Avanços e Reflexões na 24ª Assembleia Diocesana: Rumo à Nova Coordenação CODE

Dom Zenildo Lima conduz discussões sobre o tema “Igreja na Amazônia” e Iniciação à Vida Cristã em Roraima

A 24ª Assembleia Diocesana, teve início nessa sexta-feira, 23, e será encerrada amanhã, dia 24, promete marcar um novo capítulo na história da Diocese de Roraima com a eleição da nova coordenação do CODE (Conselho Diocesano de Evangelização). O evento, realizado no Colegio Claretiano reuniu quase 300 pessoas entre religiosos, religiosas, líderes e membros das diferentes comunidades de Boa Vista e do interior do Estado de Roraima, foi palco de discussões significativas e momentos de reflexão profunda sobre o futuro da igreja na região. O padre Celso, na sexta feira, partilhou resultados das escutas nas comunidades, e com ajuda dos presentes fizeram as análises.

Abertura feita na sexta feira 23, pelo Dom Evaristo Spengler, Bispo de Roraima. Foto: Lucas Rosetti

Hoje 24, na abertura feita por Dom Evaristo Spengler oferecendo dados interessantes sobre a população do estado, assim como ressaltar a diferencial com a demandas cristã, da migração, dos indígenas e próprias da região. Um dos destaques foi a participação de Dom Zenildo Lima, bispo auxiliar da Arquidiocese de Manaus, que abordou o tema “Igreja na Amazônia” e o caminho da Iniciação à Vida Cristã neste contexto específico. Suas palavras ressoaram entre os presentes, trazendo reflexões valiosas para o desenvolvimento espiritual e pastoral na região resgatando o tema da Campanha da Fraternidade 2024 Fraternidade e Amizade.

Dom Zenildo Lima, bispo auxiliar da Arquidiocese de Manaus. Foto: Libia López

‘’A questão é, esse processo de iniciação à vida cristã, de catequese, de formação dos batizados, acontece no espaço específico, que é a Igreja do Amazônia. Então o meu papel é tentar apresentar este chão, este cenário, para que a nossa perspectiva de formação, de iniciação à vida cristã, leve em conta essa territorialidade.’’ Destacou Dom Zenildo.

Momentos de reflexões. Foto: Libia López

Durante a tarde, antes das discussões nos grupos de trabalho, os participantes dedicaram um momento para refletir sobre a Iniciação à Vida Cristã com inspiração catecumenal, com a introdução e apresentação do projeto diocesano. Essa iniciativa promoveu uma atmosfera de partilha e introspecção, consolidando a importância da formação espiritual na comunidade. Dom Zenildo destaca: A catecuminato, é exatamente, o que se pensa é… Como o nosso processo de formação das pessoas que são batizadas, de fato, gerem pessoas comprometidas com o segmento de Jesus.’’

O dia foi marcado por intensos momentos de partilha e reflexão, onde as experiências individuais se entrelaçaram em uma expressão coletiva de fé e compromisso. Essa assembleia mais uma vez destacou a vitalidade e a significância da Diocese de Roraima, em um ambiente de profunda fraternidade e união, reafirmando sua posição como um farol de esperança e renovação na região amazônica.

Casa da Caridade Papa Francisco realizou atividade preparatória para a II COMIGRAR

Evento reúne representantes para discutir desafios e perspectivas de políticas públicas migratórias em Roraima

Hoje, dia 23 de fevereiro, a partir das 8:30h, a sede da Casa da Caridade Papa Francisco foi o palco de uma importante atividade voltada a políticas públicas. O evento organizado, pela Pastoral dos Migrantes em parceria com a Caritas Diocesana, teve início com uma Celebração Eucarística conduzida pelo Padre Juan Carlos, seguida por um momento de compartilhamento entre os participantes, amigos, agentes pastorais, colaboradores e parceiros.

A atividade teve como objetivo principal a preparação para a II Conferência Livre Nacional de Roraima: “Desafios e Perspectivas de Políticas Públicas Migratórias – Roraima a caminho da II COMIGRAR”, que está agendada para os dias 01 e 02 de março de 2024, na Universidade Federal de Roraima (UFRR), mais especificamente no Auditório do Cadecon.

Este encontro regional é parte integrante da II COMIGRAR, que visa mobilizar nacionalmente diversos atores sociais, políticos e institucionais interessados no tema das migrações. Durante a conferência, serão destacadas as principais demandas e contribuições da sociedade, apontando caminhos para que o Governo Federal possa efetivar os direitos da população migrante, refugiada, apátrida e brasileira retornada, tanto em território brasileiro quanto no exterior.

Orilene Marques, secretaria executiva da Caritas Diocesana e responsável da atividade, destaca a importância da sociedade civil neste COMIGRAR: ‘’Nessas conferências serão realizadas propostas para ser encaminhada. E a importância da sociedade civil também estar presente, junto com os migrantes, para se pensar nas propostas de políticas públicas para os migrantes, refugiados e a patridias.’’

Esta atividade na Casa da Caridade Papa Francisco, compõem a Etapa Preparatória para a II COMIGRAR. Elas têm o papel de disparar processos de articulação, mobilização e debate que serão fundamentais para a realização da conferência nacional. Além disso, as Conferências Livres têm o poder de enviar propostas e eleger delegadas/os que representarão Roraima na Conferência Nacional.

Este evento representa um passo significativo na busca por soluções e políticas públicas mais eficazes para lidar com as questões migratórias em Roraima e em todo o Brasil. A participação ativa da sociedade civil e de diversas instituições demonstra o compromisso coletivo em promover uma abordagem mais inclusiva e solidária em relação às pessoas em situação migratória.

III Curso de Reforço da Metodologia GAPE: Fortalecendo a Economia Solidária em Boa Vista

Capacitação da Missão Scalabriniana promove integração entre comunidades migrantes e população local, impulsionando a economia solidária na região.

No dia 17 de fevereiro, a Casa da Caridade Papa Francisco foi palco do III Curso de Reforço da Metodologia GAPE, da Missão Scalabriniana promoveu um evento enriquecedor que reuniu 40 pessoas de diversas áreas e paróquias de Boa Vista. A iniciativa, que teve como objetivo principal fortalecer os princípios e métodos do Grupo de Apoio à Poupança e Empreendedorismo (GAPE), proporcionou uma jornada de aprendizado e troca de experiências em prol do desenvolvimento econômico sustentável.

Fortalecendo Vínculos e Empreendimentos:

Ao longo do curso, os participantes se envolveram em diversas atividades, destacando-se as rodas de conversa baseadas em Projetos de Empreendimento e a assessoria para empreendimentos através da economia solidária. Esses momentos proporcionaram uma oportunidade única para a troca de ideias e o desenvolvimento de novas habilidades, capacitando os presentes para fortalecerem suas iniciativas empreendedoras.

Integração e Inclusão:

Um dos pontos mais destacados durante o evento foi a importância da integração entre a comunidade migrante e a população local. Em um contexto migratório como o vivido em Roraima, essa integração se torna essencial para promover uma convivência harmoniosa e inclusiva. Através da interação e colaboração entre esses grupos, busca-se construir uma sociedade mais justa e solidária.

Perspectivas Futuras:

O III Curso de Reforço da Metodologia GAPE foi um verdadeiro sucesso, proporcionando uma experiência enriquecedora para todos os envolvidos. O evento não apenas fortaleceu os laços entre as comunidades, mas também capacitou os participantes para promoverem mudanças positivas em suas realidades locais. Com uma base sólida em economia solidária e empreendedorismo, esses indivíduos estão preparados para enfrentar os desafios futuros e contribuir para o desenvolvimento sustentável de Boa Vista e região.

PAPA FRANCISCO PEDE QUE A CAMPANHA DA FRATERNIDADE AJUDA A SUPERAR “TODA DIVISÃO, INDIFERENÇA, ÓDIO E VIOLÊNCIA”

Em 2024 tem como tema “Fraternidade e Amizade Social”, e como lema “Vós sois todos irmãos e irmãs” (cf. Mt. 23,8).

O Papa Francisco iniciou sua mensagem se unindo aos bispos do país “num hino de ação de graças ao Altíssimo pelos 60 anos da Campanha da Fraternidade, um itinerário de conversão que une fé e vida, espiritualidade e compromisso fraterno, amor a Deus e amor ao próximo, especialmente àquele mais fragilizado e necessitado de atenção”, lembrando que “este percurso é proposto cada ano à Igreja no Brasil e a todas as pessoas de boa vontade desta querida nação”.

Ele lembrou o tema e o lema, afirmando que com a Campanha da Fraternidade, “os bispos do Brasil convidam todo o povo brasileiro a trilhar, durante a Quaresma, um caminho de conversão baseado na Carta Encíclica Fratelli Tutti, que assinei em Assis, no dia 3 de outubro de 2020, véspera da memória litúrgica de São Francisco”.

Segundo o Santo Padre, “como irmãos e irmãs, somos convidados a construir uma verdadeira fraternidade universal que favoreça a nossa vida em sociedade e a nossa sobrevivência sobre a Terra, nossa Casa Comum, sem jamais perdermos de vista o Céu, onde o Pai nos acolherá a todos como seus filhos e filhas”.

Diante da realidade social em que vivemos, o Papa disse que “infelizmente, ainda vemos no mundo muitas sombras, sinais do fechamento em si mesmo”, lembrando “a necessidade de alargar os nossos círculos para chegarmos àqueles que, espontaneamente, não sentimos como parte do nosso mundo de interesses (cf. FT 97), de estender o nosso amor a “todo ser vivo” (FT 59), vencendo fronteiras e superando “as barreiras da geografia e do espaço” (FT 1)”.

O Papa Francisco deseja que “a Igreja no Brasil obtenha bons frutos nesse caminho quaresmal e faço votos que a Campanha da Fraternidade, uma vez mais, auxilie às pessoas e comunidades dessa querida nação no seu processo de conversão ao Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo, superando toda divisão, indiferença, ódio e violência”.

Encomendando seus votos aos cuidados de Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil, ele concede a Benção Apostólica a todos os filhos e filhas da querida nação brasileira, de modo especial àqueles que se empenham pela fraternidade universal. Ele encerra suas palavras pedindo, como é costume, “que continuem a rezar por mim”.

MENSAGEM DO PAPA FRANCISCO PARA A CAMPANHA DA FRATERNIDADE 2024

Queridos irmãos e irmãs do Brasil!

Ao iniciarmos, com jejum, penitência e oração, a caminhada quaresmal, uno-me aos meus irmãos da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil num hino de ação de graças ao Altíssimo pelos 0 anos da Campanha da Fraternidade, um itinerário de conversão que une fé e vida, espiritualidade e compromisso fraterno, amor a Deus e amor ao próximo, especialmente àquele mais fragilizado e necessitado de atenção. Este percurso é proposto cada ano à Igreja no Brasil e a todas as pessoas de boa vontade desta querida nação.

Neste ano, com o tema “Fraternidade e Amizade Social” e o lema “Vós sois todos irmãos e irmãs” (cf. Mt 23, 8), os bispos do Brasil convidam todo o povo brasileiro a trilhar, durante a Quaresma, um caminho de conversão baseado na Carta Encíclica Fratelli Tutti, que assinei em Assis, no dia 3 de outubro de 2020, véspera da memória litúrgica de São Francisco.

Como irmãos e irmãs, somos convidados a construir uma verdadeira fraternidade universal que favoreça a nossa vida em sociedade e a nossa sobrevivência sobre a Terra, nossa Casa Comum, sem jamais perdermos de vista o Céu, onde o Pai nos acolherá a todos como seus filhos e filhas.

Infelizmente, ainda vemos no mundo muitas sombras, sinais do fechamento em si mesmo. Por isso, lembro da necessidade de alargar os nossos círculos para chegarmos àqueles que, espontaneamente, não sentimos como parte do nosso mundo de interesses (cf. FT 97), de estender o nosso amor a “todo ser vivo” (FT 59), vencendo fronteiras e superando “as barreiras da geografia e do espaço” (FT 1).

Desejo que a Igreja no Brasil obtenha bons frutos nesse caminho quaresmal e faço votos que a Campanha da Fraternidade, uma vez mais, auxilie às pessoas e comunidades dessa querida nação no seu processo de conversão ao Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo, superando toda divisão, indiferença, ódio e violência.

Confiando estes votos aos cuidados de Nossa Senhora Aparecida, e como penhor de abundantes graças celestes, concedo de bom grado a todos os filhos e filhas da querida nação brasileira, de modo especial àqueles que se empenham pela fraternidade universal, a Bênção Apostólica, pedindo que continuem a rezar por mim.

Roma, São João de Latrão, 25 de janeiro de 2024,

festa litúrgica da conversão de São Paulo Apóstolo.

FRANCISCUS

Celebração de Alegria e Renovação: Dom Vanthuy Neto é Ordenado Bispo de São Gabriel da Cachoeira

Em uma cerimônia marcada por entusiasmo e fraternidade, o Monsenhor Vanthuy Neto assume sua nova missão episcopal na presença de milhares de fiéis e líderes religiosos.

Em um cenário repleto de fervor religioso, as primeiras luzes do dia testemunharam a chegada de caravanas e veículos provenientes das distintas áreas missionárias de Boa Vista e do interior de Roraima. O motivo era singular e auspicioso: a tão aguardada ordenação episcopal do então Monsenhor Dom Vanthuy Neto.


Ao adentrar o recinto, Monsenhor Vanthuy foi calorosamente recebido por um mar de aplausos e cumprimentos fraternos, irradiando um sorriso que refletia a alegria e a devoção presentes naquele momento. Milhares de pessoas, unidas pelo elo da fé, testemunharam a solenidade que transformou o sacerdote e bispo, prometendo um caminho de liderança espiritual para a comunidade religiosa local.
A celebração eucarística começou e foi presidida pelo Cardeal Leonardo Ulrich Steiner da Arquidiocese de Manaus, às 8:30h, foi acompanhada mais de 20 bispos de outros estados, além disso, também estiveram presentes 3 representações internacionais da Venezuela, Colômbia e Itália, padres, diáconos, religiosos e religiosas, em comunhão e fraternidade, participaram desse momento.


Após a aclamação do Evangelho, iniciou-se o rito de ordenação, quando Monsenhor Vanthuy foi conduzido à presença de Cardeal Leonardo pelos Bispos e Padre assistentes. Após a apresentação do eleito, o Arcebispo de Manaus proferiu a homilia, destacando o chamado ao episcopado no clero amazonense, especificamente no São Gabriel da Cachoeira.
O chamado ao episcopado
“É uma imensa alegria estar aqui de volta a Boa Vista para ordenação do Dom Vanthuy Neto que vai ser o meu sucessor em São Gabriel. A gente está com a coração vibrando de alegria e será uma celebração inesquecível aqui para Boa Vista. Vamos acompanhar esta celebração que vai trazer paz e alegria para todos nós.””, afirmou Dom Leonardo.


Em seguida, procedeu-se os demais ritos de ordenação, sendo Dom Geraldo saudado com aplausos pelos presentes ao ser aclamado bispo.
Símbolo dessa oblação e comunhão do clero, a cerimônia foi marcada pela presença de: Cardeal Leonardo Ulrich Steiner, Dom Evaristo Spengler, Dom Mario Antônio, Dom Roque Paloschi e Dom Edson Damian.
Para Dom Mario, “É um dia realmente de emoção, um dia também vocacional, um dia especial da graça de Deus para esta igreja particular e para toda a nossa amazónia em comunhão, sobretudo com a igreja de São Gabriel da Cachoeira. Nos alegramos como o monsenhor Vanthuy para servir a igreja de Jesus Cristo na Amazónia, ainda nesse Regional Norte 1, um especificamente, São Gabriel da Cachoeira é toda a nossa igreja na Amazônia, inclusive arquidiocese de Cuiabá, onde estou hoje, que se une a Alegria com a igreja de Roraima para juntos é acompanharmos essa ordenação e a nova missão de Dom Vanthuy”, destacou.
Ao novo bispo brasileiro, Dom Mario manifestou sua felicidade na sua missão: “Nos alegramos como o monsenhor Vanthuy para servir a igreja de Jesus Cristo na Amazónia, ainda nesse Regional Norte 1, um especificamente, São Gabriel da Cachoeira é toda a nossa igreja na Amazônia, inclusive arquidiocese de Cuiabá, onde estou hoje, que se une a Alegria com a igreja de Roraima para juntos é acompanharmos essa ordenação e a nova missão de Dom Vanthuy””, afirmou.
Vale pena destacar a importância desta Ordenação episcopal de Dom Vanthuy Neto, pois é a primeira que recebe um Padre da Diocese de Roraima.

Dom Vanthuy Neto:
Pe. Raimundo Vanthuy Neto, nasceu no sertão nordestino em 10 de Maio de 1973, em Pau dos Ferros / alto oeste do Rio Grande do Norte, na Paróquia de Nossa Senhora da Conceição, Diocese de Mossoró, filho de uma família de quatro irmãos (Tarcísio, Urbano, Etevaldo) e duas irmãs (Taneide e Vaneide)
O Santo Padre, o Papa Francisco o nomeou Bispo da Diocese de São Gabriel da Cachoeira em 08 de novembro do ano passado de 2023. Escolheu como lema: Servir o na Caridade e na Esperança, e a Posse será no dia 11 de fevereiro em São Gabriel da Cachoeira. Marcada pelos seus 23 povos originários e pela presença missionária dos Salesianos e Salesianas, a família espiritual de Dom Bosco.

Fotos: Libia López

DOM VANTHUY: “GRATIDÃO AO POVO DE DEUS DO ALTO RIO NEGRO, QUE ME CONVIDAM E ME DEIXAM ENTRAR EM SUA BARCA”

Uma celebração marcada pela simplicidade de um bispo que escolheu as sandálias, símbolo tradicional de missão, para calçar em um dia de grande importâ

Gratidão foi a palavra que marcou a intervenção de Dom Raimundo Vanthuy Neto, bispo eleito de São Gabriel da Cachoeira, no final da celebração, presidida pelo cardeal Leonardo Steiner, em que foi ordenado bispo. Uma celebração marcada pela simplicidade de um bispo que escolheu as sandálias, símbolo tradicional de missão, para calçar em um dia de grande importância daqui para frente.

Gratidão em primeiro lugar a Deus, “Trindade Santa que olhando a minha pequenez quer ainda se servir dela, a graça a mim dada/conferida nesta manhã na sucessão dos apóstolos, é mais uma possibilidade do Senhor de fazer avançar minha conversão, que aponta para o seguimento mais de perto de Jesus, pobre da Manjedoura, entregue na Cruz e doado na Eucaristia”, disse o novo bispo. Ele insistiu em que “só posso comprender o mandato do Papa Francisco na pespectiva que o Espíirto Santo ainda tem muito trabalho na minha pobre e fragil humanidade e por isso encontrou na Igreja do Alto Rio Negro na sagrada companhia dos mais de 23 povos originários, nos seus caminhos sagrados, suas culturas, nas suas vidas, na pluralidade daquelas etnias o lugar da graça e da visibilidade do seu amor a mim”, agradecendo aos bispos presentes.

Gratidão à Igreja de Manaus, onde se formou no Seminário São José, à amada Igreja de Roraima, aos corajosos Povos Indígenas, insistiendo em que nesta Igreja, “vocês me acolheram na mais bela aventura da vida cristã, a vida comunitária, na audácia da missão, na formação das lideranças, no andar juntos. Aqui vocês me gestaram sempre para ser melhor, do útero da minha família, aqui fui alimentado pelo testemunho de grandes missionários e testemunhas da fé”, lembrando o nome de muitos deles, das religiosas, “verdadeiras mães no dar a vida pela missão”.

Gratidão ao Prado, que definiu como “a escola que Deus me chamou desde o seminário para seguir seu Filho Jesus mais de perto, no estudo do Evangelho cotidiano, a fim de fazer chegar o Evangelho onde ainda no meu ser não entrou de cheio, no serviço à evangelização dos pobres, no dom da vida fraternal”, concretizado naqueles que fazem parte dessa espiritualidade e tem caminhado com ele.

Gratidão ao povo de Deus do Alto Rio Negro, das comunidades da diocese de São Gabriel, “que me convidam e me deixam entrar em sua barca, suas canoas com e remos e rabetas, para experimentar os frutos do Evangelho plantado pelos inumeros missionários e missionárias da nobre familia salesiana, os filhos e filhas de Maria Auxiliadora e de dom Bosco”. Ele agradeceu por “me deixarem com as comunidades a continuarem a semear o Evangelho, pois lá me dizem sem medo que a boa noticia das culturas indígenas continuam a acolher a boa notícia do Evangelho”.

Falando sobre sua nova diocese, ele destacou que “lá  muitos missionários, missionárias armaram suas redes e muitos nasceram de novo, como disse Jesus a Nicodemos, nas águas da vida de vossas comunidades e no amor terno dos preferidos de Deus, os pobres. As missionárias salesianas contam que chegaram como amigas e foram convertidas em irmãs. Essa é a novidade do Evangelho, de estrangeiros, Jesus nos faz todos irmãos e irmãs, uma só família, o Povo de Deus. Assim, quero chegar eu, como aluno da escola de Jesus Cristo, pequeno servo da vinha do Senhor e filho da Igreja, me coloco à disposição de ir caminhar com vocês e conhecer esse mundo fascinante de muitas culturas originárias, das águas e da floresta. Peço de me ajudarem a vencer o medo das cachoeiras, do novo que me é dado agora viver”.  Um sentimento de gratidão enorme a dom Edson, “muito obrigado meu irmão pelas sementes semeadas, vou lá na tentativa de continuar a cultivar e ousar a continuar a semeadura”. 

Falando sobre o Alto Rio Negro, seu novo bispo a partir de 11 de fevereiro, disse que “escuto que essa grande região ainda é como um cobiçado jardim da Criação onde a natureza e as sociedades vivem em equilíbrio. O compromisso da defesa e do cuidado com a Casa Comum tornou-se uma missão essencial dos Povos da Amazônia, dos povos do Rio Negro, dos migrantes que chegaram nessa região, do Estado Brasileiro e, claro, também da Igreja. Em muitas partes da Amazônia, aqui em Roraima já sentimos os efeitos devastadores do garimpo, da contaminação das águas, do desmatamento, da pesca predatória, e do avanço da fronteira do agronegócio. Aprendemos na seca dos nossos rios que ano passado assolou a Amazônia, revela que  a agressão à Casa Comum nos afeta a todos e tem consequências que vão além de nós. Diante das crises climáticas somos chamados a dar as mãos, a trabalhar em colaboração e com esperança”.

Finalmente gratidão “a meus pais e irmãos”, que “me moldaram na graça da boa noticia de Jesus, de filho e irmão. A seca, a pobreza do Nordeste nos trouxeram a uma terra tão boa e cheia de esperança, Roraima. Somos do sertão do Rio Grande do Norte, de Pau dos Ferros, da Paróquia de Nossa Senhora da Conceição, da Diocese de Mossoró”.

Um sentimento de gratidão “ao Senhor que conduz a missão de bispo a qual sou envia hoje, só pode ser numa única perspectiva, na perspectiva do Servir na Caridade e na Esperança, desta intuição vinda das primeiras comunidades cristãs, nasce a indicativa do ministério que nesta  manhã, vocês me comunicam, vocês, por que todos aqui temos a única igualdade, a fonte de onde emana todo chamado, o Batismo, a fonte de todos os serviços na Igreja, é Cristo, somos todos de Cristo e  nele somos de Deus”. 

Dom Vanthuy insistiu em que “vou para o Rio Negro, pois lá Belém se apresenta, na simplicidade, na pobreza, na acolhida, na precariedade, no essencial para se bem viver, tão presente nas comunidades indígenas, por lá também sei que  o calvário há de chegar, pois nosso Mestre Jesus bem nos lembra, nos alerta, quem quizer me seguir renuncie a si mesmo tome sua crus e me siga, para abraçar o verdadeiro dispulado é preciso abraçar a Cruz, sigularmente nos dias de hoje diante de uma religiosidade que quer prosperidade e sucesso, bençãos e bem estar,  lá junto dos rio negrinos sei o sofrimento bate pelo suícidio que avança sobre a juventude,  lá muitas familia carregam a cruz pesada, destruidora e mortal que é a bebida alcoolica, veneno destruidor da vida pessoal e comunitária… lá os missionários e tantos amigos da vida se somam ao canto do anuncio em tantas línguas, que a vida deve está em primeiro lugar,  lá a mesa da Última Ceia, da Eucaristia e de suas lições estáo postas, onde a partilha, o não acumulo, o saber viver com necessário, diante do consumo desefreado e egoista há de ser regra libertadora e anunciadora do dividir, do partilhar do que se tem e do anuncio da vida comunitária, como bem maior frnte o individualismo sedutor e embriagante que nossas sociedades urbanas vão se alimentando e se tornando obesas e doentes”.

Segundo o novo bispo, “são estas as dádivas que se abrem a mim hoje pelo sagrado dom do ministério de bispo do Rio Negro”, pedindo ao Santo Espírito “dai-me a graça de sair de minha miopia pessoal e as vezes coletiva que este mundo me envolve, concede-me mais aprender a viver o Evangelho que só falar del, o Verbo, o Cristo”.

 FONTE/CRÉDITOS: Luis Miguel Modino

DOM VANTHUY É ORDENADO BISPO PARA “NOS AJUDAR A SER UMA IGREJA SEMPRE MAIS ACOLHEDORA DAS CULTURAS”

“Toda vocação é uma escolha para participar plenamente desse amor”.

Boa Vista, sede da diocese de Roraima acolheu neste domingo 4 de fevereiro de 2024 a ordenação episcopal de Mons. Raimundo Vanthuy Neto, bispo eleito da diocese de São Gabriel da Cachoeira, que escolheu como lema: “Servir na Caridade e na Esperança”. Uma celebração marcada por uma realidade indígena presente na igreja local e naquela que o Papa Francisco lhe confiou para ser seu pastor, seu bispo. A benção inicial do Povo Macuxi, a primeira leitura e a apresentação do candidato nessa mesma língua, a benção indígena de um padre de São Gabriel da Cachoeira, a continua presença dos povos indígenas de Roraima na celebração, são detalhes que mostram o desejo da Igreja da Amazônia de acolher a riqueza das culturas dos povos da Amazônia.

Na homilia, o cardeal Steiner começou lembrando as palavras de Jesus no Evangelho: “Não fostes vós que me escolhestes, mas fui eu que vos escolhi”, insistindo em que “todos nós fomos escolhidos, buscados, todos nós fomos amados: ‘eu vos amei, como meu Pai me amou’. Fomos desejados, amados com o amor que o Pai amou o seu filho Jesus. No mesmo amor, na mesma intensidade, na mesma afabilidade, fomos e somos amados, amadas. E porque fomos atingidos por um amor inigualável, gratuito, Jesus nos faz um pedido: ‘permanecei no meu amor’”.

Segundo o arcebispo de Manaus, “a realização da nossa vida, a alegria de viver, de saborear a vida vem do amor que recebemos de Jesus. Ele desperta uma alegria plena, realizadora. Um amor que plenifica, cria a verdadeira família, a verdadeira comunidade, a Igreja”, recordando as palavras de Jesus: “amai-vos uns aos outros, assim como eu vos amei”. Uma frase que o levou a perguntar: “Como nos amou?”, dando ele mesmo a resposta: “ofertando a sua vida”. Dom Leonardo disse que “como a mãe entrega a sua vida no cuidado materno para que os filhos cresçam e cheguem à maturidade de uma vida plena, muito mais fez Jesus. Nos amou até a morte e morte de cruz.

Um amor que aparece definido no Evangelho: “Ninguém tem amor maior do que aquele que dá sua vida pelos amigos”, afirmando que “é desse amor que vivemos, é nesse amor que nos movemos, é desse amor que nos alimentamos e damos frutos: geramos, educamos, plenificamos vidas”. O cardeal Steiner “esse amor nos escolheu, a esse amor fomos chamados. Esse amor nos encontrou. Nenhuma iniciativa nossa”. Lembrando as palavras de São Bernardo sobre a escolha, o chamado, disse. Isso porque “no amor somos escolhidos, não escolhemos. Nesse amor benevolente somos todos discípulos missionários, todas discípulas missionárias, pois tomados pela dinâmica extraordinária de pertencermos à predileção amorosa de Deus”.

Toda vocação é uma escolha para participar plenamente desse amor. Toda vocação é a possibilidade de permanecer no amor de Jesus e em Jesus viver a graça do Reino. Toda a vocação é um modo de guardar e ser guardado pelo mandamento do amor. É desse amor que toda a vocação e ministério se alimenta e é dinamizado. É no Reino do “amai-vos uns aos outros, assim como eu vos amei”, que a alegria é plena e realizativa. Toda a vocação é dar a sua vida em resgate por muitos, por todos os que são e não são amigos e amigas de Jesus, mesmo os inimigos”, refletiu o cardeal de Manaus. 

Lembrando a escolha dos Doze para caminhar com Ele e enviá-los a pregar o Reino de Deus, Dom Leonardo Steiner disse que “eles foram as testemunhas da vida, da morte e da ressurreição de Jesus; testemunhas do amor que tudo vivifica e restaura. Nessa missão foram confirmados pelo Espírito Santo, segundo a promessa: ‘Recebereis a força do Espírito Santo que virá sobre vós e sereis minhas testemunhas em Jerusalém, em toda a Judéia, Samaria e até os extremos da terra’”. Isso porque “a missão dos apóstolos de anunciar o Evangelho da vida deveria durar até o fim dos séculos (cf Mt 28,20), por isso, os apóstolos constituíram sucessores (LG, 20)”.

A celebração de ordenação episcopal “visibiliza, mais uma vez, a escolha, o chamado, o envio, a frutificação”. Ele lembrou que “a Igreja aqui reunida invocará o Espírito Santo sobre padre Raimundo Vanthuy e com o gesto milenar da imposição das mãos dos bispos, com a oração de ordenação e a unção, ele recebe o múnus episcopal e participa do colégio dos bispos como sucessor dos apóstolos. Ele participará do múnus dos apóstolos de anunciar, bendizer e cuidar do Reino de Deus, da igreja de São Gabriel da Cachoeira”.

Comentando a primeira leitura, o cardeal disse que “o Espírito e a unção enviam para uma presença de caridade, de amor, de esperança! Hoje, após a invocação do Espírito Santo, a imposição das mãos, a oração de ordenação e a unção com o óleo do crisma, padre Vanthuy poderá dizer com o profeta: ‘O espírito do Senhor Deus está sobre mim, porque o Senhor me ungiu’. Vamos impor as mãos na força do Espírito Santo e te ungir, para seres enviado. Enviado para dar a boa-nova aos humildes, curar as feridas da alma e do corpo, pregar a redenção aos cativos no corpo e no espírito; a liberdade aos que estão presos em si mesmos, nas prisões da ganância, da morte, das ideologias; consolar todos os que choram e gemem. Serás enviado para proclamar o tempo da graça, da libertação, da transformação, da salvação, pois levarás na alegria o óleo da caridade e o vinho da esperança (cf. Is 61,1-3ª). Enviado na caridade e na esperança! Não é privilégio, mas uma missão que te é confiada. Enviado para recordar, rememorar, viver na caridade e na esperança”.

“Pelo sacramento da Ordem o bispo recebe o dom da caridade pastoral de Cristo. A caridade pastoral cria a comunhão e desperta para a plenificação da vida segundo o Evangelho. Um modo da caridade é a compaixão, compadecer-se dos frágeis, dos que foram colocados à margem, seja pela cultura, seja pelo sistema econômico. Cuidar das comunidades com amor paterno-materno, sendo bondoso e compassivo com os doentes e todos os necessitados no corpo e no espírito. Com uma vida simples e sóbria, ativa e generosa, estar com os últimos da nossa sociedade e colocá-los ao centro da comunidade cristã. Como bispo deixar-se tomar pela ‘fantasia da caridade’ para encontra modos de acolhimento, de transformação, de inspiração, de proximidade e acolhida”, lembrou o cardeal citando Pastores Gregis, nº 20.

Dom Leonardo Lembrou as palavras de Papa Francisco aos irmãos do Prado onde fala da “fantasia da caridade”, onde lhes convida “a regressar continuamente à magnífica figura do vosso fundador, a meditar sobre a sua vida, a pedir a sua intercessão. A experiência espiritual que ele viveu intensamente – uma compaixão imensa pelos pobres, a compreensão e a partilha dos seus sofrimentos e, ao mesmo tempo, uma contemplação do despojar-se de Cristo que se fez um deles – foi a fonte do seu fervor apostólico (cf. Papa Francisco, 2018). A criatividade, a fantasia da caridade do Bem-aventurado Antônio Chévrier, será também a fantasia do teu ministério episcopal. O teu ministério tenha a força e a dinamicidade de promover, ‘globalizar’ a caridade”.

Globalização onde, segundo o cardeal, “a delicadeza de caridade eleva, ilumina, consola, se inclina, lava os pés da existência. A delicadeza da caridade que olha nos olhos a violência, não teme o poder da dominação, do dinheiro, do poder. Na delicadeza da caridade, o bispo quando ensina, ao mesmo tempo santifica e governa o Povo de Deus; enquanto santifica, também ensina e governa; quando governa, também ensina e santifica”. Ele lembrou que “Santo Agostinho ensina que a totalidade do ministério episcopal é amoris officium, o ‘ofício do amor’”.

Segundo o presidente do Regional Norte1 da CNBB, “o bispo é enviado como esperança! Não somente porque anuncia ao mundo a esperança do Reino, mas porque é presença de esperança no Ressuscitado. Profeta da esperança! Ser profeta, testemunha e servo da esperança. Infundir confiança e proclamar perante quem quer que seja as razões da esperança cristã”, segundo diz a Primeira Carta de Pedro. “Profeta, testemunha e servo da esperança sobretudo nas realidades onde o esquecimento de Deus e o esquecimento dos pobres é palpável, onde os indígenas são violentados. Onde falta a esperança, também a fé é posta em questão. O amor enfraquece, quando o horizonte da esperança desaparece. A esperança que o Ressuscitado trouxe à luz”, enfatizou.

Citando Santo Agostinho, ele disse que a “esperança tem duas filhas lindas, a indignação e a coragem; a indignação nos ensina a não aceitar as coisas como estão; a coragem, a mudá-las”. O cardeal destacou que “por ser profeta da esperança, o bispo é inquieto, insatisfeito, sonhador, transformador, deixa-se tomar pelo movimento da geração, da transfiguração. A esperança na sua filha indignação, indica o sentido do anúncio e da visibilização do reino da verdade e da vida, reino da santidade e da graça, reino da justiça do amor e da paz”, recordando as palavras do Prefácio. Ele insistiu em que “o bispo pode ser tomado de indignação, quando guiado e tomado pela verdade, a justiça e paz. E porque vive do Reino, a coragem o impulsiona a propor, ensinar, refletir, questionar, procurar e indicar o caminho da justiça, da equidade, da fraternidade”.

O bispo é um convite à esperança, pois fala duma realidade que está enraizada no mais fundo do ser humano. Fala duma sede, duma aspiração, dum anseio de plenitude, de vida bem-sucedida, de querer agarrar o que é grande, o que enche o coração e eleva o espírito para coisas grandes, como a verdade, a bondade e a beleza, a justiça e o amor. A esperança desperta ousadia, sabe olhar para além das comodidades pessoais, das pequenas seguranças e compensações que reduzem o horizonte, para se abrir aos grandes ideais que tornam a vida mais bela e digna, atraente e sublime. Caminhe na esperança, o Povo de Deus a ti confiado seja ungido com a esperança, e toda a tua evangelização esteja guiada pela esperança que nasce do Espírito Santo!”, afirmou Dom Leonardo inspirado nas palavras de Papa Francisco.

Ele enfatizou que “a esperança na indignação e na coragem é sonhadora e criativa. Papa Francisco nos diz que devemos ser criativos, inconformados, dinâmicos, sonhadores, corajosos. Na indignação e na coragem inculturar o Evangelho, viver uma espiritualidade inculturada, celebrar a fé, a esperança e caridade nas culturas locais”.

Se dirigindo ao novo bispo, Dom Leonardo lhe disse: “o teu ministério episcopal na diocese mais indígena do Brasil, possa nos ajudar a ser uma Igreja sempre mais acolhedora das culturas. Uma Igreja que tenha sempre mais rostos multiformes que manifestem melhor a riqueza inesgotável do Evangelho na Amazônia. As filhas da esperança, a indignação e a coragem, movimentem os teus e nossos sonhos indicados por Papa Francisco: preservar a riqueza cultural da Amazônia que a caracteriza e na qual brilha de maneira tão variada a beleza humana; guardar zelosamente a sedutora beleza natural que a adorna a casa comum da Amazônia, a vida transbordante que enche os rios e as florestas; evangelizar as comunidades cristãs para que sejam capazes de se devotar e encarnar de tal modo na Amazônia, que deem à Igreja rostos novos com traços amazônicos. Uma Igreja na Amazônia que lute pelos direitos dos mais pobres, dos povos originários, dos últimos, de modo que a sua voz seja ouvida e sua dignidade promovida (QA, nº 6-7). A esperança de que todos os filhos e filhas de Deus e todas as criaturas participem do Reino definitivo”.

“Realmente são lindas as filhas da esperança, pois nascidas do amor”, disse o cardeal, citando o texto evangélico: “amai-vos uns aos outros, assim como eu vos amei. Ninguém tem amor maior do que aquele que dá sua vida pelos amigos”. Daí a necessidade de “ser impulsionado pela caridade e pela esperança e despertar as comunidades para que vivam da esperança e da caridade”.

O cardeal Steiner chamou a repetir as palavras de Paulo na segunda leitura: “Diante de Deus, nosso Pai, recordamos sem cessar a atuação da vossa fé, o esforço da vossa caridade e a perseverança da vossa esperança em nosso Senhor Jesus Cristo. A nossa gratidão à Igreja de Roraima, pelo testemunho de esperança e de caridade. Agradecemos a Deus e à Igreja em Roraima por ofertar à Igreja este irmão que recebe hoje a ordenação episcopal. Sabemos que o Evangelho não chegou até vós somente por meio de palavras, mas também mediante a força do Espírito Santo; e isso, com toda a abundância”, agradecendo a Dom Evaristo Spengler por “enviar para São Gabriel da Cachoeira este irmão que hoje é ordenado bispo da Igreja Católica”.

Igualmente agradeceu a dom Edson Damian, a quem dom Raimundo Vanthuy vai suceder e à Igreja de São Gabriel da Cachoeira “pelo testemunho, por nos provocar a sermos uma Igreja sempre atenta e desperta para a causa dos povos indígenas e os pobres. Louvamos e bendizemos pela diocese de São Gabriel”. Também agradeceu aos pais, à família de Dom Raimundo Vanthuy, “pelo dom da vida e pela fé que lhe deram como alimento e bebida. Deus os abençoe. Irá com a benção a vossa benção”.

Ao novo bispo lhe disse, “na caridade e na esperança caminharemos contigo. Sentirás a presença colegial dos bispos de nosso Regional e a força da oração do teu povo. Não estarás só. Contigo desejamos ser profetas, testemunhas e servos da esperança e da caridade. Estaremos contigo em comunhão”.

IGREJA DE RORAIMA PARTICIPA DA ORDENAÇÃO EPISCOPAL DO MONSENHOR RAIMUNDO VANTHUY NETO

A celebração acontece na manhã deste domingo no Ginásio Totozão

Neste domingo, 04, a Diocese de Roraima celebra a ordenação do novo bispo Raimundo Vanthuy Neto, para São Gabriel da Cachoeira no interior do Amazonas, a cerimônia ocorre no ginásio Totozão e contou com a presença de milhares de fiéis de todo país. 

A primeira parte da cerimônia iniciou com a entrada dos diáconos carregando a Nossa Senhora da Consolata e com suas esposas, representando os 75 anos da presença dos missionários da Consolata no estado.

Logo após, o novo bispo dom Vanthy Neto, acompanhado de dom Leonardo Steiner, dom Evaristo Spengler, dom Edson Damian, na qual foram acolhidos pelos indígenas da etnia macuxi com cantos Macuxi maruai.

A celebração da eucaristia foi presidida pelo cardeal Leonardo Ulrich Steiner, arcebispo de Manaus e presidente do Regional Norte1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB Norte1), concelebrada pelo bispo de Roraima, Dom Evaristo Spengler, e os anteriores, Dom Mário Antônio, Dom Roque Paloschi e Dom Edson Damian. Os bispos de outras dioceses como Afogados da Ingazeira (PE), Maranhão e Pará e Manaus (AM), além de padres, religiosos e religiosas, e pessoas da diocese de São Gabriel também participaram da ocasião.

Passa nestes dias por Roraima a Relíquia do Bem aventurado Antônio Chevrier, fundador do PRADO, fraternidade que pe. Vanthuy participa,  o ícone, escrito pelo pe. Mário Castro e a Relíquia, trazida pelo responsável do Prado no Brasil e pelo Assistente geral do Instituto de Vida Apostólica.

A Ordenação Episcopal do nosso Padre Vanthuy, filho desta Igreja de Roraima cujo ministério episcopal hoje lhe é confiado, já se compreende desde a raiz como um ministério em chave missionária, do Cristo que aponta para a Amazônia, da Igreja Diocesana de Roraima que dá de sua pobreza!

(Matéria em atualização)

Quem é Dom Vanthuy Neto

Pe. Raimundo Vanthuy Neto, nasceu no sertão nordestino em 10 de Maio de 1973, em Pau dos Ferros / alto oeste do Rio Grande do Norte, na Paróquia de Nossa Senhora da Conceição, Diocese de Mossoró, filho de uma família de quatro irmãos (Tarcísio, Urbano, Etevaldo) e duas irmãs (Taneide e Vaneide), batizado na festa de S. Pedro em 29 de junho de 1973 pelo padre Manoel Caminha Freire (In memoriam). Foi alfabetizado na escola das Filhas da Caridade, o patronato Alfredo Fernendes, sua primeira professora ainda vive, Ir. Geralda Araújo, fez sua primeira comunhão em 1983, presidida pelo então Pe. Dário Tórbolli (In memoriam), missionário de Trento, na Diocese de Mossoró. Com seus pais Manoel Urbano e Vicência Martins, irmãos e irmãs, migrou à Amazônia na década de 1980, vão morar primeiro em Itaituba – Pará, ali, na paróquia da Catedral de Santana, foi Crismado por Dom Capistrano (In memoriam). Acolhido na Diocese de Roraima, começa a participar da Legião de Maria e foi catequista na Paróquia da Consolata, ali participou da Escola de Formação de Teologia para leigos. Em 1991 ingressou no Seminário S. José da Arquidiocese de Manaus, na companhia de Revislande Santos e Mário Castro (In memoriam), onde fez seus estudos de Filosofia e Teologia, no então CENESCH – Centro de Estudos do Comportamento Humano, ordenado Diácono em 11 de julho de 1999 e Presbítero em 3 de junho de 2001, por Dom Apparecido José Dias (In memoriam). Mestre em Teologia, com especialização em Missiologia – (1998/2000) pela então Pontifícia Faculdade de Teologia Nossa Senhora da Assunção – SP, com dissertação: Dirigir Almas e Servir ao Jeito de Muitos – A missão dos Beneditinos junto aos Povos Indígenas de Roraima – 1909/1948. Foi acompanhado pelo então teólogo ligado ao CIMI, Pe. Paulo Suess. Fez seu estágio diaconal na Paróquia Sagrada Família – Diocese de Santos/SP (1998/2000), na companhia do Pe. Valdeci e Dom David Picão (In memoriam). Foi diretor e professor do Instituto de Teologia, Pastoral e Ensino Superior da Amazônia – ITEPES 2014/17), hoje Faculdade Católica do Amazonas, colabora com os estudos sobre o Cristianismo e Povos Indígenas na Amazônia. Acompanha a vida Eclesial desta região com seus encontros inter-regionais de Bispos desde 1997, quando se celebrou os 25 anos do Documento de Santarém, participou como auditor do Sínodo para a Amazônia 2019 em Roma. Na vida pastoral, foi pároco nas Paróquias: Nossa Senhora Consolata (2001/2004), Catedral Cristo Redentor e Matriz Nossa Senhora do Carmo (2005/2013) em Boa Vista, padre cooperador da Catedral de Nossa Senhora da Conceição e capelão do Colégio Auxiliadora, das Irmãs Salesianas em Manaus. De volta à Roraima em 2018, foi vigário da Área Missionária do Município do Cantá, acompanhou a Coordenação de Evangelização e Pastoral da Diocese (2002/2005), atualmente com pe. Giogio Dal Ben respondia como Reitor da Casa Vocacional – Seminário Menor e da Reitoria Nossa Senhora Aparecida, muito colaborou na Formação das Lideranças Leigas na Escola de Teologia e Pastoral da Diocese de Roraima, na escola de Liturgia e na Escola para o Diaconato Permanente. Pe. Vanthuy é membro do Instituto Secular – Associação dos Padres do PRADO, colaborou no Conselho Nacional do Prado no Brasil 2017/2023, participou o Ano Internacional Pradosiano em Lyon – França. Atualmente é membro do Colégio de Consultores, do Conselho Presbiteral e colabora como chanceler da Diocese de Roraima. O Santo Padre, o Papa Francisco o nomeou Bispo da Diocese de São Gabriel da Cachoeira em 08 de novembro do ano passado de 2023. Escolheu como lema: Servir na Caridade e na Esperança, ele será o pastor daquela Igreja Particular. Marcada pelos seus 23 povos originários e pela presença missionária dos Salesianos e Salesianas, a família espiritual de Dom Bosco. 

Padre Vanthuy Neto será ordenado bispo da Diocese de São Gabriel da Cachoeira neste domingo, 04

O evento histórico que ficará marcada na Diocese de Roraima ocorre no Ginásio Totozão em Boa Vista.

Neste próximo domingo, 04 de fevereiro, ocorrerá a ordenação episcopal do padre Raimundo Vanthuy Neto, nomeado pelo Papa Francisco, como Bispo da Diocese de São Gabriel da Cachoeira.  O evento é aberto ao público e será realizada em Boa Vista – RR, às 8h30, no Ginásio Totozão.

 A celebração, será presidida pelo Cardeal Leonardo Ulrich Steiner, Arcebispo de Manaus e Presidente do Regional Norte1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB Norte1).

O início do Ministério Apostólico e Pastoral como Bispo da Igreja do Alto Rio Negro será no dia 11 de fevereiro. A celebração de posse canónica como Bispo da Diocese de São Gabriel da Cachoeira – AM, será realizada 8h no Ginásio Arnaldo Coimbra, na cidade de São Gabriel da Cachoeira.

Segundo o bispo de Diocese de Roraima, Dom Evaristo Pascoal Spengler,  faz parte do rito de ordenação de um bispo a entrega de insígnias que são símbolos ou sinais visíveis da missão do bispo entre eles os sinos estão anel o ábaco e a mitra.

O anel o bispo recebe no dedo anelar da mão direita como símbolo de amor e fidelidade e da união com a igreja, esposa de Cristo. Ele deverá usar o anel sempre dentro e fora da celebrações. outro sinal e a mitra que é símbolo da santidade que o bispo chamado a viver como entrega de amor como foi Jesus. Outro sinal e o báculo; o Báculo lembra Jesus, o bom pastor que dá vida pelas suas ovelhas também o bispo chamada cuidar das ovelhas especialmente as mais fragilizados, isso envolve acompanhar, escutar, conduzir e animar num processo de comunhão, participação e missão”. Completou.

Evento histórico

Esta é a primeira vez que o estado de Roraima realizará a ordenação episcopal de um padre, para se tornar bispo em uma região amazônica.

 O padre Vanthuy Neto, novo bispo de São Gabriel da Cachoeira, deve assumir a diocese da cidade amazonense em fevereiro.  “A Igreja de Roraima me fez padre da Amazônia, com uma preocupação principal do cuidado com os povos indígenas, com a casa comum”. Segundo Mons. Vanthuy, “eu fui gestado na Igreja de Roraima e no Seminário São José de Manaus.

Ele fala ainda sobre os desafios a serem enfrentados ao assumir uma nova diocese.

“O primeiro desafio, é o da comunicação. São Gabriel é a região mais plural que o Brasil tem. São vinte três povos, mais de dezoito línguas. Segundo é o isolamento, São Gabriel ainda é muito isolado, (…) agora que começa a chegar uma internet de melhor qualidade em São Gabriel através do Starlink. E pra mim o primeiro sinal da minha vida vai ser ficar calado, escutar até porque alguns eu não vou compreender por causa da língua. Segundo amá-los como eles são, porque o amor também ama os limites e os defeitos. O primeiro passo é esse, ouvir, escutar, estar atento amar aquele povo e quero pedir a Deus uma graça muito grande de paciência. Eu sou nordestino, eu tenho um ritmo e lá o ritmo é outro”, enfatizou.

Relembre

Em novembro de 2023, o Pontífice então nomeou como novo bispo do terceiro maior município brasileiro em extensão territorial, localizado na fronteira com a Colômbia e a Venezuela, o Pe. Raimundo Vanthuy Neto, do clero de Roraima, reitor do Santuário Diocesano Nossa Senhora Aparecida e do Seminário Propedêutico.

A biografia de Pe. Raimundo Vanthuy Neto

Padre Raimundo Vanthuy Neto nasceu em 10 de maio de 1973, em Pau dos Ferros, no Rio Grande do Norte, diocese de Mossoró. Em 1991 ingressou no Seminário São José da arquidiocese de Manaus, onde fez seus estudos de Filosofia e Teologia no então Centro de Estudos do Comportamento Humano. Foi ordenado diácono em 11 de julho de 1999 e presbítero em 3 de junho de 2001.

Mestre em Teologia, com especialização em Missiologia (1998/2000) pela então Pontifícia Faculdade de Teologia Nossa Senhora da Assunção, em São Paulo. Fez seu estágio diaconal na Paróquia Sagrada Família – diocese de Santos (1998/2000). Foi diretor e professor do Instituto de Teologia, Pastoral e Ensino Superior da Amazônia – ITEPES (2014/17), hoje Faculdade Católica do Amazonas. Colabora com os estudos sobre o Cristianismo e Povos Indígenas na Amazônia. Acompanha a vida eclesial desta região com seus encontros inter regionais de bispos desde 1997, quando se celebrou os 25 anos do Documento de Santarém. Participou como auditor do Sínodo para a Amazônia 2019.

Na vida pastoral, foi pároco nas Paróquias: Nossa Senhora Consolata (2001/2004), Catedral Cristo Redentor e Matriz Nossa Senhora do Carmo (2005/2013) em Boa Vista; vigário da Área Missionária do Município do Cantá; acompanhou a Coordenação de Evangelização e Pastoral da Diocese (2002/2005); padre cooperador da Catedral de Nossa Senhora da Conceição; atualmente Reitor da Casa Vocacional – Seminário Menor e Reitoria Nossa Senhora Aparecida; ajuda na Formação das Lideranças Leigas na Escola de Teologia Pastoral da diocese de Roraima e na Escola para o diaconato permanente.

Padre Vanthuy é membro do Instituto Secular – Associação dos Padres do Prado; colaborou no Conselho Nacional do Prado no Brasil (2017/2023); viveu o Ano Internacional Pradosianoem Lyon – França. Atualmente é membro do Colégio de Consultores, do Conselho Presbiteral e colabora como chanceler da Diocese de Roraima.

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Celebração da Epifania do Senhor na Comunidade São Sebastião marca união entre religiosas e leigos no Bairro Pérola.

Irmãs Ursulinas do Sagrado Coração de Maria ampliam o carisma e consolidam laços como uma grande família carismática

No último sábado, a Comunidade São Sebastião, localizada no Bairro Pérola, testemunhou a solene celebração da Epifania do Senhor, um evento marcado pela promessa ao carisma das Irmãs Insulinas do Sagrado Coração de Maria. A liturgia, presidida por Dom Evaldo, bispo de Roraima, não apenas celebrou a espiritualidade, mas também fortaleceu a união, consolidando-a como uma grande família carismática.

A Irmã Mônica Cessari Nascimento coincide com os presentes a importância desse compromisso especial. “A promessa representa um passo significativo, ampliando o espaço da família religiosa e transformando-a em um ambiente onde irmãs e leigos testemunham o mesmo carisma: o carisma do Cristo Servo. Essa união estreita entre religiosas e leigos implica em viver a mesma missão, onde o trabalho e a ação missionária são pensados, discernidos, rezados e colocados na prática em conjunto com sete leigos que, na ocasião, fizeram suas promessas”.

A voz ativa dos leigos foi enfatizada durante toda a celebração, destacando a inclusão e participação efetiva dos membros dessas na jornada espiritual. O compromisso reforçado pelos leigos foi resultado de um processo dedicado à comunidade, à área e aos estudos realizados em colaboração com as irmãs. A orientação e testemunho de Madre Giovana a fundadora da congregação foram fundamentais para inspirar essas decisões.

Na sua fala, Dom Evaristo Spengler destacou elementos essenciais do carisma, contribuindo para uma compreensão mais profunda dessa promessa da jornada espiritual. O desenvolvimento desse compromisso foi pautado pela dedicação à comunidade e pelos estudos, culminando nesse passo significativo em direção à união entre religiosas e leigos.

Ao celebrar a celebração, todos os presentes pediram a Deus que a luz emanada nesse momento especial continue a guiar esses fiéis, tornando-os instrumentos divinos na apresentação do Evangelho de Jesus a muitas outras pessoas. Essa celebração não apenas marcou um evento litúrgico, mas também selou um compromisso entre as irmãs Ursulinas do Sagrado Coração de Maria e a comunidade de leigos, unidos sendo assim dessa grande familia carismatica.