REPAM-Brasil realiza reunião da presidência no Jalapão para fortalecer missão e diálogo com as realidades locais

De 27 a 29 de maio, a presidência da REPAM-Brasil esteve imersa no Jalapão, em Tocantins, para uma reunião estratégica com o objetivo de aproximar ainda mais a Rede das realidades locais e fortalecer seu compromisso com a preservação da biodiversidade e a promoção da vida. O local, que une os biomas do Cerrado e da Amazônia, foi escolhido para refletir a complexidade socioambiental que a REPAM-Brasil se dedica a proteger e promover.

A agenda da presidência foi diversificada, combinando visitas a pontos turísticos icônicos, como as famosas Dunas do Jalapão e cachoeiras, com momentos de profunda conexão comunitária e reuniões internas. Durante a visita, um dos pontos altos foi a participação no Festejo da Paróquia Divino Espírito Santo, que teve início na quinta-feira, 29 de maio.

Dom Pedro Brito Guimarães, Arcebispo de Palmas e vice-presidente da REPAM-Brasil, destacou a importância da imersão em uma região de grande diversidade: “Estamos aqui para entender as realidades locais, as vivências das comunidades e as formas de missão que podem ser mais eficazes para a Igreja, tanto no Cerrado quanto na Amazônia. Esta experiência tem sido uma verdadeira oportunidade de aprendizado constante”, afirmou.

Ele também refletiu sobre o cuidado com a criação, citando o Papa Francisco e sua conexão com a tradição de São Francisco de Assis: “Louvado sejas, meu Senhor, por todas as tuas criaturas, pela irmã água preciosa de Casta. Estamos aqui, no Jalapão, celebrando os 10 anos da Laudato Si’, agradecendo a Deus por toda a criação e buscando cada vez mais conscientizar a todos sobre a interconexão de tudo. É nossa responsabilidade cuidar desta criação de Deus, sendo zelosos da natureza e de todas as criaturas.”

Dom Evaristo Spengler, Bispo de Roraima e presidente da REPAM-Brasil, compartilhou sua visão sobre a diversidade da região: “O bioma de outras regiões é repleto de rios, com abundância de água e floresta. No Jalapão, encontramos o cerrado, o capim dourado e uma vasta área de proteção ambiental, o que torna a região um importante ponto de turismo ecológico. Essa visita nos proporciona uma troca rica de sabedorias. O que vivenciamos em outras áreas da Amazônia, o que o povo local experimenta de maneira única, nos ensina a valorizar diferentes formas de convivência com a natureza. O que nos une é a preservação da casa comum a partir da fé.”

Ele também ressaltou o equilíbrio entre o homem e a natureza: “O Gênesis nos coloca a criação feita por Deus; tudo é criatura de Deus – o Sol, a Lua, as águas, as florestas. Aqui, vemos o contato direto com os povos e com o bioma, repleto de água, capim e cerrado. O povo local aprendeu a defender e viver com esse bioma sem destruí-lo. Essa sabedoria, transmitida de geração em geração, nos ensina a coexistir de forma equilibrada com a natureza.”

Dom Ionilton Lima, Bispo da Prelazia do Marajó e Secretário da REPAM, completou: “É fundamental que a Igreja se faça presente nessas regiões para não só anunciar a Palavra, mas também para defender o território e os direitos dos povos tradicionais. O desafio é grande, mas a missão é de muita esperança.”

A Secretária Executiva da REPAM-Brasil, Irmã Irene, também se manifestou sobre o significado do momento vivido no Jalapão: “Em 2025, estamos celebrando os 10 anos da Laudato Si’, e como presente, o Brasil vai receber a Conferência do Clima, a COP30, em Belém. Esse é um grande momento, não só para a Igreja, mas para o planeta, pois trata-se do cuidado com a nossa casa comum. Nós, da REPAM-Brasil e toda a rede eclesial da Pan-Amazônia, estamos nos preparando para esse evento, que será crucial para discutirmos o futuro do nosso planeta e como agir em harmonia com a criação.”

Durante as reuniões, também foram discutidas as preparações para a COP30, que acontecerá em Belém, além de estratégias para ampliar o alcance da atuação da REPAM-Brasil nos diversos territórios da Pan-Amazônia. As questões ambientais e a defesa dos povos tradicionais seguiram como prioridades, com o compromisso de fortalecer a atuação da Igreja nesses contextos.

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