Metodologia sinodal: Oferecer ao Papa orientações sobre como ser uma Igreja sinodal em missão

O Instrumentum laboris marca a metodologia de trabalho das assembleias sinodais, algo que não é diferente na Segunda Sessão da Assembleia Sinodal do Sínodo sobre a Sinodalidade, que está sendo realizada de 2 a 27 de outubro de 2024, na Sala Paulo VI do Vaticano, com a participação de mais de 350 membros, aos quais se juntam outros participantes que fazem parte de diferentes equipes.

Ser Igreja sinodal em missão

Parte-se da pergunta que orienta o desenvolvimento desta Segunda Sessão: “Como ser uma Igreja sinodal em missão?”. O propósito é descobrir como concretizar a identidade do Povo de Deus sinodal em missão nas relações, itinerários e lugares onde se desenvolve a vida da Igreja. Quer que esta proposta possa chegar aonde se vive a sinodalidade, às comunidades, paróquias, dioceses, pastorais, movimentos… Por isso é tão importante que todos possam enviar contribuições, observações, propostas, através da Secretaria do Sínodo, para avançar no caminho sinodal.

Essa possibilidade, que é fundamental para o processo avançar, não deve ter sido fácil. Os medos de escutar, de ser a Igreja sinodal, de ser aquela Igreja de todos, todos, todos, da qual Francisco fala constantemente, sempre aparecem. Mas é bom lembrar as palavras de Pedro Casaldáliga, que dizia que o medo é contrário à fé. Vem à minha cabeça a música de Gilberto Gil: ” Andar com fé eu vou, que a fé não costuma faiá’”. O medo excessivo nos leva a buscar seguranças que sacrificam a vida, que matam o Espírito, e não esqueçamos que, na metodologia da Assembleia Sinodal, a conversa no Espírito é elemento protagonista.

Fundamentos de uma Igreja sinodal missionária

Os Fundamentos não pretendem ser “um tratado sinodal”, afirmou o arcebispo de Luxemburgo e relator geral do Sínodo, o cardeal Jean Claude Hollerich, ao começar a abordar esta parte. Nas suas palavras, ele citava o próprio Instrumentum laboris, que diz que esta seção “tenta delinear os fundamentos da visão de uma Igreja sinodal missionária, convidando-nos a aprofundar a compreensão do mistério da Igreja”.

Nesta dinâmica processual, algo de grande importância no pensamento de Francisco e no caminho sinodal, o Instrumento de trabalho, neste primeiro momento, recolhe “a consciência que nestes anos foi se consolidando e em particular as convergências que no ano passado reconhecemos e expressamos no Relatório de Síntese”. Daí que o caminho a seguir não deve procurar “reabrir o debate sobre o que já aprovamos no ano passado, mas tomar o tempo necessário para nos apropriarmos dela e nos situarmos dentro de um horizonte”.

Sintonizar com o método de trabalho

Para isso, os Fundamentos oferecem “a oportunidade de nos sintonizarmos com o método de trabalho”, dado que “as coisas não funcionam exatamente como no ano passado”, embora seja verdade que permanecem as linhas fundamentais propostas na Primeira Sessão. Insiste-se na sinodalidade como modo de ser Igreja e na necessidade de implementá-la, na missão, em ser uma Igreja misericordiosa, aberta a todos, com protagonismo laical e feminino cada vez maior.

Depois serão abordados os relacionamentos, itinerários e lugares, procurando discernir os pontos fortes e as questões a explorar em relação ao que propõe o Instrumentum laboris para responder à pergunta orientadora da Assembleia. Quer-se debater, emendar e aprovar um documento que ofereça ao Papa Francisco algumas orientações sobre como ser uma Igreja sinodal em missão.

Importância da dinâmica a seguir

Esse documento, sob a responsabilidade do relator geral e dos secretários especiais, com o apoio dos especialistas, recolherá os materiais produzidos durante as duas sessões da Assembleia Sinodal, com particular atenção ao fruto do discernimento da Segunda Sessão. Tudo isso seguindo uma dinâmica de oração, invocação ao Espírito Santo, apresentação do rascunho do documento, reflexão pessoal, compartilhamento, debate em plenário, emendas em grupo e aprovação final.

Os Grupos de Trabalho, as famosas mesas redondas, 36 no total, com 10-11 participantes cada, são formados por línguas, 16 em inglês, 7 em italiano, 6 em francês, 6 em espanhol e uma em português, cujos trabalhos se juntam em 5 mesas linguísticas, dois em inglês, e uma em italiano, francês e espanhol-português. Um trabalho que segue o método da conversa no Espírito, com a ajuda de um facilitador e um especialista.

Conversa no Espírito

Na conversa no Espírito cada um toma a palavra a partir de sua própria experiência e oração, e escuta atentamente a contribuição dos outros. Em um segundo momento, procura-se abrir espaço para os outros e para o Outro, compartilhando a partir do que os outros disseram, o que mais ressoou nele ou o que mais resistência suscitou nele, deixando-se guiar pelo Espírito Santo.

Finalmente, é hora de construir juntos, a partir do diálogo comum, discernir e colher o fruto da conversa no Espírito: reconhecer intuições e convergências; identificar discordâncias, obstáculos e novas perguntas; deixar que surjam vozes proféticas. Por isso, é importante que todos possam se sentir representados pelo resultado do trabalho, e que todos ajam com plena liberdade.

Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

🌿Mudanças Climáticas na Amazônia

Por ocasião do dia da Amazônia, a CPT, o CIMI e Pastoral Indigenista de Roraima, convidam a sociedade em geral para a Roda de Conversa Mudanças Climáticas na Amazônia.

Como facilitadoras desse debate, estão confirmadas as presenças da Prof. Dra. Márcia Oliveira, assessora nacional da Repam e Sinéia do Vale, coordenadora do Departamento de Gestão Territorial e Ambiental do CIR.

Será um momento importante de reflexão sobre os impactos da ação humana nas mudanças climáticas, e de estratégias que estão sendo desenvolvidas para o enfretamento destas.

O evento faz parte da programação do 30° Grito dos Excluídos e Excluídas, e acontecerá no dia 04 de setembro, às 18:30hs na Prelazia da Diocese de Roraima, situada na Rua Bento Brasil, 613, Centro.

Venha, participe! Traga sua garrafa ou copo, e algum alimento para ser partilhado com todos ao final da roda.

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São Joaquim e Sant’Ana: A Celebração do Dia dos Avós

Um tributo à sabedoria e ao amor dos avós na comunidade de Sant’Ana.

O Dia de São Joaquim e Sant’Ana, também conhecido como o Dia dos Avós, se aproxima, sendo comemorado no próximo 26 de julho. Esta data é de grande importância, pois celebra os avós de Jesus Cristo, figuras que possuem um papel vital na vida de uma família. Os avós são pessoas muito respeitadas, acumulando uma vasta sabedoria ao longo dos anos.

Quantas vezes recorremos aos nossos avós para ouvir um conselho ou simplesmente receber um abraço apertado e reconfortante, cheio de carinho? Neste dia especial, celebramos a memória de São Joaquim e Santa Ana, reforçando a importância e o valor dos avós em nossas vidas.

Anualmente a comunidade de Sant’Ana celebra esta importante data, neste ano o XXVIII festejo tem o tema “Buscamos a paz como fruto da fraternidade”. O tríduo de celebração começou no dia 23, às 19:30h, na Avenida Raimundo Rodrigues Coelho, 600, Bairro Dr. Silvio Botelho e no dia 24, é realizado o Rito de Entrega da Bíblia para os catequizandos, uma cerimônia significativa para os jovens da comunidade.

No próprio Dia dos Avós, proxima sexta feira 26 de julho, haverá uma missa em honra a Sant’Ana. E no sábado, 27 de julho, você não pode perder o arraial com comidas típicas e apresentações culturais, uma festa que promete alegrar e unir ainda mais a comunidade. Para encerrar as comemorações, no domingo, 28 de julho, será realizada uma procissão seguida de missa, a partir das 16:30h.

Venha e participe deste momento especial, celebrando a sabedoria e o amor dos avós, figuras essenciais em nossas vidas e na nossa fé.

Irmã Sofia Bouzada: A Primeira Mulher Chanceler no Regional Norte 1 da Igreja Católica.

Em uma entrevista inspiradora, Ir. Sofia compartilha sua vocação, trajetória e trabalho na Diocese de Roraima.

No mundo da Igreja Católica, onde os papéis de liderança frequentemente são ocupados por homens, a nomeação de Ir. Sofia Bouzada como chanceler no Regional Norte no dia 04 de fevereiro de 2024, marca um momento histórico. Em uma entrevista especial com Rejane Silva no programa Manhã Viva, a Ir. Sofia, que também é secretária da Cúria da Diocese de Roraima, compartilhou sua jornada vocacional e sua experiência de trabalho na diocese.

O Papel de Chanceler

Ir. Sofia iniciou a entrevista esclarecendo a função do chanceler dentro da estrutura da Igreja Católica. “O Código de Direito Canônico determina que em cada cúria diocesana deve haver um chanceler, que atua como notário e secretário da cúria”, explicou. “A principal função do chanceler é garantir que os documentos da cúria sejam devidamente reduzidos a escrito e conservados em seu arquivo. É um cargo importante, pois ele é responsável pela gestão documental, emissão de documentos oficiais, coleta de dados e outras funções administrativas.”

Uma Jornada de Vocação e Serviço

Ir. Sofia Bouzada, uma franciscana missionária da Mãe do Divino Pastor, nasceu em Galícia, na Espanha. “Eu sou de Santiago de Compostela, terra de peregrinação, hospitalidade e acolhimento,” compartilhou com entusiasmo. “Venho de uma família cristã, muito amorosa e unida, com fortes raízes na espiritualidade franciscana.”

Ela descreveu sua vocação como uma jornada de busca e descoberta. “Sempre fui uma mulher peregrina, inquieta e aventureira,” disse. “Conheci as irmãs franciscanas desde criança e sempre me senti atraída pela missão, pela fraternidade e pelo serviço aos pobres.”

Ir. Sofia se formou em Pedagogia na Universidade de Salamanca e, durante esse período, fez um discernimento profundo sobre sua vocação. “Foi um tempo de muita aventura, conquistas e experiências de Deus,” lembrou. “Participei de voluntariado, representatividade cristã na universidade e, eventualmente, escolhi a vida consagrada.”

Desde então, Ir. Sofia tem servido em diversas partes do mundo, incluindo a Venezuela, onde trabalhou com refugiados colombianos, e a África, onde passou quase seis anos em missões no interior e na capital de Angola. “Na África, a vida é muito simples e junto ao povo,” disse. “Você vive sem água corrente, sem energia elétrica e aprende a fazer de tudo, desde ajudar em partos até consertar estradas.”

Em 2018, Ir. Sofia foi convidada a fundar uma presença missionária no Brasil. “Foi uma aventura nova, chegando sem conhecer nada nem ninguém,” contou. “Viemos três irmãs no início, e depois outras irmãs e voluntários foram se juntando a nós. Nossa missão sempre teve a marca da interculturalidade e do acolhimento.”

Desafios e Conquistas na Diocese de Roraima

Ir. Sofia falou sobre seu papel pioneiro como chanceler e secretária da Cúria da Diocese de Roraima. “Primeiro, vejo isso como um serviço, não como um cargo,” enfatizou. “A igreja deve ser desmasculinizada e desclericalizada, como chama o Papa Francisco, tornando-se uma igreja servidora e samaritana.”

Ela descreveu o momento em que foi chamada para assumir o papel de chanceler como um processo de discernimento profundo. “Foi uma fidelidade à igreja e um compromisso de transformação desde dentro,” explicou. “Vivo este serviço de maneira muito simples, como Francisco de Assis nos ensinou.”

A nomeação de Ir. Sofia como chanceler, teve uma grande repercussão. “Recebi mensagens de muitas partes do mundo, e fiquei surpresa com a repercussão,” disse. “O direito canônico permite que mulheres e leigos ocupem essa função, mas na prática, poucas mulheres têm essa oportunidade. No Brasil, somos menos de quatro, e na Espanha, talvez nem cinco.”

Ela ressaltou a necessidade de abrir mais portas para mulheres na igreja. “Devemos continuar abrindo essas portas e transformando a igreja para que seja verdadeiramente sinodal,” afirmou. “Precisamos de uma igreja mais justa e representativa.”

Inspirando Novas Gerações

Ir. Sofia também compartilhou sua visão para o futuro da igreja. “A igreja precisa ser uma presença viva no mundo, especialmente em áreas vulneráveis,” disse. “A minha experiência com migrantes e refugiados em Roraima tem sido transformadora. Nós, como igreja, devemos estar ao lado dos mais pobres e vulneráveis, oferecendo apoio e esperança.”

Ela encorajou as jovens a considerarem a vida consagrada como uma vocação cheia de propósito e significado. “Ser religiosa franciscana é uma aventura de fé, amor e serviço,” disse. “É uma vida de entrega total a Deus e aos outros, vivendo em fraternidade e simplicidade.”

A trajetória de Ir. Sofia Bouzada é um testemunho poderoso de dedicação, serviço e transformação dentro da Igreja Católica. Sua nomeação como chanceler no Regional Norte 1 não é apenas um marco histórico, mas também um chamado à igreja para abraçar a diversidade e a inclusão. Como ela mesma disse, “Estamos todos chamados a ser uma igreja sinodal, servidora e transformadora, onde todos têm um lugar e uma voz.”

Boa Vista Vive Momentos de Espiritualidade na Festa de Nossa Senhora do Carmo.

A festa acontece nesta terça feira (16), na paróquia matriz Nossa Senhora do Carmo em Boa Vista.

Boa Vista homenageia a padroeira, na celebração da Nossa Senhora do Carmo, com o tema “Não Desprezeis as Nossas Súplicas, em Nossas Necessidades!“. As comemorações, que começaram no dia 7 de julho, se estendem até o dia 16 de julho, oferecendo uma especial programação de missas, tríduos, arraial e momentos de oração.

Padre Mauro, responsável pela paróquia de Nossa Senhora do Carmo, faz um convite especial a todos os fiéis. O Padre Mauro destaca a importância de participar desses momentos de fé. “Nossa Senhora do Carmo é um símbolo de amor e intercessão. Ao celebrarmos sua festa, renovamos nossa devoção e pedimos sua intercessão em nossas vidas. Não desprezemos suas súplicas, mas confiemos em seu amparo”, destaca o padre.

O ponto alto das celebrações será no dia 16 de julho, data em que a Igreja celebra oficialmente Nossa Senhora do Carmo. Este período é marcado por profunda espiritualidade e devoção, fortalecendo a fé e a união entre os fiéis.

Confirma a programação de hoje em Boa Vista.

Esses momentos de celebração são essenciais para a vida espiritual e comunitária. Participar das festividades de Nossa Senhora do Carmo, padroeira de Boa Vista é uma oportunidade de renovar a fé, agradecer pelas bênçãos recebidas e pedir a intercessão divina em nossas necessidades. É um tempo de união, reflexão e alegria, onde a comunidade se fortalece e se une em torno de valores espirituais e culturais que transcendem o cotidiano.

Missa de Ação de Graças Celebra os Cinco Anos da Cáritas Diocesana em Roraima.

Padres Lorenzo Dall’Olmo e Carlos Carrasco destacam a importância do amor e da missão durante celebração emotiva.

Nesta sexta-feira, 12 de julho, foi realizada uma missa de ação de graças para comemorar o quinto aniversário da Caritas Diocesana de Roraima, na Casa da Caridade Papa Francisco. A celebração foi oficiada pelos padres Lorenzo Dall’Olmo e Carlos Carrasco, que trouxeram palavras de encorajamento e esperança para todos os presentes.

O evento reuniu diversas autoridades e colaboradores, entre eles Irmã Terezinha Santin, presidenta da Caritas Diocesana, representantes da Fé e Alegria, Pastoral dos Migrantes e todos os que trabalham na Casa da Caridade. A missa foi marcada por cânticos, orações e momentos de profunda emoção, celebrando não apenas o aniversário da instituição, mas também a força e resiliência da comunidade.

Em sua homilia, o Padre Lorenzo Dall’Olmo enfatizou a importância do amor e da perseverança na missão da Caritas , mesmo diante das dificuldades. “Este aniversário nos lembra da importância de continuar a missão, pois Deus sempre acredita em nós, mesmo que, às vezes, nós não acreditemos nele. O amor é a base de tudo o que fazemos, e é através dele que superamos os desafios e seguimos em frente”, destacou o Padre Lorenzo.

Padre Carlos Carrasco da Diocese de Sevilla na Espanha e que está em Roraima há um mês, compartilhou sua experiência de mais de 17 anos de trabalho com a Caritas. Ele refletiu sobre a preciosa mistura cultural presente em Roraima e a importância desse momento de mudança. “Estamos vivenciando um período significativo de transformação, onde diferentes culturas se encontram e se enriquecem mutuamente. É essencial que aproveitemos essa diversidade para crescer e fortalecer nossa comunidade, sobre tudo aprender da força e o exemplo das comunidade indígenas”, afirmou o Padre Carlos.

A presença de Padre Carlos trouxe uma perspectiva internacional à celebração, ressaltando a conexão global da Caritas e a importância do apoio mútuo entre diferentes regiões. Suas palavras tão emotivas, foram recebidas com grande apreço pelos presentes, que sentiram a força de suas palavras e o comprometimento de sua missão.

A Irmã Terezinha Santin, agradeceu a todos os colaboradores e parceiros da Caritas, ressaltando o impacto positivo que a organização tem tido na vida de muitos. “A Cáritas é uma luz de esperança para muitos que enfrentam dificuldades. Juntos, somos mais fortes e podemos fazer a diferença na vida de muitos”, disse Irmã Terezinha.

A Casa da Caridade Papa Francisco, local do evento, estava repleta de alegria e gratidão. Os cânticos e as preces trouxeram um clima de gratidão, celebração e espiritualidade, envolvendo todos em um sentimento de união e fé. Ao final da celebração, os padres Lorenzo Dall’Olmo e Carlos Carrasco, abençoaram os presentes, renovando o compromisso de todos com a missão da Caritas . A celebração foi encerrada com uma oração conjunta, pedindo forças para continuar a caminhada e agradecer pelas bênçãos recebidas.

As palavras dos padres e a participação ativa da comunidade reforçaram a importância do amor, da perseverança e da união para superar desafios e continuar a missão de servir ao próximo. A celebração deixou a todos com um profundo senso de propósito e esperança para o futuro.

Diocese de Roraima Recebe Visita do Padre Jair Oliveira Costa para Curso de Música Litúrgica

Evento, dirigido a cantores, instrumentistas, lideranças da liturgia, catequistas e músicos, aborda a importância da música na celebração eucarística e ocorre de 5 a 9 de julho.

A Diocese de Roraima recebe com alegría ao Padre Jair Oliveira Costa, da Diocese de Guarulhos, São Paulo, e assessor de música litúrgica da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Reconhecido por seu trabalho e dedicação à música litúrgica, Padre Jair estará conduzindo um curso que promete ser uma experiência enriquecedora para todos os participantes.

O curso, que acontece de 5 a 9 de julho na Prelazia, tem como objetivo principal capacitar cantores, instrumentistas, lideranças da liturgia, catequistas e músicos em geral da diocese para a importância da música na celebração eucarística. A música litúrgica é importante na vivência da fé, ajudando a congregar a comunidade, elevar o espírito e facilitar a reflexão sobre as mensagens do evangelho.

Padre Jair Oliveira Costa ressaltou a importância desse curso ao afirmar que a música, assim como em um filme, não é apenas para ser cantada, mas também para refletir sobre as emoções e compreender a palavra do evangelho. ”A questão da música litúrgica é sempre um desafio, porque não é simplesmente
cantar músicas emocionantes, ou músicas católicas, ou músicas de evangelização. É de viver o mistério que está sendo celebrado junto com a comunidade, de modo que a comunidade se sinta tocada pelo mistério, também pelo canto, assim como a palavra toca, os sinais litúrgicos, os sinais sacramentais toca uma pessoa que toda a comunidade seja envolvida também pela música.”

Segundo ele, a música litúrgica deve ser vista como uma ferramenta poderosa que toca o coração dos fiéis e enriquece a experiência da celebração ”Por isso, o desafio da música litúrgica que eu percebo é ligar a assembleia que celebra, o rito que está sendo celebrado, com uma música adequada, que seja adequada ao rito, e adequada a assembleia também.”

Conteúdo Programático

O curso está estruturado para abordar diversos temas de relevância para a música litúrgica. Entre os tópicos a serem discutidos estão:

  1. Canto litúrgico com fundamentação bíblica
  2. Canto dos Salmos no Ofício da Missa
  3. Celebração da palavra e sacramentos
  4. Ano litúrgico e pastoral litúrgica
  5. Ensaios de cantos e construção de repertório

Importância da Música na Liturgia

Padre Jair enfatiza que a música na liturgia não é apenas um complemento, mas uma parte integral da celebração. Ele compara a música litúrgica à trilha sonora de um filme, que não apenas acompanha a história, mas também a intensifica, ajudando o público a se conectar emocionalmente com o enredo. ”Quem acompanha filmes, já sabe que cada filme tem um estilo de música, tanto música cantada, como a trilha sonora, até como é feito os sonoros, é como se fosse um personagem a mais que convence a gente do argumento do filme no cinema. A música é muito trabalhada para conseguir captar, segurar a atenção de quem está assistindo. Mas na liturgia, se a gente trabalha a liturgia e a música, considerando o rito, o que o rito quer dizer, as leituras, o que as leituras que é de rica, aí isso potencializa a celebração de um tal jeito que envolve tudo mundo e as pessoas sessente assim tocadas por esse mistério.”

Padre Jair fez um convite especial a todas as comunidades, áreas e povo diocesano a participarem dessa integração da liturgia em suas comunidades. Ele enfatizou que a música litúrgica é um meio poderoso de vivenciar e transmitir a fé, e que a participação de todos é fundamental para fortalecer a vida espiritual da diocese.

A música litúrgica é uma expressão profunda de fé e devoção, e cursos como este são fundamentais para manter viva essa tradição. A Diocese de Roraima, ao receber o Padre Jair Oliveira Costa, está dando um passo importante para fortalecer a música litúrgica em suas celebrações, oferecendo aos seus membros uma oportunidade valiosa de aprendizado e crescimento.

Padre Jair concluiu com uma mensagem inspiradora: “A música é uma linguagem universal que tem o poder de unir, inspirar e transformar. Que este curso seja uma oportunidade para todos nós aprofundarmos nossa fé e nosso compromisso com a liturgia, fazendo com que nossas celebrações sejam verdadeiramente vivas e significativas. Que possamos juntos cantar e celebrar a nossa fé com todo o nosso coração e alma.”

Formatura do Curso de Português na Casa Caridade Papa Francisco Celebra Integração e Esperança

Universidade Federal de Roraima e Pastoral dos Migrantes da Diocese de Roraima unem forças para capacitar migrantes venezuelanos

Nesta quinta feira, 04 de julho, a Casa Caridade Papa Francisco se encheu de emoção e alegria ao celebrar a formatura do curso de Português para migrantes, realizado em uma parceria entre a Universidade Federal de Roraima (UFRR), a Pastoral dos Migrantes da Diocese de Roraima e Caritas Diocesana. Este momento marcou a conclusão de três meses de dedicação e esforço de migrantes venezuelanos que se dedicaram em aprender a língua portuguesa, essencial para sua integração e oportunidades no Brasil.

O curso, iniciado há três meses, foi ministrado por alunos do curso de Relações Internacionais da UFRR, que, além de compartilhar conhecimentos, adquiriram uma experiência prática valiosa em ensino e interação multicultural. A formatura celebrou o sucesso dos novos formandos, destacando a importância da solidariedade e da cooperação entre instituições para acolher e apoiar os migrantes em situações de vulnerabilidade.

A parceria entre a UFRR e a Pastoral dos Migrantes da Diocese de Roraima é um passo importante para oferecer oportunidades educacionais e sociais aos migrantes, proporcionando-lhes as ferramentas necessárias para reconstruir suas vidas em um novo país. A cerimônia contou com a presença de: Irma Terezinha Santin coordenadora da Pastoral dos Migrantes e Presidenta da Caritas Diocesana; o Prof João Carlos Jarochinski Silva, coordenador da Cátedra Sérgio Vieira de Mello e professor da UFRR, professores das turmas de português, alumnos do curso de Relaciones Internacionais da UFRR, Agentes pastorais, familiares e amigos dos formandos, todos unidos em um espírito de celebração e esperança.

O Prof João Carlos Jarochinski Silva, destaca a importancia deste passo académico: ‘‘Um projeto de extensão muito rico, a gente alcançou os resultados que desejavamos, mostrando em terminos de conteúdo, em terminos de empatia, em relação a temática; conhecimentos sobre a realidade dos migrantes, na defesa do seus direitos. Agradecemos essa oportunidade de ofertar o curso de português, que traz uma nova perspectiva de integração dos migrantes aqui no Brasil.”

Os formandos receberam seus certificados com orgulho, conscientes de que dominar o português é um passo fundamental para alcançar seus sonhos e contribuir positivamente para a sociedade brasileira. A alegria nos rostos e os aplausos calorosos do público refletiram o impacto profundo deste projeto, que vai além da sala de aula, promovendo a inclusão, o respeito e a dignidade para todos os participantes.

Este evento memorável é um testemunho do poder transformador da educação e da importância de parcerias comunitárias que visam o bem-estar e a integração dos migrantes. A Casa Caridade Papa Francisco, como sempre, se destacou como um farol de esperança e apoio, reforçando seu compromisso com a caridade e a justiça social.

Enquanto os formandos se aventuram em novos desafios, a continuidade de iniciativas como esta se faz essencial para garantir que mais migrantes tenham acesso a oportunidades de aprendizado e crescimento, fortalecendo os laços de solidariedade e humanidade em Roraima.

Reportagem e fotos: Libia López

DOM ADILSON BUSIN: “A XENOFOBIA É O ÁPICE DA IRRACIONALIDADE”

A Comissão Episcopal Especial para o Enfrentamento ao Tráfico Humano, da CNBB está realizando uma missão em Roraima, de 17 a 23 de junho de 2024.

De 17 a 23 de junho de 2024, a Comissão Episcopal Especial para o Enfrentamento ao Tráfico Humano (CEPEETH) da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), está realizando uma missão no Estado de Roraima, na fronteira com a Guiana e a Venezuela. Uma comissão que segundo seu presidente, dom Adilson Pedro Busin, bispo da diocese de Tubarão (SC), tem entre seus objetivos “a conscientização, a incidência política e eclesial”.

Tráfico de pessoas, uma realidade escondida

A missão ajuda a “trazer a temática do tráfico humano, que ele é escondido, inclusive as vítimas são escondidas”, ressalta o bispo. Estamos diante de um problema social mundial, que o Papa Francisco tanto insiste. A incidência deve ser dupla, segundo dom Busin, “ad intra da própria Igreja, para nós tomarmos consciência desse problema grave, dessa chaga da humanidade, como diz o Papa Francisco, e da sociedade”.

Diante da realidade de Roraima, com uma ebulição migratória e tantas “fronteiras porosas”, a visita da comissão quer com que “essa temática do tráfico humano seja exibido, visibilizado, seja sentido, que chegue ao coração, à mente das pessoas, no mundo da política e na sociedade, com políticas públicas que venham a enfrentar o tráfico de pessoas”, destaca o presidente da comissão.

Fronteira Brasil-Guiana: vulnerabilidades comuns

Na fronteira entre o Brasil e a Guiana, o fluxo de venezuelanos, cubanos e haitianos é constante. Os migrantes chegam muitas vezes em situação de extrema pobreza, sendo muito grande a demora para conseguir documentação, que é tramitada em Boa Vista, com uma lista de espera de mais de cem migrantes em Bonfim, que pelo fato de não ter documentação são vítimas fáceis das redes de exploração. Tanto em Bonfim (Brasil), como em Lethem (Guiana), uma região com predominância de indígenas Wapichana, os povos originários não se submetem às fronteiras dos brancos, a Igreja católica dá assistência aos migrantes, sempre de portas abertas para dividir o pouco que eles têm.

Na região de fronteira, as vulnerabilidades são comuns, uma delas é o tráfico de mercúrio, usado no garimpo ilegal, com vínculos estreitos com fações do crime organizado, que produz graves doenças e diversas explorações na população local e nos migrantes, e que nos leva a refletir sobre o tema da 39ª Semana do Migrante, “Migração e Casa Comum”. Para superar as diversas vulnerabilidades, a CEPEETH, fiel a Jesus de Nazaré, que quer vida em abundância para todos e todas, apresentou materiais que sistematizam o trabalho da Igreja do Brasil no enfrentamento ao tráfico de pessoas, que é crime e tem que ser denunciado, somando com diversas instâncias eclesiais, em vista de incidir nas mudanças estruturais que levem o poder público a assumir sua função, a criar políticas públicas, que muitas vezes surgem a partir da mobilização.

São histórias de sofrimento, relatadas por aqueles que lhes acolhem e acompanham, que também são vivenciadas pelos migrantes que passam nesta fronteira, abandona pelo poder público. Diante disso, uma das demandas é a presença da Polícia Federal na fronteira, uma dificuldade diante da falta de pessoal no Estado, mais uma expressão do Estado mínimo, que quer ser instaurado em tantos países, segundo insistiu o bispo de Roraima, dom Evaristo Spengler. Se faz necessário estreitar laços transfronteiriços, juntar forças, buscar propostas concretas, gerar processos conjuntos, uma dinâmica que pode contar com a colaboração da comissão. Ao mesmo tempo não é fácil enfrentar alguns problemas comuns, dada a legislação diferente em cada país, o que demanda maior mobilização popular que crie consciência e possibilite mudanças.

Ir ao encontro dos invisíveis

Olhando para dentro da Igreja, dom Adilson Busin insiste em “tomarmos consciência desse problema que faz parte da Igreja que vai ao encontro dos últimos e desses invisíveis, vítimas do tráfico humano”. Para a Igreja do Brasil, na perspectiva do enfrentamento ao tráfico humano, teve grande importância a Campanha da Fraternidade de 2014, “Fraternidade e Tráfico Humano”, um grande marco na conscientização das comunidades, paróquias e dioceses, que amadureceu a criação do grupo de trabalho que depois deu passo à comissão, a quem muitas vezes, dentro da Igreja, é delegado o enfrentamento dessa realidade.

O bispo de Tubarão insiste em “não deixar esquecer, porque as vítimas são esquecidas”, mesmo sabendo que “o tráfico é presente, está na nossa sociedade em suas diversas modalidades”, citando o tráfico de órgãos, a exploração sexual de crianças e adolescentes, o trabalho análogo à escravidão. O bispo faz um chamado a nos conscientizarmos da Doutrina Social da Igreja, ver as vítimas do tráfico humano como “uma das tantas categorias que são vulneráveis, e ao mesmo tempo, uma das categorias mais invisíveis, porque ele é tão sutil, e é difícil de alcançar por causa de toda a problemática que envolve o tráfico de pessoas”.

A tentação de culpar o estrangeiro

Refletindo sobre a Campanha da Fraternidade 2024, “Fraternidade e Amizade Social”, que tem como lema “Vós sois todos irmãos e irmãs”, dom Adilson Busin afirma que “uma das tentações do mundo atual, não só no Brasil, é a polarização que nós vemos, as guerras, a violência, uma sociedade irada, onde nós nos sentimos acuados”. Lembrando que no decorrer da história encontramos os bodes expiatórios, o bispo ressalta que “neste momento em muitos países, e nós temos tentação também no Brasil, de culpar a quem é estrangeiro, quem vem de fora”.

Nessa perspectiva, o presidente da comissão denuncia que “a xenofobia é o ápice da irracionalidade”, fazendo um chamado a olhar a Campanha da Fraternidade de 2024 e o convite do Papa Francisco ao cuidado da casa comum, que o leva a dizer que “não tem ninguém de fora, as fronteiras estão ali, como limites políticos, geográficos, mas é uma contradição do Evangelho olhar o irmão como um problema”. Nessa perspectiva, o bispo sublinha que “os problemas estão aí para que nós como Igreja, como sociedade, como governos e como Nações Unidas, tratemos os migrantes não com esse olhar infeliz de achá-los culpáveis, como causa dos problemas”.

Frente a isso, afirma que “eles estão aí porque são a parte mais frágil de nossas economias, do nosso mundo, das mudanças climáticas”, vendo os migrantes, sobretudo os pobres, como “essa ponta em que aparece mais uma humanidade frágil, e diante de uma humanidade frágil, a Igreja tem que ser profeta e a partir deles buscar a acolhida e diferentes soluções dignitárias para esses problemas”.

 FONTE/CRÉDITOS: Por Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

PACARAIMA, A FRONTEIRA ONDE A IGREJA ALARGA SUA TENDA CADA DIA

Pacaraima é local onde a Igreja alarga sua tenda cada dia, se tornando casa de acolhida.

Pacaraima, uma pequena cidade na fronteira com a Venezuela, era um local desconhecido, que se tornou manchete dos jornais com o início da migração venezuelana. A cidade mudou o rosto, em dez anos sua população dobrou, e hoje 50 por cento são venezuelanos. Pacaraima é local onde a Igreja alarga sua tenda cada dia, se tornando casa de acolhida, mas ao mesmo tempo lugar de diversas formas de exploração, com episódios que são claros exemplos das dificuldades que enfrentam os migrantes em muitos lugares do planeta.

Uma realidade de sofrimento e esperança

A missão que a Comissão Episcopal Especial para o Tráfico de Pessoas da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), está realizando em Roraima, com visitas à Guiana e a Venezuela, permite conhecer uma realidade que encerra muitas macelas, situações de sofrimento que muitas vezes não aparecem, mas acontecem, provocando aflição em pessoas que carregam histórias de vidas feridas.

Em Pacaraima, uma cidade marcada pelas filas, por pessoas deambulando nas ruas, a acolhida é realizada pelo poder público, principalmente pelo exército brasileiro, por organismos internacionais e por diversas instituições, dentre elas a Igreja católica. São diversos os espaços de acolhida, destinados a diversos públicos, dentre eles povos indígenas, mulheres com crianças, famílias, idosos. O refúgio dos povos indígenas abriga cinco povos diferentes chegados da Venezuela, fugindo da fome, da violência, do garimpo e de muitas outras situações adversas. No Brasil eles querem constituir comunidades indígenas, onde os diversos povos possam reconduzir sua vida.

Foto: Cláudia Pereira   

A Igreja acompanha os migrantes

A Casa São José, abrigo para mulheres e crianças, foi criado em 2020 pelas Irmãs de São José de Chambery. As condições em que se encontravam as mulheres, que sofriam diversas formas de maltrato, exploração e tráfico de pessoas, levou as religiosas, sem nenhum recurso, nem ajuda, a iniciar uma verdadeira aventura. Aos poucos as ajudas chegaram, primeiro da Operação Acolhida do Governo Brasileiro, que até hoje fornece alimentação, e depois de muitas pessoas, de diversos lugares do Brasil e do mundo, sensibilizadas depois da invasão do abrigo em 2021. Um tempo de “muito sacrifício, muito choro”, diz nas lágrimas a religiosa que coordena o espaço, junto com voluntárias venezuelanas, que conhecem melhor a cultura das mulheres que lá chegam. Atualmente a passagem é mais rápida, no máximo um mês, no início algumas mulheres ficavam até seis meses, porque não tinham aonde ir.

As irmãs de São José de Chambery também acompanham a primeira associação de migrantes venezuelanos no Brasil no ramo da panificação, a Padaria São José, um sonho de ter pão em todas as mesas, de levar o pão às comunidades mais necessitadas, mais distantes de Pacaraima. Um sonho que foi iniciado no salão da paróquia e onde depois de dois anos trabalham sete pessoas, que tem seu espaço de atendimento, ajudando os venezuelanos que cada dia entram pela fronteira. Criar essa associação não foi fácil, mas o apoio da diocese de Roraima fez possível sua legalização.

Outros dois projetos da Igreja católica são o Projeto Porta Aberta, com capacidade para 50 pessoas, que acostumam ficar duas semanas, acolhendo aqueles que esperam a interiorização no Brasil. Oferece café da manhã, almoço e janta, e desde novembro de 2023 passaram mais de 120 famílias. Igualmente o projeto com idosos, que durante o dia oferece diversas atividades aos idosos, ambos projetos coordenados pelo padre Jesus Fernández de Bobadilla.

Indiferença diante da migração e o tráfico de pessoas

Dessa missão participam o bispo de Picos (PI) e membro da comissão, dom Plinio José Luz da Silva, que, diante do tráfico dos seres humanos, denuncia “a indiferença da sociedade, também da Igreja, em diversas regiões”. Diante disso, o bispo afirma que estamos diante de “algo que é escondido, mas que existe, e ele precisa ser considerado e combatido”. Um assunto que quando é falado, “não dá nenhum impacto, o pessoal não quer discutir sobre esse determinado assunto, entrar nos fatos”. Ele destaca que na própria CNBB não se fala nesse assunto, ele mesmo veio conhecer a comissão agora que foi convidado para fazer parte, “mas não tinha conhecimento desse trabalho que era feito”, sublinhando “o desconhecimento e por tanto desinteresse” sobre a temática.

Diante dessa realidade, “eu vejo a necessidade da divulgação para prevenir”. Do mesmo modo que outras realidades que tem a ver com os pobres e a injustiça social são debatidas pelas Pastorais Sociais, o bispo de Picos insiste na necessidade de divulgação, de que nos subsídios da CNBB para as diversas campanhas, seja contado a realidade, como acontece em Roraima, onde “as pessoas ficam vulneráveis diante da migração, as pessoas ficam desfavorecidas de todos os recursos”, o que faz com que as organizações criminosas encontrem a oportunidade para usar os migrantes como mercadoria.

Dom Plinio destaca a necessidade de a comissão conhecer a realidade para saber enfrentar os ataques à vida, essa chaga na vida das vítimas. Ele afirma que “esta missão, ela enriquece a gente com um conhecimento para que possa argumentar para a sociedade aquilo que a gente conhece”, o que demanda da comissão estar “permanentemente nessa investigação”, em vista de divulgar fatos nos meios de comunicação, o que ele considera fundamental, “as pessoas precisam tomar conhecimento do que está acontecendo e possam reconhecer em volta da realidade local, casos que são ocultos”.

Foto: Cláudia Pereira   

Defender a vida sempre

Como Igreja, “nós precisamos defender a vida, desde a sua concepção até o fim último”, como missão da Igreja, segundo o bispo. Ele destaca que “essa vida, ela está realmente envolta na realidade”, afirmando que “o maior sofrimento do povo é gerado por uma sociedade da indiferença, da divisão de valores, da falta de oportunidades de viver dignamente, principalmente os mais pobres, os mais vulneráveis, que são os primeiros a sentir esse impacto”. Ele denuncia iniciativas dentro da Igreja católica que “praticamente excluem de sua missão essa parte de olhar a pessoa como um todo, na sua dignidade”.

O bispo enfatiza que “há situações em que só a gente falar na palavra pobre, já são discriminadas por grupos religiosos que fazem seu trabalho na parte intimista”, algo aparece na linguagem que leva as pessoas a pedir, “para mim, para minha família, não se abre espaço para a fraternidade, para a solidariedade”. Diante disso, ele considera a Campanha da Fraternidade como “um exemplo positivo de que a Igreja realmente se preocupa com a pessoa como um todo, principalmente nesse momento em que ela fica vulnerável em seus direitos, sua dignidade”.

Histórias de vida, de pessoas acompanhadas pela Igreja, que escuta de forma atenta para poder identificar as dores, as violências, que ajuda os migrantes a conhecer seus direitos e as ameaças. Migrantes que na fronteira entre o Brasil e a Venezuela, muitos deles em condições muito precárias, em ocupações, muitas vezes lideradas por mulheres, que reconhecem e agradecem o apoio da Igreja católica.

 FONTE/CRÉDITOS: Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1