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 SANTO ANTÔNIO

Santo Antonio ou Fernando Antônio de Bulhões, seu nome de nascença,  nasceu em Lisboa, Portugal, em 15 de agosto do ano de 1195. De família nobre e rica, era filho único de Martinho de Bulhões, oficial do exercito de Dom Afonso e de Tereza Taveira. Sua formação inicial foi feita pelos cônegos da Catedral de Lisboa. Antônio gostava de estudar e de ficar mais recolhido.

Vida de Santo Antonio

Aos 19 anos entrou para o Mosteiro de São Vicente dos Cônegos Regulares de Santo Agostinho, contra a vontade de seu pai. Morou lá por 2 anos. Com uma grande biblioteca em mãos, Antônio avança na sua história pelo estudo e pela oração. É transferido para Coimbra, que é um importante centro de estudos de Portugal, ficando lá por 10 anos. Em Coimbra ele  foi ordenado sacerdote. Logo se viu o dom da palavra que transbordava do jovem padre agostiniano. Ele tinha conhecimento e grande poder de pregação.

O Padre Agostiniano torna-se frei Franciscano

Em Coimbra o Padre Antônio conhece os freis franciscanos, entusiasma-se pelo fervor e radicalidade com que estes viviam o Evangelho e, pouco depois, torna-se Frei Antônio, mudando-se para o mosteiro de São Francisco de Assis.

O Encontro de Santo Antonio com São Francisco de Assis

Santo Antonio faz o pedido de ir para o Marrocos pregar o evangelho e os Franciscanos permitem. No meio do caminho, porém, Frei Antônio fica muito doente e é forçado a voltar para Portugal. Na viagem de volta, o barco é desviado e vai para Itália, terminando por parar na Sicília, em um grande encontro de mais de 5 mil frades franciscanos chamado Capítulo das Esteiras. Lá, Antônio conhece pessoalmente São Francisco de Assis. A mão de Deus o tinha guiado por caminhos diferentes.

A luz deve brilhar para todos

Após conhecer São Francisco, Frei Antônio passa 15 meses como um eremita no monte Paolo. São Francisco enxerga os dons que Deus deu a ele, chama-o de Frei Antônio, meu Bispo e o encarrega da formação teológica dos irmãos do Mosteiro.

No capítulo geral da ordem dos franciscanos ele é enviado a Roma para tratar de assuntos da ordem com o Papa Gregório IX, que fica impressionado com sua inteligência e eloquência e o chama de Arca do Testamento.

Tinha uma força irresistível com as palavras e São Francisco o nomeou como o primeiro leitor de Teologia da Ordem. Em seguida, mandou-o estudar teologia para ensinar seus alunos e pregar ainda melhor. Juntavam-se as vezes mais de 30 mil pessoas para ouvi-lo pregar, e muitos milagres aconteciam. Após a morte de São Francisco, ele foi enviado a Roma para apresentar ao Papa a Regra da Ordem de São Francisco.

Milagres Santo Antonio

Protetor das coisas perdidas. Protetor dos casamentos. Protetor dos pobres. É o Santo dos milagres. Fez muitos ainda em vida. Durante suas pregações nas praças e igrejas, muitos cegos, surdos, coxos e muitos doentes ficavam curados. Redigiu os Sermões, tratados sobre a quaresma e os evangelhos, que estão impressos em dois grandes volumes de sua obra.

Falecimento

Santo Antônio morreu em Pádua, na Itália, em 13 de junho de 1231, com 36 anos. Por isso ele é conhecido também como Santo Antônio de Pádua. Antes de falecer nas portas de Pádua, Santo Antônio diz: ó Virgem gloriosa que estais acima das estrelas. E completou, estou vendo o meu Senhor. Em seguida, faleceu.

Os meninos da cidade logo saíram a dar a notícia: o Santo morreu. E em Lisboa os sinos das igrejas começaram a repicar sozinhos e só depois o povo soube da morte do Santo. Ele também é chamado de Santo Antônio de Lisboa, por ser sua cidade de origem.

Devoção a Santo Antonio

Aconteceram tantos milagres após sua morte, que onze meses após ele foi beatificado e canonizado. Quando seu corpo foi exumado, sua língua estava intacta. São Boaventura estava presente e disse que esse milagre era a prova de que sua pregação era inspirada por Deus. Está exposta até hoje na Basílica de Santo Antônio na cidade de Pádua. 

Sua canonização foi realizada pelo Papa Gregório IX, na catedral de Espoleto, em 30 de maio de 1232, sendo o processo mais rápido da história da Igreja.

Em 1934 foi declarado Padroeiro de Portugal.

Em 1946 foi proclamado Doutor da Igreja pelo Papa Pio XII.

Oração  a Santo Antonio

Meu querido Santo Antônio dos mais carinhosos, o vosso ardente amor a Deus, as vossas sublimes virtudes e grande caridade para o próximo, vos mereceram durante a vida o poder de fazer milagres espantosos. Nada vos era impossível senão deixar de sentir compaixão pelos que necessitavam da vossa eficaz intercessão. A vós recorremos e vos imploramos que nos obtenhais a  graça especial que nesse momento pedimos. Ó bondoso e santo taumaturgo, cujo coração estava sempre cheio de simpatia pelos homens, segredai as nossas preces ao Menino Jesus, que tanto gostava de repousar nos vossos braços. Uma palavra vossa nos obterá  as mercês que pedimos.

Responsório de Santo Antônio.

Se milagres desejais

Recorrei a Santo Antônio

Vereis fugir o demônio

E as tentações infernais.

Recupera-se o perdido

Rompe-se a dura prisão

E no auge do furacão

Cede o mar embravecido.

Pela sua intercessão

Foge a peste, o erro a morte

O fraco torna-se forte

E torna-se o enfermo são.

Todos os males humanos

Se moderam e retiram

Digam-no aqueles que o viram

E digam-nos os paduanos.

Rogai por nós Santo Antônio, para que sejamos dignos das promessas de Cristo.

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Beato Francisco Kesy e quatro companheiros mártires

II Guerra Mundial 

Em 1 de setembro de 1939, Hitler invadiu a Polônia, iniciando a Segunda Guerra Mundial. A casa salesiana de Poznan, na rua Wroniecka, foi ocupada e transformada em um depósito de soldados alemães. Os jovens continuaram a se reunir nos jardins fora da cidade e nos bosques próximos. Numerosas associações secretas surgiram.

Prisão e martírio

Em setembro de 1940, Francesco Kesy e quatro jovens oratorianos foram presos sob acusação de pertencer a uma organização ilegal. Eles foram levados para a temível Fortaleza VII, perto de Poznan, onde foram torturados e interrogados. Mais tarde, foram transferidos para várias outras prisões, onde nem sempre tiveram a sorte de estar juntos. Regressados ​​a Poznan, foram julgados e acusados ​​de alta traição e sentenciados à morte. Eles foram martirizados em Dresden em 24 de agosto de 1942.

Espiritualidade Salesiana

Eles viviam em cativeiro com um espírito de fé e espiritualidade salesiana. Rezavam continuamente: rosário, novenas a Dom Bosco e a Maria Auxiliadora, oração de manhã e à noite. Eles tentaram manter contato com suas famílias por meio de mensagens que muitas vezes conseguiam enviar secretamente. Eles corajosamente pediram e garantiram orações. Sempre que podiam, animavam alegremente as festas litúrgicas passadas na cela. Sua fé nunca vacilou. Eles eram testemunhas confiáveis ​​para o fim.

Reconhecimento

O decreto do martírio foi publicado em 26 de março de 1999; beatificado em 12 de junho de 1999 por João Paulo II. 

Kesy Franciszek

Francesco Kesy nasceu em Berlim em 13 de novembro de 1920. A família mudou-se para Poznan para o trabalho de seu pai. Francisco foi aspirante ao seminário menor dos salesianos no Lad. Durante a ocupação, incapaz de continuar seus estudos, ele trabalhou em uma planta industrial. Ele passou seu tempo livre no oratório, onde, em estreita amizade com os outros quatro, animava associações e atividades juvenis. Ele lembra que era sensível, mas ao mesmo tempo alegre, calmo, agradável e sempre disposto a ajudar os outros. Quase todos os dias, ele recebeu a comunhão; à noite, ele recitou o rosário. “Para Wronki, desde que eu estava sozinho na cela – ele escreve em mensagens para a família -, eu tive tempo de me examinar. Prometi viver de maneira diferente, como recomendou Dom Bosco, viver para agradar ao Senhor e a sua Mãe Maria Santíssima. […] eu oro ao bom Deus que todas estas tribulações e tristezas me toquem e não a você “.

Edoardo Klinik

Nascido em Bochum, em 21 de junho de 1919, tímido e quieto, ele se tornou mais animado quando entrou no oratório. Ele era um estudante sistemático, responsável. Distinguiu-se porque estava muito ocupado em todos os campos de atividade e dava a impressão de ser o mais sério e profundo.

Jarogniew Wojciechowski

Nascido em Poznan, 5 de novembro de 1922, ele era um meditativo, tende a aprofundar a visão das coisas para entender os acontecimentos. Ele era um animador no melhor sentido da palavra. Ele foi distinguido pelo bom humor, compromisso e testemunho.

Ceslao Józwiak

Nascido em Lazynie, em 7 de setembro de 1919, ele era um pouco irascível, mas espontâneo, cheio de energia, senhor de si mesmo, pronto para o sacrifício, coerente e positivamente autoritário. Ele se viu aspirando à perfeição cristã e progredindo nela. Um companheiro de prisão escreve: “Ele era bem-humorado e bondoso, tinha uma alma como um cristal … Ele me falou de uma preocupação: nunca borrar com qualquer impureza”.

Edoardo Kazmierski

Nascido em Poznan, em 1 de outubro de 1919, ele foi caracterizado pela sobriedade, prudência e bondade. No oratório, ele podia desenvolver qualidades musicais incomuns. A vida religiosa soprada na família e pelos salesianos logo o levou à maturidade cristã. Durante sua prisão, ele mostrou grande amor por companheiros ainda mais velhos. Ele estava livre de qualquer sentimento de ódio contra os perseguidores.

A minha oração

“Que o bom exemplo de fidelidade e fortaleza desses jovens salesianos nos inspirem a lutar contra o pecado e a vencer todas as tribulações desta vida com o Auxílio da sempre Virgem Maria nossa Mãe!”

Beatos e mártires salesianos, rogai por nós!

Outros santos e beatos celebrados em 12 de Junho:

  • São Basílides, mártir, em Lórium, antiga cidade da Etrúria, na Via Aurélia, a doze milhas de Roma. († data inc.)
  • Santo Onofre, anacoreta, no Egito. († 400)
  • São Leão III, em Roma, papa. († 816)
  • Santo Odolfo, presbítero, em Utrecht, hoje na Holanda. († c. 865)
  • Santo Esquilo, na Suécia, bispo e mártir, natural da Inglaterra, que foi ordenado bispo por São Sigfredo. († c. 1080)
  • Beato Guido, presbítero, em Cortona, hoje na Toscana, região da Itália. († c. 1245)
  • Beato Plácido, abade, nos Abruzos, também região da Itália. († 1248)
  • Beata Flórida (Lucrécia Helena Cévoli), em Città di Castello, na Úmbria, também região da Itália, a virgem da Ordem das Clarissas. († 1767)
  • São Gaspar Bertóni, em Verona, no Véneto, também região da Itália, presbítero, que fundou a Congregação das Santas Chagas de Cristo. († 1843)
  • Beato Lourenço Maria de São Francisco de Xavier (Lourenço Maria Sálvi), em Capránica, no território de Viterbo, próximo de Roma, o presbítero da Congregação da Paixão. († 1856)
  • Beata Mercedes Maria de Jesus (Mercedes Molina), em Riobamba, no Equador, virgem. († 1883)
  • Beata Maria Cândida da Eucaristia (Maria Barba), em Ragusa, na Sicília, província da Itália, virgem da Ordem das Carmelitas Descalças. († 1949)

Fontes:

  • vatican.va e vaticannews.va
  • Martirológio Romano – liturgia.pt
  • Liturgia das Horas
  • Livro “Relação dos Santos e Beatos da Igreja” – Prof Felipe Aqui [Cléofas 2007]
  • site Salesianos de Dom Bosco

São Norberto, apóstolo da Eucaristia

Família nobre e vida mundana

Norberto nasceu numa família de nobres por cerca do ano 1080, em Gennep ou Xanten, no norte da Renânia (atual Alemanha). Ainda criança, foi apresentado ao Capítulo da Catedral de São Vítor em Xanten, onde, mais tarde, foi ordenado subdiácono. O Imperador do Sacro Império Romano-Germânico, Henrique V, notou o carisma e os dons de Norberto, nomeando-o como seu conselheiro pessoal na corte imperial. Ali, Norberto viveu uma vida mundana.

Mudança de Vida

No ano de 1115, após cair do seu cavalo e quase morrer numa tempestade, Norberto se arrependeu e assumiu uma vida de penitência. Ordenado diácono e sacerdote no mesmo dia, ele peregrinou pelo país, pregando a Palavra de Deus, denunciando os abusos dos clérigos e reconciliando inimigos. Uma das mais antigas pinturas de Norberto o retratam com o livro dos Evangelhos e um ramo de oliveira representando a paz. Criticado e perseguido pelos membros da hierarquia, Norberto solicitou e obteve a aprovação do Papa Gelásio II como pregador itinerante.

Fundador

Mais tarde, o Papa Calixto II o encorajou a fundar uma comunidade religiosa na diocese de Laon, no norte da França. Ali, no vale desolado e de difícil acesso de Prémontré, no norte da França, na noite de Natal do ano de 1121, Norberto fundou sua ordem religiosa, a Ordem dos Cônegos Regulares Premonstratenses. Ele escolheu a Regra de Santo Agostinho, tornando-se um dos mais ávidos reformadores do seu tempo. A comunidade era marcada pela vida austera, pela pobreza e pela intensa vida litúrgica e de oração, mas, acima de tudo, pela completa fidelidade ao ideal de vida comunitária retratado na Regra de Agostinho.

Episcopado

Embora relutante, em 25 de julho de 1126, Norberto foi ordenado arcebispo de Magdeburgo e deixou a liderança de sua Ordem aos cuidados de Hugo de Fosses, para trabalhar no pastoreio dessa vasta arquidiocese na fronteira nordeste do Sacro Império Romano-Germânico. Durante seus anos como arcebispo, Norberto lutou energicamente pela liberdade da Igreja em relação aos príncipes e provou-se como ardente defensor do Romano Pontífice. Ele foi indispensável na deposição do antipapa Anacleto II e no retorno do Papa Inocêncio II à Sé Petrina. Enfraquecido pelos vários trabalhos e viagens, Norberto retornou à Magdeburgo, onde morreu em 06 de junho de 1134. 

Apóstolo da Eucaristia

Como “Apóstolo da Eucaristia”, a reverente contemplação de Norberto fixa-se no ostensório em sua mão direita. Muitos dos milagres atribuídos a São Norberto ocorreram no contexto do Santo Sacrifício da Missa: milagres de cura, de exorcismo e de reconciliação. De fato, São Norberto insistia em celebrar a missa antes de assumir qualquer trabalho, pois tão grande era a sua fé no poder da Eucaristia. No início de sua conversão, quando ele abriu mão de literalmente tudo que possuía, ele reteve consigo apenas os artigos necessários para a celebração da Missa enquanto ele viajava a pé pela Europa. Era de tal forma, que ele podia celebrar a Eucaristia diariamente — embora não fosse uma prática comum na época um sacerdote celebrar tão frequentemente, apenas nos domingos. O ostensório realmente só entrou em uso muito depois, mas, durante os tempos conturbados da revolta protestante, ele se tornou uma expressão artística da tão conhecida devoção Eucarística de São Norberto.

A minha oração

“Grande bispo e pastor das almas, ajudai-nos a viver com sinceridade e verdade os sacramentos, tendo como centro da nossa vida a Eucaristia. Que Jesus seja cada dia mais amado e adorado, e nós sejamos seus fiéis seguidores. Amém!”

São Norberto , rogai por nós!

Outros santos e beatos celebrados em 06 de junho:

  • Santos Artémio e Paulina, mártires, na Via Aurélia, Roma. († c. s. IV)
  • São Bessarião, anacoreta, que viveu como mendigo, em Cete, no Egipto. († s. IV)
  • São Cerázio, bispo, em Grenoble, na Borgonha, atualmente na França, († c. 452)
  • Santo Eustórgio II, bispo, em Milão, na Ligúria, hoje na Lombardia, região da Itália. († 518)
  • São Jarlat, bispo, na Irlanda. († c. 550)
  • São Cláudio é venerado como bispo e abade do mosteiro de Condat, no maciço do Jura, na Borgonha, região da França. († c. 703)
  • Santo Alexandre, bispo de Fiésole, no território de Bolonha, na Emília-Romanha, região da Itália. († 823)
  • Santo Hilarião, em Istambul na Turquia, presbítero e hegúmeno do mosteiro de Dalmácio. († 845)
  • São Colmano, bispo, nas ilhas Órcades, ao largo da Escócia. († c. 1010)
  • Beato Falcão, abade, no mosteiro de Cava de’ Tirréni, na Campânia, região da Itália. († 1146)
  • São Gilberto, abade da Ordem Premonstratense, em Clermont-Ferrand, na Aquitânia, região da França. († 1152)
  • Beato Beltrão, bispo de Aquileia e mártir, em Údine, no Friúli-Venézia Giúlia, região da Itália. († 1350)
  • Beato Lourenço de Másculis de Villamagna, em Ortona, nos Abruzos, também região da Itália, o presbítero da Ordem dos Frades Menores. († 1535)
  • Beato Guilherme Greenwood, em Londres, mártir, da Cartuxa. († 1537)
  • São Marcelino Champagnat, presbítero da Sociedade de Maria, que fundou o Instituto dos Pequenos Irmãos de Maria, em Saint-Chamond, cidade do território de Lião, na França, († 1840)
  • Santos mártires Pedro Dung e Pedro Thuan, pescadores, e Vicente Duong, agricultor, em Luong My, cidade do Tonquim, hoje no Vietnam. († 1862)
  • São Rafael Guizar Valência, bispo de Vera Cruz no México, na Cidade do México. († 1938)
  • Beato Inocêncio Guz, presbítero da Ordem dos Frades Menores Conventuais e mártir, em Sachsenhausen, na Alemanha. († 1940)

Fontes:

  • vatican.va e vaticannews.va
  • Martirológio Romano – liturgia.pt
  • Liturgia das Horas
  • Livro “Relação dos Santos e Beatos da Igreja” – Prof Felipe Aqui [Cléofas 2007]
  • site Abadia de São Norberto
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São Bonifácio, apóstolo da Alemanha

Bonifácio, seu nome verdadeiro Vinfrido (Wynfrith ou Winfrid; com o mesmo significado em anglo-saxão), e cognominado Apóstolo dos Germanos.

Percurso formativo

Nasceu em Crediton, no condado de Devon, no sudoeste da Inglaterra, filho de uma família abastada; foi contra a vontade do pai quando, ainda muito jovem, escolheu a vida monástica. Estudou teologia nos mosteiros beneditinos de Adescancastre, perto de Exeter, e de Nursling, entre Winchester e Southampton, tendo por mestre, neste último, o abade Winbert, e acabou tornando-se professor no mosteiro. Foi ordenado padre aos 30 anos. Escreveu a  primeira gramática de latim produzida na Inglaterra.

Enviado pelo Papa

Em 716, deslocou-se, como missionário, à Frísia, para ajudar São Vilibrordo na conversão dos Frísios, habitantes locais que falavam um idioma semelhante ao anglo-saxão com que ele pregava, mas os seus esforços redundaram em nada a partir do momento em que se declarou a guerra entre Carlos Martel, prefeito do palácio do reino dos Francos, e Redebaldo I dos Frísios. Retornou, por isso, ao seu mosteiro de Nursling. Seu segundo deslocamento ao continente europeu iniciou-se em 718. Foi a Roma, onde conheceu o Papa Gregório II. A fim de demonstrar a sua submissão à Diocese de Roma, o Papa lhe deu o nome de Bonifácio, tradução literal de Vinfrido, e foi enviado à Germânia, com a missão de evangelizar e de reorganizar a Igreja nessa região ainda bárbara. Ao longo dos cinco anos seguintes, Bonifácio viajou por territórios que modernamente fazem parte dos Estados alemães de Hessen, Turíngia, e ainda pela região neerlandesa da Frísia.

Bispado como marco histórico

30 de novembro de 722, foi feito bispo de todos os territórios da Germânia que ele trouxera para as mãos da Igreja. Um acontecimento-chave da sua vida ocorreu em 723, quando derrubou o carvalho sagrado dedicado ao deus Thor, perto da moderna cidade de Fritzlar, no norte do Hesse, e construiu uma pequena capela no local onde hoje se ergue a catedral de Fritzlar, e onde se viria a estabelecer a primeira sede de bispado na Alemanha ao norte do antigo limes romano, junto do povoado fortificado franco de BuraBurgo, numa montanha próxima da cidade, junto do rio Éder. Este acontecimento é considerado como o início formal da cristianização da Germânia. Em 732, deslocou-se de novo a Roma para comunicar ao Papa os eventos ocorridos desde o último encontro, e Gregório III conferiu-lhe o pálio, como sinal da investidura no arcebispado, tendo autoridade sobre toda a Germânia. Bonifácio partiu de novo para a Alemanha e batizou centenas de saxões.

Primeiro Arcebispado

Durante a sua visita a Roma, em 737-738, foi formalmente feito o legado papal para a Germânia. Em 745, elevou Mogúncia à condição de Sé metropolitana, onde se estabeleceu como seu primeiro arcebispo. Posteriormente, partiu em direção à Baviera, onde estabeleceu os bispados de Salzburgo, Ratisbona, Freisinga e Passau. Em 742, um dos seus discípulos, Estúrmio, fundou a Abadia de Fulda, não muito longe de Fritzlar. Embora Estúrmio seja o fundador oficial, Bonifácio esteve muito envolvido na constituição da nova abadia. Nos territórios francos, do Hesse e da Turíngia, Bonifácio fundou as dioceses de Buraburgo, Würzburgo e Erforte; ao ser ele a designar os bispos de cada uma das dioceses, pôde consolidar a sua independência face aos poderes senhoriais dos carolíngios. Apesar disso, continuou a organizar sínodos provinciais anuais no reino dos francos, tendo em vista a reorganização eclesiástica do mesmo, mantendo embora uma turbulenta relação com o novo rei dos francos, Pepino o Breve, que viria a coroar em Soissons em 751.

Morreu pela evangelização

Bonifácio jamais perdeu a esperança de converter os frísios, e, em 754, retomou à Frísia com um pequeno grupo de seguidores. Batizou um grande número de pagãos e marcou um encontro para a confirmação dos novos batizados num local perto de Dokkum, entre Franeker e Groninga. Contudo, em vez dos seus convertidos, um bando de pagãos armados apareceu e assassinou o arcebispo Bonifácio. Os seus restos mortais viriam a ser enterrados na abadia de Fulda (atual Catedral de Fulda). São Bonifácio foi declarado santo e mártir pelas Igrejas Católica Romana e Ortodoxa Oriental, sendo celebrado a 5 de junho, data da sua morte. 

Reconhecimento Papal

O Papa Pio XII, na Encíclica Ecclesiae fastos, de 5 de junho de 1954, dirigida às igrejas da Inglaterra, Alemanha, Áustria, França, Bélgica e Holanda comemorou o XII centenário da morte deste bispo e mártir.

A minha oração

São Bonifácio, grande pai dos povos germânicos, nós pedimos para eles a graça de uma nova conversão, uma restauração. Protegei-os, defendei-os da morte eterna, inclusive das astúcias do mal, e aos seus descendentes as graças necessárias. 

São Bonifácio, rogai por nós!

Outros santos e beatos celebrados em 5 de junho:

  • No Egito, os santos MarcianoNicandroApolónio e companheiros, mártires. († s. III)
  • Em Tiro, na Fenícia, hoje no Líbano, São Doroteu, bispo. († s. IV)
  • Em Arvena, na Aquitânia, hoje Clermont-Ferrand, na França, Santo Ilídio, bispo. († 384)
  • Em Como, na Ligúria, hoje na Lombardia, região da Itália, Santo Eutíquio, bispo. († 539)
  • Em Dokkum, na Frísia, na hodierna Holanda, Santo Eubano, bispo, Adelário e nove companheiros, mártires que, juntamente com São Bonifácio, foram coroados no mesmo combate glorioso. († 754)
  • Em Córdova, na Andaluzia, região da Espanha, o Beato Sancho, mártir. († 851)
  • Em Assérgi, nos Abruzos, região da Itália, São Franco, eremita. († s. XII)
  • Em Ciano, perto de Mileto, na Calábria, também região da Itália, São Pedro Spanò, eremita. († s. XII)
  • Em Shiki, no Japão, o Beato Adão Arakawa, pai de família e mártir. († 1614)
  • Em Hanói, no Tonquim, hoje no Vietnã, São Lucas Vu Ba Loan, presbítero e mártir. († 1840)
  • Em Tang Gia, também no Tonquim, os santos Domingos Toai e Domingos Huyen, mártires, pais de família e pescadores. († 1862)

Fontes:

  • vatican.va e vaticannews.va
  • Martirológio Romano – liturgia.pt
  • Liturgia das Horas
  • Livro “Relação dos Santos e Beatos da Igreja” – Prof Felipe Aqui [Cléofas 2007]
  • Catholic Encyclopedia, vol II, 1913. Francis Mershman.

São Carlos Lwanga e companheiros, “queremos rezar até a morte”

Padroeiro da Juventude Africana

Atraído pelos Missionários da África, chamados de “Padres brancos”, fundados pelo Cardeal Lavigerie, Carlos Lwanga, que pertencia ao clã Ngabi, foi alcançado pela força do Evangelho em 1885. Ele se tornou o chefe dos jovens pajens que serviam a corte do rei Mwanga em Uganda, na África, que há pouco haviam se convertido, sendo ele um exemplo e um incentivador desses fiéis seguidores da fé católica. E recebendo em 1934, pelo Papa Pio IX, o título de Padroeiro da Juventude Africana.

Evangelização na África

Devido às diferenças culturais e aos sofrimentos decorrentes da colonização, a evangelização na África foi um processo doloroso. Os missionários tinham que ser homens verdadeiramente de Deus, de caridade, para que não fossem confundidos com os colonizadores. Pouco tempo depois da entrada dos padres que foram causa da conversão de Carlos e seus companheiros, o rei se revoltou e decretou pena de morte para os que rezassem.

“Exemplo de morte”

Um pajem de dezessete anos, chamado Dionísio, foi visto ensinando religião. Assim, de próprio punho, o rei atravessou seu peito com uma lança, deixou-o agonizando por toda a noite, e só permitiu sua decapitação na manhã seguinte.

Usou este exemplo para avisar que mandaria matar todos os que rezavam.

Preparação para a morte

Diante de toda essa situação, Carlos, depois de muito se preparar junto com seus companheiros, batizando os que ainda não haviam sido batizados, apresentou-se diante do rei com o firme propósito de não negar a fé, seguido de outros quinze, quando, em sua corte, o rei separou os pajens entre os que rezavam e os que não rezavam:

“Todos aqueles entre vocês que não têm intenção de rezar podem ficar aqui ao lado do trono; aqueles, porém, que querem rezar reúnam-se contra aquele muro”.

“Mas vocês rezam de verdade?”, perguntou o rei.

Sim, meu senhor, nós rezamos realmente”, respondeu em nome de todos, Carlos.

“E querem continuar rezando?”  

“Sim, meu senhor, até a morte”.

Então, matem-nos”, decidiu bruscamente o rei, dirigindo-se aos algozes.

Pureza 

Além do ódio à religião, acredita-se que o rei também estava movido pelo ódio a Santa Pureza, já que essa formação de pajens, muitas vezes, eram obrigados a satisfazer os desejos impuros do rei.

Prisão e Martírio

Para aumentar o sofrimento dos condenados, foram transferidos para uma prisão em Namugongo, sofrendo ultrajes e violência durante todo o caminho pelos soldados do rei.

Em 3 de junho de 1886, na expectativa de evitar mais conversões, o rei decretou a mortes de Carlos, que foi queimado vivo diante de todos. Dirigindo suas últimas palavras a um dos jovens que viriam a morrer com ele: “Pegarei na tua mão. Se tivermos que morrer por Jesus, morreremos juntos, de mãos dadas”.

Fé fecunda

A tentativa foi frustrada: seguindo o irmão na fé, nenhum deles – jovens de até vinte anos – renegou, até que, em 1887, o último deles morreu afogado, como parte dos corajosos mártires de Uganda, na África.

Todos rezaram até o fim. E um deles dizia ao morrer: “Uma fonte, que tem muitas fontes, jamais secará. Quando nós não existirmos mais, outros virão depois de nós”.

Beatificação e Canonização

São Carlos Lwanga e os 22 mártires de Uganda foram beatificados, em 1920, por Bento XV. E, 30 anos depois de declarado Padroeiro da Juventude Africana, o Papa Paulo VI, em 1964, canonizou esse grupo de mártires.

A minha oração

Meu Jesus, ensina-me a testemunhar a fé como o fizeram estes servos fiéis Teus. Que, enquanto eu viver, o Senhor me conceda a graça da oração constante, da perseverança nos Teus ensinamentos e do amor à Tua Santa Pureza. Que eu possa ser parte dessa fonte que nunca deixa de jorrar a Tua água que é fonte de libertação e salvação. Conceda-me, Jesus, pela intercessão de São Carlos e de todos os seus jovens companheiros, uma fé muito além do meu entendimento e um coração abandonado à Tua vontade. Assim seja!

São Carlos Lwanga e companheiros, rogai por nós!

Outros santos e santas celebrados em 03 de junho:

  • São Cecílio, na atual Tunísia, presbítero, que conduziu São Cipriano à fé de Cristo. († s. VI)
  • Santo Hilário, em Carcassonne, actualmente na França, atualmente na França, que é considerado o primeiro bispo desta cidade, no tempo em que os Godos difundiam nesta região a heresia ariana.(† s. VI)
  • Santa Clotilde, rainha, na atual França, cujas orações induziram o seu esposo Clodoveu, rei dos Francos, a abraçar a fé de Cristo; depois da morte do seu esposo, recolheu-se na basílica de São Martinho, para não mais ser considerada como rainha, mas serva de Deus. († 545)
  • São Lifardo, presbítero, também na atual França, que levou vida eremítica. († s. VI)
  • Santa Oliva, virgem, Em Anágni, na Campânia, região da Itália. († s. VI/VII)
  • São Coengeno ou Quevino, na Irlanda, abade, que fundou um mosteiro, no qual, segundo a tradição, foi pai e diretor de muitos monges. († 622)
  • São Gens, bispo de Clermont, na atual França, cujo corpo foi sepultado em Manglieu, na igreja do mosteiro por ele construído com o hospício anexo. († c. 650)
  • Santo Isaac, mártir, em Córdova, região da Espanha que, sendo monge, desceu do mosteiro de Tábanos à praça pública para discutir com sobre a verdadeira religião e foi por isso condenado à morte. († 851)
  • São Davino, hoje na Toscana, região da Itália, que, de origem armena, vendeu todos os bens e se fez peregrino por Cristo, até que, depois de visitar a Terra Santa e a basílica dos Apóstolos, morreu atingido pela enfermidade. († 1051)
  • São Morando, na atual Suiça, monge, natural da Renânia, que, ordenado presbítero, fez a peregrinação a Compostela e, ao regressar, se tornou monge de Cluny, fundando depois o mosteiro onde concluiu a sua intensa vida. († 1115)
  • Beato André Caccióli, na Umbria, região da Itália, o primeiro presbítero agregado aos Frades Menores, que recebeu o hábito da Ordem das mãos de São Francisco e assistiu à sua morte.(† 1254)
  • São Cono, na região da Itália, monge, que na sua irrepreensível observância monástica e inocência de vida, pela graça de Deus, em breve tempo chegou ao grau mais sublime das virtudes. († s. XIII)
  • Beato Francisco Ingleby, na Inglaterra, presbítero e mártir, que, depois de ter estudado no Colégio dos Ingleses em Reims, por exercer o sacerdócio na sua pátria, foi conduzido, no reinado de Isabel I, ao suplício do patíbulo. († 1580)
  • São João Grande, na região da Espanha, religioso da Ordem de São João de Deus, que resplandeceu pela sua grande caridade para com os presos, os abandonados e os marginados e morreu contagiado pela peste dos doentes que tratava. († 1600)
  • Beato Carlos Renato Collas de Bignon, na França, presbítero da Sociedade de São Sulpício e mártir, que era Reitor do Seminário Menor de Bourges, quando, durante a Revolução Francesa, por causa do sacerdócio, foi encarcerado numa galera e morreu coberto de chagas infecciosas. († 1794)
  • São Pedro Dong, no Vietnã, mártir, pai de família, que preferiu sofrer atrozes tormentos a pisar a cruz e, porque quis gravar na sua face as palavras “verdadeira religião” em vez de “falsa religião”, foi degolado no tempo do imperador Tu Duc. († 1862)
  • Beato José Oddi (Diogo), próximo à Roma, religioso da Ordem dos Frades Menores, insigne pela sua intensa oração e simplicidade de vida. († 1919)
  • O falecimento de São João XXIII, Papa, cuja memória se celebra no dia 11 de outubro.

Fontes:

  • Martirológio Romano
  • Arquisp
  • Vaticannews
  • Padrepauloricardo.org
  • Paulus
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São Marcelino e São Pedro, mártires escondidos

Contexto

A vida e o martírio dos santos de hoje ocorreu no contexto da grande perseguição contra a Igreja de Cristo, no século IV, por parte do Imperador Diocleciano. Foram mártires por causa do amor a Jesus.

Sacerdotes

São Marcelino era um padre muito estimado pelo clero de Roma, e São Pedro era um padre exorcista. Conhecidos pela comunidade, rapidamente foram denunciados por serem cristãos e estarem atuando para a conversão de muitos.

Prisão

Foram presos, e, na cadeia, souberam que o responsável daquela prisão — Artêmio —, estava deprimido e quiseram saber o porquê. A filha dele estava sendo oprimida pelo maligno. Eles, então, anunciaram Jesus àquele pai, e disseram do poder do Senhor para libertá-la. Conseguiram liberação, foram até a casa desta família, anunciaram Jesus e oraram pela libertação daquela criança, explicando que a cura viria pela conversão sincera da família.

Por graça, toda a família se converteu, aceitando o santo batismo. Este pai de família, juntamente com a esposa e filha, após evangelizarem publicamente, também foram martirizados.

Julgamento e martírio silencioso

Diante das tantas obras realizadas, e após conseguirem a conversão do próprio carcereiro e de sua família, as autoridades não mais esperaram e os condenaram à decapitação.

No entanto, para evitar qualquer movimentação da população, tudo foi feito de forma isolada. Não queriam que soubessem onde os seus corpos seriam deixados.

Quando tudo isso aconteceu, o futuro Papa Dâmaso I era um adolescente e testemunhou esses fatos, os quais ele narra um tempo depois: “Marcelo e Pedro foram torturados, levados para um bosque, conhecido como Selva Negra, onde foram obrigados a uma última e cruel humilhação — escavar suas próprias covas — e, por fim, decapitados”.

Os santos foram decapitados no ano de 304.

Lucila e a devoção na Igreja

Depois de muito tempo que seus corpos ficaram escondidos, uma mulher chamada Lucila os encontrou e, no desejo de dar-lhes uma digna sepultura, transladou os seus restos mortais.

A devoção a esses santos se espalhou por toda a Igreja Católica até os dias hoje. Inclusive, Constantino, edificou uma igreja naquele lugar para homenageá-los, e o Papa Virgílio também introduziu os nomes dos santos Marcelino e Pedro no próprio cânon da Missa.

A minha oração

“Senhor Deus, peço a Ti que nos conceda uma evangelização centrada no amor de Deus, de tal forma que muitas famílias se convertam e se tornem sinais visíveis deste amor que santifica e salva. Peço-Te a sensibilidade de perceber as necessidades daqueles que o Senhor colocar ao meu redor e a força para não ter medo das exigências de ser um discípulo Teu. Amém!”

São Marcelino e São Pedro, rogai por nós!

Outros santos e santas celebrados em 02 de junho:

  • Os santos mártires Potino, bispo, e Blandina, com quarenta e seis companheiros, em Lião, na Gália, atualmente na França, cujos valorosos e repetidos combates, durante a perseguição do imperador Marco Aurélio, foram referidos na carta que a Igreja de Lião enviou à Igreja da Ásia e da Frígia. Entre eles, Potino, bispo nonagenário, expirou pouco tempo depois de ser encarcerado; dos outros cristãos condenados, uns morreram também no cárcere, outros foram reunidos no meio da arena para espetáculo de milhares de pessoas; os que tinham sido identificados como cidadãos romanos pereceram decapitados e os restantes expostos às feras. Finalmente, Blandina, suportando prolongados e cruéis tormentos, foi degolada, seguindo os passos daqueles a quem antes exortava a alcançar a palma do martírio. († 177)
  • Santo Erasmo, bispo e mártir, na região da Itália. († c. 303)
  • Santo Eugénio I, Papa, em Roma, que sucedeu a São Martinho, mártir. († 657)
  • São Nicéforo, bispo de Constantinopla, na Turquia, defensor das tradições paternas, que se opôs tenazmente ao imperador iconoclasta Leão o Arménio, em favor do culto das imagens sagradas; expulso da sede episcopal, foi afastado por longo tempo para um mosteiro, de onde partiu serenamente ao encontro do Senhor. († 629)
  • São Guido, bispo, na região da Itália. († 1070)
  • São Nicolau, peregrino, também região da Itália, natural da Grécia, que percorria esta região levando na mão uma cruz e repetindo sem cessar: «Kyrie eléison». († 1094)
  • Os beatos mártires Sadoc, presbítero, e quarenta e oito companheiros, na Polónia, da Ordem dos Pregadores, que, segundo a tradição, foram mortos pelos Tártaros, enquanto cantavam a «Salve, Regina», saudando na sua hora da morte a Mãe da Vida. († 1250)
  • São Domingos Ninh, mártir, no Vietnam, jovem agricultor, que, recusando pisar a cruz do Salvador, foi decapitado no tempo do imperador Tu Duc. († 1862)

Fontes:

  • Martirológio Romano
  • Livro “Santos de cada dia II” – Maio – Agosto (4ª ed.) – José Leite, S.J. (Org.)
  • Arquisp
  • Vaticannews
  • Franciscanos.org
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São Justino: “um homem de bem não abandona a fé”

Origens e paganismo

Nasceu na Palestina, na cidade de Siquém, em uma família que não conheceu Jesus. Justino nasceu nas trevas do paganismo.

Ele buscou a verdade com aquilo que tinha. Cursou as escolas filosóficas de sua terra e dedicou-se ao estudo do pensamento de Platão. Para aprofundar-se cada vez mais no sistema do grande sábio grego, retirou-se para um ermo.

Conversa sobre filosofia e desejo da verdade

Essa sede pela verdade pôs em sua vida um ancião que se aproximou para falar sobre a filosofia, apresentando-lhe o ‘algo mais’ que faltava. Falou dos profetas, da fé, da verdade, do mistério de Deus e apresentou-lhe Jesus Cristo. Ele lhe disse: “Eleva tua alma em profunda oração ao céu, para que se abram as portas do Santuário da verdade e da vida. As coisas que te falei são incompreensíveis, a não ser que Jesus Cristo, filho de Deus, nos dê delas compreensão”.

Defesa dos cristãos

No ano de 130, foi batizado na cidade de Efeso, substituindo a filosofia de Platão pela verdade de Cristo. Justino foi um defensor e propagador da fé entre os pagãos. Certa vez, ele teve a oportunidade de admirar a virtude e a constância dos cristãos durante uma guerra. Na época em que eram vistos de maneira errônea e negativa, ele se levantou para defendê-los, dizendo: “Os cristãos vivem na carne, mas não segundo a carne; perseguidos pelo mundo, amam a todos; neles são conhecidos os vícios, que nos outros se descobrem; nos cristãos é perseguida a inocência, que não é reconhecida; são martirizados até a morte, e a morte lhes dá a vida; pobres que são, enriquecem a muitos outros; falta-lhes tudo, e possuem tudo em abundância; são tratados com desprezo, e nisto se sentem honrados.”

Padre da Igreja

Depois dos Padres Apostólicos – que teriam conhecido os apóstolos ou que teriam tido contato com testemunhas diretas de seus ensinamentos -, São Justino é o primeiro padre da Igreja cujas obras têm grande valor e apresentam a doutrina e sua pureza, e conservam fontes puras da tradição apostólica.

Coerência de vida 

Justino se tornou um grande filósofo cristão, sacerdote, um homem que buscou corresponder, diariamente, à sua fé. Estava em Roma quando passou a travar discussões filosóficas, encaminhando-as para a visão do Evangelho. Evangelizava entre os letrados de maneira muito culta. Era um missionário filósofo, que, além de falar, escrevia. A Sagrada Tradição foi muito testemunhada nos escritos deste santo.

Julgamento e martírio

Por inveja e por não aceitar a verdade, São Justino foi denunciado e julgado injustamente.

No tribunal, ao ser questionado se entraria no céu, ele respondeu: “Não só o creio – que entrarei no céu – sei-o e disto tenho tanta certeza, que não me cabe a menor dúvida”.

E à ameaça de ser flagelado, disse: “Um homem de bem não abandona a fé para abraçar o erro e a impiedade. Maior desejo não tenho senão de padecer por aquele que entregou a vida por mim. Os sofrimentos enchem a nossa alma de confiança na terrível justiça divina de Nosso Senhor Jesus Cristo, perante o qual, por ordem de Deus, todo o mundo deverá comparecer. Faz o que tencionas a fazer; inútil é insistir conosco para que prestemos homenagens aos deuses.” 

Assim, após estas palavras, seguiu-se a sua flagelação e decapitação no ano de 167.

A minha oração

Meu Senhor Jesus Cristo, o encontro que tivestes com Justino deu-lhe forças para que se deixasse conduzir pela verdade em toda a sua vida. Por isso, eu Te peço a mesma graça: venha ao meu coração e faça com que ele escute a Tua voz e por ela sempre siga. Ensina-me a ser uma defensora da minha fé, acima de tudo, através de uma vivência coerente com o Teu Evangelho, à semelhança de São Justino. E mais que tudo eu Te peço: jamais me deixes negar a Ti por medo de perder a minha vida. Eu sei, Senhor, verdadeira vida é só em Ti! Assim seja!

São Justino, rogai por nós!

Outros santos e santas celebrados em 1º de junho:

  • Os santos Caritão e CaritoEvelpisto e JeracesPeão e Liberiano, mártires, em Roma, que foram discípulos de São Justino e, juntamente com ele, receberam a coroa de glória. († c. 165)
  • Os santos mártires AmonZenãoPtolomeuIngenes, soldados, e o ancião Teófilo, em Alexandria, no Egito, que, presentes no tribunal, com o rosto, os olhos e os gestos procuravam encorajar um cristão intimidado pelos suplícios a que era submetido e estava prestes a renegar da fé; tendo-se levantado contra eles um clamor de todo o povo, irromperam para o meio do tribunal e afirmaram que eram cristãos; assim, pela sua vitória, triunfou gloriosamente Cristo, que dera aos seus fiéis tão firme constância de ânimo.(† 249)
  • Os santos mártires Isquirião, comandante do exército, e outros cinco soldados, que, também no Egito, deram a vida pela fé em Cristo com diversos gêneros de martírio. († c. 250)
  • São Próculo, mártir, na região da Itália, que pela verdade cristã foi trespassado com grossos cravos de traves. († c. 300)
  • São Fortunato, presbítero, também na região da Itália, que, segundo a tradição, sendo ele mesmo pobre, com assíduo trabalho acudiu às necessidades dos pobres e deu a vida pelos irmãos. († s. IV/V)
  • São Caprásio, eremita, atualmente na França, que juntamente com Santo Honorato se retirou neste lugar e aí deu início à vida monástica. († 430)
  • São Floro, na França, cujo nome foi dado ao mosteiro construído sobre o seu túmulo, bem como à cidade e à sede episcopal. († data inc.)
  • São Ronano, bispo, também na hodierna França, que chegou por mar da Irlanda e nas florestas levou vida eremítica. († s. VII/VIII)
  • São Vistano, mártir, na Inglaterra, que, sendo membro da família real da Mésia, porque se opôs ao matrimónio incestuoso de sua mãe regente, foi morto com a espada do tirano. († 849)
  • São Simeão, na Alemanha, que levou vida eremítica junto a Belém e no Monte Sinai e, depois de longas peregrinações, viveu até a morte recluso na torre da Porta Negra desta cidade. († 1035)
  • Santo Ínhigo, região da Espanha, abade, homem pacífico, cuja morte choraram os próprios Judeus e Mouros. († c.1060)
  • Beato Teobaldo, na região da Itália, que, movido pelo amor da pobreza, deu toda a sua fortuna a uma viúva e por humildade tomou o ofício de carregador, para levar sobre si o fardo dos outros. († 1150)
  • Beato João Pellingotto, da Ordem Terceira de São Francisco, hoje na região da Itália, que, retirando-se numa cela, só de lá saía para ajudar os pobres e os enfermos. († 1304)
  • Beato João Storey, em Londres, mártir, jurista, que permaneceu fidelíssimo ao Romano Pontífice. Depois de passar pelos cárceres e pelo exílio, foi condenado à morte e, sofrendo o suplício da forca no patíbulo de Tyburn, emigrou para a felicidade eterna. († 1571)
  • Beatos mártires Afonso Navarrete, da Ordem dos Pregadores, Fernando de São José de Ayala, da Ordem dos Eremitas de Santo Agostinho, presbíteros, e Leão Tanaka, religioso da Companhia de Jesus, no Japão que, por edito do comandante supremo Hidetada, foram degolados ao mesmo tempo em ódio à fé cristã. († 1617)
  • Beato João Baptista Vernoy de Montjournal, na França, presbítero e mártir, que, durante a Revolução Francesa, por causa da sua condição de sacerdote foi condenado ao cárcere na galera e aí morreu consumido pela enfermidade. († 1794)
  • São José Tuc, no atual Vietnã, mártir, jovem agricultor, que, por ter recusado calcar a cruz, foi várias vezes detido no cárcere e torturado e finalmente degolado. († 1862)
  • Beato João Baptista Scalabríni, na Itália, bispo, que teve uma atividade multiforme nesta Igreja e se distinguiu pela solicitude para com os sacerdotes, os agricultores e os operários, mas prestou especial atenção aos emigrantes nas cidades da América, para os quais fundou as Pias Sociedades do Sagrado Coração. († 1905)
  • Santo Aníbal Maria Di Frância, também na Itália, presbítero, que fundou as Congregações dos Rogacionistas do Coração de Jesus e das Filhas do Zelo Divino, com a finalidade de pedir ao Senhor para que enriquecesse a sua Igreja com santos sacerdotes, e se dedicou com grande zelo aos órfãos, abrindo aos pobres as mãos da misericórdia de Deus. († 1927)

Fontes:

  • Martirológio Romano
  • Livro “Santos de cada dia II” – Maio – Agosto (4ª ed.) – José Leite, S.J. (Org.)
  • Arquisp
  • Vaticannews
  • Franciscanos.org
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Visitação de Nossa Senhora, o encontro de duas promessas

Premissa

Nossa Senhora foi visitada pelo Arcanjo Gabriel com uma mensagem de amor: a proposta de fazer dela a Mãe do nosso Salvador. E ela aceitou. Aceitar Jesus é estar aberto a aceitar, receber e doar-se aos outros.

O Anjo também comunicou a Ela que sua parenta— Isabel — já estava grávida. Aí encontramos o testemunho da Santíssima Virgem, no Evangelho de São Lucas, no capítulo 1, quando, depois de andar cerca de 100 km, ela se encontrou com Isabel.

Doação e transmissão do Verbo

A Virgem Maria foi às pressas visitar sua prima Isabel, revelando-se uma mulher caridosa e doada, que se colocou à disposição de sua prima, que vivia a graça de uma gestação já em idade avançada. Mas mais do que isso, Maria revelou-se mulher missionária que, desde o anúncio do Anjo, empenhou-se com amor e confiança a cumprir aquilo que eram os desígnios de Deus para Ela: transmitir o mistério santificador da Palavra que se encarnou.

Encontro de duas promessas

O encontro de Maria e Isabel é a união de dois anúncios: daquele que viria para preparar os caminhos do Senhor e do próprio Salvador, o Cristo. Era o próprio Jesus, ainda no ventre de sua Mãe, que encontrava o Seu precursor, o profeta João Batista, também no seio de sua mãe, que, ao reconhecê-lo, logo que ouviu a saudação de Maria, “estremeceu”, exultou de alegria, como aconteceu com Davi, que dançou diante da arca pela presença do Senhor (cf. 2Sm 6,12-16).

Magnificat

Nesta festa, também é possível descobrir a raiz da nossa devoção a Maria.

Ela cantou o Magnificat, glorificando a Deus, exprimindo a sua alegria: “Meu espírito se alegra em Deus”. E, em certa altura, Ela reconheceu sua pequenez, e a razão pela qual devemos venerá-la, que passa de século a século; parece um prelúdio da palavra que seria pronunciada trinta anos mais tarde: “Bem-aventurados os pobres, bem-aventurados os puros de coração”. 

“Porque olhou para sua pobre serva, por isso, desde agora, me proclamarão bem-aventurada todas as gerações” (Lucas 1,48).

A fé que opera obras de amor

A Palavra de Deus nos convida a proclamarmos bem-aventurada Aquela que, por aceitar Jesus, também se abriu à necessidade do outro. É impossível dizer que ama a Deus, se não ama o outro. A visitação de Maria a Sua prima nos convoca para essa caridade ativa, para a fé que opera por esse amor de que o outro tanto precisa.

Quem será que precisa de nós?

A minha oração

“Virgem Maria, hoje, quero pedir a Senhora, minha Mãe, que me dê um coração sensível à dor e ao sofrimento dos meus irmãos, que a Senhora me ensine a sair do meu próprio comodismo e ir em direção aos que necessitam ser encontrados pelo amor e pela misericórdia de Cristo. Peço ainda, Mãe, que a Senhora me dê a graça de ser uma ardente missionária, qualquer que seja o meu campo de missão, que eu saiba levar a Palavra de Deus e que, acima de tudo, eu me esforce para cumprir as promessas de Deus na minha vida. Amém!”

Virgem Maria, Mãe da visitação, rogai por nós!

Outros santos e santas celebrados em 31 de maio:

  • Em Roma, no cemitério de Domitila, junto à Via Ardeatina, Santa Petronila, virgem e mártir. († data inc.)
  • Em Comana, no Ponto, hoje Gumenek, na Turquia, Santo Hérmias, soldado, mártir. († s. III)
  • Em Aquileia, hoje no Friúli Venézia, região da Itália, os santos CâncioCanciano e Cancianila, mártires, que, presos pelo perseguidor quando saíam da cidade num carro, foram finalmente levados ao suplício. († s. IV)
  • Em Toulouse, na Gália Narbonense, atualmente na França, São Sílvio, bispo, que empreendeu a construção de uma basílica para honrar o túmulo de São Saturnino. († c. 400)
  • Em Forlí, na Emília-Romanha, região da Itália, o Beato Tiago Salomóni, presbítero, que, sendo ainda adolescente, distribuiu os seus bens aos pobres e entrou na Ordem dos Pregadores, onde resplandeceu durante quarenta e cinco anos, dotado de insignes dons carismáticos, amigo dos pobres e homem de paz. († 1314)
  • Em Camerino, no Piceno, hoje nas Marcas, região da Itália, Santa Baptista de Varano (Camila Baptista de Varano), abadessa do mosteiro das Clarissas fundado por seu pai, onde experimentou grandes tribulações e consolações místicas. († 1524)
  • Em York, na Inglaterra, os beatos mártires Roberto Thorpe, presbítero, e Tomás Watkinson, que, no reinado de Isabel I, foram condenados à morte: o primeiro, porque era sacerdote e o segundo, pai de família já ancião, porque muitas vezes prestou auxílio aos sacerdotes; ambos receberam ao mesmo tempo no patíbulo a coroa do martírio. († 1591)
  • Em Paris, na França, o Beato Nicolau Barré, presbítero, que foi docente de teologia e célebre diretor de almas no espírito do Evangelho e instituiu por todas as partes da França as Escolas Cristãs e da Caridade, bem como as Irmãs Mestras do Menino Jesus, destinadas à instrução gratuita da juventude mais carenciada. († 1686)
  • Em Nicósia, na Sicília, região da Itália, São Félix (Tiago Amoroso), religioso, que, depois de ter sido recusado durante dez anos, ingressou finalmente na Ordem dos Menores Capuchinhos, onde exerceu os mais humildes ofícios com grande simplicidade e inocência de coração. († 1787)
  • Em Bellegra, localidade próxima de Roma, o Beato Mariano de Roccacasale (Domingos) Di Nicolantónio, religioso da Ordem dos Frades Menores, que, exercendo o ofício de porteiro, abriu as portas do convento aos pobres e aos peregrinos, a quem socorreu de todos os modos com imensa caridade. († 1866)
  • Em Mityana, localidade do Uganda, São Noé Mawaggali, mártir, que, sendo fâmulo do rei, quando irrompeu a perseguição recusou destemidamente empreender a fuga e espontaneamente apresentou o peito às lanças dos soldados, que, depois de o terem trespassado, o penduraram numa árvore, até chegar à morte por Cristo.

Fontes:

  • Martirológio Romano
  • Livro “Santos de cada dia II” – Maio – Agosto (4ª ed.) – José Leite, S.J. (Org.)
  • Padrepauloricardo
  • Vaticannews
  • Canção Nova

Santa Joana d’Arc: camponesa, guerreira e santa

Resumo

Jovem camponesa que foi à frente de um pequeno exército para salvar a sua pátria; foi morta queimada viva e balbuciando os nomes de Jesus e Maria.

Origens

Joana d’Arc, filha de camponeses, nasceu num vilarejo na França no ano de 1412. Não foi ensinada a ler nem a escrever, mas, desde pequena, foi alimentada com amor ao catolicismo e os seus ensinamentos pela sua mãe, considerada uma mulher muito piedosa.

Vozes misteriosas

Tinha 13 anos quando começou a ter experiências místicas. E, ao rezar na igreja de seu povoado, começou a ouvir misteriosas “vozes”. Ouvia as “vozes” do Arcanjo São Miguel, de Santa Catarina de Alexandria e de Santa Margarida de Antioquia. Essas vozes a convidavam a libertar a França, que, na época, estava em grande parte dominada pelos ingleses.

Triunfos militares

Ao falar com aquele que seria o futuro rei: Carlos VII, ela mostrou conhecer coisas que jamais poderiam ter-lhe sido reveladas se não fosse o próprio céu a fazê-lo.

No ano de 1429, Joana partiu para uma expedição com o propósito de salvar a cidade de Orleans, carregando uma bandeira com os nomes de Jesus e de Maria, além de uma imagem do Pai Eterno. Em maio de 1429, ela expulsou os ingleses de Orleans. Após as lutas, a cidade foi recuperada; e Joana cumpriu o que lhe foi confiado, seguindo uma carreira cheia de triunfos militares.

Presença no exército

Alguns soldados e oficiais testemunharam a modéstia de Joana D’arc e como ela influenciou no modo como se comportavam, inclusive um de seus feitos no exército foi a expulsão de prostitutas do acampamento. Ela ainda implementou a participação na Santa Missa e a os sacramentos pelos soldados.

Prisão e morte

Anos mais tarde, ela foi aprisionada pelos ingleses. Esses a fecharam numa jaula de ferro, na cidade de Ruão. Julgada por uma centena de prelados e teólogos que a consideraram mentirosa, exploradora do povo, blasfemadora de Deus, idólatra, invocadora de diabos e herege, eles decidiram queimá-la viva.

Presa em um poste, ela apertava uma cruz sobre o coração, invocando o nome de Jesus Cristo e as suas “vozes”. O poste caiu nas chamas, mas, mesmo assim, a ouviram gritar seis vezes “Jesus”. Os ingleses lançaram as cinzas dela no rio Sena.

Sem derramar uma só gota de sangue, Santa Joana manteve-se sempre em oração. Com um exército de cinco mil soldados, até então sempre abatidos, a santa estabeleceu uma série de vitórias.

Beatificação e canonização

O seu processo de incriminação foi revisado e, em 1909, foi beatificada por São Pio X; no ano de 1920, foi canonizada pelo Papa Bento XV.

A minha oração

“Senhor Deus, peço a Ti que afine os meus ouvidos para também ouvir as inspirações interiores que o Senhor mesmo suscita em mim; e Te peço também a força para cumprir com cada um dos Teus desígnios, a exemplo e pela intercessão de Santa Joana D’arc. E que, em cada luta, eu possa ter gravados em meu coração os nomes de Jesus e Maria. Assim seja!”

Santa Joana d’Arc, rogai por nós!

Outros santos e santas celebrados em 30 de maio:

  • São Gavino, mártir, na Sardenha, região da Itália. († c. s. IV)
  • Os santos Basílio e Emélia ou Emília, que foram os pais dos santos bispos Basílio Magno, Gregório de Nissa e Pedro de Sebaste e de Santa Macrina, virgem. Estes santos esposos, foram desterrados e habitaram nas solidões do Ponto e, terminada a perseguição, morreram em paz, deixando aos filhos a herança das suas virtudes. († 349 e 372)
  • Santo Anastásio, bispo, na Lombardia, região da Itália. († c. 680)
  • Santa Dimpna, virgem e mártir, em Ghéel, atualmente na Bélgica. († s. VII/IX)
  • Santo Huberto, bispo de Tongres e de Maastricht, discípulo e sucessor de São Lamberto, em Tervueren, hoje na Bélgica. († 727)
  • São Fernando III, rei de Castela e de Leão, em Sevilha, na Espanha. († 1252)
  • São Lucas Kirby, presbítero e mártir, em Londres, na Inglaterra, que, depois de muitos tormentos, foi suspenso na tríplice forca de Tyburn. Com ele padeceram no mesmo patíbulo os beatos presbíteros e mártires Guilherme FilbyLourenço Johnson, bem como Tomás Cottam, da Companhia de Jesus. († 1582)
  • Beatos Guilherme Scott, da Ordem de São Bento, e Ricardo Newport, presbíteros e mártires, também em Londres, que, por causa do sacerdócio, o primeiro morreu estrangulado com uma corda, e o segundo esquartejado à espada enquanto estava ainda vivo. († 1612)
  • São Matias Kalemba, chamado «Molumba» ou «Forte», mártir, em Kampala, no Uganda. († 1886)
  • Em Savona, na Itália, São José Marello, bispo, que fundou a Congregação dos Oblatos de São José, dedicada à formação moral e cristã da juventude. († 1895)
  • Beata María Celina da Apresentação da Santíssima Virgem Maria, virgem da Ordem de Santa Clara, em Bordéus, na França. († 1897)
  • Beata Marta Maria Wiecka, virgem da Companhia das Filhas da Caridade de São Vicente de Paulo, em Snyatin, na Ucrânia. († 1904)
  • Beato Otão Neururer, presbítero e mártir, no campo de concentração de Buchenwald, na Turíngia, região da Alemanha, que, por ter convencido uma jovem católica a não simular o matrimónio com um homem já casado e membro das forças de segurança do nefasto regime hostil a Deus e aos homens, foi metido no cárcere, onde, apesar de todo o gênero de tribulações, prosseguia clandestinamente o seu ministério, até que, pendurado de uma viga com os pés para cima e a cabeça para baixo, consumou o seu martírio. († 1940)

Santa Úrsula Ledóchowska, virgem e fundadora

Resumo

Virgem que trabalhou com todas as suas forças em favor dos africanos oprimidos pela escravidão e fundou a Congregação de São Pedro Claver e a Ordem das Irmãs Ursulinas do Sagrado Coração de Jesus em Agonia.

Família nobre

Julia Maria Urszula Ledóchowska nasceu em Loosdorf, Áustria, em 17 de abril de 1865, a segunda de sete filhos, de uma família nobre de origem polonesa. Ela nasceu em uma família, que por parte da mãe (de nacionalidade suíça descendente de uma linhagem cavalheiresca dos Salis) e por parte do pai (descendente de uma antiga família polonesa) deu numerosos estadistas, soldados, eclesiásticos e consagrados, comprometidos com a história da Europa e da Igreja. Cresceu num ambiente familiar cheio de amor, sábio e exigente, entre numerosos irmãos e irmãs. Os três primeiros irmãos escolhem o caminho da consagração.

Experiência vocacional

Chamam a atenção o seu amor ao Senhor, o seu talento educativo e a sua sensibilidade para com as necessidades dos jovens nas mudanças sociais, políticas e morais destes tempos. Quando as mulheres adquirem o direito de estudar na universidade, elas conseguem organizar a primeira pensão para estudantes na Polônia, onde podem encontrar não apenas um lugar seguro para viver e estudar, mas também uma sólida formação religiosa. Aos 24 anos, sendo noviça no convento das Ursulinas em Cracóvia, dizia: “Só sabia amar! Queime, me consuma no amor” – assim escreve Giulia Ledóchowska. No dia de sua profissão, leva o nome de Maria Úrsula de Jesus, e as palavras aqui relatadas tornam-se as diretrizes para toda a sua vida. Viveu no convento de Cracóvia por 21 anos. 

Ambiente hostil

A mesma sensibilidade a impele a trabalhar no coração da Rússia em ambiente hostil, com a bênção do Papa Pio X. Quando, com outra freira, vestida à paisana (a vida religiosa era proibida na Rússia), partem para Petersburgo. Lá, a Madre e a crescente comunidade de freiras (logo erigida como casa autônoma das Ursulinas) vivem escondidas e, mesmo que continuamente monitoradas pela polícia secreta, realizam um intenso trabalho educativo e de formação religiosa, também voltado para aproximação nas relações entre polacos e russos. Quando a guerra de 1914 estourou, Maria teve de deixar a Rússia. Ela parte para Estocolmo. Durante o período da peregrinação escandinava (Suécia, Dinamarca, Noruega), a sua atividade centra-se, além do trabalho educativo, no empenho na vida da Igreja local, no trabalho em favor das vítimas da guerra e no empenho ecumênico. 

Fundação

A casa de suas irmãs torna-se um apoio para pessoas de diferentes orientações políticas e religiosas. O seu amor ardente pela pátria anda de mãos dadas com a abertura à diversidade, aos outros. Questionada uma vez sobre qual é a orientação de sua política, respondeu sem demora: “minha política é o amor”. Em 1920, Maria Úrsula com as freiras e um grande grupo de órfãos de famílias emigrantes voltaram para a Polônia. A Sé Apostólica transforma seu convento autônomo das Ursulinas na congregação das Ursulinas do Sagrado Coração de Jesus Agonizante.

A espiritualidade

A espiritualidade da Congregação se concentra na contemplação do amor salvífico de Cristo e na participação em sua missão por meio do trabalho educativo e do serviço ao próximo, especialmente àqueles que sofrem, sozinhos, marginalizados, em busca do sentido da vida. Ela educa as irmãs a amar a Deus sobre todas as coisas; e, em Deus, cada pessoa humana e toda a criação. Considera o sorriso, a serenidade de alma, a humildade e a capacidade de viver o cinzento da vida cotidiana como caminho privilegiado de santidade como testemunho particularmente credível do vínculo pessoal com Cristo e instrumento eficaz da influência evangelizadora e educativa. E ela mesma é um exemplo transparente de tal vida. A Congregação se desenvolve rapidamente. As comunidades das monjas Ursulinas nascem na Polônia e nas fronteiras orientais do país, pobres, multinacionais e multiconfessionais. 

Expansão

Em 1928, nasceu a casa geral em Roma e uma pensão para as meninas menos abastadas, para que pudessem conhecer a riqueza espiritual e religiosa do coração da Igreja e da civilização europeia. As irmãs também começam a trabalhar entre os pobres nos subúrbios de Roma. Em 1930, as irmãs, acompanhando as meninas que partiam em busca de trabalho, se estabeleceram na França. Em todos os lugares onde é possível, Maria úrsula funda centros de trabalho educativo e docente, envia as irmãs à catequese e ao trabalho em bairros pobres, organiza edições para crianças e jovens e ela mesma escreve livros e artigos. Procura iniciar e apoiar organizações eclesiásticas para crianças (Movimento Eucarístico), jovens e mulheres. Participa ativamente da vida da Igreja e do país, recebendo altas condecorações e condecorações estatais e eclesiásticas.

Fim da vida

Quando a sua vida laboriosa e difícil chegou ao fim em Roma, em 29 de maio de 1939, as pessoas diziam que uma santa havia morridoO Santo Padre João Paulo II beatificou Maria Úrsula, em 20 de junho de 1983, em Poznań. 

A minha oração

“Que a vossa coragem pastoral nos inspire a buscar os mais necessitados da graça de Deus, os mais excluídos e, com muito ardor para com eles, possamos ser mais santos e divulgadores do verdadeiro amor de Deus.”

Santa Úrsula, rogai por nós!

Outros santos e beatos celebrados em  de maio:

  • São Paulo VI, papa, que neste dia foi ordenado presbítero, depois foi nomeado arcebispo de Milão e finalmente eleito para a Sé Romana. († 1978)
  • Em Antioquia, na Síria, hoje Antakya, na Turquia, Santo Hesíquio, guarda palaciano, mártir. († c. 303)
  • Em Tréveris, na Gália, Bélgica, atualmente na Alemanha, São Maximino, bispo. († c. 346)
  • Em Val di Non, actualmente no Trentino Alto Ádige, região da Itália, os santos mártires Sisínio, diácono, Martírio, leitor, e Alexandre, ostiário, naturais da Capadócia. († 397)
  • Em Ravena, na Flamínia, hoje na Emília-Romanha, também região da Itália, Santo Exuperâncio, bispo. († 430/476-477)
  • Em Milão, na Ligúria, hoje na Lombardia, também região da Itália, São Senador, bispo. († c. 480)
  • Em Mâcon, na Borgonha, na atual França, São Gerardo, que foi monge, depois eleito bispo e finalmente levou vida eremítica na floresta. († c. 940)
  • Em Pisa, na Etrúria, hoje na Toscana, região da Itália, Santa Bona, virgem. († 1207)
  • Em Avignonet, perto de Toulouse, na França, os beatos Guilherme Arnaud e dez companheiros mártires. († 1242)
  • Em Pisa, na Etrúria, hoje na Toscana, região da Itália, a Beata Geraldina, viúva. († c. 1269)
  • Em York, na Inglaterra, o Beato Ricardo Thirkeld, presbítero e mártir. († 1583)
  • Em Roma, localidade do Lesoto, na África Austral, o Beato José Gerard, presbítero dos Oblatos de Maria Imaculada. († 1914)

Fontes:

  • vatican.va e vaticannews.va
  • Martirológio Romano – liturgia.pt
  • Liturgia das Horas
  • Livro “Relação dos Santos e Beatos da Igreja” – Prof Felipe Aqui [Cléofas 2007]