Encerrado o Seminário Regional das Pastorais Sociais: Formar lideranças atuantes de forma qualificada na realidade

“A Amizade Social e o compromisso sociopolítico da fé na construção do bem viver dos povos”, foi o tema do Seminário Regional das Pastorais Sociais realizado na Maromba de Manaus de 07 a 09 de junho de 2024, com a participação de 50 representantes das igrejas locais do Regional Norte1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil.

Um seminário que tinha como objetivo principal, “contribuir na formação de lideranças para atuarem nas pastorais sociais, organismos e igrejas locais de forma mais qualificada, fortalecendo as mesmas, bem como as iniciativas no cuidado da vida a partir da fraternidade e amizade social”. O Seminário que o Ir. Danilo Bezerra considera “de fundamental importância para nos fortalecer enquanto Regional na luta pela justiça, pela fraternidade, pela solidariedade”.

O irmão Marista, que trabalha na diocese de Roraima, destacou a importância de ir para as bases para “trabalhar essa formação sociopolítica”, de ir às ruas, de “ajudar às pessoas a viver de fato o Jesus de Nazaré, a viver de fato o Jesus do Evangelho, aquele Jesus que testemunha a Palavra de Deus, testemunha a amizade, a fraternidade, a justiça e o amor, e ao mesmo tempo anuncia tudo isso e denuncia os opressores”.

O religioso, que foi um dos representantes do Regional Norte1 na 6ª Semana Social Brasileira, ajudou, junto aos outros participantes, a ecoar as reflexões desse “Mutirão Nacional pela Vida, por Terra, Teto e Trabalho. O Brasil que queremos: O Bem Viver dos Povos Rumo ao Projeto Popular”, sendo apresentado como as Pastorais Sociais no Regional têm se envolvido e os passos a serem dados daqui para frente, buscando algo concreto que chegue na base. Igualmente, foram colocadas sugestões para construção do Grito dos Excluídos, assim como compromissos a ser levados para as igrejas locais em vista de realizar escolas de Fé e Política e as eleições municipais de 2024.

A articuladora das Pastorais Sociais e Organismos no Regional Norte1, Ir. Rosiene Gomes, destacou que “as Pastorais Sociais integram a Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil”, considerando de suma importância esses momentos de formação, “para que as lideranças sejam atuantes de forma qualificada na nossa realidade”. A religiosa ressaltou que “em nosso Regional, a Igreja caminha com a disponibilidade desses homens e mulheres que fazem parte, que integram essas pastorais, e são multiplicadores na base”.

Falando sobre os desafios, cada vez maiores, a Ir. Rosiene Gomes disse que depois das dificuldades vividas durante a pandemia, “agora estamos tentando fazer com que haja um re-encantamento com esse trabalho que era feito antes, quando as lideranças eram mais ativas, mais comprometidas”, considerando o Seminário como uma forma de “reanimar essa ação evangelizadora, essa ação pastoral que foi ficando aos poucos fria”. Para isso, a religiosa fez um chamado a dar continuidade entre todos e todas a dar continuidade a esse trabalho, “continuar a levar esperança, alegria”, caminhar juntos como lideranças, em vista de uma Igreja com um rosto de alegria, de esperança para todos.

O Seminário foi concluído com o encaminhamento de propostas com relação ao trabalho das Pastorais Sociais e Organismos que fazem parte do Regional Norte1. Com relação às eleições municipais do mês de outubro, foi tirado como compromisso que cada igreja local e as Pastorais Sociais contribuam na reflexão nos grupos de base com relação à questão política, em vista de contribuir para eleger pessoas que possam representar aquilo que as pastorais, as dioceses e prelazias trabalham no cuidado e defesa da vida.

Igualmente foi incentivado o trabalho em rede das diversas pastorais e organismos, preparando a celebração do Jubileu 2025, algo que será abordado na Assembleia Regional Norte1 no mês de setembro, em vista da realização de uma grande celebração, tendo presente o Jubileu da Esperança. Nessa perspectiva, o arcebispo de Manaus e presidente do Regional Norte1, cardeal Leonardo Steiner, motivou as Pastorais Sociais para trazer presente algum marco que ajude a ver o tempo do Jubileu como esperança a partir das pastorais e organismos do Regional. Dom Leonardo agradeceu muito a participação de todos, reforçando alguns encaminhamentos feitos durante o Seminário.

Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Beato Estêvão Sandór

Origem religiosa

Beato Estêvão Sandór, filho de Estêvão, ferroviário, e de Maria Fekete, dona de casa, nasceu em Szolnok, Hungria, no dia 26 de novembro de 1914, foi o primeiro de três irmãos. Desde pequeno, recebeu uma religiosidade profunda de seus pais, cujos ensinamentos fez com que ele fosse um auxílio e um exemplo de estudos e orações para os seus irmãos; e era considerado pelos amigos como um menino bom, cortês e alegre.

Carisma Salesiano

Como São João Bosco entre os jovens, o beato Estêvão também era uma referência para os seus amigos. E, ao ler um Boletim Salesiano, conheceu Dom Bosco e teve em si o profundo desejo de ser parte da congregação. Falou com seu diretor espiritual e com os seus pais, que, depois de muita insistência do filho, aceitaram o seu ingresso.

A gráfica e as armas

Em 1936, entrou na casa salesiana de Budapeste e ali fez os primeiros dois anos de aspirantado, frequentando o curso de técnico-impressor na Escola de Artes Gráficas de Dom Bosco, até ser convocado para as forças armadas por causa da guerra.

Primeira profissão

Em 1939, foi oficialmente liberado das funções militares e, após um ano de noviciado, realizou, como leigo irmão, os seus primeiros votos. Isso se deu no dia 08 de setembro de 1940.

A exemplo de Dom Bosco

Com uma comovente alegria, o beato passou a ensinar nos cursos profissionais, a ajudar nos oratórios e a cuidar e promover a Juventude Operária Católica. Foi considerado um exemplo de educador, como seu pai na fé São João Bosco.

Fim da Segunda Guerra Mundial

Em 1942, o salesiano recebeu uma Medalha de Prata de valor militar pelo que fizera das trincheiras: um oratório festivo em meio aos desalentos da guerra.

Ao fim, ajudou a erguer e a reconstruir a sociedade material e moralmente, além disso, dedicou-se, em especial, aos jovens mais pobres e necessitados.

Profissão Perpétua

Em 1946, professou os seus votos perpétuos como Salesiano Irmão e continuou a ensinar Artes Gráficas até o início da perseguição cristã em 1949.

Sándor precisou deixar a sua tipografia, porém, continuou o seu apostolado com a juventude de forma clandestina.

Martírio

Em julho de 1952, foi preso e nunca mais foi visto. Um documento oficial certifica o processo e a condenação à morte, tendo sido executado por enforcamento no dia 8 de junho de 1953. A beatificação aconteceu em 19 de outubro de 2013.

Família Salesiana

A Comunidade Canção Nova, como parte da Família Salesiana, tendo como patronos São João Bosco e Nossa Senhora Auxiliadora, celebra com louvores a Deus todos os santos e beatos salesianos, que, inspirados na alegria do fundador, se entregaram à evangelização e à salvação das almas.

A minha oração

“Meu amado Jesus, diante do testemunho do Beato Estêvão, eu quero pedir-Te a graça de dedicar-me inteira e alegremente ao Teu serviço, exercendo as funções necessárias sempre com o Teu nome nos lábios e o Teu amor nos atos. Não me deixes afastar do apostolado que o Senhor mesmo me confiou, que ele me seja instrumento de santificação e canal de salvação para os meus irmãos. Amém!”

Beato Estêvão Sandór, rogai por nós!

Santo Antônio Maria Gianelli

Santo Antônio Maria Gianelli

Santo Antônio Maria Gianelli

Nascimento e vocação

Antônio Maria Gianelli nasceu em Cereta, perto de Chiavari, na província de Gênova, em 12 de abril de 1789. Entrou no seminário aos 19 anos e foi ordenado sacerdote quatro anos depois. Professor de letras e retórica, para receber o novo bispo, Lambruschini, organizou, em Gênova, uma peça intitulada “A reforma do seminário”, que teve um eco notável. Religioso, Bispo de Bobbio, fundou a Congregação das Filhas de Maria Santíssima do Horto e brilhou pelo empenho e exemplo brilhante de dedicação às necessidades dos pobres, à salvação das almas e na promoção da santidade do clero.

Fundador

De 1826 a 1838, foi pároco em Chiavari. Este período é marcado por uma série de inovações pastorais e pela criação de várias instituições, como o próprio seminário. Sob o inusitado nome de “Sociedade Econômica”, foi criada uma instituição cultural e assistencial confiada por Dom Gianelli “aos cuidados das Damas da Caridade” para a educação gratuita das meninas pobres: uma caridade que confia às Damas da Caridade. É o primeiro passo para as Filhas de Maria Santíssima do Horto.

Episcopado e dedicação ao clero

Em 1838, foi eleito bispo de Bobbio. Ajudado pelos lígures, ele reconstruiu sua congregação com o nome de Oblatos de Santo Afonso. Morreu em 7 de junho de 1846; dois anos antes, havia criado uma pequena congregação missionária para pregar ao povo e organizar o clero, sendo um grande atuante na formação da Igreja. Foi canonizado por Pio XII.  

Papa João Paulo II, discurso aos Jovens de Gianelli

Homem inteligente e clarividente, culto e sensível às correntes ideológicas da época, sabia muito bem que a meditação pessoal das Verdades reveladas por Jesus pode criar convicções firmes que formam consciências e iluminam as mentes. A meditação, de fato, ajuda a manter vivo o contato com o Senhor, fortalece a vontade, traz à tona os defeitos que devem ser corrigidos, eleva o tom da vida, faz respirar uma atmosfera mais elevada e serena.

A minha oração

Pedimos ao nosso santo que ensine o caminho da meditação e que, através desta, possamos ser usados pelo Senhor no serviço pastoral, no trabalho cotidiano. Que o seu exemplo e virtude sejam sempre caminho de esperança e caridade para nós, por Cristo nosso Senhor. Amém!

Santo Antônio Maria Gianelli, rogai por nós!

São Norberto, apóstolo da Eucaristia

São Norberto, apóstolo da Eucaristia

São Norberto, apóstolo da Eucaristia

Família nobre e vida mundana

Norberto nasceu numa família de nobres por cerca do ano 1080, em Gennep ou Xanten, no norte da Renânia (atual Alemanha). Ainda criança, foi apresentado ao Capítulo da Catedral de São Vítor em Xanten, onde, mais tarde, foi ordenado subdiácono. O Imperador do Sacro Império Romano-Germânico, Henrique V, notou o carisma e os dons de Norberto, nomeando-o como seu conselheiro pessoal na corte imperial. Ali, Norberto viveu uma vida mundana.

Mudança de Vida

No ano de 1115, após cair do seu cavalo e quase morrer numa tempestade, Norberto se arrependeu e assumiu uma vida de penitência. Ordenado diácono e sacerdote no mesmo dia, ele peregrinou pelo país, pregando a Palavra de Deus, denunciando os abusos dos clérigos e reconciliando inimigos. Uma das mais antigas pinturas de Norberto o retratam com o livro dos Evangelhos e um ramo de oliveira representando a paz. Criticado e perseguido pelos membros da hierarquia, Norberto solicitou e obteve a aprovação do Papa Gelásio II como pregador itinerante.

Fundador

Mais tarde, o Papa Calixto II o encorajou a fundar uma comunidade religiosa na diocese de Laon, no norte da França. Ali, no vale desolado e de difícil acesso de Prémontré, no norte da França, na noite de Natal do ano de 1121, Norberto fundou sua ordem religiosa, a Ordem dos Cônegos Regulares Premonstratenses. Ele escolheu a Regra de Santo Agostinho, tornando-se um dos mais ávidos reformadores do seu tempo. A comunidade era marcada pela vida austera, pela pobreza e pela intensa vida litúrgica e de oração, mas, acima de tudo, pela completa fidelidade ao ideal de vida comunitária retratado na Regra de Agostinho.

Episcopado

Embora relutante, em 25 de julho de 1126, Norberto foi ordenado arcebispo de Magdeburgo e deixou a liderança de sua Ordem aos cuidados de Hugo de Fosses, para trabalhar no pastoreio dessa vasta arquidiocese na fronteira nordeste do Sacro Império Romano-Germânico. Durante seus anos como arcebispo, Norberto lutou energicamente pela liberdade da Igreja em relação aos príncipes e provou-se como ardente defensor do Romano Pontífice. Ele foi indispensável na deposição do antipapa Anacleto II e no retorno do Papa Inocêncio II à Sé Petrina. Enfraquecido pelos vários trabalhos e viagens, Norberto retornou à Magdeburgo, onde morreu em 06 de junho de 1134. 

Apóstolo da Eucaristia

Como “Apóstolo da Eucaristia”, a reverente contemplação de Norberto fixa-se no ostensório em sua mão direita. Muitos dos milagres atribuídos a São Norberto ocorreram no contexto do Santo Sacrifício da Missa: milagres de cura, de exorcismo e de reconciliação. De fato, São Norberto insistia em celebrar a missa antes de assumir qualquer trabalho, pois tão grande era a sua fé no poder da Eucaristia. No início de sua conversão, quando ele abriu mão de literalmente tudo que possuía, ele reteve consigo apenas os artigos necessários para a celebração da Missa enquanto ele viajava a pé pela Europa. Era de tal forma, que ele podia celebrar a Eucaristia diariamente — embora não fosse uma prática comum na época um sacerdote celebrar tão frequentemente, apenas nos domingos. O ostensório realmente só entrou em uso muito depois, mas, durante os tempos conturbados da revolta protestante, ele se tornou uma expressão artística da tão conhecida devoção Eucarística de São Norberto.

A minha oração

“Grande bispo e pastor das almas, ajudai-nos a viver com sinceridade e verdade os sacramentos, tendo como centro da nossa vida a Eucaristia. Que Jesus seja cada dia mais amado e adorado, e nós sejamos seus fiéis seguidores. Amém!”

São Norberto, rogai por nós!

São Bonifácio, apóstolo da Alemanha e monge beneditino

São Bonifácio, apóstolo da Alemanha e monge beneditino

São Bonifácio, apóstolo da Alemanha e monge beneditino

São Bonifácio, seu nome verdadeiro Vinfrido (Wynfrith ou Winfrid; com o mesmo significado em anglo-saxão), e cognominado Apóstolo dos Germanos.

Percurso formativo

Nasceu em Crediton, no condado de Devon, no sudoeste da Inglaterra, filho de uma família abastada; foi contra a vontade do pai quando, ainda muito jovem, escolheu a vida monástica. Estudou teologia nos mosteiros beneditinos de Adescancastre, perto de Exeter, e de Nursling, entre Winchester e Southampton, tendo por mestre, neste último, o abade Winbert, e acabou tornando-se professor no mosteiro. Foi ordenado padre aos 30 anos. Escreveu a  primeira gramática de latim produzida na Inglaterra.

Enviado pelo Papa

Em 716, deslocou-se, como missionário, à Frísia, para ajudar São Vilibrordo na conversão dos Frísios, habitantes locais que falavam um idioma semelhante ao anglo-saxão com que ele pregava, mas os seus esforços redundaram em nada a partir do momento em que se declarou a guerra entre Carlos Martel, prefeito do palácio do reino dos Francos, e Redebaldo I dos Frísios. Retornou, por isso, ao seu mosteiro de Nursling. Seu segundo deslocamento ao continente europeu iniciou-se em 718. Foi a Roma, onde conheceu o Papa Gregório II.

Enviado à Germânia

A fim de demonstrar a sua submissão à Diocese de Roma, o Papa lhe deu o nome de Bonifácio, tradução literal de Vinfrido, e foi enviado à Germânia, com a missão de evangelizar e de reorganizar a Igreja nessa região ainda bárbara. Ao longo dos cinco anos seguintes, Bonifácio viajou por territórios que modernamente fazem parte dos Estados alemães de Hessen, Turíngia, e ainda pela região neerlandesa da Frísia.

Bispado como marco histórico

30 de novembro de 722, foi feito bispo de todos os territórios da Germânia que ele trouxera para as mãos da Igreja. Um acontecimento-chave da sua vida ocorreu em 723, quando derrubou o carvalho sagrado dedicado ao deus Thor, perto da moderna cidade de Fritzlar, no norte do Hesse, e construiu uma pequena capela no local onde hoje se ergue a catedral de Fritzlar, e onde se viria a estabelecer a primeira sede de bispado na Alemanha ao norte do antigo limes romano, junto do povoado fortificado franco de BuraBurgo, numa montanha próxima da cidade, junto do rio Éder. Este acontecimento é considerado como o início formal da cristianização da Germânia. Em 732, deslocou-se de novo a Roma para comunicar ao Papa os eventos ocorridos desde o último encontro, e Gregório III conferiu-lhe o pálio, como sinal da investidura no arcebispado, tendo autoridade sobre toda a Germânia. Bonifácio partiu de novo para a Alemanha e batizou centenas de saxões.

Primeiro Arcebispado

Durante a sua visita a Roma, em 737-738, foi formalmente feito o legado papal para a Germânia. Em 745, elevou Mogúncia à condição de Sé metropolitana, onde se estabeleceu como seu primeiro arcebispo. Posteriormente, partiu em direção à Baviera, onde estabeleceu os bispados de Salzburgo, Ratisbona, Freisinga e Passau. Em 742, um dos seus discípulos, Estúrmio, fundou a Abadia de Fulda, não muito longe de Fritzlar. Embora Estúrmio seja o fundador oficial, Bonifácio esteve muito envolvido na constituição da nova abadia. Nos territórios francos, do Hesse e da Turíngia, Bonifácio fundou as dioceses de Buraburgo, Würzburgo e Erforte; ao ser ele a designar os bispos de cada uma das dioceses, pôde consolidar a sua independência face aos poderes senhoriais dos carolíngios. Apesar disso, continuou a organizar sínodos provinciais anuais no reino dos francos, tendo em vista a reorganização eclesiástica do mesmo, mantendo embora uma turbulenta relação com o novo rei dos francos, Pepino o Breve, que viria a coroar em Soissons em 751.

Morreu pela evangelização

Bonifácio jamais perdeu a esperança de converter os frísios, e, em 754, retomou à Frísia com um pequeno grupo de seguidores. Batizou um grande número de pagãos e marcou um encontro para a confirmação dos novos batizados num local perto de Dokkum, entre Franeker e Groninga. Contudo, em vez dos seus convertidos, um bando de pagãos armados apareceu e assassinou o arcebispo Bonifácio. Os seus restos mortais viriam a ser enterrados na abadia de Fulda (atual Catedral de Fulda). São Bonifácio foi declarado santo e mártir pelas Igrejas Católica Romana e Ortodoxa Oriental, sendo celebrado a 5 de junho, data da sua morte. 

Reconhecimento Papal

O Papa Pio XII, na Encíclica Ecclesiae fastos, de 5 de junho de 1954, dirigida às igrejas da Inglaterra, Alemanha, Áustria, França, Bélgica e Holanda comemorou o XII centenário da morte deste bispo e mártir.

A minha oração

São Bonifácio, grande pai dos povos germânicos, nós pedimos para eles a graça de uma nova conversão, uma restauração. Protegei-os, defendei-os da morte eterna, inclusive das astúcias do mal, e aos seus descendentes as graças necessárias. 

São Bonifácio, rogai por nós!

São Marcelino Champagnat: O Santo Educador da Juventude

Um coração ardente pela educação e fé, que hoje inspira a Família Marista

No dia 6 de junho, celebramos São Marcelino Champagnat, um santo que dedicou sua vida à educação e evangelização da juventude. Marcelino José Benedito Champagnat nasceu em 20 de maio de 1789, na aldeia de Marlhes, próxima a Lyon, França. Nono filho de uma família de camponeses pobres, mas profundamente religiosos, sua vida foi marcada por uma devoção fervorosa à Maria, a Mãe de Deus.

Desde cedo, Marcelino demonstrou um grande amor pela educação, mas também enfrentou enormes desafios. Após um trauma na escola, onde viu um colega ser castigado pelo professor, ele abandonou os estudos para ajudar seu pai na lavoura. Foi apenas aos quatorze anos, incentivado pelo pároco local, que Marcelino redescobriu sua vocação religiosa e ingressou no seminário de Verrièrres, superando muitas dificuldades devido à sua falta de escolaridade anterior.

Em 1816, aos vinte e sete anos, Marcelino foi ordenado sacerdote. Motivado por sua infância difícil e guiado pelo Espírito Santo, ele se dedicou a resolver os problemas enfrentados pelos jovens de sua época, especialmente a falta de educação religiosa e moral. Durante uma visita a um rapaz doente, Marcelino percebeu a gravidade da ignorância religiosa e decidiu agir. Assim, nasceu a Congregação dos Irmãos Maristas, uma ordem leiga dedicada à catequese e educação.

A obra de Marcelino cresceu rapidamente, e ele se desligou de suas atividades paroquiais para se dedicar inteiramente à missão marista. Ele estabeleceu que os membros da Congregação seriam irmãos leigos, focados na educação e catequese de crianças, jovens e adultos. Durante sua vida, Marcelino testemunhou o crescimento e a aceitação global da Família Marista, cuja educação é hoje referência em muitas partes do mundo.

São Marcelino Champagnat faleceu em 6 de junho de 1840, aos cinquenta e um anos. Sua canonização foi realizada pelo Papa João Paulo II em 1999, e ele é reverenciado como o “Santo da Escola” e um precursor dos modernos métodos pedagógicos que excluem o castigo.

Declaração de Ir. Ernesto Sánchez Barba, Superior Geral

Ir. Ernesto Sánchez Barba, Superior Geral da Congregação Marista, relembra a missão de São Marcelino com estas palavras:

“São Marcelino anunciou o Evangelho com o coração ardente. Foi sensível às necessidades espirituais e educacionais do seu tempo, sobretudo a ignorância religiosa e as situações de abandono vividas em particular pela juventude. (…) Peçamos ao Senhor a graça de termos um coração ardente como o de Marcelino Champagnat, para reconhecê-lo e sermos suas testemunhas”. Neste 6 de junho celebramos e rezamos em comunhão com todos os lugares que compõem a família marista global, especialmente com aqueles que sofrem situações difíceis. Coloquemo-nos nas mãos de Maria, nossa Boa Mãe, que nos inspira e nos acompanha diariamente em nossa vida e missão marista.

Celebração Eucarística em Boa Vista

Em honra a São Marcelino Champagnat, a congregação marista da Diocese de Roraima convida todos a participar da Celebração Eucarística no dia 5 de junho às 19:30, na Igreja Nossa Senhora de Nazaret, na Rua Altair Pereira de Melo 304, bairro Cidade Satélite de Boa Vista. Este será um momento de união e oração pela missão educacional e evangelizadora marista, inspirada pela vida e obra de São Marcelino.

Que sua dedicação e amor pela educação continuem a inspirar gerações e a promover um mundo mais justo e iluminado pela fé.

Dom Lúcio Nicoletto é ordenado bispo na catedral de Padova, para continuar sua missão em São Félix do Araguaia

A catedral de Padova (Itália) acolheu no dia 1º de junho de 2024 a ordenação episcopal de dom Lúcio Nicoletto, bispo eleito da Prelazia de São Félix do Araguaia (MT). Missionário no Brasil desde 2005, o novo bispo foi missionário na diocese de Roraima desde 2016 até sua nomeação episcopal, no dia 13 de março de 2024, data em que Papa Francisco completou 11 anos de sua eleição para ocupar a cadeira de Pedro.

A celebração foi presidida pelo arcebispo de Cuiabá (MT), dom Mário Antônio da Silva, que foi bispo de Roraima enquanto dom Lúcio Nicoletto era missionário nessa diocese. Dentre os bispos do Regional Norte1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, concelebraram o arcebispo de Manaus e presidente do Regional Norte1, cardeal Leonardo Ulrich Steiner, o bispo de Roraima, dom Evaristo Spengler, o bispo de São Gabriel da Cachoeira, dom Raimundo Vanthuy Neto e o bispo emérito de Parintins, dom Giuliano Frigenni. Também concelebrou o arcebispo de Porto Velho, dom Roque Paloschi, que já foi bispo da diocese de Roraima, e outros bispos brasileiros. Igualmente se fizeram presentes presbíteros da diocese de Roraima e da Prelazia de São Felix do Araguaia, assim como da Vida Religiosa e do laicato.

Na homilia, o arcebispo de Cuiabá destacou que “Jesus é modelo de um pastor, que não busca o próprio interesse, ao contrário, dona a própria vida a todos aqueles que aceitam a sua proposta”, destacando que ele é o verdadeiro pastor, que cura, ama e dá a vida pelas suas ovelhas, destacando a mútua dependência entre o pastor e as ovelhas. Dom Mário Antônio disse ao novo bispo que a missão principal de seu ofício apostólico é conduzir os fiéis à unidade da Igreja para a salvação, buscando criar no povo a consciência de criar uma sociedade justa e fraterna, “a justiça deve permear todas as relações sociais e interpessoais”, enfatizou o arcebispo de Cuiabá.

Os bispos do Brasil presentes na celebração entregaram ao novo bispo, à sua mãe e ao bispo da diocese de Padova, alguns presentes, feitos pelos indígenas, como expressão de sinodalidade, de comunhão, agradecendo, nas palavras do cardeal Steiner, por tanto que a Igreja do Brasil tem recebido da Igreja da Itália, e agradecendo ao novo bispo por ter aceitado a nova missão que a Igreja lhe confia como bispo da prelazia de São Félix do Araguaia, “para servir e amar aquela Igreja”, segundo disse dom Vanthuy, a um povo que “lhe espera como sinal de esperança de Jesus Cristo, do Reino”.

Em nome da Igreja de Roraima, seu bispo, dom Evaristo Spengler, disse que no coração daquela Igreja, “hoje só há gratidão, gratidão por você ser esse missionário que deixou sua terra, pronto para entregar-se de corpo e alma ao povo que encontrou”. O bispo destacou em dom Lúcio o fato de ter sido um homem de comunhão com a Igreja do Regional Norte1 e a Igreja da Amazônia, “que quer buscar cada vez mais ser uma Igreja presente junto ao povo sofredor, os povos indígenas, ribeirinhos e quilombolas, uma Igreja que mostra o rosto misericordioso de Deus”.

Dom Lúcio Nicoletto, no final da celebração, iniciou sua intervenção agradecendo a todas as pessoas que prepararam a ordenação, refletindo sobre o sentido da Eucaristia, no dia em que na Itália é celebrado Corpus Christi, e sobre a caridade. Ele lembrou suas palavras ao povo da prelazia de São Felix do Araguaia pouco depois de ser eleito bispo: “A graça da missão chegou à minha vida como um vento forte, um furacão que me mudou profundamente a partir do caminho da lógica da encarnação. E foi no encontro com a Amazônia, no caminho junto ao amado povo da Igreja de Roraima que aprendi que ‘A Igreja se faz carne e arma sua tenda na Amazônia’. Este armar a tenda manifestou-se como um irrenunciável anúncio central da boa nova: anunciar aos povos o Evangelho de Jesus Cristo e de seu Reino como fonte de sentido e de libertação”, destacando a importância da missão em sua vida, e agradecendo a sua família e a todos os que acompanharam sua vida de fé desde seu nascimento, em sua formação e missão, na Itália e no Brasil.

Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB