
  • Em Corbera, localidade próxima de Valência, também na Espanha, a Beata Maria da Purificação Vidal Pastor, virgem e mártir.(† 1936)
  • Em Madrid, na Espanha, os beatos Estêvão Cobo Sanz e Frederico Cobo Sanz, religiosos da Sociedade Salesiana e mártires. († 1936)
  • Em Azuaga, perto de Badajoz, também na Espanha, os beatos Félix Echevarría Gorostiaga, presbítero da Ordem dos Frades Menores e companheiros mártires.(† 1936)

Santo André Kim e companheiros mártires da Coreia

Origens 

A Igreja coreana foi fundada por leigos: eis a peculiaridade que a distingue das demais Igrejas. Segundo o Missal Romano, o Espírito sopra onde quer. Por isso, naquela estreita península, na extremidade oriental do mundo, o mesmo Espírito inspirou o coração de alguns homens, que abriram suas almas à nova fé, transmitida pelas delegações eclesiásticas chinesas, que visitavam a Coreia, anualmente, desde o início do século XVII.

Chegada de Sacerdotes à Coreia 

Com o passar do tempo, os sacerdotes iam à Coreia e levavam consigo escritos religiosos e livros para aprofundar a fé. No entanto, a comunidade nascente, cada vez mais fecunda e prometedora, começou a pedir a Pequim para mandar mais missionários às suas terras e foi atendida. O Padre Chu-mun-mo chegou à Coreia e, assim, tiveram início as celebrações litúrgicas.

A Perseguição 

Entretanto, a prosperidade da fé da nova comunidade não passou despercebida. O governo coreano não via com bons olhos o novo culto, que levou ao país novos ritos, bem diferentes dos tradicionais. Assim, em 1802, foi promulgado um édito estatal, que não proibia apenas a crença cristã, mas também mandava exterminar os cristãos. 

O primeiro a ser assassinado foi o único sacerdote chinês. Contudo, em 1837, chegaram mais dois, acompanhados por um Bispo, pertencentes às Missões Estrangeiras de Paris, embora houvesse ainda perseguições.

André Kim Taegon, primeiro sacerdote da Coreia

André foi um dos primeiros sacerdotes coreanos, nascidos e criados no país. Nasceu em 1821, em uma família convertida e muito fervorosa, tanto que seu pai transformou sua casa em igreja doméstica, onde se reuniam muitos fiéis para ser batizados.

André Kim respirava a fé, desde criança, e conheceu de perto o martírio precoce com a morte do seu pai, assassinado aos 44 anos. Tais episódios, porém, fortaleceram ainda mais a sua fé, a ponto de ir a Macau para receber a ordenação sacerdotal. Ao regressar à Coreia como diácono, em 1844, favoreceu, às ocultas, a entrada no país do Bispo Ferréol. Juntos, trabalharam como missionários, sempre em segredo, apesar do eterno clima de perseguição. 

André, de modo particular, conhecendo os costumes e a mentalidade locais, obteve resultados extraordinários em seu apostolado. Contudo, foi descoberto e preso, por tentar enviar documentações e testemunhos para a Europa. Padre André Kim Taegon foi martirizado em 16 de setembro de 1846.

Companheiros Mártires

Foram dez mil mártires. Desses, a Igreja canonizou muitos que foram agrupados para uma só festa, liderados por André Kim Taegon. Neste dia, veneram-se na mesma celebração todos os cento e três mártires que na Coreia deram testemunho da fé cristã. Todos estes atletas de Cristo – entre os quais três bispos, oito presbíteros e todos os outros leigos: homens e mulheres, casados ou não, anciãos, jovens e crianças – suportando o suplício, consagraram com o seu precioso sangue os primórdios da Igreja na Coreia.

Paulo Chong Hasang, catequista peregrino

A história de Paulo é a de um herói da fé, pois, ainda jovem, presenciou ao martírio de metade da sua família. Paulo Chong, natural de Mahyan, nasceu em 1795; foi preso, com sua mãe e irmã, e privado de todos os seus bens. Ao readquirir a sua liberdade, sua fé ficou mais forte do que nunca; transferiu-se para Seul, onde se uniu à comunidade cristã local, com a qual trabalhou muito, obtendo novas conversões. Sozinho e a pé, apesar das enormes dificuldades, fez pelo menos 15 peregrinações à China, comprometendo-se para levar sacerdotes e missionários às terras coreanas de Pequim. Hospedado na casa do Bispo francês de Imbert, que ajudou a entrar na Coreia, recebeu o convite para ser sacerdote. Porém, Paulo foi preso, durante as perseguições anticristãs, e martirizado em 22 de setembro de 1839.

Via de Santificação

A canonização ocorreu em 06 de maio de 1984, pelo Papa João Paulo II. Determinando o dia 20 de setembro para a celebração litúrgica.

Minha oração

“Pedimos a intercessão dos mártires pelo povo coreano e seus descendentes, pedimos pelo país e seus governantes, para que sejam conforme os valores cristãos e a fé possa florescer nessa região através desse testemunho. Por Cristo, Nosso Senhor. Amém!”

Santo André Kim e companheiros mártires, rogai por nós!

Outros santos e beatos celebrados em 20 de setembro

  • Em Sínada, na Frígia, hoje Cifitkasaba, na Turquia, São Dorimedonte, mártir. († s. III)
  • Em Roma, a comemoração de Santo Eustáquio, mártir, cujo nome é celebrado numa antiga diaconia da cidade.(† data inc.)
  • Em Constantinopla, hoje Istambul, na Turquia, os santos mártires Hipácio, e Asiano, bispos, e André, presbítero. († c. 740)
  • Perto da cidade de Arco, no Trentino, região da Itália, o Beato Adelpreto, bispo. († c. 1172)
  • Em Londres, na Inglaterra, o Beato Tomás Johnson, presbítero da Cartuxa desta cidade e mártir. († 1537)
  • Em Córdova, na Espanha, o Beato Francisco de Posadas, presbítero da Ordem dos Pregadores. († 1713)
  • Na fortaleza de Son-Tay, no Tonquim, agora no Vietnam, São João Carlos Cornay, presbítero da Sociedade das Missões Estrangeiras de Paris e mártir. († 1837)
  • Em Seul, na Coreia, os santos Lourenço Han I-hyong, catequista, e seis companheiros, mártires, que morreram por Cristo, enforcados em diversos cárceres.  († 1837)
  • Em Puebla, no México, São José Maria de Yermo y Parres, presbítero, que fundou a Congregação das Servas do Coração de Jesus e dos Pobres, para socorrer os indigentes nas necessidades da alma e do corpo. († 1904)
  • Em Pozoblanco, perto de Córdova, também na Espanha, a Beata Teresa Cejudo Redondo, mãe de família, cooperadora salesiana e mártir.  († 1936)
  • Em Sittard, na Holanda, a Beata María Teresa de São José (Anna Maria Tauscher van den Bosch), virgem, fundadora da Congregação das Irmãs Carmelitas do Divino Coração de Jesus. († 1938)

São Januário, o milagre do sangue que se liquefaz

Origens 

São Januário nasceu em Nápoles, na segunda metade do século III, e foi eleito bispo de Benevento, onde exerceu seu apostolado, amado pela comunidade cristã e respeitado também pelos pagãos. 

A Visão

O episódio, que levou Januário ao martírio, aconteceu no início do século IV, com a retomada das perseguições contra os cristãos. Há algum tempo, Januário era muito amigo de Sóssio, diácono da cidade de Miseno. Certo dia, enquanto lia o Evangelho na igreja, teve uma visão: apareceu uma chama sobre a sua cabeça. Reconhecendo nela o símbolo do seu futuro martírio, Januário deu graças ao Senhor e pediu para que aquele fosse o seu destino. 

Páscoa 

Reconhecendo o seu destino, o Bispo convidou Sóssio a participar da visita pastoral, que se realizaria em Pozzuoli, para falar sobre a fé. O diácono pôs-se a caminho, mas, durante a viagem, foi preso pelos guardas, enviados por Dragôncio, governador da Campânia. 

Na prisão, recebeu a visita de Januário, acompanhado pelo diácono Festo e o leitor Desidério: os três tentaram interceder, junto a Sóssio, pela sua libertação. Mas, em resposta, todos foram condenados a serem dilacerados publicamente pelos ursos. No entanto, a notícia da sua condenação à morte não foi bem vista pelo povo. Por isso, temendo uma revolta, o governador mudou a sentença para uma decapitação discreta, longe dos olhos do povo. Foram martirizados também Próculo, diácono da igreja de Pozzuoli, e os fiéis Eutíquio e Acúcio, por terem criticado a execução publicamente.

Outra versão do seu martírio

Nem todas as fontes, tão antigas, concordavam com o martírio de São Januário e, por isso, há outra hipótese do que, provavelmente, poderia ter acontecido: enquanto Januário se encaminhava para Nola, o pérfido juiz, Timóteo, o prendeu com a acusação de proselitismo, que violava os decretos imperiais. No entanto, as torturas perpetradas contra o Santo não afetaram seu corpo ou sua fé. 

Por isso, Timóteo o jogou em uma fornalha da qual, mais uma vez, Januário saiu ileso. Enfim, foi condenado à decapitação em um lugar perto da chamada Solfatara. Durante a sua transferência, encontrou um mendigo, que lhe pede um pedaço do seu manto para guardar como relíquia: o Santo respondeu que podia ficar com todo o lenço, que estava amarrado em seu pescoço, antes da execução. Antes de morrer, Januário colocou um dedo na garganta, que também foi decepado pela lâmina, junto com o lenço, depois conservados como relíquia.

O Milagre do Sangue 

Segundo o costume, por ocasião da execução dos mártires, uma mulher, Eusébia, chegou ao lugar da morte de Januário e recolheu, em duas ampolas, o sangue derramado pelo Bispo, já em odor de santidade. Ela as entregou ao Bispo de Nápoles, que mandou construir duas capelas em homenagem ao sagrado traslado: São Januarinho em Vômero e São Januário em Antignano. Seu corpo, ao invés, sepultado na zona rural de Marciano, teve uma primeira translação, no século V, quando o culto ao Santo já era bem difundido. São Januário foi canonizado por Sisto V, em 1586. 

Relíquia

Quanto à relíquia do seu sangue, foi exposta, pela primeira vez, em 1305. Porém, o milagre do seu sangue, que parece quase ferver e voltar ao estado líquido, permanecendo até a oitava seguinte, ocorreu, pela primeira vez, em 17 de agosto de 1389, após uma grande escassez. Hoje, o milagre se repete três vezes ao ano: no primeiro sábado de maio, em memória da primeira translação; em 19 de setembro, memória litúrgica do Santo e data do seu martírio; e em 16 de dezembro, para comemorar a desastrosa erupção do Vesúvio, em 1631, bloqueada por intercessão do Santo. As duas ampolas estão conservadas em uma teca de prata, por desejo de Roberto d’Angiò, na Capela do Tesouro de São Januário, na Catedral de Nápoles.

Via de Santificação 

São Januário é venerado desde o século V, mas sua confirmação canônica veio somente por meio do Papa Sisto V em 1586.

Minha oração

“Querido bispo, levai o teu povo ao mais profundo mistério dos milagres. Curai os doentes e socorrei os necessitados, assim como Cristo deseja realizar em nós. Que através das tuas relíquias aconteçam grandes conversões. Amém!”

São Januário, rogai por nós!

Outros santos e beatos celebrados em 19 de setembro

  • Em Sínada, na Frígia, hoje Cifitkasaba, na Turquia, São Trófimo, mártir. († data inc.)
  • Na Palestina, os santos mártires Peleu e Nilo, bispos no Egipto, Elias, presbítero, e Patermúcio. († 310)
  • Em Tours, na Gália Lionense, atualmente na França, Santo Eustóquio, bispo. († 461)
  • No mosteiro de Sisteron, no território de Langres, também na Gália, hoje na França, São Sena, presbítero e abade. († s. VI)
  • No território de Bourges, na Aquitânia, também na hodierna França, São Mariano, eremita. († s. VI)
  • Em Metz, na Austrásia, na atual França, São Goerico ou Abão, bispo, que sucedeu a Santo Arnolfo, cujo corpo trasladou solenemente para esta cidade. († c. 642)
  • Em Cantuária, na Inglaterra, São Teodoro, bispo, que, sendo monge procedente de Tarso, foi ordenado bispo pelo papa São Vitaliano e enviado quase septuagenário para a Inglaterra. († 690)
  • Em Córdova, na Andaluzia, região da Espanha, Santa Pomposa, virgem e mártir. († 853)
  • Em Freising, na Baviera, região da Alemanha, São Lamberto, bispo. († 957)
  • Em Buonvicino, próximo de Cosenza, na Calábria, região da Itália, São Ciríaco, abade. († 1030)
  • Em Gap, na Provença, região da França, Santo Arnolfo, bispo. († c. 1075)
  • Em Barcelona, na Catalunha, região da Espanha, Santa Maria de Cervelló, virgem da Ordem de Nossa Senhora das Mercês. († 1290)
  • Em Madrid, também na Espanha, Santo Afonso de Orozco, presbítero da Ordem dos Eremitas de Santo Agostinho . († 1591)
  • Em Seul, na Coreia, a paixão de São Carlos Hyon Song-mun, mártir. († 1846)
  • Em Villefranche-de-Rouergue, no território de Rodez, na França, Santa Maria Gulhermina Emília de Rodat, virgem. († 1852)
  • Em Ciempozuelos, povoação próxima de Madrid, na Espanha, o Beato Jacinto Hoyuelos González, religioso da Ordem de São João de Deus e mártir. († 1936)
  • Em Benifayó, localidade da província de Valença, também na Espanha, a Beata Francisca Cualladó Baixauli, virgem e mártir. († 1936)
  • Em Madrid, também na Espanha, as beatas Maria de Jesus de la Iglesia y de VaroMaria das Dores Aguiar-Mella y Díaz e Consolação Aguiar-Mella y Díaz, virgens do Instituto das Filhas de Maria das Escolas Pias e mártires. († 1936)