Solenidade de Todos os Santos de Deus

Origens 

A Solenidade de Todos os Santos de Deus é chamada por alguns de “Páscoa de outono”, é celebrada pela Igreja, que, mais uma vez, não olha para si mesma, mas olha para o céu e lhe aspira. De fato, a santidade é um caminho para o qual todos somos chamados a trilhar sob o exemplo desses nossos “irmãos mais velhos”, que nos são propostos como modelos, porque aceitaram ser encontrados por Jesus, rumo ao qual se encaminharam com confiança, com seus desejos, fraquezas e sofrimentos. “Todos os fiéis cristãos, de qualquer estado ou ordem, são chamados à plenitude da vida cristã e à perfeição da caridade. Todos são chamados à santidade: ‘Deveis ser perfeitos como o vosso Pai celeste é perfeito’ “(Mt 5,48) (CIC 2013).

Raízes Antigas

A solenidade tem raízes antigas: no século IV começou a celebração dos mártires, comuns para as diferentes Igrejas. Os primeiros sinais desta celebração foram encontrados em Antioquia, no domingo após o dia de Pentecostes, sobre a qual já falava São João Crisóstomo. 

Difusão da Festa

Entre os séculos VIII e IX, esta festa começou a difundir-se também na Europa, e, em Roma, de modo particular, no século IX. Ali, o Papa Gregório III (731-741) quis que esta festa fosse comemorada no dia 1º de novembro. A data foi escolhida porque coincidia com a consagração de uma Capela, na Basílica de São Pedro, dedicada às relíquias “dos santos Apóstolos, dos Santos mártires e confessores e de todos os Justos, que chegaram à perfeição e descansam em paz no mundo inteiro”. Na época de Carlos Magno, esta festa já era muito conhecida como ocasião para a Igreja, que vagueia e sofre na Terra, mas que olha para o céu, onde estão seus irmãos mais gloriosos.

É a festa da esperança, que nos recorda o objetivo da nossa vida

Memória Litúrgica

A memória litúrgica dedica um dia especial a todos aqueles que se uniram com Cristo em sua glória. Eles não nos são indicados apenas como arquétipos, mas invocados também como protetores das nossas ações. Todos os Santos são os filhos de Deus que atingiram a meta da salvação. Eles vivem, na eternidade, aquela condição de bem-aventurança expressa por Jesus no discurso da Montanha, narrado no Evangelho de Mateus (5,1-12).

Companheiros na Imitação de Cristo

Os Santos são aqueles que nos acompanham no nosso percurso de imitação de Jesus. Eles nos levam a ser pedra angular na construção do Reino de Deus. Neste dia, a Mãe Igreja faz este apelo a todos nós, seus filhos: “O apelo à plenitude da vida cristã e à perfeição da caridade se dirige a todos os fiéis cristãos.” “A perfeição cristã só tem um limite: ser ilimitada” (CIC 2028).

Um Interesse Humano

Sendo assim, nós passamos a compreender o início do sermão do Abade São Bernardo: “Para que louvar os santos, para que glorificá-los? Para que, enfim, esta solenidade? Que lhes importam as honras terrenas? A eles que, segundo a promessa do Filho, o Pai celeste glorifica? Os santos não precisam de nossas homenagens. Não há dúvida alguma, se veneramos os santos, o interesse é nosso, não deles”. 

Convite para olhar para o Alto

A Igreja nos convida a contemplarmos os nossos “heróis” da fé, esperança e caridade. É um convite a olharmos para o Alto, pois, neste mundo escurecido pelo pecado, eles brilham no Céu com a luz do triunfo e esperança daqueles que viveram e morreram em Cristo, por Cristo e com Cristo, formando uma “constelação”, como São João havia dito: “Era uma imensa multidão, que ninguém podia contar, de todas as nações, tribos, povos e línguas” (Ap 7,9).

Somos chamados a imitar o exemplo de Santidade

Santo Afonso Rodrigues, padroeiro de Palma de Maiorca

Origens 

Natural de Segóvia, na Espanha, veio à luz aos 25 de julho de 1532. Pertencente a uma família cristã, teve de interromper seus estudos no primário, pois, com a morte do pai, assumiu os compromissos com o comércio. Casou-se com Maria Soares, que amou tanto quanto os dois filhos, mas infelizmente, todos, com o tempo, faleceram.

A Crise Espiritual 

Ao entrar em crise espiritual, Afonso entrega-se à oração, à penitência e, dirigido por um sacerdote, descobriu o seu chamado a ser Irmão religioso; e, assim, assumiu grandes dificuldades como a limitação dos estudos. 

Entrou para a Companhia de Jesus

No ano de 1571, aos 38 anos, iniciou seu noviciado. Vencendo tudo em Deus, Afonso foi recebido na Companhia de Jesus como Irmão. Sua vida foi uma esplêndida realização da vocação. Depois do noviciado, foi enviado para o Colégio de formação Monte de Sião em Palma de Maiorca. No colégio, desempenhou os ofícios de porteiro; e a todos prestava vários serviços e, dentre as virtudes heroicas que conquistou na graça e querendo ser firme na fé, a obediência foi a sua prova de verdadeira humildade.

Santo Afonso Rodrigues: Homem Simples 

Vontade de Deus 

Santo Afonso Rodrigues sabia ser simples, pois aceitava, com amor, toda ordem e desejo dos superiores, como expressão da vontade de Deus. Tinha como regra “Agradar somente a Deus, cumprir sempre e em toda parte a Vontade Divina”. Esse santo encantador, com sua espiritualidade, ajudou a muitos, principalmente São Pedro Claver, um de seus filhos espirituais mais notáveis, quanto ao futuro apostolado na Colômbia.

Alma que suplicava Deus 

Sua alma era sedenta de Deus: “A oração que tem é uma súplica a Deus e a Nossa Senhora de quatro amores: o amor de Deus; o amor de Jesus Cristo; o amor a Santíssima Virgem e o amor de uns para com os outros”. Em sua íntima relação com Deus, Maria sempre esteve presente. 

Páscoa

Passou o resto da sua vida como porteiro em um convento da Ilha de Maiorca, onde foi exemplo de humildade, obediência, constância e santidade. Místico de muitos carismas, Santo Afonso Rodrigues sofreu muito antes de morrer em 31 de outubro de 1617. Foi canonizado em 15 de janeiro de 1888, por Leão XIII. Ele é o santo padroeiro dos goleiros e lanterninhas, e padroeiro de Palma de Maiorca. 

Minha oração

“Santo Afonso, que, por sua obediência, conquistastes o Céu, dai-nos a graça de imitar essa virtude assim como o teu modelo de humildade. Ensina-nos a reconhecer Jesus nos trabalhos mais simples e desprezados. Amém!”

Santo Afonso Rodrigues , rogai por nós!

São Frumêncio

São Frumêncio nasceu em Tiro da Fenícia. Quando menino, juntamente com o irmão Edésio, acompanhava um filósofo de nome Merópio numa viagem em direção às Índias. A embarcação, cruzando o Mar Vermelho, foi assaltada e só foram poupados da morte os dois jovens, Frumêncio e Edésio, que foram levados escravos para Axum (Etiópia) a serviço da Corte. Edésio foi nomeado copeiro e Frumêncio administrador dos bens do reino.

Deste mal humano, Deus tirou um bem, pois ao terem ganhado o coração do rei Ezana com a inteligência e espírito de serviço, fizeram de tudo para ganhar o coração da África para o Senhor. Os irmãos de ótima educação cristã começaram a proteger os mercadores cristãos de passagem pela região e, com a permissão de construírem uma igrejinha, começaram a evangelizar o povo. Passados quase vinte anos, puderam voltar à pátria e visitar os parentes: Edésio foi para Tiro e Frumêncio caminhou para partilhar com o Patriarca de Alexandria, Santo Atanásio, as maravilhas do Ressuscitado na Etiópia e também sobre a necessidade de sacerdotes e um Bispo. Santo Atanásio, admirado com os relatos, sabiamente revestiu Frumêncio com o Poder Sacerdotal e nomeou-o Bispo sobre toda a Etiópia, isso em 350.

Quando voltou para Axum, Frumêncio foi acolhido com alegria como o “Padre portador da Paz”. Continuou a pregação do Evangelho no Poder do Espírito, a ponto de converter o rei Ezana, a rainha, e um grande número de indígenas, isso pelo sim dos jovens irmãos e pela perseverança de Frumêncio. Quase toda a Etiópia passou a dobrar os joelhos diante do nome que está acima de todo o nome: Jesus Cristo. Grandes realizações fez São Frumêncio naquela região, onde traduziu a Bíblia e a Liturgia alexandrina para a língua local, enriquecendo-a com cantos e ritos populares cristãos.

O bispo, que teve grande veneração na Etiópia, morreu no ano 380. Com grande justiça, São Frumêncio recebeu o título de apóstolo e primeiro bispo da Etiópia, que até os dias de hoje lhe dedica muita gratidão e culto.

São Frumêncio, rogai por nós!

Referência:
O santo de cada dia – Dom Servilio Conti, I.M.C. 

São Simão e São Judas Tadeu, os apóstolos primos de Jesus

Origens 

São Simão e São Judas Tadeu, estes dois Apóstolos, menos conhecidos que os outros, paradoxalmente, são dois parentes mais estreitos de Jesus: eram dois de seus primos. No que se refere a Judas Tadeu, a tradição é bastante precisa; sabe-se pelas Escrituras que seu pai, Alfeu, era irmão de São José; enquanto sua mãe, Maria de Cléofas, era prima da Virgem Maria. Por outro lado, sobre a existência de Simão, a tradição é bastante vaga.

São Simão

Simão, palavra hebraica que significa “zeloso”, tinha o cognome de Cananeu, derivado de Caná, aldeia da Galileia. Praticava a obediência, cumprindo os preceitos e compadecendo-se dos aflitos e necessitados. Trabalhava fervorosamente pela salvação das almas. Nicéforo Calisto diz que Simão pregou na África e na Grã-Bretanha. 

São Judas Tadeu 

Judas, um dos doze, era chamado também Tadeu ou Lebeu, que São Jerônimo interpreta como homem de senso prudente. Seu nome significa “confessor” ou “glorioso”. Judas Tadeu foi quem, na Última Ceia, perguntou ao Senhor: “Senhor, como é possível que tenhas de te manifestar a nós e não ao mundo?” (Jo 14,22).

São Simão e São Judas Tadeu, irmão de Tiago 

Irmãos

Simão Cananeu e Judas Tadeu eram irmãos de Tiago, o Menor, e filhos de Maria de Cléofas, que foi casado com Alfeu. Logo após a ascensão do Senhor, Judas foi enviado por Tomé até Abgar, rei de Edessa. 

Relíquias 

São Fortunato, Bispo de Poitiers, no fim do século VI, indica estarem São Simão e São Judas Tadeu enterrados na Pérsia. Isso vem das histórias apócrifas dos apóstolos; segundo elas, foram martirizados em Suanir, na Pérsia, a mando de sacerdotes pagãos que instigaram as autoridades locais e o povo, tendo sido ambos decapitados. É o que rege o martirológio jeronimita.

Uma outra hipótese 

Outros dizem que Simão foi sepultado perto do Mar Negro; na Caucásia, foi elevada em sua honra uma igreja entre o VI e o VIII séculos. Beda, pelo ano de 735, colocou os dois santos no martirológio a 28 de outubro; assim ainda hoje os celebramos. Na antiga basílica de São Pedro do Vaticano havia uma capela dos dois santos, Simão e Judas, e nela se conservava o Santíssimo Sacramento.

Epístola 

Temos uma epístola de Judas “irmão de Tiago”, que foi classificada como uma das epístolas católicas. Parece ter em vista convertidos e combate seitas corrompidas na doutrina e nos costumes. Começa com estas palavras: “Judas, servo de Jesus Cristo, e irmão de Tiago, aos chamados e amados por Deus Pai, e conservados para Jesus Cristo: misericórdia, paz e amor vos sejam concedidos abundantemente”. Orígenes achava esta epístola “cheia de força e de graça do céu”.

São Judas Tadeu: Patrono dos Aflitos e Padroeiro das Causas Desesperadas

Maiores aflições 

Segundo São Jerônimo, Judas terá pregado em Osroene (região de Edessa), sendo rei Abgar. Terá evangelizado a Mesopotâmia, segundo Nicéforo Calisto. São Paulino de Nola tinha-o como apóstolo da Líbia. Conta-se que Nosso Senhor, em revelações particulares, teria declarado que atenderia os pedidos daqueles que, nas suas maiores aflições, recorrerem a São Judas Tadeu. 

Santa Brígida refere que Jesus lhe disse que recorresse a esse apóstolo, pois ele lhe valeria nas suas necessidades. Tantos e tão extraordinários são os favores que São Judas Tadeu concede aos seus devotos, que se tornou conhecido em todo o mundo com o título de Patrono dos aflitos e Padroeiro das causas desesperadas.

Minha oração

“Vós que conhecestes de perto o Salvador do mundo e dele puderam participar da mesma família, rogai para que nós também encontremos a salvação que necessitamos e nela sejamos somados ao corpo místico de Cristo pelo batismo. Amém.”

São Simão e São Judas Tadeu, rogai por nós!

Outros santos e beatos celebrados em 28 de outubro 

Santo Evaristo, o quinto Papa da Igreja Católica

Origens 

Santo Evaristo, sucessor de São Clemente, segundo Santo Ireneu e Eusébio, foi, pelo ano 100, Papa – ou mais exatamente bispo de Roma (porque, nessa época, ao que parece, o termo Papa aplicava-se a qualquer prelado). Foi somente pelo século VI que o título de Papa começou a ser reservado só para o Pontífice Romano.

Papa da Antioquia 

Segundo o Liber Pontificalis, Santo Evaristo era grego de Antioquia, como o pai judeu, chamado Judas, nascido em Belém. Pela mesma fonte é declarado mártir, do mesmo modo que sete (ou nove) outros pontífices, sem que se veja a razão nestes diferentes.

Pontificado

No exercício de seu Pontificado, aparecem duas lendárias disposições tomadas por ele. A distribuição dos sacerdotes de Roma nos vinte e cinco títulos ou igrejas paroquiais da cidade, que teriam sido instituídas por São Cleto. 

Papa Evaristo: grande organizador da Igreja 

Organização da Igreja
São Pedro já havia estabelecido sete diáconos, Evaristo decidiu que os diáconos estivessem ao lado do bispo enquanto este pregava e proclamava o prefácio da Missa, para testemunhar (em caso de necessidade), a ortodoxia e também para conferir maior solenidade à celebração.

Páscoa

Santo Evaristo morreu em 105. Uma tradição muito antiga afirma que ele teria sido mártir da fé durante a perseguição imposta pelo imperador Trajano, e que depois seu corpo teria sido abandonado perto do túmulo do apóstolo Pedro. Embora a fonte não seja precisa, sua morte foi oficialmente registrada no Livro dos Papas, em Roma.

Relíquias 

Foi enterrado perto do corpo do bem-aventurado Pedro no Vaticano, no  6º das calendas de Novembro (27 de Outubro). Baronio preferiu colocá-lo no martirológio no dia 26.  Evaristo vem do grego euarestos, engraçado, agradável.

Minha oração

“Sucessor dos apóstolos, tu bebeste das fontes do Evangelho, conduzi os cristãos ao verdadeiro entendimento do cristianismo, derrubai as ideologias e más interpretações sobre Jesus e o Reino de Deus. Amém!”

Santo Evaristo, rogai por nós!

Outros santos e beatos celebrados em 26 de outubro 

Santo Antônio de Sant’Anna Galvão, o Frei Galvão

Origens 

Frei Galvão nasceu no dia 10 de maio de 1739, na Vila de Santo Antônio de Guaratinguetá, atual cidade de Guaratinguetá, no Vale do Paraíba. A vila estava na região chamada Capitania de São Paulo, hoje, Estado de São Paulo. 

Frei Galvão era o quarto de dez filhos de uma família muito religiosa, rica e nobre. Seu pai, Antônio Galvão de França, português, era o capitão-mor (prefeito) da vila, comerciante que pertencia à Ordem Terceira Franciscana. A mãe de Antônio Galvão era Isabel Leite de Barros.

Adolescência 

Frei Galvão, aos 13 anos de idade, foi enviado pelos pais ao seminário jesuíta Colégio de Belém, em Cachoeira, na Bahia, para estudar ciências humanas. Ele estudou no seminário de 1752 a 1756, onde progrediu nos estudos, especialmente na construção civil e na prática cristã.

Frei Galvão: o padroeiro dos engenheiros, arquitetos e construtores

Mãe espiritual: Sant’Ana

Em 1755, recebeu a notícia da morte prematura de sua mãe. Esse fato fez com que ele assumisse Sant’Ana (Santana), de quem era devoto, como mãe espiritual. Tanto que seu futuro nome de religioso será “Frei Antônio de Sant’Anna Galvão”. 

Franciscano 

Tornou-se franciscano, no convento de Macacu, em Itaboraí, Rio de Janeiro. Em 11 de julho de 1762, o frei foi ordenado sacerdote e transferido para o Convento de São Francisco na cidade de São Paulo. Lá, ele continuou os estudos de filosofia e teologia. 

Esplendor do convento 

Em 1768, foi nomeado confessor, pregador e porteiro do convento. Era um cargo importante na época. Frei Galvão se destacou nesse cargo de tal forma, que a Câmara Municipal lhe deu o título de o “novo esplendor do Convento”. Em 1770, foi convidado para ser membro da Academia Paulistana de Letras. Isso porque ele compunha peças poéticas em latim, odes, ritmos e epigramas.

O pedido de Jesus 

Entre 1769 e 1770, Frei Galvão recebeu a missão de ser confessor no Recolhimento de Santa Teresa, um tipo de convento que abrigava devotas de Santa Teresa de Ávila em São Paulo. Lá, ele conheceu a Irmã Helena Maria do Espírito Santo, uma freira penitente que dizia receber um pedido de Jesus: a fundação de um novo Recolhimento. Num tempo em que construções de conventos de ordens religiosas e até de igrejas estavam proibidas em todo o império pelo marquês de Pombal, Frei Galvão assumiu as consequências e fundou o novo Recolhimento, chamado Recolhimento Nossa Senhora da Luz. 

A Fundação do Recolhimento Nossa Senhora da Luz

A resistência da fundação

A fundação foi inaugurada em 2 de fevereiro de 1774. A identidade espiritual da nova fundação era baseada na Ordem da Imaculada Conceição. Ele escreveu os estatutos, as regras e deu todo o amparo necessário. Um governador novo havia chegado a São Paulo e quis fechar o recolhimento. Frei Galvão obedeceu, mas as irmãs se recusaram a sair de lá. O governador então começou a agir com violência, enviando tropas e ameaçando destruir tudo. Mas o povo se revoltou e o governador teve que ceder. Assim, Frei Galvão voltou a liderar a construção e o recolhimento. O povo queria o Mosteiro da Luz. A construção demorou 28 anos e deu origem ao Bairro da Luz em São Paulo.

Mestre dos voviços

Ao defender um homem, o frei acabou sendo preso. Mas o povo, as irmãs e o Bispo de São Paulo, Dom Manuel da Ressurreição, recorreram ao superior provincial, escrevendo-lhe que “nenhum dos habitantes desta cidade será capaz de suportar a ausência deste religioso por um único momento”. Depois, em 1781, Frei Galvão foi nomeado mestre de noviços em Macacu e, em 1798, assumiu o cargo de guardião do Convento de São Francisco. Em 1811, Frei Galvão fundou o Convento de Santa Clara em Sorocaba. 

Grande orientador e caridoso, Frei Galvão

Onze meses depois, voltou para o Convento de São Francisco, em São Paulo. Ali, atendia o povo, orientava, aconselhava, rezava pelas pessoas e ensinava as irmãs. Era um homem de muita e intensa oração. Por isso, alguns fenômenos místicos em sua vida foram presenciados por testemunhas. Fenômenos como o dom da cura, dom de ciência, bilocação, levitação foram famosos durante sua vida, sempre em vista do bem de doentes, moribundos e necessitados.

As pílulas

Certa ocasião, Frei Galvão foi à Guaratinguetá para pedir recursos para a construção do Mosteiro da Luz. Terminada sua missão, tinha de regressar por causa de compromissos no convento. Nisso, alguns homens vieram pedir que ele fosse até uma fazenda distante rezar por um amigo deles que estava padecendo com uma pedra no rim há dias. O homem estava quase morrendo. Impossibilitado de ir até lá, Frei Galvão teve uma inspiração: escreveu num pedacinho de papel uma frase do ofício de Nossa Senhora: “Depois do parto, ó Virgem, permaneceste intacta: Mãe de Deus, intercedei por nós”. Frei Galvão embrulhou o papelzinho em forma de pílula e deu aos amigos do doente dizendo que ele tomasse aquilo em clima de oração, rezando o terço de Nossa Senhora.

As pílulas de Frei Galvão: inúmeras graças alcançadas 

Mais tarde, espalhou-se a notícia da cura daquele doente.  Tempos depois, o Frei foi procurado por um homem aflito. Sua esposa estava em trabalho de parto há quase um dia e corria risco de morte. O religioso fez três pílulas e deu ao homem com as mesmas recomendações. O homem levou as pílulas para a esposa, que as tomou e conseguiu dar à luz um filho com saúde. Daí em diante, a fama das pílulas de Frei Galvão se espalhou. O povo começou a procurá-las de tal maneira que ele teve que pedir às irmãs do Recolhimento que produzissem as pílulas. Depois, ele as abençoava e as irmãs distribuíam para o povo. Desde esse tempo, há inúmeros relatos de graças alcançadas através das Pílulas de Frei Galvão.

Páscoa

Frei Galvão faleceu no Mosteiro da Luz, em 23 de dezembro de 1822, poucos meses depois da independência do Brasil. Faleceu na graça de Deus, com fama de santidade. Uma multidão de luto veio se despedir do santo que encantou a cidade de São Paulo. Ele foi sepultado na igreja do Mosteiro da Luz. Até hoje, o seu túmulo é destino de peregrinação de fiéis que vêm pedir e agradecer as graças recebidas pela sua intercessão.

Via de santificação

Em 1998, Frei Galvão foi beatificado pelo Papa João Paulo II, recebendo os títulos de Homem da Paz e da Caridade e de Patrono da Construção Civil no Brasil. De seu processo de beatificação constam 27.800 graças documentadas, além de outras consideradas milagres. Em 2007, foi canonizado por Bento XVI, tornando-se o primeiro santo brasileiro.

Minha oração

“Poderoso santo brasileiro que, através da tua intensa devoção mariana, alcançaste milhares de prodígios, sede o nosso protetor, nosso padroeiro, nosso pai espiritual. Dai a nós o mesmo amor a Maria para que sejamos santos como tu. Amém.”

Frei Galvão, rogai por nós!

Outros santos e beatos celebrados em 25 de outubro 

  • Em Roma, no cemitério de Trasão, junto à Via Salária Nova, os santos Crisanto e Daria, mártires. († c. 253)
  • Em Soissons, na Gália, Bélgica, atualmente na França, os santos Crispim e Crispiniano, mártires. († c. s. III)
  • Em Florença, na Etrúria, atualmente na Toscana, região da Itália, São Miniato, mártir. († c. s. III)
  •  Em Périgueux, na Aquitânia, França, São Frontão, considerado o primeiro anunciador do Evangelho nesta cidade. († c. s. III)
  • Em Constantinopla, hoje Istambul, na Turquia, os santos Martírio, subdiácono, e Marciano, cantor. († c. 351)
  • Em Bréscia, na Venécia, Itália, São Gaudêncio, bispo, que, ordenado por Santo Ambrósio. († c. 410)
  • No território de Javols, na Gália, atualmente na França, Santo Hilário, bispo de Mende. († s. VI)
  • Perto de Segóvia, na Hispânia, São Fruto, que levou vida eremítica entre ásperos rochedos. († c. 715)
  • Em Pécs, na Hungria, Santo Amaro, bispo, que se fez monge e depois foi abade do mosteiro de São Martinho. († 1070)
  • Em Vic, na Catalunha, região da Espanha, São Bernardo Calbó, bispo, que foi monge cisterciense e abade do seu mosteiro. († 1243)
  • Em Borgo Sant’ António, no Piemonte, região da Itália, o falecimento do Beato Tadeu Machar, bispo de Cork e Cloyne, na Irlanda. († 1492)
  • Em Nules, povoação próxima de Tortosa, na Espanha, o Beato Recaredo Centelles Abad, presbítero da Irmandade dos Sacerdotes Operários Diocesanos e mártir. († 1936)
  • Em Alcira, na Espanha, as beatas Maria Teresa Ferragud Roig e suas filhas Maria de Jesus Maria VerónicaMaria Felicidade Masiá Ferragud, virgens da Ordem das Clarissas Capuchinhas, e Josefa da Purificação, virgem da Ordem das Agostinhas Descalças, todas elas mártires.(† 1936)

São João Paulo II, o terceiro maior Pontificado da História da Igreja

Origens 

Karol Józef Wojtyła nasceu em 18 de maio de 1920, em Wadowice. Era o mais novo de três irmãos (sua irmã, Olga, morreu antes de seu nascimento). Filho do oficial do exército polonês, Karol, e de Emilia Kaczorowska, teve uma gestação de risco. Os médicos até chegaram a aconselhar a mãe que interrompesse a gravidez, dado ao risco de vida que corria. Porém, num gesto profético, Emilia opta pela gestação daquele que, anos à frente, seria um grande defensor da família e da vida.

O falecimento de seus familiares 

Com a saúde debilitada, Emília morreu nove anos após o nascimento de Lolek, apelido carinhoso de Karol dado por sua mãe. Três anos depois, a morte voltaria a visitar sua vida: seu irmão mais velho, Edmund, que era médico e tratou de doentes vítimas de uma epidemia de escarlatina, acabando por contrair a infecção que lhe seria fatal. Karol o lembrava como “mártir do dever”.

O Exemplo de seu Pai 

Aos 21 anos, Karol ainda perderia o último membro da família: seu pai. Foi com ele que aprendeu o amor a Virgem Maria, a honestidade, a bravura, o patriotismo. “A dor dele se transformava em oração. O simples fato de vê-lo se ajoelhar teve uma influência decisiva nos meus anos jovens. Não falávamos de vocação ao sacerdócio, mas o exemplo dele foi para mim, de qualquer modo, o primeiro seminário, um tipo de seminário doméstico”, confessou mais tarde o já Papa João Paulo II.

Da não vocação ao terceiro maior pontificado da história 

Ocupação Nazista na Polônia

Mesmo com todas as perdas, o amor recebido na família movia o coração do jovem Karol a Deus e alimentava a força para enfrentar outras dores e sofrimentos, como a ocupação nazista na Polônia. Para driblar o regime opressor, o Papa, que queria ser ator, chegou a trabalhar em uma pedreira e uma indústria química para evitar a deportação para Alemanha. 

Assistiu aos horrores da Guerra

Mesmo sem ser deportado, assistiu de perto aos horrores da guerra, as profundas marcas deixadas em sua amada Polônia; e conheceu várias histórias de sofrimento, como a de uma jovem de 13 anos, que salvou da fome após sair de um campo de concentração, e a de outra jovem, vítima de experimentos científicos nazistas. A dor da nação o ensinou a amar seu país e a enxergar que o caminho da paz sempre será o mais acertado a ser seguido. As experiências com as pessoas ensinou que “quem salva uma vida, salva o mundo inteiro”.

Caminho ao Sacerdócio

Foi também durante a ocupação nazista que Karol já caminhava em direção ao sacerdócio. Clandestinamente, em 1942, entrou para o seminário, tendo aulas secretas na residência do arcebispo de Cracóvia. Quatro anos mais tarde, em  1 de novembro de 1946, Karol Wojtyla foi ordenado padre pelo cardeal Adam Sapieha. Durante doze anos, alternou sua vida presbiteral entre estudos, licenciatura de teologia e ética social, além dos trabalhos próprios do exercício do ministério sacerdotal, como vigário de algumas paróquias de Cracóvia. Doze anos após a ordenação presbiteral, Wojtyla se tornou bispo de Ombi e bispo auxiliar da Cracóvia. Em 1964, tornou-se Arcebispo da Cracóvia. Em 1967, tornou-se cardeal, por indicação de Paulo VI.

João Paulo II: Eleito Papa em 1978

Eleito Papa 

Wojtyla foi eleito Papa em 16 de outubro de 1978, no conclave que sucedeu a morte do Papa João Paulo I. Era a primeira vez, em cerca de 450, que era eleito um Papa não italiano. Escolheu o nome João Paulo II e implantou em seu papado os valores que tinha aprendido ao longo da vida no anúncio do Evangelho de Cristo. 

Mediador da Paz

Manteve discurso conciliador e pacificador, mediando a paz em várias situações de conflito, porém, sem se esquivar da luta contra a influência comunista na Polônia sem uso de nenhuma arma, senão o Evangelho e o amor. Defendeu ferrenhamente os valores da família – que chamou de santuário da vida –, e a inviolável dignidade de todo ser humano dentro do projeto de amor de Deus por cada um – de onde brota aquilo que ficou conhecido como a Teologia do Corpo. 

O grande lema “Totus Tuus”

Lema

Com o lema “Totus tuus”, “todo teu, Maria”, declarou seu amor e total devoção a Virgem Maria, particularmente a Nossa Senhora de Częstochowa, padroeira da Polônia. E foi a Virgem Maria que o Papa atribuiu a sobrevivência ao atentado que sofreu em 13 de maio de 1981. 

Feitos do Sumo Pontífice 

João Paulo II criou as Jornadas Mundiais da Juventude, escreveu 14 encíclicas, organizou 15 assembleias do Sínodo dos Bispos, nomeou 231 cardeais, beatificou 1338 pessoas e canonizou 482 santos. Mas foi além das palavras e demonstrou sua santidade, mesmo nos momentos de dor. 

João Paulo II: Santo Súbito

Páscoa

Nos últimos anos de vida, lutou bravamente contra o Parkinson. Entrou para eternidade no dia 2 de abril de 2005. Seu funeral reuniu milhões de fiéis em Roma e mais de 200 representantes de governos. No seu funeral, era declarado pelas multidões “Santo Súbito!” (santo imediatamente). Lido e explicado à luz do amor, seu legado permanece vivo e firme; e seu convite feito na homilia do início do seu pontificado continua a ecoar: “Não tenhais medo! Abri, melhor, escancarai as portas a Cristo!”.

Legado 

Vinte e seis anos. O terceiro maior Pontificado da História da Igreja. Duas décadas e meia que revolucionaram a sociedade contemporânea no campo político, social e humanitário. De fato, São João Paulo II desenvolveu na prática a expressão de um dos Paulo VI: civilização do amor. Sua atuação no combate ao comunismo, na defesa da família, do estímulo ao diálogo inter-religioso e na promoção da paz o levou a ser conhecido carinhosamente como “peregrino do amor”, em alusão às suas constantes visitas papais: foram 129 países em que o papa polonês repetia o gesto que se tornou símbolo da sua presença: beijar o chão de cada novo lugar que visitava logo depois de descer do avião. 

Minha oração

“Nosso santo Papa da Juventude, suscitai novos pastores de jovens e dai a eles o mesmo amor que tiveste. Conduzi teus filhos queridos para que encontrem e realizem sua própria vocação em cada estado de vida. Amém!”

São João Paulo II, rogai por nós!

Santa Úrsula e as onze companheiras mártires

Origens 

Santa Úrsula nasceu no ano 362. Filha dos reis da Cornúbia, na Inglaterra, a fama de sua beleza se espalhou, e ela passou a ser desejada por vários pretendentes (embora Úrsula tenha feito um voto secreto de consagração total a Deus). Seu pai acabou aceitando a proposta de casamento feita pelo duque Conanus, um general de exército pagão, seu aliado.

A Preparação para o Casamento

Santa Úrsula foi educada nos princípios cristãos. Por isso, ficou muito triste ao saber que seu pretendente era pagão. Quis recusar a proposta, mas, conforme costume da época, deveria acatar a decisão de seu pai. Pediu, então, um período de três anos para se preparar. Ela esperava converter o general Conanus durante esse tempo ou então encontrar um meio de evitar o casamento, mas não conseguiu nem uma coisa nem outra.

A Partida 

Conforme o combinado, ela partiu para as núpcias, viajando de navio, acompanhada de onze jovens, virgens como ela, que iriam se casar com onze soldados do duque Conanus. Há lendas e tradições que falam em onze mil virgens, em vez de onze apenas. Mas outros escritos da época e pesquisas arqueológicas revelaram que foram mesmo onze meninas.

Santa Úrsula: esposa de todos os Reis da Terra, Jesus Cristo 

Páscoa

Foram navegando pelo rio Reno e chegaram à Colônia, na Alemanha. A cidade havia sido tomada pelo exército de Átila, rei dos hunos. Eles mataram toda a comitiva, sobrando apenas Úrsula, cuja beleza deixou encantado o próprio Átila. Ele tentou seduzi-la e propôs-lhe casamento. Ela recusou, dizendo que já era esposa do mais poderoso de todos os reis da Terra, Jesus Cristo. Átila, enfurecido, degolou pessoalmente a jovem no dia 21 de outubro de 383. Em Colônia, uma Igreja guarda o túmulo de Santa Úrsula e suas companheiras.

Companhia de Santa Úrsula

Durante a Idade Média, a italiana Ângela de Mérici fundou a Companhia de Santa Úrsula com o objetivo de dar formação cristã às meninas. Seu projeto foi que essas futuras mamães seriam multiplicadoras do Evangelho, catequizando seus próprios filhos. Foi um avanço, tendo em vista que, nesta época, a preocupação com a educação era voltada apenas para os homens. Segundo a fundadora, o nome da ordem surgiu de uma visão que ela teve.

Atualmente, as Irmãs Ursulinas, como são chamadas as filhas de Santa Ângela, estão presentes nos cinco continentes, mantendo acesas as memórias de Santa Ângela e Santa Úrsula.

Minha oração

“As santas mártires — que deram o testemunho de Cristo com seu próprio sangue, além de viverem dedicadas à educação cristã —, intercedei pelas religiosas que propagam o carisma e sede um auxílio materno a todos que recorrem a ti. Por Cristo, nosso Senhor. Amém.”

Santa Úrsula, rogai por nós!

Santa Maria Bertilla Boscardin, enfermeira na Primeira Guerra Mundial

Origens 

Santa Maria Bertilla Boscardin, batizada com o nome de Ana Francisca, nasceu em 6 de outubro de 1888, em Brendola, Itália, numa família de origem humilde e camponesa. Era a mais velha de três filhos.

Infância

Desde menina, gostava muito de rezar e tinha um grande amor por Nossa Senhora. Sempre que podia, rezava diante de um quadro de Nossa Senhora, que ficava pendurado na parede da cozinha de sua casa. Sendo tão piedosa, conseguiu fazer Primeira Comunhão aos nove anos de idade.

Entrada no Convento

Aos dezessete anos de idade, resolveu seguir sua própria vocação religiosa, ingressando no Convento Irmãs Mestras de Santa Dorotéia Filhas dos Sagrados Corações, adotando o nome de Maria Bertilla. Fora-lhe entregue trabalhos relacionados à lavanderia e o cuidado com o forno.

Santa Maria Bertilla Boscardin: serva de todos 

Enfermeira 

Recebeu o diploma de enfermeira para ser útil no tratamento dos doentes. Em seu diário, ela escreveu: “Quero ser serva de todos, quero trabalhar, sofrer e deixar toda satisfação aos outros”. Em seu segundo ano de noviciado, foi enviada para o hospital em Treviso (Itália), onde exerceu a função de enfermeira. Foi colocada na ala infantil, cuidando de crianças vítimas da guerra.
A Primeira Guerra Mundial fez com que Maria Bertilla se dedicasse aos cuidados com os soldados feridos. Mas precisou sair de Treviso, que se encontrava na frente das operações militares.

Páscoa

Em 1910, foi diagnosticada com um câncer; sua saúde estava debilitada e precisou passar por uma cirurgia, retirando-se um tempo para se recuperar. Voltando novamente para o hospital em Treviso, ficou mais uma vez doente, precisando realizar outra cirurgia, mas não resistiu ao tempo de sua recuperação. Morreu no dia 20 de outubro de 1922, após converter o médico-chefe do hospital.

Via de Santificação

Em 1952, foi beatificada pelo Papa Pio XII e, em 1961, canonizado por Papa João XXIII. No discurso de canonização da santa, Papa João recordou a piedade de Santa Maria Bertila para com Deus, sua integridade de costumes e pureza de alma e, por último, o seu ardor em ajudar os outros, especialmente os infelizes e os enfermos.

Minha oração

“ Enfermeira do corpo e da alma, amparai os doentes que a ti recorrem dando a eles a cura completa e total. Intercedei pelos hospitais e clínicas, pelos médicos e profissionais da saúde. Dai a todos a capacidade de compadecer-se nos sofrimentos alheios e o cuidado necessário. Amém.”

Santa Maria Bertilla Boscardin, rogai por nós!

São Pedro de Alcântara, padroeiro do Brasil

Origens 

São Pedro de Alcântara nasceu em Alcântara, na Espanha, em 1499, descendente de uma nobre família. Era um menino simples, orante e de bom comportamento. Estudou na universidade ainda novo, mas soube igualmente destacar-se no cultivo das virtudes cristãs. Ao obedecer ao Mestre, o casto e caridoso jovem entrou para a Ordem de São Francisco, embora seu pai quisesse para ele o Direito. 

Vida Sacerdotal 

São Pedro de Alcântara foi ordenado sacerdote e tornou-se modelo de perfeição monástica e ocupante de altos cargos, que administrou até chegar, com vinte anos, a superior do convento, e, mais tarde, eleito provincial da Ordem.

Provincial Franciscano

Franciscano de espírito e convicção, era sempre de oração e jejum, poucas horas de sono, hábito surrado, grande pregador e companheiro das viagens. Como provincial, visitou todos os conventos da sua jurisdição, promovendo uma reforma de acordo com a regra primeira de São Francisco, da qual era testemunho vivo. 

São Pedro de Alcântara: diretor espiritual de Santa Teresa d’Ávila

Conselheiro de Carlos V e João III

Conhecido, sem desejar, em toda a Europa, foi conselheiro do imperador Carlos V e do rei João III; além de amigo dos santos e diretor espiritual de Santa Teresa de Ávila. Esta atestou sobre ele depois da morte do santo: “Pedro viveu e morreu como um santo, e, por sua intercessão, conseguiu muitas graças de Deus”. Foi São Pedro quem obteve a autorização para que Santa Teresa fundasse, em Ávila, seu primeiro convento de carmelitas. 

Páscoa

Considerado um dos grandes místicos espanhóis do século XVI e dos que levaram a austeridade até um grau sobre-humano, entrou no Céu com 63 anos, em 1562, após sofrer muito e receber os últimos Sinais do Amor (Sacramentos), que o preparou para um lindo encontro com Cristo. São Pedro de Alcântara soube vencer o corpo do pecado por meio de muita oração e muitas mortificações. 

Via de Santificação

Foi beatificado por Gregório XV em 1622; em 1669, canonizado por Clemente IX. No ano 1826, foi declarado Padroeiro do Brasil por solicitação de Dom Pedro I, que tinha o santo como devoção particular de sua família.  

Minha oração

“Ao nosso querido padroeiro, escolhido pela corte real, assim como elevado à corte celeste, sede o auxílio e proteção do povo brasileiro. Inspirai os políticos e representantes para que sigam os valores do evangelho e instalem o Reino de Cristo. Olhai para os mais excluídos dando a eles o necessário para encontrar Jesus. Amém.”

São Pedro de Alcântara, rogai por nós!