O papel das mulheres na Igreja é algo que está cada vez mais presente no pensamento do Papa Francisco. De fato, em seu encontro com os jesuítas na recente viagem à Bélgica, quando perguntado por um jesuíta sobre “a dificuldade de dar às mulheres um lugar mais justo e adequado na Igreja”, ele não hesitou em responder que “a Igreja é uma mulher“. Nesta perspectiva, ele mostrou seu desejo de “colocar cada vez mais no Vaticano mulheres com papéis de crescente responsabilidade. E as coisas estão mudando: você pode ver e sentir isso”, enfatizando que “as mulheres, em suma, entram no Vaticano com papéis de alta responsabilidade: continuaremos neste caminho. As coisas estão funcionando melhor do que antes.”
Mulheres membros da Assembleia Sinodal
Na Assembleia Sinodal do Sínodo sobre a Sinodalidade, que realiza sua Segunda Sessão de 2 a 27 de outubro, essa presença feminina é algo que parece ter vindo para ficar. Cada vez menos pessoas questionam sua presença e muitas valorizam suas contribuições. De fato, entre os membros do Sínodo há um bom número de mulheres, com voz e voto, que trazem para a sala do Sínodo o desejo de serem cada vez mais ouvidas e reconhecidas na vida cotidiana da Igreja, abrindo espaço para elas nos espaços de tomada de decisão, que além das questões ministeriais, é o desejo da grande maioria das mulheres.
O encontro do dia 19, uma iniciativa particular das mulheres participantes da Assembleia Sinodal, é mais uma prova do desejo do Papa Francisco de ouvir a todos. Alguns participantes da Assembleia Sinodal do Sínodo para a Amazônia dizem que, quando as mulheres falaram, a atenção de Francisco foi redobrada.
Um momento de partilha e escuta
Mais do que qualquer demanda que será levada, o encontro deve ser um momento para as mulheres se apresentarem e dizerem ao Papa as angústias, as esperanças e alegrias, apresentando muito do trabalho que as mulheres já fazem na vida das comunidades, paróquias, pastorais, movimentos, dioceses, inclusive na Cúria vaticana.
Uma oportunidade para reafirmar os passos dados desde a Primeira Sessão do Sínodo sobre a Sinodalidade, realizada em outubro de 2023: dar visibilidade para as mulheres, o reconhecimento das mulheres na Igreja e que a Igreja possa ter esse olhar feminino. Um encontro que segundo uma das mulheres que participa da Assembleia Sinodal, “será um encontro de partilha, e ele como pastor para escutar”.
Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1
A laureada global deste ano, Irmã Rosita Milesi, é uma irmã brasileira, advogada, ativista e formadora de movimentos sociais.
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Cinco mulheres pioneiras – uma religiosa, uma ativista, uma empreendedora social, uma trabalhadora humanitária voluntária e uma defensora pelo fim da apatridia – serão homenageadas como vencedoras do Prêmio Nansen do ACNUR 2024, da Agência da ONU para Refugiados.
A laureada global deste ano, Irmã Rosita Milesi, é uma irmã brasileira, advogada, ativista e formadora de movimentos sociais, que há quase 40 anos defende os direitos e a dignidade de pessoas em movimento. As outras quatro foram nomeadas vencedoras regionais.
“As mulheres muitas vezes enfrentam riscos elevados de discriminação e violência, especialmente quando são forçadas a fugir”, disse o Alto Comissário da ONU para Refugiados, Filippo Grandi. “Mas essas cinco vencedoras mostram como as mulheres também desempenham um papel fundamental na resposta humanitária e na busca de soluções.” Grandi elogiou a dedicação delas em promover ações em suas próprias comunidades, construir apoio de base e até mesmo moldar políticas nacionais.
Irmã Rosita ajudou pessoalmente milhares de pessoas em movimento – facilitando o acesso a abrigo, alimentação, cuidados de saúde, treinamento de idiomas, geração de renda e documentação no Brasil. Como advogada, ela também foi fundamental na formulação de políticas públicas. Seu trabalho na Lei de Refugiados de 1997, por exemplo, ajudou a ampliar os direitos das pessoas refugiadas em consonância com a Declaração de Cartagena de 1984, assegurando assim que a lei contemple mais ações para proteger, incluir e empoderar pessoas forçadas a fugir, em conformidade com os padrões internacionais.
“Decidi me dedicar a migrantes e refugiados. Sou inspirada pela crescente necessidade de ajudar, acolher e integrar refugiados”, disse Irmã Rosita, 79 anos. “Não tenho medo de agir, mesmo que não alcancemos tudo o que queremos. Se assumo algo, vou virar o mundo de cabeça para baixo para fazer acontecer”, acrescentou.
As quatro vencedoras regionais que serão homenageadas este ano são:
Maimouna Ba (África), uma ativista da Burkina Faso que ajudou mais de 100 crianças deslocadas a retornarem à escola e colocou mais de 400 mulheres deslocadas em um caminho de independência financeira.
Jin Davod (Europa), uma empreendedora social que, com base em sua própria experiência como refugiada síria, criou uma plataforma online que conectou milhares de sobreviventes de traumas a terapeutas licenciados que oferecem suporte gratuito de saúde mental.
Nada Fadol (Oriente Médio e Norte da África), uma refugiada sudanesa que mobilizou ajuda essencial para centenas de famílias refugiadas que fugiram para o Egito em busca de segurança.
Deepti Gurung (Ásia-Pacífico), que fez campanha para reformar as leis de cidadania do Nepal após descobrir que suas duas filhas haviam se tornado apátridas – abrindo um caminho para a cidadania delas e de milhares de outras pessoas em situação semelhante.
Além disso, o povo da Moldávia receberá menção honrosa por atuar como um farol de humanidade. Mesmo enfrentando seus próprios desafios econômicos, eles rapidamente transformaram suas escolas, espaços comunitários e lares em santuários para mais de um milhão de pessoas que fugiram da guerra na Ucrânia.
O Jubileu 2025 está limpando a face de Roma e, evidentemente, do Vaticano e da Basílica de São Pedro. Estão sendo realizados trabalhos em todos os cantos, buscando restaurar o esplendor original de peças emblemáticas, incluindo o Baldaquino de Bernini, que cobre o altar-mor da Basílica e o túmulo do apóstolo, e a Cátedra de São Pedro.
Mais de 100 jornalistas presentes
No dia 8 de outubro, a Sala Stampa do Vaticano organizou uma visita com jornalistas, da qual participaram mais de 100 correspondentes credenciados, que fizeram uma avaliação muito positiva da visita, dada a singularidade dos espaços visitados, apesar das longas esperas, o que é compreensível dada a dificuldade de locomoção entre andaimes e peças de grande valor artístico e importância para a Igreja Católica.
Recebidos pelo arcipreste da Basílica de São Pedro, Vigário Geral para a Cidade do Vaticano e presidente da Fabbrica di San Pietro, Cardeal Mauro Gambetti, ele se disse surpreso com o grande número de pessoas e descreveu a restauração como “memorável, extraordinária”. Junto com o cardeal, o diretor de comunicação da Basílica, Enzo Fortunato, que lembrou que o trabalho foi possível graças ao apoio dos Cavaleiros de Colombo, e Alberto Capitanucci, chefe do departamento técnico da Fábrica de San Pedro no Vaticano, que está dirigindo o trabalho, que compartilhou algumas das anedotas vividas por aqueles que pelos restauradores nos últimos meses.
Um trabalho grandioso
Um trabalho que ocorre 250 anos após a última grande restauração e que foi realizado nos últimos 9 meses. No caso do Baldaquino, criado entre 1623 e 1634, com quase 29 metros de altura e pesando 63 toneladas, acaba de completar 400 anos desde o início de sua construção, os últimos detalhes estão sendo finalizados e a inauguração oficial ocorrerá em 27 de outubro, coincidindo com a missa de encerramento da Segunda Sessão da Assembleia Sinodal do Sínodo sobre a Sinodalidade, que iniciou seus trabalhos em 2 de outubro. A conclusão da Cátedra de São Pedro está prevista para dezembro.
Entre os objetos visitados, vale a pena destacar um elemento singular por sua importância, a cadeira na qual a tradição diz que Pedro, o primeiro pontífice, sentou-se. Um objeto que, com quase dois mil anos, podemos dizer que ainda está em condições mais ou menos boas e cujo significado simbólico nos leva a contemplar o significado dos 264 pontífices que ocuparam a Cátedra de Pedro desde então.
Uma experiência única, pois além de contemplar com atenção e precisão todos os detalhes do baldaquino e da cadeira, ofereceu a possibilidade de ter uma visão em perspectiva da Basílica de São Pedro, uma oportunidade que provavelmente não será desfrutada por muito tempo. Não podemos nos esquecer de que a última grande restauração foi feita há 250 anos.
Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1
O arcebispo de Porto Alegre e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e do Conselho Episcopal Latino-americano e caribenho (CELAM), foi um dos participantes da coletiva de imprensa do dia 8 de outubro. Ele manifestou sua surpresa diante da nomeação cardinalícia, cerimonia que será realizada dia 8 de dezembro no Vaticano, mas ao mesmo tempo lembrou um dos princípios norteadores de sua vida: “nunca dizer não ao que a Igreja me pede”. Igualmente agradeceu ao Papa Francisco pela confiança depositada nele.
Testemunhas mais do que mestres
Falando sobre a sinodalidade na América Latina e no Caribe, Spengler destacou que “hoje, a questão da autoridade na sociedade e no mundo, é uma questão decisiva”, afirmando que “estamos vivendo um momento de crise das democracias”, e junto com isso “uma crise nas instituições de mediação no seio da sociedade, seja internacional, global, seja também em nível continental”. Diane disso, o arcebispo de Porto Alegre fez um chamado a resgatar as palavras de Paulo VI: “o ser humano hoje, ouve com muita maior atenção as testemunhas que os mestres, e se ouve os mestres, é porque são testemunhas”. Nessa perspectiva, ele enfatizou que “a autoridade, ela não vem de um poder sociológico, mas de um testemunho ético, moral e religioso”.
Inculturação dos ritos litúrgicos
Com relação ao Rito Amazônico, uma possibilidade em discussão, o presidente da CNBB falou sobre a realidade de muitas comunidades na Amazônia, onde a celebração eucarística acontece uma vez por ano, inclusive menos do que isso. O Rito Amazônico está sendo estudado pela Conferência Eclesial da Amazônia (CEAMA), lembrou dom Jaime Spengler. Ele disse que o Rito Romano “deve ser inculturado nas diversas realidades”, algo que exige uma sensibilidade especial. Lembrando a diversidade de povos, culturas e línguas, o futuro cardeal falou sobre a importância de um rito para a região, colocando como exemplo a Eucaristia celebrada na Assembleia da CEAMA em 2023, onde indígenas serviram o altar nas diversas funções. Ele destacou a dignidade, a reverência, o modo, o cuidado com que os indígenas desenvolviam o que fazia parte do rito, “com uma dignidade tal que as vezes não sentimos ou não testemunhamos nas nossas celebrações, por mais solenes que sejam”.
Fenómenos climáticos no Brasil
A Assembleia Sinodal está abordando o tema das relações, e nessa perspectiva, o presidente da CNBB, diante da realidade climática vivenciada no Brasil e em outros lugares do Planeta, disse que no grupo em que participa foi tocado esse aspecto, sendo visto que o Instrumentum laboris fala da relação horizontal e vertical, transcendente, “mas talvez tenha faltado a relação com o meio ambiente, com a casa comum, um aspecto que precisamos ter presente nas discussões nesses dias”. Ele relatou a dramática situação que vive o Brasil, com incêndios, secas na Amazônia, falando da conversa com o arcebispo de Manaus, cardeal Leonardo Steiner, onde relatou que não pode visitar algumas comunidades que tem como único acesso os rios, agora secos.
Diante disso, dom Jaime Spengler enfatizou: “o mundo, a natureza está pedindo socorro, e o cuidado que nós somos chamados a ter para com a natureza, não porque podemos perecer por falta de cuidado com o meio ambiente, o lixo que produzimos, as transformações que nós estamos assistindo”. Considerando isso muito importante, ele sublinhou que “o cuidado que nós somos chamados a desenvolver em relação ao meio ambiente, tem um grau de dignidade ainda maior, esse meio ambiente, essa vida, esse Planeta, não é fruto de obra humana, é divino. E por isso, todo cuidado, toda promoção se faz necessária”.
O presidente da CNBB destacou como algo muito forte a interpelação que Papa Francisco nos faz: “Que mundo nós queremos deixar para os filhos, para os netos, para aqueles que virão depois de nós”, insistindo em que “o futuro está nas mãos de Deus”, mas também que o novo a viver “passa pelas nossas escolhas, as nossas decisões, as nossas opções”, o que demanda uma corresponsabilidade evangélica com efeitos na sociedade e no futuro melhor na vida daqueles que virão depois.
Missão que constrói sociedade
Sobre a missão na Igreja, tema da Segunda Sessão da Assembleia Sinodal, o presidente da CNBB destacou o papel destacado na evangelização do Brasil e da América Latina da parte daqueles que chegaram de outras regiões, afirmando que “se hoje nós temos uma tradição cristã vigorosa, nós devemos aos imigrantes”, mesmo diante das muitas dificuldades sofridas, vencidas com “a determinação, a coragem e sobretudo a fé, que deu forças para construir uma sociedade da qual hoje nós somos participantes”. Igualmente destacou a importância da Iniciação à Vida Cristã, um tema debatido na aula sinodal.
Pontos de convergência para a transmissão da fé
Dom Jaime Spengler vê como grande desafio da Igreja como fazer chegar a fé às pessoas. Afirmando que não temos claro o modo, ele disse que esse é trabalho do Sínodo, colocando o diálogo, a escuta, a sensibilidade com as diversas realidades, como caminhos, buscando “pontos de convergência diante do desafio da transmissão da fé hoje às novas gerações”, algo que demanda dos participantes da assembleia abertura de coração e capacidade intelectual e espiritual. Falando sobre a Conferência Episcopal brasileira, com mais de 450 bispos e uma grande assembleia geral, que chegou a definir como quase um Sínodo, vê esses encontros como um Pentecostes, em que pessoas de diversas culturas, línguas, conseguem chegar em pontos de convergência para responder à atual realidade política, social e eclesial.
Riqueza na diversidade do Colégio Cardinalício
O arcebispo de Porto Alegre falou sobre a tragédia vivida no Rio Grande do Sul no mês de maio, com cidades completamente arrasadas, que demanda construir de forma diferente. Ele destacou a onda de solidariedade nunca vista no Brasil, que deve ficar na história, sem esquecer que também apareceu o pior de alguns. Falando da catolicidade da Igreja, que tem a ver com “generosidade e magnanimidade própria de Deus, capaz de dialogar com todas as diferenças, culturas, realidades, povos”. Ele vê na diversidade do Colégio Cardinalício, uma “expressão desse modo característico de ser católico”, destacando a preocupação do Papa Francisco com as diversas realidades, manifestada na universalidade desse colégio, “somos tão diferentes, mas há algo que nos une, e aqui está a beleza a grandeza e a dignidade do próprio colégio”.
Parresia diante da ordenação de homens casados
Diante da possibilidade de ordenar homens casados e a retomada desse assunto pelo CELAM, seu presidente disse que, sendo uma questão delicada, “essa é uma questão de disciplina da Igreja, não é uma questão teológica”. Ele contou a experiência de um bispo da Amazônia, que depois da instalação da prelazia só contava com um padre para uma Igreja local de enorme extensão. Diante disso, Dom Jaime Spengler disse que “é uma realidade que precisa de aprofundamento”, se referindo à possibilidade de homens casados exercerem o ministério ordenado no grau de presbíteros, algo que disse não saber se seria a melhor solução.
O presidente do CELAM pediu parresia para tratar essa questão, afirmando a possibilidade dessa ordenação de homens casados para uma comunidade concreta. “Isso exigiria de todos nós parressia, capacidade de abertura de coração, é uma questão que precisamos sim avançar”, mesmo reconhecendo no saber o caminho. Mesmo assim, “podemos e devemos abordar com coragem esta questão”, tendo presentes aspectos teológicos, bíblicos, da Tradição da Igreja, mas atentos também aos sinais dos tempos, algo feito pelos apóstolos em busca de respostas para as diversas necessidades.
Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1
O martirológio romano apresenta-nos quatro santas com este nome de Pelágia. Esta, de hoje, era uma jovem de quinze anos, que, no princípio da perseguição do imperador Diocleciano, em 302, testemunhou de modo muito esquisito sua fidelidade a Cristo: preferiu morrer por amor a Cristo do que entregar sua virgindade, por isso a Igreja reconhece e louva seu heroísmo.
Guardiã da Virgindade
Quando os soldados do imperador foram à sua casa para levá-la ao tribunal, que certamente a condenaria porque era cristã, Pelágia recebeu-os bem, e quando se propuseram levá-la dando voz de prisão, pediu-lhes permissão para que fosse trocar de roupa. Dado o consentimento pelo chefe da escolta, Pelágia dirigiu-se ao quarto e, desejosa de escapar dos ultrajes que a esperavam, infalíveis, e a temer pela virgindade que consagrara a Deus, não titubeou: subiu ao mais alto da casa em que vivia, em Antioquia, e de lá atirou-se ao chão, falecendo quase que instantaneamente.
O Martírio para a preservação de sua virgindade
Irmãs pelo martírio
Santo Ambrósio de Milão, no seu Tratado Das Virgens, apresenta-nos esta Santa Pelágia como irmã dos mártires Berniceia e Prosdoceia. Santa Pelágia ligou-se àquelas santas, porque Berniceia e Prosdoceia também tiraram a própria vida para escapar do horror; presas, iam sendo levadas ao cárcere. Em dado momento, a meio caminho, quando chegaram perto dum rio, solicitaram licença aos soldados para afastar-se um pouco, o que lhes foi concedido. Destarte, sem que pudessem ser impedidas, atiraram-se, de comum acordo à correnteza.
Suicídio ou virtude?
Pergunta-se: cometeram suicídio? Não, pois isso seria tirar a própria vida por desgosto, por perda de sentido ou qualquer motivo leviano. Na verdade, essas pessoas preferiam morrer do que cometer um pecado, por isso são mártires. Lembremos de São Domingos Sávio: “Antes morrer do que pecar”.
A Virtude da Castidade
Pelágia e tantos outros santos tinham a mesma convicção, e por isso não hesitaram em entregar a sua vida, afinal é melhor morrer para esse mundo do que padecer a eternidade no inferno. Essas mulheres, mártires por virtude da castidade, foram honradas com um culto público, porque aquele tirar-se a vida foi considerado como um ato de obediência a Deus.
Muitas santas virgens assim agiram, como vimos e veremos no transcorrer dos dias e dos meses. Salvaram com a morte sua castidade. Essa atitude exalta a beleza e a virtude de modo heroico, enquanto, nos nossos dias, tantas pessoas se entregam aos prazeres da carne ou se deixam convencer a perder a sua virgindade para provarem que amam. Santa Pelágia preferiu provar seu amor a Jesus, e ali gozar das riquezas e prazeres celestes.
Minha oração
“Ó querida Pelágia, mesmo jovem, seu coração já estava maduro para compreender o valor da castidade, por isso pedimos a tua virtude sobre nós para que possamos viver reta e conscientemente. Que um dia cheguemos a amar a castidade mais que a nossa vida! Amém.”
Santa Pelágia, rogai por nós!
Outros santos e beatos celebrados em 08 de outubro
Comemoração de Santa Reparata, que é venerada em muitos lugares como virgem e mártir. († c. s. IV)
Em Como, na Ligúria, hoje na Lombardia, região da Itália, São Félix, bispo, que, ordenado por Santo Ambrósio de Milão, foi o primeiro bispo desta cidade. († s. IV f.)
Em Ruão, na Gália Lionense, atualmente na França, Santo Evódio, bispo. († s. V)
Em Denain, no Hainaut, também na atual França, Santa Ragenfreda, abadessa, que com os seus bens fundou neste lugar um mosteiro, do qual foi digna abadessa. († s. VIII)
Em Génova, na Ligúria, região da Itália, Santo Hugo, religioso, que, depois de ter prestado o serviço militar durante longo tempo na Terra Santa, foi designado para reger a Comenda da Ordem de São João de Jerusalém nesta cidade e se distinguiu pela sua bondade e caridade para com os pobres. († a. 1233)
Em Londres, na Inglaterra, os beatos João Adams, Roberto Dibdale e João Lowe, presbíteros e mártires, que, no reinado de Isabel I, por terem exercido o ministério sacerdotal para o povo católico, foram condenados à morte e, depois de sofrerem atrozes tormentos em Tyburn, alcançaram o reino celeste. († 1586)
No cemitério de Montcada, na Catalunha, região da Espanha, os beatos Laurentino (Mariano Alonso Fuentes), religioso da Congregação dos Irmãos Maristas e companheiros, mártires, que, durante a perseguição contra a fé, pelo seu inquebrantável testemunho de Cristo alcançaram vitoriosamente o reino celeste. († 1936)
A sinodalidade é a melhor expressão da universalidade da Igreja, da catolicidade, dessa sinfonia da diversidade que o Papa Francisco quer que seja tocada pela orquestra eclesial. Muitos não reconhecem essa melodia, quase sempre por razões ideológicas, um perigo contra o qual o pontífice adverte constantemente, que domina a mente e rompe a comunhão, tornando cada vez mais difícil a proclamação do Evangelho de Jesus Cristo, que alguns confundem com sua própria maneira de entender Deus, muitas vezes um deus particular, à sua própria imagem e semelhança.
Deus como ponto de partida
Uma semana após o início da Segunda Sessão da Assembleia Sinodal, uma primeira avaliação já pode ser feita. Devemos ter claro que o ponto de partida deve ser sempre Deus, Sua Palavra, daí a importância de estarmos diante dela, especialmente quando buscamos encontrar o caminho para sermos Igreja em qualquer época da história. A oração, a verdadeira oração, que nos leva a um encontro pessoal e comunitário com Deus, é a luz que deve guiar a caminhada da Igreja, fundada por Jesus Cristo e desafiada a ser um sinal de sua presença.
Quando se está diante de Deus, reconhece-se a própria pequenez, os próprios pecados, algo que não é apenas pessoal, mas também comunitário, eclesial, estrutural. Somente tendo consciência dos pecados cometidos, e nisso Francisco é um verdadeiro testemunho de coragem, é que se pode crescer. Reconhecer os abusos na Igreja, denunciar a indiferença para com os descartados, os migrantes, as vítimas da guerra e da mudança climática, muitas vezes custa caro, mesmo para aqueles que à frente do catolicismo. Essas situações são provocadas pelos poderosos e, quando alguém coloca o dedo na ferida, paga as consequências.
A comunhão como um princípio inegociável
Em uma Igreja que vive a comunhão, e isso deveria ser um princípio inegociável, é inaceitável querer definir a agenda, já existem aqueles que querem definir a agenda até mesmo para o próprio Papa. Somente quando entendemos que juntos somos mais e que, para isso, precisamos escutar, dialogar e discernir em comunidade, é que aprendemos o que significa ser Igreja. Se eu não estiver disposto a sacrificar o que é meu, nunca nascerá algo novo, o plano de Deus nunca se tornará realidade.
O processo sinodal pelo qual estamos passando como Igreja é um desafio para darmos passos em uma direção comum, sem medo, mas movidos por um espírito de unidade na diversidade. É tão perigoso cada um caminhar como bem entender quanto tentar estabelecer uma Igreja de clones, tentação presente naqueles que têm a ideologia como norte. A Igreja sinodal não poderia ter um inimigo maior do que esse.
Não vamos continuar alimentando o ódio
A partir desses primeiros dias de caminhada, na verdade a continuação de um longo processo, talvez a maior intensidade e atenção da mídia façam da Assembleia Sinodal um momento diferente, vale destacar alguns elementos já apontados na Primeira Sessão, como a atenção ao mundo virtual e a presença da Igreja nele, não olhar as mulheres de cima para baixo, não continuar a considerá-las inferiores e negar-lhes presença em áreas para as quais são mais do que capazes.
Que ninguém, em nenhum dos lados das trincheiras ideológicas, pense que, com esse processo sinodal, a estrutura eclesial vai se transformar completamente, não reduzamos a sinodalidade a uma técnica, entendamos que é um estilo que exige escuta e conversão, não tentemos perpetuar um clericalismo que deve ser coisa do passado, pois impede a acolhida de todos e a livre atenção. Em um mundo dividido pela guerra, não sejamos como aqueles que alimentam o ódio, porque mesmo na Igreja as consequências são sempre dramáticas.
Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1
“A Igreja peregrina é, por natureza missionária, visto que tem a sua origem, segundo o desígnio de Deus Pai, na missão do Filho e do Espírito Santo” (cf. AG 2). A diversidade de dons, à Ela concedida, brota do seio da Trindade, e fortalece a sua identidade missionária. Com a força do Espírito, a Igreja é conduzida à unidade.
O mês de outubro, desde 1926, é tradicionalmente celebrado pela Igreja como mês missionário. O Papa Pio XI, instituiu essa data com o objetivo de incentivar a oração pelas missões e de promover uma coleta em favor da evangelização dos povos. Essa iniciativa é inspirada no mandato de Jesus para anunciar o Evangelho a todas as nações (cf. Mt 16,15).
Com isto, não estou afirmando que nos outros meses do ano não se fale de missão; se fala sim, pois a missão é a identidade da Igreja. Mas este é um mês de campanha missionária, ou seja, período em que se intensificam as iniciativas de animação e orações em prol das missões em todo o mundo. O tema deste ano, “Com a força do Espírito, testemunhas de Cristo”, nos chama a refletir sobre o agir central do Espírito Santo na vida missionária da Igreja e a nossa vocação de ser testemunhas vivas do Evangelho de Jesus Cristo no mundo. Nos desperta o compromisso de ser luz e esperança em meio às diversas realidades.
O lema bíblico, inspirado na mensagem de Jesus, “Ide, convidai a todos para o banquete!” (Mt 22,9), foi o tema da carta do Papa Francisco, para o Dia Mundial das Missões deste ano de 2024. Em sua carta, Franscisco destaca três pontos importantíssimos: O “ide e convidai” – mostrando uma Igreja que envia e que acolhe. No segundo ponto o Papa desenvolve a dimensão escatológica do “banquete” – eucaristia, a missão de Cristo e da Igreja. O terceiro, diz respeito a Igreja toda sinodal missionária, quando se refere ao termo – “convidai a todos”. Com isto, o Papa traz presente em sua reflexão, a segunda fase do sínodo sobre a sinodalidade, vivenciada neste mês de outubro.
Assim, motivados por este tema e lema, como bispo referencial da missão em nosso Regional Norte 1, convido todas as Igrejas Locais do referido Regional, para vivermos missionariamente este mês de outubro, que começou com a comemoração de Santa Teresinha do Menino Jesus, que é reconhecida pela Igreja, como a padroeira das missões. Ela nos ensina que a primeira atitude do missionário(a) deve ser a mansidão. O anúncio da Boa Nova é um anúncio de paz, que leva aos mais necessitados a misericórdia que vem do Senhor.
E enquanto, Arquidiocese, Dioceses e Prelazias, devemos sensibilizar e despertar a consciência missionária dos batizados(as), ajudando-os(as) a perceber que todos somos responsáveis pelo trabalho do Reino. “O Mês das Missões deve lembrar a cada um de nós, que é missão de todo batizado ser evangelizador. Não é cristão de verdade quem não fala de Cristo e da Igreja. O Batismo nos faz “membros do Corpo de Cristo”, a Igreja, e assim, participantes de sua Missão de salvar o mundo, levando-o para Deus, por meio da vivência dos ensinamentos de Jesus.”
O Conselho Missionário Regional – COMIRE, procura organizar e realizar a animação, formação e cooperação missionária em todos os níveis eclesiais do Regional. Animar e ajudar as Igrejas Particulares na formação, a ponto de se criar uma mentalidade de sua vocação missionária. O COMIRE, se coloca à disposição, para vivermos a sinodalidade numa Igreja toda ministerial, de comunhão, participação e missão.
Ao concluir esta mensagem, gostaria de lembrar sobre a Coleta do Dia Mundial das Missões. Vamos motivar em todas as celebrações durante os três primeiros domingos do mês missionário, para que a coleta em nosso Regional, seja generosa! Maria, que participou do primeiro milagre de Jesus, devolvendo a alegria do banquete das núpcias, em Caná da Galileia (Jo 2, 1-12), mantenha em nosso Regional a alegria do Evangelho.
José Altevir da Silva, CSSp, bispo da Prelazia de Tefé e referencial da Missão no Regional Norte1
A Comissão Episcopal para a Vida e a Família da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), por ocasião do Dia do Nascituro, que é lembrado hoje, 8 de outubro, publicou na na ultima sexta-feira, 4 de outubro, uma “Nota sobre o Dia do Nascituro”, na qual reafirma o compromisso na defesa da vida humana desde a concepção até a morte natural.
Publicada no contexto da Semana Nacional da Vida 2024, que neste ano, tem como tema: “Idosos, memória viva da nossa história” e o lema “Na velhice darão frutos” (Salmos 92, 15), a nota pede que os católicos voltem “novamente o olhar cuidadoso para aqueles que ainda não nasceram, celebramos e renovamos nosso compromisso com a cultura da vida, inspirada no Evangelho de Jesus Cristo, em todas as etapas, como nos recorda o Papa Francisco em sua Exortação Apostólica Evangelii Gaudium, “Um ser humano é sempre sagrado e inviolável, em qualquer situação e em cada etapa do seu desenvolvimento”.
O documento estimula ainda a realização de ações nas comunidades católicas para marcar esta data, como o gesto concreto “Sinal da Esperança”. “No dia 08 de outubro, façamos em um gesto de propagação da ‘Luz de Cristo’ para poder iluminar e proteger as vidas vulneráveis e indefesas”. A nota convida a ascender o maior número de velas e a rezar juntos a ‘Oração do Nascituro’, como um momento de devoção e unidade.
As relações são um dos elementos presentes nas discussões da Segunda Sessão da Assembleia Sinodal do Sínodo sobre a Sinodalidade, que está sendo realizada na Sala Paulo VI de 2 a 27 de outubro de 2024. Esse tema está muito presente na vida da Igreja Católica na Ásia, como afirmou o Cardeal Oswald Gracias, Arcebispo de Bombay e Presidente da Federação das Conferências Episcopais Asiáticas.
Trabalhando juntos como religiões, buscando Deus
Para o cardeal indiano, na Ásia, “as relações com outras religiões são muito importantes, nós as definimos como religiões próximas, temos que trabalhar juntos, buscando Deus, buscando um elo entre nós”. Uma atitude que também está presente em outras latitudes, como na Amazônia, onde o Sínodo para a Amazônia, que realizou sua Assembleia Sinodal em outubro de 2019, da qual participou o arcebispo de Bombay, fortaleceu essa dinâmica, avançando em alguns elementos concretos, como o rito amazônico.
A esse respeito, o cardeal Gracias lembrou que, na Ásia, os católicos representam quatro por cento, com países onde constituem um por cento, sendo as Filipinas uma exceção a esse respeito, com um número maior de católicos. A partir daí, ele disse que “o Sínodo deve ter um efeito sobre a transformação das igrejas cristãs no mundo”, insistindo na ideia de “poder trabalhar juntos, para avançar juntos”. Falando sobre participação, ele observou que “é aqui que a interculturalidade entra em jogo, e devemos respeitar outras culturas”.
A necessidade de aceitar, respeitar e compreender
O Cardeal Gracias lembrou que “depois do Concílio Vaticano II, percebemos muito melhor o valor, a necessidade de aceitar, respeitar e ser capaz de compreender os outros”. Nessa perspectiva, ele enfatizou que “a inculturação da fé também deve ser diferente”, destacando que “há uma enorme riqueza na Ásia, na Índia, na Coreia, no Japão, em todos esses países, as culturas locais nos ajudarão. Não queremos converter os outros, mas temos que construir o Reino de Deus na Ásia, temos que assumir o valor da Ásia como algo necessário”.
“Por natureza, somos sinodais na Índia, na Ásia”, uma região onde “a cultura é totalmente diferente, eles não entenderiam outra cultura se ela lhes fosse imposta’. Lembrando o que diz o Vaticano II, o cardeal disse que “devemos valorizar todas as culturas, respeitá-las, aproveitar a riqueza dessas culturas, porque senão estaríamos indo contra a corrente, estaríamos indo contra a encarnação, este é um exemplo típico de inculturação”.
Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1
No dia em que a Assembleia Sinodal deu mais um passo à frente, com o início do trabalho em um novo módulo dos quatro em que está dividido o Instrumentum laboris, o das relações, a Sala Stampa sediou uma nova coletiva de imprensa com os membros da Assembleia Sinodal, neste caso o Arcebispo de Bombay, Cardeal Oswald Gracias, Dom Gintaras Grusas, Arcebispo de Vilnius e Ir. Mary Teresa Barron. A eles se juntaram os membros presentes cada dia: Paolo Ruffini, Sheila Pires e Cristiane Murray.
Oração e solidariedade com o Oriente Médio
Do que aconteceu na Congregação Geral na segunda-feira, Ruffini destacou o momento de oração e solidariedade com os povos do Oriente Médio no Dia de Oração e Jejum, convocado pelo Papa Francisco para 7 de outubro, buscando o que nos une pela Paz. Da mesma forma, afirmando que a caridade, a proximidade e a sinodalidade estão ligadas, ele relatou a coleta de esmolas para a paróquia de Gaza, sempre presente entre as preocupações do Papa. Também recordou a presença na Assembleia Sinodal de 9 dos cardeais nomeados pelo Papa, e as palavras de Madre Maria Ignacia Angelini, que pediu uma conversão das relações para passar de um modelo piramidal a um modelo sinodal.
O novo módulo significou uma mudança de membros nos círculos menores, nas mesas redondas, que elegem o relator, o secretário é previamente escolhido pela Secretaria do Sínodo, lembrou Sheila Pires, relatores e secretários que realizam um trabalho amplo e importante. O trabalho começa com a apresentação dos membros, que depois apresentam sua reflexão, preparada com antecedência, que dá lugar à conversa no Espírito.
Nesta terça-feira, informou a secretária da Comissão de Informação, serão eleitos os membros da Comissão para a redação do Documento Final. Junto com isso, depois de explicar o desenvolvimento do trabalho, ela se referiu aos fóruns teológicos que serão realizados na quarta-feira à tarde, onde se refletirá sobre o Povo de Deus como sujeito da missão e o papel e a autoridade do bispo em uma Igreja sinodal.
Sínodo como algo natural na Ásia
O tema dos relacionamentos despertou enorme interesse, de acordo com o Cardeal Gracias, que destacou a enorme contribuição sobre essas questões no mundo asiático. Ele lembrou a assembleia asiática realizada em 2022, com a participação de 200 bispos, que, nas palavras do arcebispo de Bombay, abordou esses mesmos argumentos, concentrando-se na renovação pastoral. “O Sínodo chegou de maneira natural à Ásia“, disse o cardeal, para quem é necessário trabalhar em conjunto com respeito.
Entre os elementos importantes, ele afirmou que a Igreja deve construir pontes, e é por isso que o relacionamento com outras religiões é importante, insistindo que “temos que trabalhar juntos em busca de Deus”. O cardeal também se referiu à mídia digital e sua importância para os jovens. A esse respeito, ele contou que recentemente um jovem se dirigiu aos bispos asiáticos dando-lhes as boas-vindas ao mundo digital, reconhecendo que os bispos “resistiram a esse mundo digital”. Sobre o caminho sinodal, ele pediu um progresso contínuo e frutífero a fim de revitalizar a Igreja, e também destacou as contribuições dos delegados fraternos, membros de outras igrejas, na assembleia.
O Sínodo é mais do que burocrático
A proximidade e a solidariedade com aqueles que sofrem com a guerra é uma realidade que tem a ver com o que é feito no Sínodo, disse Dom Grusas, que insistiu no fato de que o Sínodo é mais do que algo burocrático. Falando sobre o módulo das relações, ele disse que, ao lidar com a guerra, leva-se em conta o que o Papa diz em Fratelli tutti, somos uma família que reza pela paz. Ele também enfatizou a importância da oração pessoal, do amor entre as igrejas, com aqueles que estão em dificuldade, referindo-se à proximidade da Igreja Europeia com a Igreja na Ucrânia e em Gaza, pedindo para “rezar pelo milagre da paz”.
O presidente do Conselho das Conferências Episcopais da Europa destacou que, nesta Segunda Sessão da Assembleia Sinodal, os laços se estreitam, algo que “ajuda a entender o que significa ser Igreja, caminhar juntos como batizados que têm uma missão“. Por isso, não hesitou em dizer que “este Sínodo é uma oportunidade para que todos aprendam a ser Igreja”, uma afirmação decisiva, porque além dos temas a serem tratados, o fundamental é encontrar o caminho a seguir para ser uma Igreja que sente a necessidade de caminhar junto.
Escutar os excluídos como Igreja
A irmã Barron também se referiu ao crescimento e aprofundamento da capacidade de escutar uns aos outros. Ela que vê a necessidade de escutar a vontade de Deus, para aprender a respeitar as diferenças. Nesse sentido, a presidenta da União Internacional de Superioras Gerais (UISG), enfatizou que não devemos convencer os outros a aceitar o que acreditamos e como a Igreja pode escutar melhor aqueles que são excluídos, “devemos escutar cada vez melhor, a sinodalidade é o modus vivendi de uma Igreja que vive em missão“, insistindo que o desafio é ir até aqueles que não são ouvidos.
A religiosa contou a experiência da UISG, que tem um escritório dedicado à sinodalidade, que se reúne com uma equipe intercultural, descobrindo como imagem da sinodalidade a imagem de uma ponte, uma ponte para ir além. Elas estabeleceram quatro prioridades: crescer no discernimento, saber escutar e construir melhores relacionamentos com toda a humanidade e com a criação, a fim de poder realizar melhor esses relacionamentos. Ela também se referiu à necessidade de revisar o modelo de liderança, para torná-lo mais sinodal, para ajudar e ser solidário com aqueles que como Vida Religiosa estão nas periferias, prestando atenção em como continuar esse caminho na Vida Religiosa.
Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1