São Cesário de Arles

 

Os santos, como ninguém, entenderam que a graça do Cristo que quer santificar a todos é sempre a mesma na eficiência, abundância e liberalidade. Cesário de Arles foi um desses homens que se abriu ao querer de Deus, e por isso, como bispo, tornou-se uma personalidade marcante do seu tempo.

Cesário nasceu na França, em 470. Ao deixar sua casa, entrou para o mosteiro de Lérins, onde se destacou pela inteligência, bom humor, docilidade e rígida penitência, que mais tarde acabou exigindo imperfeitamente dos monges sob sua administração. Diante dos excessos de penitências, Cesário precisou ir se tratar na cidade de Arles – Sul da França-, local do aprofundamento dos seus estudos e mais tarde da eleição episcopal.

São Cesário de Arles, até entrar no Céu com 73 anos de idade, ocupou-se até o fim com a salvação das almas, e isso fazia, concretamente, pela força da Palavra anunciada e escrita, tornando-se assim o grande orador popular do Ocidente latino e glória para a vida monástica, já que escreveu duas Regras monásticas. Em tudo buscava comunicar a ortodoxia da fé e aquilo que lutava para viver com o Espírito Santo e irmãos, por isso, no campo da moral cristã, Cesário de Arles salientava o cultivo da justiça, prática da misericórdia e o cuidado da castidade.

São Cesário de Arles, rogai por nós!

Santa Mônica, mãe de Santo Agostinho

Origem 

De origem berbere, Mônica nasceu no ano 331, em Tagaste, norte da África, no seio de uma família opulenta, mas de antigas raízes cristãs. Aplicou-se, com dedicação, aos ensinamentos da Sagrada Escritura; sua forte espiritualidade foi forjada pela oração e assídua prática dos Sacramentos, além dos quais se coloca a serviço da comunidade eclesial. 

Casamento difícil

Casou-se com Patrício, homem ambicioso, pagão, irascível, de caráter difícil, que também lhe foi infiel. Mônica, doce, benévola, capaz de dialogar nos momentos oportunos, com o seu método, composto de espera, paciência e oração, que o sugere até as suas amigas, que lhe confiam seus problemas e incompreensões conjugais – consegue vencer as rudezas do marido, a ponto de levá-lo a abraçar a fé.

Mãe de um santo 

Aos 22 anos, Mônica dá à luz ao primogênito Agostinho, seguido por outro filho, Navígio, e uma filha, da qual não se sabe o nome, e os educa segundo os princípios cristãos. 

Tornando-se viúva aos 39 anos, administrou os bens da família, dedicando-se, com amor incomensurável à sua prole. Quem mais causou preocupações à cuidadosa e astuta mãe foi Agostinho, o “filho de tantas lágrimas”; de coração irrequieto e ambicioso retórico, na busca da verdade, ele se distancia da fé católica e vaga de uma filosofia à outra.

Mônica jamais deixa de rezar por ele; pelo contrário, segue todas as vicissitudes da sua vida e lhe permanece sempre ao lado. Por isso, transfere-se para Cartagena e, depois, para a Itália, quando o filho, no ápice da sua carreira, como docente de retórica, vai morar em Milão. 

Seu carinho materno e as suas orações acompanham a conversão de Agostinho, que, ao receber o batismo pelo santo Bispo Ambrósio, decidiu voltar para Tagaste, onde fundou uma Comunidade de servos de Deus. Mônica estava com ele quando tiveram que embarcar no porto de Óstia com destino à África. Porém, ao esperar o navio, foram obrigados a passar alguns dias ali.

Páscoa

No entanto, Mônica e Agostinho mantêm intensos diálogos espirituais. A um destes se refere o chamado “êxtase em Óstia”, narrado nas suas Confissões (XIX 10, 23-27): 

“Aconteceu encontrar-nos a sós, eu e ela, apoiados em uma janela que dava para o jardim interior da casa em que morávamos. Era em Óstia, sobre a foz do Tibre, onde, longe da multidão, depois do cansaço de uma longa viagem, recobramos forças para a travessia do mar. Ali, sozinhos, conversávamos com grande doçura, esquecendo o passado, ocupados apenas no futuro, indagamos juntos, na presença da Verdade, que és tu, qual seria a vida eterna dos santos… percorremos uma a uma todas as coisas corporais, até o próprio céu… E subimos ainda mais em espírito, meditando, celebrando e admirando tuas obras, e chegamos até o íntimo de nossas almas. E fomos além delas, para alcançar a região da abundância inesgotável… onde a vida é a própria Sabedoria. E enquanto assim falávamos dessa Sabedoria e por ela suspiramos, chegamos a tocá-la com supremo ímpeto de nosso coração”.

Assim, Mônica sente ter atingido o ápice da sua vida e confessa ao filho: “No que me diz respeito, esta vida já não tem mais nenhum atrativo para mim. O que estou fazendo ainda aqui? Não sei. As minhas expectativas aqui na terra já se esgotaram. Somente uma coisa me fazia permanecer aqui em baixo…: ver, antes de morrer, que você se tornou cristão católico. Meu Deus me satisfez completamente, porque vejo que você até despreza a felicidade terrena para servir a Ele. O que estou fazendo aqui?”.

Alguns dias depois, Mônica adoece e morre aos 56 anos. 

As relíquias de Santa Mônica

Seu corpo foi enterrado em Óstia Antiga, na atual igreja de Santa Áurea. O tempo, provavelmente, é uma basílica paleocristã com uma necrópole ao lado. Os restos mortais de Santa Mônica descansam, por muitos séculos, na igreja de Santa Áurea. Hoje, no lugar, pode-se ver apenas uma lápide, porque, no século XV, o Papa Martinho V quis que as relíquias fossem transladadas para Roma, na igreja de São Trifão, confiada aos frades Agostinianos – depois englobada a uma grande Basílica dedicada a Santo Agostinho. Ali, ainda hoje, encontram-se respostas aos tantos porquês diante de um sarcófago de mármore verde, na capela decorada com afrescos, em 1885, por Pietro Gagliardi.

Minha oração

“Vós que fostes uma mãe intercessora, incansável na salvação de seus filhos, ajudai as mães para que não desanimem dessa missão e, rezando, possam ser pontes para que sua família chegue ao céu. Amém!”

Santa Mônica, rogai por nós!

Outros santos e beatos celebrados em  27 de agosto:

  • Em Cápua, na Campânia, região da Itália, São Rufo, mártir. († s. III/IV)
  • Em Cítia de Tomis, hoje Constança, na Roménia, os santos mártires Marcelino, tribuno, e Maneia, esposos, e João, seu filho, Serapião, clérigo, e Pedro, soldado. († c. s. IV)
  • Em Bérgamo, na Ligúria, hoje na Lombardia, região da Itália, São Narno, considerado o primeiro bispo desta cidade. († s. IV)
  • Na Tebaida, no Egipto, São Pémenes, abade. († s. IV/V)
  • Em Couserans, na Aquitânia, hoje na França, São Licério, bispo.(† c. 540)
  • Em Arles, na Provença, também na atual França, São Cesário, bispo. († 542)
  • Em Pavia, na Lombardia, região da Itália, São João, bispo. († c. 825)
  • No mosteiro de Petershausen, que tinha fundado, na Suábia, atualmente na Alemanha, o sepultamento de São Gebardo, bispo de Constança. († 995)
  • No mosteiro de Aulps, na Savóia, atualmente na França, o passamento de São Guarino, bispo de Sion. († 1150)
  • Em Lausana, na Suíça, Santo Amadeu, bispo. († 1159)
  • Em Folinho, na Úmbria, região da Itália, o Beato Ângelo Cónti, presbítero da Ordem dos Eremitas de Santo Agostinho. († 1312)
  • Em Leominster, na Inglaterra, o Beato Rogério Cadwallador, presbítero e mártir. († 1610)
  • Em Nagasáki, no Japão, os beatos Francisco de Santa Maria, presbítero da Ordem dos Frades Menores, e catorze companheiros mártires. († 1627)
  • Em Usk, cidade do País de Gales, São David Lewis, presbítero da Companhia de Jesus e mártir. († 1679)
  • Num barco-prisão ancorado ao largo de Rochefort, na França, os beatos mártires João Baptista de Souzy, presbítero, e Ulrico (João Baptista Guillaume), religioso da Congregação dos Irmãos das Escolas Cristãs, mártires. († 1794)
  • Em Reading, na Inglaterra, o Beato Domingos da Mãe de Deus Barberi, presbítero da Congregação da Paixão. († 1849)
  • Em Picassent, localidade do território de Valência, na Espanha, o Beato Fernando González Añon, presbítero e mártir. († 1936)
  • Na estrada de Godella para Bétera, na mesma região da Espanha, o Beato Raimundo Marti Soriano, presbítero e mártir. († 1936)
  • Em Madrid, também na Espanha, os beatos José Maria López Carrillo Pedro Ibañez Alonso, presbíteros da Ordem dos Pregadores e mártires. († 1936)
  • Em San Sebastian, também na Espanha, a Beata Maria do Pilar Izquierdo Albero, virgem. († 1945)

Santa Rosa de Lima, Terciária Dominicana

Origens 

Santa Rosa de Lima, antes Isabel, nasceu em Lima em 1586. Era a décima de treze filhos da família Flores de Oliva, nobre espanhola, transferida para o Peru. A sua ama, Mariana, de origem indígena, deu-lhe o nome de Rosa, pela incrível beleza que a caracterizava. 

Depois, este nome foi confirmado na Crisma, e quando, aos vinte e três anos, recebeu o hábito religioso da Ordem Terceira Dominicana, seu modelo de vida foi Santa Catarina de Sena. Ao nome Rosa foi acrescentado também o “de Santa Maria”, como expressão do seu tenro amor, que sempre nutria pela Virgem. Recorria a Mãe de Deus, a todo instante, para pedir proteção. 

Vida

Ainda criança, Rosa teve grande inclinação à oração e à meditação, sendo dotada de dons especiais de profecia. Já adolescente, enquanto rezava diante da imagem da Virgem Maria, decidiu entregar sua vida somente a Cristo. 

Apesar dos apelos da família, que contava com sua ajuda para o sustento, ela ingressou na Ordem Terceira Dominicana, como exemplo de vida Santa Catarina de Sena. 

Dedicou-se, então, ao jejum, às severas penitências e à oração contemplativa, aumentando seus dons de profecia e prodígios. E, para perder a vaidade, cortou os cabelos e engrossou as mãos, trabalhando na lavoura com os pais.

Fragilidade

Rosa conheceu a pobreza quando a sua família caiu na miséria, por falência nos negócios paternos; trabalhou, arduamente, como doméstica, na horta e como bordadeira, até altas horas da noite; quando fazia entrega nas casas dos seus fregueses, aproveitava para levar a Palavra de Cristo e o seu anseio pelo bem e pela justiça, que, na sociedade peruana da época — espezinhada pela Espanha colonizadora —, parecia totalmente ofuscada.

Na casa paterna, criou uma espécie de asilo para os necessitados, onde dava assistência às crianças e aos idosos abandonados, sobretudo de origem indígena.

Clausura 

Desde pequena, Rosa desejava consagrar-se a Deus com a vida claustral, permanecendo “virgem no mundo”; como Terciária Dominicana, trancou-se em uma cela de poucos metros quadrados, construída no jardim da casa paterna, da qual saía apenas para a função religiosa; ali, transcorria grande parte dos dias, dedicando-se à oração e em íntima comunhão com o Senhor.

Visões

Vivendo em contínuo contato com Deus, atingiu um alto grau de vida contemplativa e experiência mística, compreendendo o mistério. Além disso, Rosa reviveu, na sua carne, a Paixão de Jesus, por duas intenções: a conversão dos espanhóis e a evangelização dos índios.

Quando ainda era viva, Rosa foi examinada por uma Comissão mista de religiosos e cientistas, que julgou as suas experiências místicas como verdadeiros “dons da graça”; tanto é verdade que, quando ela morreu, pela enorme multidão que participou do seu enterro, já era considerada Santa.

Páscoa

Rosa faleceu só depois de renovar seus Votos religiosos, repetindo várias vezes: “Jesus, permanecei comigo!”. Transcorria o dia 23 de agosto de 1617.

Após a sua morte, quando seu corpo foi trasladado para a Capela do Rosário, Nossa Senhora sorriu-lhe pela última vez, daquela estátua, diante da qual a Santa havia rezado tantas vezes. Ao ver o ocorrido, a multidão presente gritou: “milagre”!

Primeira Santa da América 

Santa Rosa de Lima foi a primeira mulher a ser canonizada na América. Ela é Padroeira do Peru, da América Latina, das Índias e das Filipinas. É invocada também como protetora dos floricultores e jardineiros, contra as erupções vulcânicas e ainda em casos de feridas ou de brigas familiares.

Via de Santificação

Em 1668, Rosa de Lima foi beatificada pelo Papa Clemente IX e canonizada três anos depois.

Padroeira

Foi proclamada Padroeira da América Latina, das Filipinas e das Índias Orientais. A festa litúrgica marcada para o dia 23 de agosto. A devoção a Santa Rosa de Lima propagou-se rapidamente nos países latino-americanos, sendo venerada pelos fiéis como Padroeira dos Jardineiros e dos Floristas.

Minha oração

“Ó Santa padroeira da América Latina, cuidai deste povo tão sofrido e necessitado. Amparai os doentes, concedei as necessidades dos que são excluídos e marginalizados, consolai os idosos, iluminai os políticos. Que a nossa região seja curada dos problemas sociais. A ti clamamos nossa santa padroeira. Amém!”

Santa Rosa de Lima, rogai por nós!

Nossa Senhora Rainha, mediadora da paz

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Origens 

A festa de Santa Maria Rainha foi instituída pelo Pio XII, na carta encíclica Ad Caeli Reginam, no dia 11 de outubro do ano de 1954, para ser celebrada no dia 31 de maio. Em virtude da reforma pós-conciliar, foi transmitida como memória para oito dias depois da Festa da Assunção de Nossa Senhora.

Contudo, desde os primeiros séculos da Igreja católica, elevou o povo cristão orações e cânticos de louvor e de devoção à Rainha do céu, tanto nos momentos de alegria, como também quando se via ameaçado por graves perigos. 

A realeza de Maria 

Com razão, o povo acreditou fielmente, já nos séculos passados, que a mulher, de quem nasceu o Filho do Altíssimo, recebeu mais que todas as outras criaturas singulares privilégios de graça. E, considerando que há estreita relação entre uma mãe e o seu filho, sem dificuldade reconhece na Mãe de Deus a dignidade real sobre todas as coisas.

Tudo que se refere ao Messias traz a marca da divindade. Assim, todos os cristãos veem em Maria a superabundante generosidade do amor divino, que A acumulou de todos os bens. A Igreja convida o povo a invocá-La não só com o nome de Mãe, e sim com aquele de Rainha, porque Ela foi coroada com o duplo diadema, de virgindade e de maternidade divina.

Rainha, Maria e Mediadora da paz

A festa possui a finalidade de que todos reconheçam mais claramente e melhor honrem o clemente e materno império da Mãe de Deus. Para assim, contribuir para que se conserve, consolide e torne perene a paz dos povos. 

Como se tornou uma festa

No século XX, começaram os movimentos para a proclamação de Nossa Senhora Rainha do Universo, a partir de três congressos marianos daquela época.  O grande impulsor foi Pio XI que, na conclusão do Ano Santo de 1925, proclamou a Festa de Cristo Rei.

Mais tarde, foi uma mulher, Maria Desideri, que, nos anos 1930, em Roma, deu início ao movimento Pro regalitatae Mariae, para recolher petições de todo o mundo em favor da instituição da festa. E foi justamente esse percurso que levou à decisão de Pio XII de instituir a festa litúrgica. 

Um mês depois, em 1954, Papa Pacelli pronunciou um importante discurso em honra de Maria Rainha, antes de fazer uma comovente oração e a coroação da Venerada imagem de Maria “Salus Populi Romani”

Certamente, Pio XII recordava da ajuda que recebera de Nossa Senhora quando – invocada durante a Segunda Guerra Mundial –, evitou que Roma fosse alvo de uma batalha final entre alemães e aliados. 

Não foi por acaso que Pio XII proclamou 1953 Ano Mariano. Inaugurou a tradição da homenagem a Maria por parte dos Papas, no dia 8 de dezembro, e isso permanece até hoje com grande devoção.

Minha oração

“Ó querida Mãezinha, coloca-nos sob a tua proteção e auxílio, que, debaixo do teu manto, sejamos acolhidos, consolados e amparados. Tu és a nossa mãe; e a Ti nos entregamos, mais uma vez, durante este dia dedicado à Tua honra. Reine sobre o mundo inteiro. Amém!”

Nossa Senhora Rainha, rogai por nós!

Outros santos e santas celebrados em 22 de agosto

  • Em Autun, atualmente na França, São Sinforiano, mártir, a quem sua mãe, quando ele era conduzido ao suplício, exortava dos muros da cidade. († s. III-IV)
  • Em Roma, junto à Via Ostiense, São Timóteo, mártir. († 303)
  • Em Tódi, na Itália, São Filipe Benício, presbítero de Florença, homem de exímia humildade e grande impulsionador da Ordem dos Servos de Maria. († 1285)
  • Em Bevagna, na Úmbria, o Beato Tiago Biancóni, presbítero da Ordem dos Pregadores. († 1301)
  • Em Ocre, região da Itália, o Beato Timóteo de Montícchio, presbítero da Ordem dos Menores, admirável pela sua austeridade de vida e fervor de oração. († 1504)
  • Em York, na Inglaterra, o Beato Tomás Percy, mártir, conde de Notúmbria. († 1572)
  • Os beatos Guilherme Lacey e Ricardo Kirkman, presbíteros e mártire. († 1582)
  • Em Worcester, na Inglaterra, São João Wall, presbítero da Ordem dos Frades Menores e mártir. († 1679)
  • Em Hereford, na Inglaterra, no mesmo dia e ano, São João Kemble, presbítero e mártir. († 1679)
  • Em Óffida, na Itália, o Beato Bernardo (Domingos Peróni), religioso da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos. († 1694)
  • Num barco-prisão ancorado ao largo de Rochefort, na França, o Beato Elias Leymarie de Laroche, presbítero e mártir. († 1794)
  • Em Peralvillo Bajo, perto de Ciudad Real, na Espanha, o beatos mártires Narciso de Estenaga y Echeverria, bispo, e Júlio Melgar Salgado, presbítero, ambos da diocese de Ciudad Real. († 1936)
  • Em Starunya, na Ucrânia, o Beato Simeão Lukac, bispo e mártir, que, durante um regime inimigo da fé, exerceu clandestinamente o ministério pastoral. († 1964)

Santa Joana Francisca de Chantal, amiga de São Francisco de Sales

Origens 

Ele nasceu em Dijon, em 23 de janeiro de 1572, em uma família da alta nobreza da Borgonha. Seu pai é Benigno Frémyot, segundo presidente do Parlamento. Ela logo perdeu a mãe e cresceu sob a educação e moral de seu pai. Em 29 de dezembro de 1592, Giovanna casou-se com Cristóvão II, barão de Chantal. Ela foi imediatamente chamada de “a dama perfeita” por seus esforços na propriedade Bourbilly e pela atenção e preocupação que reservava ao esposo. Desta união perfeita, nasceram seis filhos: os dois primeiros morrem ao nascer; depois, chegam Celso Benigno, Maria Amata, Francesca e Carlotta. Doce, serena e afável, Giovanna é amada por sua família, assim como pelos criados.

Amizade que santifica

Na história da Igreja, encontramos alguns casos em que homem e mulher atuaram juntos no caminho da santidade, lembramos Francisco e Clara, Elzeario de Sabran e Delfina de Glandève, Teresa de Ávila e Giovanni della Croce, Bento e Escolástica, São Francisco de Sales e Giovanna Francesca Frémyot de Chantal, santa de hoje. Graças ao encontro com o bispo de Genebra, Joana definiu seu caminho de santidade. Os franceses a chamam de Santa Chantal e a veneram em Annecy, onde repousa ao lado de São Francisco de Sales.

Devota dos pobres

Quando Cristoforo se ausenta do castelo para cumprir seus deveres na corte, Giovanna deixa suas roupas elegantes e se dedica aos pobres, a quem oferece não apenas dinheiro, mas sua própria pessoa, servindo-lhes. Sua caridade tornou-se imensa durante a fome que atingiu a Borgonha no inverno de 1600-1601. É aqui que a baronesa transforma o seu lar num verdadeiro hospital para acolher mães e crianças em dificuldade e encarrega-se da construção de um novo forno para poder distribuir pão a todos aqueles que batem à sua porta. Um dia lhe disseram que só restava um saco de centeio no celeiro; ela, sem hesitar, mandou continuar a distribuição do pão. 

Viuvez

Então, vem a primeira grande prova, a morte de Cristóvão, morto por um arcabuz baleado durante uma caçada. Ela continua viúva com apenas 29 anos, mãe de quatro filhos, a primeira com apenas cinco anos e a última alguns dias. Neste tempo de luto e dor, amadurece o desejo de consagrar-se a Cristo, mas os deveres familiares não lhe permitem uma escolha de vida tão drástica.

Enquanto espera conhecer a vontade de Deus,  dedica-se totalmente aos filhos, à administração da casa e à oração. Seu sogro, o barão de Chantal, informa que ela deve se mudar imediatamente para a casa dele em Monthélon, se quiser que seus filhos participem da herança, e ela aceita, sabendo que ficaria encarregada da residência do velho barão. Por muito tempo, ela terá que suportar a opressão deste. Seu nome começa a se tornar conhecido por sua caridade. Ela não é mais chamada de “dama perfeita”, mas de “nossa boa senhora”. 

Prova e providência

Outra prova difícil que ela enfrenta agora: seu guia espiritual não entende sua pessoa, ele não pode ler sua alma. Um dia, seu pai a convida a Dijon, desta vez para ouvir a Quaresma do bispo de Genebra, Francisco de Sales, cuja fama se espalha cada vez mais em Savoy e em toda a França. O primeiro encontro entre Giovanna e o bispo aconteceu em 5 de março de 1604. Desde então, foi estabelecido um caminho extraordinário de união fraterna e espiritual. A direção espiritual de Francisco de Sales realiza-se sobretudo através de correspondências. 

Fundação da Ordem da Visitação

Em 1610, ela assinou uma escritura em frente ao notário em que se desfez de todos os bens em favor de seus filhos. Deixa assim a família e parte para Annecy; a 6 de Junho, juntamente com duas companheiras, Giacomina Favre e Giovanna Carlotta de Bréchard, entra na pequena e humilde «casa da Galeria», berço da Ordem da Visitação. Ela será sempre “mãe”, continuando a amar profundamente e com ternura os seus filhos.

Novas mortes, novas tristezas… tanto que apenas sua filha Francesca sobreviverá a ela entre filhos, irmãos, irmãos e nora. Portanto, Deus se torna para ela a única busca, o único fim de sua vida atual. Quando Francisco de Sales faleceu (28 de dezembro de 1622), Joana se viu sozinha no comando da nova família religiosa da Visitação. Ela se tornou uma peregrina nas ruas da França. Fundou 87 casas da visitação.

Páscoa

Consumida “no amor ao trabalho e no trabalho do amor”, como costumava dizer, faleceu em 13 de dezembro de 1641 no mosteiro de Moulins. As “Cartas de amizade e orientação” são o testemunho mais vivo da grande espiritualidade de Madre Chantal e são a prova de que ela era muito inteligente e “livre”, em vez de reduzida a uma sombra anônima de São Francisco de Sales. Canonizada por Clemente XIII, em 16 de julho de 1767.

Minha oração

“Santa Madre, que, aos moldes de Virgem da visitação, aprende a acolher e amar a todos, que possamos por sua intercessão seguir seus passos e desenvolver a arte do acolhimento. Por Cristo, Nosso Senhor.” 

Santa Joana de Chantal , rogai por nós!

Outros santos e beatos celebrados em 12 de agosto:

  • Em Catânia, na Sicília, atualmente região da Itália, Santo Euplo, mártir. († 304)
  • Em Nicomédia, na Bitínia, hoje Izmit, na Turquia, os santos Aniceto e Fócio, mártires. († s. IV)
  • Em Killala, na Irlanda, São Muredach, bispo. († c. s. V)
  • Também na Irlanda, no mosteiro que recebeu o seu nome, Santa Lélia, virgem. († s. V)
  • Em Bréscia, na Lombardia, região da Itália, Santo Herculano, bispo. († s. VI)
  • Em Lérins, ilha da Provença, atualmente na França, os santos mártires Porcário, abade, e muitos outros monges. († c. s. VIII)
  • Em Ruthin, no País de Gales setentrional, o Beato Carlos Meehan, presbítero da Ordem dos Frades Menores e mártir. († 1679)
  • Em Roma, o Beato Inocêncio XI, papa. († 1689)
  • Num sórdido barco-prisão ancorado ao largo de Rochefort, na França, o Beato Pedro Jarrige de la Morélie de Puyredon, presbítero e mártir. († 1794)
  • Em Nam Dinh, cidade do Tonquim, hoje no Vietnam, os santos mártires Tiago Dô Mai Nam My, presbítero, António Nguyen Dich, agricultor, e Miguel Hguyen Huy My, médico. († 1838)
  • Em Hornachuelos, vila próxima de Córdova, na Espanha, a Beata Vitória Díez y Bustos de Molina, virgem e mártir. († 1936)
  • Em Valdemoro, próximo de Madrid, também na Espanha, o Beato Flávio (Atilano Dionísio Argüeso González), religioso da Ordem de São João de Deus e mártir. († 1936)
  • Em Barbastro, próximo de Huesca, no território de Aragão, também na Espanha, os beatos Sebastião Calvo Martínez, presbítero, e cinco companheiros, mártires, religiosos da Congregação dos Missionários Filhos do Imaculado Coração de Maria. († 1936)
  • Em Tarragona, também na Espanha, o Beato António Perulles Estivill, presbítero da Irmandade de Sacerdotes Operários Diocesanos e mártir. († 1936)
  • Em Fuencarral, na cidade de Madrid, também na Espanha, o Beato Boaventura Garcia Paredes, presbítero da Ordem dos Pregadores e mártir. († 1936)
  • Em Puente del Arzobispo, próximo de Toledo, também na Espanha, o Beato Domingos Sánchez Lázaro, presbítero da diocese de Toledo e mártir. († 1936)
  • Em Villacañas, próximo de Toledo, também na Espanha, o Beato Francisco Maqueda López, candidato ao presbiterado e mártir. († 1936)
  • Em Dachau, próximo de Munique da Baviera, na Alemanha, os beatos Floriano Stepniak, da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos, e José Straszewski, presbíteros e mártires. († 1942)
  • Em Planegg, também próximo de Munique da Baviera, na Alemanha, o Beato Carlos Leisner, presbítero do Movimento Apostólico de Shönstatt e mártir. († 1945)

S. Cristóvão, Escola de Rimini 

Protetor dos viajantes

A figura mais frequente de São Cristóvão é representada por um gigante barbudo, que carrega o Menino Jesus nos ombros, ajudando-o a atravessar um rio; o Menino segura o mundo nas pontas dos dedos, como se brincasse com uma bola. Esta imagem remonta a uma das lendas hagiográficas mais famosas sobre a vida do Santo, martirizado em 25 de julho em Anatólia, na Lícia. Segundo esta tradição, seu verdadeiro nome era Reprobus, um gigante que queria prestar serviço ao rei mais poderoso do mundo.

Ao chegar à Corte de um rei, que achava ser invencível, pôs-se ao seu serviço. Mas, certo dia, percebeu que o rei, ao escutar o canto de um trovador que falava do diabo, fez o Sinal da Cruz. Então, perguntou-lhe porquê. E o rei lhe respondeu que tinha medo do diabo e que todas as vezes que o ouvia falar em seu nome, fazia o Sinal da Cruz para buscar proteção.

Desta forma, o diabo pôs-se a procurar o diabo, que pensava que fosse mais poderoso que o seu rei. Não demorou muito e o encontrou; assim, pôs-se a servi-lo e a segui-lo. Porém, um dia, passando por uma rua onde havia uma cruz, o diabo desviou seu caminho. Então, Reprobus perguntou-lhe porquê havia agido desta maneira. E o diabo foi obrigado a admitir que Cristo tinha morrido na Cruz; por isso, diante da Cruz, tinha que fugir de medo.

Por fim, Reprobus deixou o diabo de lado e pôs-se à busca de Cristo. Certo dia, encontrou um eremita que lhe sugeriu construir uma cabana às margens de um rio, cujas águas eram perigosas, e colocar-se à disposição das pessoas a atravessá-lo, uma vez que tinha uma estatura gigantesca.

Um belo dia, o bom gigante ouviu uma voz de criança, que lhe pedia ajuda: era um menino que queria atravessar o rio. Então, o gigante o colocou sobre os ombros e o carregou para o outro lado daquele rio perigoso. Enquanto fazia a travessia, o peso daquela criança aumentava cada vez mais, tanto que, com muito custo, conseguiu chegar à outra margem. Lá, o menino revelou sua identidade: era Jesus e o peso, que havia carregado, era o do mundo inteiro, salvado pelo sangue de Cristo.

Esta lenda, além de inspirar a iconografia ocidental, fez com São Cristóvão fosse invocado como Padroeiro dos barqueiros, peregrinos, viajantes e motoristas.

Um Santo cinocéfalo

No Oriente, São Cristóvão é, geralmente, representado com a cabeça de cão, como testemunham muitos ícones existentes em São Petersburgo e Sofia. A iconografia do santo cinocéfalo, segundo alguns, demonstra que se trata de um culto surgido em âmbito helênico-egípcio, com clara referência ao culto a deus Anúbis. Outra hipótese seria ainda bem mais plausível e complexa: Reprobus se teria alistado no exército romano e se teria convertido ao cristianismo com o nome de Cristóvão. Ao ser denunciado pelo seu apostolado entre os pelotões, foi conduzido diante de um juiz que fez todas as tentativas para que renunciasse a Cristo; tendo resistido, foi, por fim, decapitado. Logo, Cristóvão “carregou Cristo” em seu coração até ao martírio, como o jumento carregou Cristo a Jerusalém, no dia de Ramos.

Por este motivo, ter-se-ia difundido no Oriente, inicialmente, o costume de representar Cristóvão com a cabeça de jumento, que, depois, teria mudado para uma cabeça de cão. Trata-se, porém, de uma iconografia existente no âmbito cristão, sem nenhuma relação com cultos pagãos.

Protetor da vista

Segundo a Lenda Dourada, o martírio de Cristóvão aconteceu em Anatólia, na Lícia. O Santo resistiu às torturas com hastes de ferro e metal incandescentes. Até as flechas que lhe atiraram, ficaram suspensas no ar; uma delas, voltou e transpassou o olho do soberano, que lhe havia ordenado o suplício. Assim, o rei mandou decapitar Cristóvão. Mas, antes de morrer, disse-lhe: “Banhe os olhos com o meu sangue e ficará curado”. O rei recuperou a visão e se converteu. Desde então, São Cristóvão foi invocado contra as doenças da vista.

Santa Brígida, mãe e monja

Copadroeira da Europa 

Canonizada, em 1391, por Bonifácio IX, Santa Brígida é a padroeira da Suécia. Em 1999, foi declarada também copadroeira da Europa por São João Paulo II.

Infância

Brígida, quando criança, tinha, certamente, um caráter forte e decisivo. Pertencia a uma família aristocrática. Embora sentisse a vocação religiosa, aceitou casar-se com Ulf, o governador de um importante distrito do Reino da Suécia, a pedido do seu pai. 

Matrimônio

A primeira parte da sua vida, marcada por uma grande fé, foi dedicada a um casamento feliz, do qual nasceram oito filhos. Uma, dentre eles, Catarina – que a seguiu até Roma – também foi canonizada. Junto com seu marido, adotou a Regra das Terciárias Franciscanas e fundou um pequeno hospital. Guiada por um erudito religioso, estudou a Bíblia, a ponto de ser apreciada por sua pedagogia, por isso foi convocada pelo rei da Suécia para encaminhar a jovem rainha à cultura sueca. Após mais de vinte anos de casamento, seu marido faleceu. Assim, começa a segunda parte da sua vida.

Monja

Brígida fez uma escolha decisiva: despojou-se dos seus bens e foi viver no mosteiro cisterciense de Alvastra. Naquela época, destacavam-se muitas experiências místicas, depois relatadas nos oito livros das Revelações. Aqui, também teve início a sua nova missão. Em 1349, Brígida foi a Roma para obter o reconhecimento da sua Ordem, dedicada ao Santíssimo Salvador, que deveria ser composta, segundo seu desejo, de monjas e religiosas. Então, decidiu estabelecer-se na Cidade Eterna, em uma casa na Praça Farnese, que ainda hoje é sede da Cúria Geral das Brigidinas. Porém, sofria por causa dos maus costumes e da degradação generalizada da cidade, que ressentia muito pela ausência do Papa, que, na época, vivia em Avinhão. 

Intercessora da Igreja

O ponto alto da sua missão – como o de Santa Catarina da Sena, sua contemporânea – era pedir ao Papa para voltar ao túmulo de Pedro. Seu único remorso foi o fato de o Papa não ter ficado definitivamente em Roma. Na verdade, em 1367, o Papa Urbano V tinha voltado, mas foi apenas por um breve período. Gregório XI estabeleceu-se, definitivamente, em Roma, mas alguns anos depois da morte de Santa Brígida.

Luta pela paz

Outro “aspecto” do forte compromisso de Brígida era a paz na Europa. Naquele tempo, as suas obras de caridade foram decisivas. Ela, que era nobre, vivia na pobreza, a ponto de pedir esmolas nas portas das igrejas. Aquele também era um período de peregrinações a vários lugares da Itália, de Assis a Gargano. Enfim, a peregrinação das peregrinações à Terra Santa. Brígida tinha quase 70 anos, mas isso não influenciou seu desejo. 

Espiritualidade da cruz

O ponto central da sua experiência de fé foi a Paixão de Cristo, como também a Virgem Maria. Testemunhas disso foram o “Rosário Brigidino” e as orações, ligadas às graças particulares prometidas, por Jesus a ela, para quem os praticasse. Santa Brígida faleceu em Roma, em 23 de julho de 1373. Confiou a Ordem a sua filha Catarina, que, ao se tornar viúva, juntou-se a ela, quando vivia em Farfa.

Querida pelos Papas

São João Paulo II destacou: “A Igreja, sem se pronunciar sobre cada uma das revelações, aceitou a autenticidade do conjunto das suas experiências interiores”. A figura de Santa Brígida foi muito querida pelos últimos Papas. Bento XVI, por exemplo, dedicou uma catequese durante a Audiência Geral. O Papa Francisco queria canonizar aquela que, no século XX, tinha renovado a Ordem do Santíssimo Salvador, Maria Elizabeth Hesselblad, dando-lhe um forte impulso ecumênico, tendo sempre em vista a busca de paz e unidade, tão queridas por Brígida.

A minha oração

Querida Brígida, mãe e monja, intercessora da família e da Igreja, rogai a Deus pelos religiosos assim como pelas famílias. Pedi ao Senhor a conversão da Europa e dos pecadores do mundo inteiro. Amém!

Santa Brígida, rogai por nós!

Outros santos e beatos celebrados em 23 de julho:

  • A comemoração de Santo Ezequiel, profeta.
  • Em Classe, próximo de Ravena, na Flamínia, hoje na Emília-Romanha, região da Itália, a comemoração de Santo Apolinário, bispo. († c. s. II)
  • Em Bízia, cidade da Trácia, hoje Wiza, na Turquia, São Severo, mártir. († c. 304)
  • Em Marselha, na Provença da Gália, atualmente na França, São João Cassiano, presbítero, que fundou dois mosteiros. († c. 435)
  • Em Cimiez, também na Provença, São Valeriano, bispo, que passou do mosteiro de Lérins para o episcopado. († c. 460)
  • Em Orvieto, na Toscana, atualmente na Úmbria, região da Itália, a Beata Joana, virgem, das Irmãs da Penitência de São Domingos. († 1306)
  • Em San Sebastian, na Espanha, a beata Margarida Maria López de Maturana, virgem da Ordem das Mercês, fundadora do Instituto das Mercedárias Missionárias de Berriz. († 1934)
  • Em Manzanares, localidade de Castela a Nova, região da Espanha, os beatos Nicéforo de Jesus e Maria (Vicente Díez Tejerina), presbítero, e cinco companheiros, todos eles da Congregação da Paixão, mártires. († 1936)
  • Em Carabanchel Bajo, próximo de Madrid, também na Espanha, os beatos mártires Germano de Jesus e Maria (Manuel Pérez Giménez), presbíteros, e oito companheiros, religiosos da mesma Congregação da Paixão. († 1936)
  • Em Toledo, também na Espanha, os beatos mártires Pedro Ruiz de los Paños José Sala Picó, presbíteros do Instituto dos Sacerdotes Operários Diocesanos e mártires. († 1936)
  • Em Madrid, também na Espanha, os beatos Emílio Arce Díez e Vítoriano Fernández Reinoso, religiosos da Sociedade Salesiana e mártires. († 1936)
  • Em Barcelona, também na Espanha, os beatos Simão Reynés Solivellas e Miguel Pons Ramis, presbíteros; Francisco Mayol Oliver, e Paulo Noguera Trias religiosos, todos da Congregação dos Sagrados Corações e mártires. († 1936)
  • Em La Abarrassada, perto de Barcelona, também na Espanha, as beatas mártires Catarina do Carmo (Catarina Caldés Sócias) e Micaela do Sacramento (Micaela Rullán Ribot), virgens da Congregação das Franciscanas Filhas da Misericórdia, e Prudência Canellas Ginestá. († 1936)
  • Em Dachau, próximo de Munique, cidade da Baviera, na Alemanha, o Beato Cristino Gondek, presbítero da Ordem dos Frades Menores e mártir. († 1942)
  • Em Presov, na Eslováquia, o Beato Basílio Hopko, bispo auxiliar de Presov e mártir. († 1976)

Santa Maria Madalena, primeira testemunha da Ressurreição de Jesus

“Apóstola dos Apóstolos”

Deve-se a Santo Tomás de Aquino este título dado a Maria Madalena, cujo nome deriva de Magdala, onde nasceu, aldeia de pescadores situada às margens ocidentais do Lago de Tiberíades. Assim foi chamada pelo fato de ir até os apóstolos anunciar o Cristo ressuscitado, como a primeira a receber esta boa notícia.

Testemunho bíblico

O evangelista Lucas fala sobre ela no capítulo 8: “Jesus andava pelas cidades e aldeias anunciando a Boa Nova do Reino de Deus. Os Doze estavam com ele, como também algumas mulheres que tinham sido livradas de espíritos malignos e curadas de enfermidades: Maria, chamada Madalena, da qual tinham saído sete demônios”. Maria Madalena aparece ainda nos Evangelhos no momento mais terrível e dramático da vida de Jesus: quando o acompanha ao Calvário, com outras mulheres, e O contempla de longe.

Ela aparece também quando José de Arimateia depõe o corpo de Jesus no sepulcro, que fora fechado com uma pedra. Foi ela, depois do sábado, na manhã do primeiro dia da semana, quem voltou ao sepulcro e descobriu que a pedra havia sido removida e correu para avisar Pedro e João; eles, por sua vez, foram às pressas ao sepulcro e viram que o corpo do Senhor não estava mais lá.

Equívocos sobre sua identidade 

Segundo a exegese bíblica, a expressão “sete demônios” poderia indicar um gravíssimo mal físico ou moral, que havia acometido a mulher, do qual Jesus a curou. No entanto, a tradição, que perdura até hoje, diz que Maria Madalena era uma prostituta, porque, no capítulo 7 do Evangelho de Lucas, narra-se a história da conversão de uma anônima “pecadora da cidade, que ungia com perfume os pés de Jesus, convidado de um fariseu; após tê-los banhado com suas lágrimas, os enxugava com seus cabelos”.

Assim, sem nenhuma ligação textual, Maria de Magdala foi identificada com aquela prostituta anônima. Porém, há mais um equívoco, como explica o Cardeal Gianfranco Ravasi, biblista e teólogo: “A unção com óleo perfumado é um gesto feito também por Maria de Betânia, irmã de Marta e Lázaro, em outra ocasião, como diz o evangelista João. Assim, Maria de Magdala foi identificada, por algumas tradições populares, com a Maria de Betânia”.

Encontro com o Ressuscitado

Enquanto os dois discípulos voltam para casa, Maria Madalena permanece diante do sepulcro, em lágrimas. Ali, tem início um novo percurso: da incredulidade passa, progressivamente, à fé. Ao olhar dentro do sepulcro, viu dois Anjos, aos quais perguntou para onde fora levado o corpo do Senhor. Depois, voltando para fora, viu Jesus, mas não O reconheceu, pensando que fosse o jardineiro; este lhe perguntou por que estava chorando e quem estava procurando.

E ela respondeu: “Senhor, se tu o tiraste, dize-me onde o puseste e eu o irei buscar”. Jesus, então, a chama por nome: “Maria!”. E ela, voltando-se, disse: “Rabôni!”, que, em hebraico, quer dizer “Mestre!”. E Jesus lhe confia uma missão: “Não me retenhas, porque ainda não subi a meu Pai, mas vai a meus irmãos e dize-lhes: Subo para meu Pai e vosso Pai, meu Deus e vosso Deus”. Então, Maria de Magdala foi imediatamente anunciar aos discípulos: “Vi o Senhor! E ouvi o que ele me disse” (cfr. Jo 20).

Madalena proclama a ressurreição de Jesus

Maria Madalena foi a primeira das mulheres que seguiram Jesus, e ao proclamá-Lo como Aquele que venceu a morte; foi a primeira apóstola a anunciar a alegre mensagem central da Páscoa. Quando o Filho de Deus entrou na história dos homens, esta mulher foi um daqueles que mais O amou e o demonstrou. Quando chegou a hora do Calvário, Maria Madalena estava aos pés da Cruz, junto com Maria Santíssima e São João. Ela não fugiu com medo, como os discípulos fizeram; não O negou por medo, como fez o primeiro Papa, São Pedro, mas sempre esteve presente, desde o momento da sua conversão até o Calvário e o Sepulcro.

Festa litúrgica de Maria Madalena

Por desejo do Papa Francisco, a Memória litúrgica de Maria Madalena passou a ser Festa, a partir do dia 22 de julho de 2016, para ressaltar a importância desta discípula fiel de Cristo, que demonstrou grande amor por Ele e Ele por ela.

A minha oração

Ó Santa da ressurreição, fazei-nos crer cada vez mais no Cristo vivo e agente nesse mundo. Ensina-nos a reconhecê-Lo e amá-Lo, servi-Lo e adorá-Lo, assim como Ele merece. Amém!

Santa Maria Madalena, rogai por nós!

São Símaco, Papa justo e conciliador

 

Origens

São Símaco nasceu na Ilha da Sardenha no século V e foi o sucessor de Pedro como líder da Igreja.

Papa

Teve que enfrentar os desafios da oposição antipapa de Lourenço, que havia reivindicado a autoridade de Papa. A situação só foi resolvida quando o rei Teodorico, monarca ariano, interveio e decidiu que seria reconhecido como Papa legítimo aquele que fosse eleito primeiro e com o maior número de votos dos demais bispos.

Portanto, São Símaco  foi eleito Papa em 498.

Intrigas sociais e políticas

São Símaco teve um papel importante como conciliador durante a queda do império romano e a invasão dos vândalos, godos, visigodos e longobardos que começavam a dominar o Ocidente. Ele entrou nas intrigas sociais e políticas para tomar partido da paz e da harmonia.

Já próximo ao fim da vida, ele ainda encontrou tempo para resgatar e libertar os escravos.

Enquanto foi Papa, ele construiu o primeiro núcleo do palácio do Vaticano.

Páscoa

Papa de número 51, São Símaco morreu em 19 de julho de 514 em Roma.

Minha oração

“São Símaco, homem de justiça e conciliador, concede-me a graça de ser resiliente na vida santificada e ajuda-me a espalhar a paz de Jesus ao mundo. Amém.”

São Símaco, rogai por nós!

São Francisco Solano, Padroeiro dos Missionários da América Latina

Origens

Nasceu em Montilla, Espanha, no ano de 1549. Pertencente a uma família abastada e de nobre ascendência, os pais, Mateus Sanches Solano e Ana Gimenez, eram cristãos fervorosos.

Sua formação passou pelo colégio jesuíta, ingressando, mais tarde, na Ordem Franciscana. O que mais ansiava era ser um missionário. Porém, adiou os planos para cuidar dos doentes, principalmente os mais pobres na Espanha, que foram devastados pela peste. Ele acabou contraindo a doença, mas logo se recuperou.

Missão na América Latina 

Em 1589, Francisco foi escalado para uma missão evangelizadora no novo continente latino-americano. Durante o caminho, eles enfrentaram uma forte tempestade, que fez o navio encalhar em um banco de areia. Porém, com sua presença e palavra de fé, acalmou as pessoas. Com isso, acabou batizando muitos passageiros e também os escravos negros que viajavam com eles. Logo depois, o que Francisco dissera aconteceu. Um outro navio os avistou e  chegaram a salvo ao destino: Lima, no Peru.

Quinze anos de apostolado 

Durante os quinze anos de apostolado, vivenciou vários milagres como: a cura de doentes com o toque de seu cordão de franciscano, livrou totalmente uma vasta região da praga dos gafanhotos e o dom de aprender facilmente as novas línguas e catequizar a cada tribo em seu próprio dialeto.

Páscoa

Passou os últimos cinco anos de sua vida em Lima. Francisco Solano morreu em julho de 1610 enquanto os frades cantavam  o Credo. Suas últimas palavras foram:  “Glorificetur Deus”. Foi canonizado pelo Papa Bento XIII em 27 de dezembro de 1726.

Minha oração

“São Francisco Solano, Padroeiro dos Missionários da América Latina, dai-nos o anseio de sermos missionários e nunca desistir de anunciar as maravilhas de Deus. Amém.”

São Francisco Solano, rogai por nós!

Outros santos e beatos celebrados em 18 de Julho:

  • Comemoração do São Bartolomeu dos Mártires, bispo, que, nascido em Lisboa, ingressou na Ordem dos Pregadores e foi nomeado para a sede episcopal de Braga. († 1590)
  • Na Via Tiburtina,  a comemoração dos santos Sinforosa e sete companheiros – CrescenteJulianoNemésioPrimitivoJustinoEstacteu e Eugénio – mártires, que suportaram o martírio com diversos géneros de tortura, como irmãos em Cristo. († s. III-IV)
  • Em Milão, na Ligúria, região da Itália, São Materno, bispo, que, restabelecida a liberdade da Igreja, trasladou com grande solenidade de Lódi para a sua cidade os corpos dos mártires Nabor e Félix. († s. IV)
  • Em Doróstoro, na Mésia, na Bulgária, Santo Emiliano, mártir, que, destruiu o altar dos ídolos para impedir o sacrifício e, por isso, foi atirado para uma fornalha. († 362)
  • Em Bréscia, na Venécia, atualmente na Lombardia, região da Itália, São Filastro, bispo, cuja vida e morte foram louvadas por São Gaudêncio, seu sucessor. († c. 397)
  • Em Forlimpópuli, na atual Emília-Romanha, também região da Itália, São Rufilo, bispo, que é considerado o primeiro a governar esta Igreja e ter conduzido a Cristo todo o povo rural deste território. († s. V)
  • Em Metz, na Austrásia, atualmente na França, Santo Arnolfo, bispo, que foi conselheiro de Dagoberto, rei da Austrásia, e depois, renunciando ao cargo, se retirou para a vida eremítica nos montes Vosgos. († 640)
  • Em Constantinopla, na Turquia, Santa Teodósia, monja e mártir. Ela morreu por defender uma antiga imagem de Cristo que o imperador Leão ordenava remover do seu palácio. († s. VIII)
  • Em Utrecht, na Géldria da Austrásia, atualmente na Holanda, São Frederico, bispo, que foi exímio conhecedor da Sagrada Escritura e se consagrou com grande zelo à evangelização dos Frisões. († 838)
  • Em Ségni, no Lácio, região da Itália, São Bruno, bispo, que trabalhou e sofreu muito pela renovação da Igreja e, por isso, obrigado a deixar a sua sede episcopal, encontrou refúgio em Montecassino. († 1123)
  • Em Cracóvia, na Polónia, São Simão de Lipnica, presbítero da Ordem dos Menores que, impelido pela sua caridade, encontrou a morte no cuidado dos empestados moribundos. († 1482)
  • Num barco-prisão ancorado ao largo de Rochefort, na França, o Beato João Baptista de Bruxelas, presbítero de Limoges e mártir, que, morreu durante a Revolução Francesa. († 1794)
  • Em Nam Dinh, hoje no Vietnam, São Domingos Nicolau Dinh Dat, mártir, que, morreu estrangulado por ser cristão a mando do imperador Minh Mang. († 1859)
  • Em Krystonópil, na Ucrânia, a Beata Tarcísia (Olga Mackiv), virgem da Congregação das Irmãs Escravas de Maria Imaculada e mártir.  († 1944)