Diretoria do Serviço Pastoral dos Migrantes visita a sede da CNBB e é recebida pelo secretário-geral, dom Ricardo Hoepers

A Diretoria do Serviço Pastoral dos Migrantes (SPM), reunida em Brasília (DF), compareceu à sede da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) para uma visita ao secretário-geral do Ricardo Hoepers. Na ocasião, os membros apresentaram o trabalho realizado atualmente na realidade da migração.

“Nós tivemos essa oportunidade de uma audiência com dom Ricardo, secretário da CNBB, uma reunião muito produtiva onde nós fizemos uma exposição do trabalho que nós estamos fazendo no Brasil, as casas de acolhida, as acolhidas na fronteira, as redes que nós trabalhamos em conjunto. Foi uma partilha muito bonita, muito gostosa, muito fraterna e diante de tudo isso, também ele nos propôs que a gente pudesse fazer um seminário sobre migração e crescermos nesse trabalho com todas as entidades, todas as comissões que trabalham com migração no Brasil”, partilhou o bispo de Primavera do Leste-Paranatinga (MT) e presidente do SPM, dom João Aparecido Bergamasco.

Para dom João, o encontro foi “muito positivo”, por possibilitar perceber a riqueza do trabalho no contexto da migração desenvolvido pelo Serviço Pastoral dos Migrantes, pelo Setor Mobilidade Humana da CNBB e tantas entidades que trabalham com os migrantes.

“Foi uma riqueza muito grande. Dom Ricardo nos recebeu muito bem, nos ouviu e também nos apontou alguns caminhos importantes para enfrentarmos os desafios”, disse dom João.

O Serviço Pastoral dos Migrantes (SPM) foi criado em 1986 e está entre as Pastorais ligadas ao Setor Mobilidade Humana da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil. Sua atuação é realizada junto aos migrantes em ações com segmentos sociais, promovendo ações de inclusão social, denunciando violações dos direitos e trabalhando para a construção de um país mais igualitário para todos.

Além de dom João Bergamasco, participaram do encontro o vice-presidente, padre Valdecir Mayer Molinari; a secretária, irmã Ires de Costa; a vice-secretária, Marcia Maria Oliveira; o tesoureiro, Arivaldo José Sezyshta; os membros da coordenação colegiada, José Roberto Saraiva dos Santos, Rosana Maria Taveira do Nascimento e Maria Ozania da Silva; e os assessores padre Alfredinho Gonçalves e Anibal Brasil Freire Bardales.

Comissão da CNBB disponibiliza material para animar a VIII Jornada Mundial dos Pobres (JMP) a ser realizada de 10 e 17/11

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em consonância com seu compromisso de acolhimento e escuta, convida a a Igreja no Brasil a unir-se em solidariedade às pessoas em situação de pobreza durante a VIII Jornada Mundial dos Pobres (JMP). Por meio de sua Comissão Episcopal para a Ação Sociotransformadora, a CNBB apresenta a Identidade Visual desta significativa iniciativa, a ser realizada entre os dias 10 e 17 de novembro de 2024.

Nesta oitava edição da Jornada dos Pobres, o tema “Ouve o meu clamor” e o lema “A oração do pobre eleva-se até Deus” (cf. Sir 21, 5) convidam a seguir o chamado do Papa Francisco: “abrir nossos corações à oração e à solidariedade com os mais necessitados. Que esta jornada nos una em encontros, convivência, escuta e cuidado, para podermos caminhar juntos, como irmãos e irmãs, construindo um mundo mais justo e fraterno para todos”.

Preparativos para a JMP com zelo pastoral

A equipe executiva, com dedicação, finalizou diversos materiais e propostas que já estão disponíveis para auxiliar na organização de iniciativas que valorizem a Jornada Mundial dos Pobres e promovam a solidariedade e o cuidado com os mais necessitados.

Acesse a pasta com os materiais aqui: (arquivos)

Subsídio celebrativo e orante: para aprofundar a reflexão sobre o tema da Jornada e a espiritualidade da pobreza. O material poderá disponibilizado a partir do 1º de outubro.

Sugestões de atividades: visitas às comunidades que estão em situação de vulnerabilidade, realizar momentos de oração e partilha, ações de solidariedade e promoção da dignidade humana, com as pessoas empobrecidas.

Materiais de comunicação: para divulgar a Jornada e sensibilizar a sociedade sobre a importância do cuidado com os pobres. Serão disponibilizados materiais de comunicação.

Dia Mundial dos Pobres

O Dia Mundial dos Pobres foi instituído pelo Papa Francisco em 2016, ao final do Jubileu Extraordinário da Misericórdia. A data, celebrada anualmente no 33º Domingo do Tempo Comum, busca conscientizar a comunidade sobre a realidade da pobreza e convidar todos a ações concretas de solidariedade e compaixão com os mais vulneráveis.

A iniciativa surgiu como um chamado à Igreja e à sociedade para reconhecerem a presença de Cristo nos pobres e excluídos, e para responderem a essa realidade com amor e serviço. No Brasil, a Igreja adotou a Jornada Mundial dos Pobres, e não apenas o Dia Mundial dos Pobres, para ir além de uma celebração pontual e promover um período amplo de reflexão, conscientização e ações concretas em prol das pessoas empobrecidas. A ação, que se estende por uma semana, permite que as comunidades e paróquias se envolvam em diversas atividades com as pessoas em situação de pobreza.

Símbolos da Jornada Mundial dos Pobres 2024

A arte criada para a VIII Jornada Mundial dos Pobres é rica em simbolismo, transmitindo mensagens sobre a importância da compaixão, da solidariedade e da justiça social. Cada elemento visual foi cuidadosamente escolhido para representar os desafios enfrentados pelas pessoas em situação de empobrecimento e para inspirar ações concretas em resposta ao seu clamor.

Através desses símbolos, a arte da Jornada Mundial dos Pobres convida à reflexão sobre a realidade da pobreza e nos inspira a agir em favor de um mundo justo e solidário, onde o clamor dos pobres seja ouvido e atendido.

A Comunidade eclesial: Em uma Igreja unida, encontramos referências na comunhão, na diversidade, na solidariedade. Somos comunidades que se apoiam, celebram juntas e caminham na fé, reconhecendo que a união fortalece nossa missão e testemunho e leva a compromissos concretos.

Mesa da refeição: esta é a mesa da abundância, um espaço onde todos são bem-vindos, independentemente de sua origem, condição social ou crenças. Aqui, a comida é um símbolo de união e partilha, um lembrete de que todos merecem ter suas necessidades básicas atendidas. A mesa da abundância é um lugar de inclusão, onde ninguém é deixado de fora.

A cisterna: evoca a ação da Igreja na promoção de políticas públicas que garantam o acesso à água, um direito humano fundamental. Representa a busca por mudanças estruturais que proporcionem dignidade e desenvolvimento às comunidades.

A feira da agricultura familiar: simboliza a conexão vital entre o campo e a cidade, promovendo o desenvolvimento local e a segurança alimentar. A parceria entre a Igreja e o poder público fortalece essa iniciativa, valorizando a diversidade cultural e produtiva do Brasil.

Iniciativas emergenciais em parceria com a feira: representam a solidariedade em ação, construindo uma rede de apoio e cuidado que promove a dignidade de cada indivíduo e fortalece os laços comunitários.

O encontro de gerações: na imagem, uma mulher idosa, com o rosto marcado pela sabedoria dos anos, acolhe em seus braços uma criança, símbolo da esperança e do futuro. O gesto terno e protetor expressa a profunda conexão entre as gerações, transmitindo a mensagem de que o futuro se constrói no presente, mediante atitudes de compaixão e empatia. A posição da mulher, ajoelhada diante da criança, reforça a ideia de proximidade e humildade, demonstrando que o aprendizado é mútuo, que a sabedoria não está apenas na experiência, mas também na capacidade de se abrir para o novo, de ouvir e acolher as novas gerações com amor e respeito.

A Sagrada Família em busca de refúgio: esta imagem, relacionada à realidade contemporânea de migrantes e pessoas em situação de rua, destaca a vulnerabilidade e a busca por segurança e dignidade que unem esses grupos.

Povos Indígenas, comunidades tradicionais e povos do campo: guardiões ancestrais da nossa Casa Comum, personificam a harmonia com a natureza e a importância da luta pela garantia de seus direitos. Essa luta, intrinsecamente ligado ao cuidado do nosso planeta, é fundamental para o cuidado e a proteção da Terra, nosso lar compartilhado.

Por Osnilda Lima
Participantes da audiência com o Papa Francisco

Papa: um simples sorriso vale tanto quanto qualquer bem material

Uma comunidade inter-religiosa de voluntários e moradores de rua, composta por fiéis de diferentes países e tradições religiosas, vinda de Viena, na Áustria, foi recebida pelo Papa Francisco nesta sexta-feira (08/11), no Vaticano. Em sua saudação, o Pontífice destacou a importância da fraternidade, lembrando que “um simples sorriso, um olhar fraterno, vale tanto quanto qualquer bem material”.

Ouça com a voz do Papa e compartilhe

“Somos irmãos e irmãs, filhos de um único Pai”, disse o Papa Francisco ao grupo “Begegnung im Zentrum” (Encontro no Centro), uma comunidade inter-religiosa composta por voluntários e pessoas em situação de rua, que se reúne no Palácio Arquiepiscopal de Viena, na Áustria. O Santo Padre iniciou seu discurso com uma saudação ao cardeal Schönborn, responsável pela arquidiocese local. Francisco ressaltou que todos os membros da comunidade têm algo a oferecer e que a troca mútua vai além dos bens materiais, envolvendo gestos de amizade e escuta sincera.

“Ajudar uns aos outros, compartilhar o que temos – é isso que nos faz crescer como uma verdadeira comunidade de irmãos”, afirmou o Papa, recordando que “um simples sorriso ou um olhar fraterno podem ser tão valiosos quanto qualquer bem material”. Segundo o Pontífice, essa atitude é o caminho para viver o mandamento do amor que Jesus nos ensinou: amar uns aos outros assim como Ele nos amou.

Participantes da audiência com o Papa Francisco

Participantes da audiência com o Papa Francisco

O valor da fraternidade na diversidade

O grupo “Begegnung im Zentrum” reúne pessoas de diversas origens, que compartilham experiências de vida e enfrentam desafios em comunidade. O Papa destacou que o Senhor nunca se esquece de seus filhos e ama a todos com um amor ilimitado. “Cada um de nós é único aos olhos de Deus”, reforçou, encorajando o grupo a continuar transformando suas vidas em um dom para o próximo.

São Deodato I, o pontífice que guiou os cristãos em épocas difíceis

Origens 

São Deodato I foi, por quarenta anos, Padre em Roma, antes de suceder ao Papa Bonifácio IV a 19 de outubro de 615. Seu nome significa “dado por Deus”. Em Roma, o Papa não era somente o Bispo e o Pai espiritual, mas também o guia civil, o juiz, o supremo magistrado, a garantia da ordem. Com a morte de cada pontífice, os romanos se sentiam privados de proteção, expostos às invasões dos bárbaros nórdicos ou às reivindicações do império do Oriente. A teoria dos dois únicos, Papa e imperador, que deviam governar unidos, não encontrava grandes adesões em Constantinopla.

O Diálogo com o Imperador
O Papa Deodato, entretanto, buscou o diálogo junto ao imperador intercedendo pelas necessidades de seu povo. Apesar do imperador mostrar-se pouco solícito para o bem do povo, enviou o exarco Eleutério para acabar com as revoltas de Ravena e de Nápoles. Foi a única vez que o Papa Deodato, ocupado em aliviar os desconfortos da população da cidade, teve um contato com o imperador. Era uma época sombria, de fortes controvérsias doutrinárias entre Oriente e Ocidente.

Martirológio Romano
Foi inserido no Martirológio Romano um episódio que revalidaria a fama de santidade que circundava este pontífice que guiou os cristãos em épocas tão difíceis. Aconteceu durante uma das suas frequentes visitas aos doentes, aos mais abandonados, os que eram atingidos pela lepra. São Deodato teria curado um desses infelizes, após,  amavelmente, o abraçar e beijar.

São Deodato I cuidou daqueles que mais precisavam 

Páscoa

São Deodato morreu em novembro do ano 618. Foi amado e chorado pelos romanos que tiveram a oportunidade de apreciar seu bom coração. Durante as grandes calamidades que se abateram sobre Roma nos seus três anos de Pontificado, dedicou-se ao povo. Enfrentou, inclusive, um terremoto, que deu golpe de graça aos edifícios de mármore dos Foros, já devastados por sucessivas invasões bárbaras e horríveis epidemia.

Minha oração

“Sucessor de Pedro, de herança apostólica, Jesus lhe escolheu para perpetuar a Igreja e para governá-la, seja também o nosso guia espiritual, seja o guia do nosso Papa atual e também da Igreja, para que não percamos o foco — que é Jesus. Amém!”

São Deodato I, rogai por nós!

Outros santos e beatos celebrados em 08 de novembro

  • Comemoração dos santos SimpronianoCláudioNicóstratoCastório e Simplício, mártires. († 306)
  • Na região de Tours, da Gália Lionense, na atual França, São Claro, presbítero. († c. 396)
  • Em Bremen, na Saxónia, atualmente na Alemanha, São Vileado, bispo.  († 789)
  • Em Soissons, na França, o sepultamento de São Godofredo, bispo de Amiens. († 1115)
  • Em Colónia, na Lotaríngia, actualmente na Alemanha, o Beato João Duns Escoto, presbítero da Ordem dos Menores. († 1308)
  • Em Ostra Vétere, no Piceno, hoje nas Marcas, região da Itália, a Beata Maria Crucificada, abadessa da Ordem das Clarissas. († 1745)
  • Em Nam Dinh, cidade do Tonquim, actualmente no Vietnam, os santos mártires José Nguyen Dinh NghiPaulo Nguyen NgânMartinho Ta Due Thinh, presbíteros, Martinho Tho e João Baptista Con, agricultores. († 1840)

São Vilibrordo, o bispo de Utrecht

Origens 

São Vilibrordo nasceu em Nortúmbria, Alemanha, em 658. Pertencente a uma família cristã, foi enviado pelo pai como oblato, aos cinco anos, para o mosteiro de York, Inglaterra. Crescido, decidiu dedicar-se ao estado monástico. Ingressou para a Irlanda para aperfeiçoar sua cultura teológica sob guia do abade Egberto. Após nove anos de estudos, foi ordenado sacerdote.

Missionário na Holanda
No ano de 690, foi enviado como missionário acompanhado de onze companheiros para a Frísia, para a evangelização de bárbaros que viviam na Holanda. Escolhido pelo rei Franco Pepino, foi-lhe confiado como campo de apostolado a região ao leste, onde viviam povos hostis ao Evangelho e estavam em frequentes revoltas.

Tornou-se Bispo pelo Papa Sérgio I
Realizou uma viagem para Roma, após sua experiência de apostolado, com o intuito de receber o apoio do Papa Sérgio I, que muito o animou e o presenteou com as relíquias de santos mártires para serem colocadas nas futuras igrejas. Voltou para Roma alguns anos mais tarde, a fim de relatar ao Papa seus sucessos, suas dificuldades e seus planos. Contente com seu empenho, o Papa decidiu torná-lo bispo, acrescentando ao seu nome um nome latino: Clemente.

São Vilibrorbo: o fundador de sedes episcopais e mosteiros

Sede episcopal em Utrecht
Em seu árduo apostolado, São Vilibrordo fundou sua primeira sede episcopal em Utrecht, conquistou a catedral, dedicando-a ao Santíssimo Redentor. Fez progressos na conversão da Frísia e, em seguida, na Dinamarca e na região da Turíngia.

O Afastamento de Frísia
Com a morte do rei Pepino, seu protetor, duque Ratbodo reconquistou parte do território que havia perdido na Frísia, obrigando São Vilibrordo a se afastar da região, ficando retirado perto de Treves, onde anteriormente havia fundado um mosteiro.

O Retorno
Retornou para a Frísia um tempo depois, após a morte de Ratbodo, ajudou São Bonifácio alguns anos no apostolado da Alemanha, conseguindo consolidar a evangelização entre os povos do norte da Europa.

Grande Homem
Descrito por muitos biógrafos com pequena estatura,  São Vilibrordo foi um homem grandioso em suas ações, sobretudo um grande organizador, com destacado senso de comando que lhe permitiu graças também à formação de muitos bispos.

Páscoa
Cansado pelas fadigas apostólicas  e debilitado pela idade, afastou-se no mosteiro de Echternach, onde faleceu no dia 7 de novembro de 739.

Minha oração

“Com grande alma formativa, soubeste ensinar o evangelho aos líderes tanto quanto aos mais simples, educai-nos para uma vida entregue a Deus na formação das nossas almas, assim como a daqueles que necessitam de orientação. Que sejamos fiéis conselheiros, sem medo da verdade e da caridade. Amém.”

São Vilibrordo, rogai por nós!

São Nuno de Santa Maria, o grande Santo Condestável

Origens 

Nuno Álvares Pereira nasceu em Portugal em 24 de junho de 1360. Filho do cavaleiro dos hospitalários, Álvaro Gonçalves Pereira recebeu a educação cavalheiresca, típica dos filhos das famílias nobres de seu tempo.

Juventude
Aos treze anos, tornou-se pajem da rainha D. Leonor, tendo sido bem recebido na Corte e acabando por ser, pouco depois, cavaleiro. Em 1376, aos 16 anos, casou-se, por vontade de seu pai, com a jovem e rica viúva, D. Leonor de Alvim. De sua união nasceram três filhos: dois homens, que morreram em tenra idade; e uma menina, Beatriz, a qual mais tarde viria a casar-se com o filho do rei D. João I, D. Afonso, primeiro duque de Bragança.

Condestável por D. João I
Em 1383, diante da crise causada pela morte do rei D. Fernando, sem ter deixado filhos varões, seu irmão D. João, Mestre de Avis, viu-se envolvido na luta pela coroa lusitana, que lhe era disputada pelo rei de Castela por ter se casado com a filha do falecido rei. Tomando o partido de D. João, o qual o nomeou Condestável, isto é, comandante supremo do exército, Nuno conduziu o exército português repetidas vezes à vitória, até ser consagrado na batalha de Aljubarrota, em 14 de agosto de 1385, a qual acabou por determinar a resolução do conflito.

A  Perspicácia Militar de São Nuno de Santa Maria era acompanhado pela sua espiritualidade 

Dotes Militares
Os dotes militares de São Nuno eram, no entanto, acompanhados por uma espiritualidade sincera e profunda. O amor pela Eucaristia e pela Virgem Maria eram os alicerces de sua vida interior. O estandarte que elegeu como insígnia pessoal traz as imagens do Crucificado, de Maria e dos cavaleiros de São Tiago e São Jorge. Construiu ainda às suas próprias custas numerosas igrejas e mosteiros, entre os quais se contam o Carmo de Lisboa e a Igreja de Santa Maria da Vitória.

Entrada no Convento
Após a morte de sua esposa, no ano 1387, Nuno recusou um novo casamento, tornando-se um modelo de pureza de vida. Quando finalmente alcançou a paz, distribuiu a maior parte de seus bens entre os seus companheiros, antigos combatentes, e acabou por se desfazer totalmente dos demais em 1423, quando decidiu entrar no convento carmelita por ele fundado, tomando então o nome de frei Nuno de Santa Maria.

São Nuno dedicou-se totalmente aos Serviços do Senhor e de Maria 

Abandono das Armas
Impelido pelo amor, abandonando as armas e o poder, para revestir-se da armadura do Espírito recomendado pela Regra do Carmo, essa era a opção por uma mudança radical de vida em que selava o percurso da fé autêntica que sempre o tinha norteado.

Abandono dos Privilégios
O Condestável do rei de Portugal, o comandante supremo do exército e seu guia vitorioso, o fundador e benfeitor da comunidade carmelita, ao ingressar no convento, abriu mão de todos os privilégios para assumir a condição mais humilde, a de frade Donato, dedicando-se totalmente ao serviço do Senhor e de Maria — sua Padroeira que sempre venerou —, e dos pobres, nos quais reconhece o rosto de Jesus.

Páscoa

São Nuno de Santa Maria morreu aos 71 anos de idade. Era o domingo de Páscoa, dia 1 de abril de 1431. Após sua morte, passou imediatamente a ser aclamado “santo” pelo povo que, desde então, começou a chamá-lo de “Santo Condestável”.

Via de Santificação

Nuno Álvares Pereira foi beatificado em 23 de janeiro de 1918 pelo Papa Bento XV através do Decreto “Clementíssimus Deus”, e foi consagrado beato no dia 6 de novembro. O Santo Padre, Papa Bento XVI, durante o Consistório de 21 de fevereiro de 2009, determinou que o beato Nuno fosse inscrito no álbum dos santos no dia 26 de abril de 2009.

Minha oração

“São Nuno, que soube desapegar-se dos cargos para seguir a Deus por inteiro, rogai por nós para que não coloquemos o trabalho ou qualquer outro tipo de coisa acima do Senhor Jesus. Que Ele reine em nossas vidas e de nossas famílias. Amém.”

São Nuno de Santa Maria, rogai por nós!

São Guido Maria Conforti e a missão evangelizadora da Igreja

Bispo e Fundador

Origens 

São Guido Maria Conforti nasceu em Ravadese (Parma), em 30 de março de 1865. No mesmo dia foi batizado. Aos 11 anos, entrou no seminário. Uma doença com manifestações de tipo epiléptico atrasa a ordenação sacerdotal. Entretanto, foi nomeado vice-reitor do seminário, demonstrando notáveis ​​dons de educador, mas, sobretudo, orientando os jovens para a santidade com o testemunho de uma vida vivida à luz da fé. Recuperado a saúde, em 1888, foi ordenado sacerdote. Muito jovem sacerdote, recebeu o cargo de “Diretor da Pia Obra da Propagação da Fé”. Ainda não tem trinta anos, é chamado para ocupar o cargo de Vigário Geral.

Fundou a Pia Sociedade de São Francisco Xavier para as Missões Estrangeiras
Não podendo seguir, por motivos de saúde, a vocação missionária a que se sentia chamado, em 1895, fundou a Pia Sociedade de São Francisco Xavier, para as Missões Estrangeiras (Missionários Xaverianos), com o único e exclusivo fim da evangelização dos não Cristãos. Em 1899, ele enviou os dois primeiros missionários à China, seguidos ao longo dos anos por muitos outros.

Chamado do Papa Leão XIII
Em 1902, aos 37 anos, foi chamado pelo Papa Leão XIII para governar a Arquidiocese de Ravena. Para se entregar total e exclusivamente a Cristo e consagrar-se sem reservas ao bem das almas, no dia da consagração episcopal, faz os votos religiosos perpétuos. Durante dois anos, ele gasta todas as suas energias para o bem da diocese, mas sua saúde não se sustenta. Por um senso de responsabilidade para com o rebanho que lhe foi confiado, apresenta a renúncia que o Papa Pio X aceita. Ele, então, retornou ao seu Instituto onde se dedicou à formação de seus alunos missionários.

São Guido Maria Conforti: dedicação total à missão pastoral

Recuperação da Saúde

Tendo recuperado a saúde, em 1907, o Papa pediu-lhe para governar a Diocese de Parma. Há mais de 24 anos é o seu bom pastor. Promove a educação religiosa, a ponto de torná-la a capital do seu empenho pastoral; estabelece escolas de doutrina cristã em todas as paróquias; prepara catequistas e catequistas com cursos especiais de cultura religiosa e pedagogia do ensino e, primeiro na Itália, celebra uma semana catequética. 

Visita às Paróquias

Enfrentando inúmeras dificuldades e aflições, ele fez a visita pastoral quatro vezes, indo até as paróquias menores. Uma quinta visita pastoral é interrompida pela morte. Celebra dois sínodos diocesanos, institui e promove associações católicas, boa imprensa, missões populares, congressos eucarísticos, marianos e missionários, conferências de ação católica.

Colaborou na fundação da União Missionária do Clero

Serviço Pastoral
Não descuidando nada de seu serviço pastoral à diocese, ele se esforça ao máximo para anunciar o Evangelho aos não cristãos, tanto cuidando da família missionária, que fundou e da qual é Superior geral, como apoiando todas as iniciativas de animação missionária em Itália. Em 1916, colaborou na fundação da União Missionária do Clero, da qual foi o primeiro presidente por dez anos. Em 1928, ele próprio foi à China para visitar seus missionários e os cristianismos a eles confiados.

Páscoa

Em 5 de novembro de 1931, ele adormece no Senhor. Seu funeral vê um desfile extraordinário do povo.

Via de Santificação

A fama de suas virtudes e de sua santidade estendeu-se de Parma a todos os países onde trabalham os xaverianos. Os dois milagres de beatificação e canonização, de fato, acontecem no Burundi e no Brasil, respectivamente.

Foi beatificado em São Pedro, pelo Papa João Paulo II, em 17 de março de 1996. Sua Santidade Bento XVI, no consistório público de 21 de fevereiro de 2011, decide inscrevê-lo na lista dos santos.

Minha oração

“Grande propagador do evangelho e missionário a exemplo de Jesus, rogai pelos missionários do mundo todo, para que não desanimem na causa do Reino celeste e sejam corajosos a ponto de entregar a própria vida. Dai que possamos ser bons testemunhos para aqueles que nos rodeiam. Amém.”

São Guido Maria Conforti, rogai por nós!

São Carlos Borromeu, o reorganizador da Igreja Católica

Origens 

Carlos, da ilustre família Borromeu, nasceu em 2 de outubro de 1538, em Arona, Itália. O menino revelou ótimo talento e uma inteligência rara. Ao lado dessas qualidades, manifestou forte inclinação para a vida religiosa, pela piedade e pelo temor a Deus.

Ainda criança, era seu prazer construir altares minúsculos, diante dos quais, em presença dos irmãos e companheiros de idade, imitava as funções sacerdotais que tinha observado na Igreja. O amor à oração e o aborrecimento aos divertimentos profanos eram os sinais mais positivos da vocação sacerdotal.

O Sacerdócio e a Reorganização da Igreja Católica
O ano de 1562 veio a Carlos a graça do sacerdócio. No silêncio da meditação, Carlos lançou planos grandiosos para a reorganização da Igreja Católica. Esses todos se concentraram na ideia de concluir o Concílio de Trento. De fato, era o que a Igreja mais necessitava, como base e fundamento da renovação e consolidação da vida religiosa. 

Carlos, sem cessar, chamava a atenção do seu tio (que era Cardeal e foi eleito Papa, com o nome de Pio IV) para essa necessidade, reclamada por todos os amigos da Igreja. De fato, o Concílio se realizou, e Carlos quis ser o primeiro a executar as ordens da nova lei, ainda que, por essa obediência, tivesse de deixar sua posição para ocupar outra inferior.

São Carlos Borromeu: dom da Caridade  

A Caridade que abre corações
São Carlos sabia muito bem que a caridade abre os corações também à religião. Por isso, grande parte de sua receita pertencia aos pobres, reservando para si só o indispensável. Heranças ou rendimentos que lhe vinham dos bens de família, distribuía-os entre os desvalidos. Tudo isso não aguenta comparação com as obras de caridade que o Arcebispo praticou. Quando, em 1569-1570, a fome e uma epidemia, semelhante à peste, invadiram a cidade de Milão, não tendo mais o que dar, pedia ele próprio esmolas para os pobres e abria assim fontes de auxílio que teriam ficado fechadas.

Consolava os Pobres
Quando, porém, em 1576, a cidade foi atingida pela peste e o povo abandonado pelos poderes públicos, visto que ninguém se compadecia do povo, ainda procurava os pobres doentes dos quais ninguém lembrava, consolava-os e dava-lhes os santos sacramentos.

Tendo-se esgotado todas as fontes de recurso, Carlos lançou mão de tudo o que possuía para amenizar a triste sorte dos doentes. Mais de cem sacerdotes tinham pago com a vida, na sua dedicação e serviço aos doentes. Deus conservava a vida do Arcebispo, e esse se aproveitou da ocasião para dizer duras verdades aos ímpios e ricos esquecidos de Deus.

Encontro com o Papa
Gregório XIII não só rejeitou as acusações infundados feitas ao Arcebispo, como também recebeu Carlos Borromeu em Roma, com as mais altas distinções. Em resposta a esse gesto do Papa, o governador de Milão organizou, no primeiro domingo da Quaresma de 1579, um indigno préstito carnavalesco pelas ruas de Milão, precisamente à hora da missa celebrada pelo Arcebispo. 

São Carlos Borromeu possui um coração bondoso com os malfeitores

O mesmo governador, que tanta guerra ao Prelado movera e tantas hostilidades contra São Carlos estimulara, no leito de morte, reconheceu o erro e teve o consolo da assistência do santo Bispo na hora da agonia. Seu sucessor, Carlos de Aragão, duque de Terra Nova, viveu sempre em paz com a autoridade eclesiástica. O Arcebispo gozou desse período só dois anos.

Páscoa

Quando, em outubro de 1584, como era de costume, retirara-se para fazer os exercícios espirituais, teve fortes acessos de febre, aos quais não deu importância e dizia: “Um bom pastor de almas deve saber suportar três febres, antes de se meter na cama”. Os acessos renovaram-se e consumiram as forças do Arcebispo. Ao receber os santos sacramentos, expirou aos 03 de novembro de 1584. Suas últimas palavras foram: “Eis Senhor, eu venho, vou já”. São Carlos Borromeu tinha alcançado a idade de 46 anos.

Via de Santificação

Foi beatificado em 1602, por Clemente VIII e, depois, canonizado em 1610, por Paulo V,  que fixou a festa do santo para o dia 4 de novembro. A grande influência de São Carlos Borromeu, pelo que realizou em Milão, serviu de exemplo para que a reforma da Igreja acontecesse em muitos outros países, no espírito do Concílio de Trento. 

Minha oração

“ Óh, grande bispo, que, na tua sabedoria, soubeste organizar a Igreja e adequá-la ao tempo, dai a mesma sabedoria aos nossos bispos e responsáveis para que sejamos sempre atuantes na sociedade e propagadores do evangelho como grande obra de caridade. Por Cristo, nosso Senhor. Amém. ”

São Carlos Borromeu, rogai por nós!

São Martinho de Lima, patrono dos barbeiros

Origens 

São Martinho nasceu em Lima, no dia 9 de dezembro de 1579, filho de um nobre cavaleiro espanhol, João Porres, e de uma negra do Panamá, de origem africana, Ana Velásquez. Por causa da pele escura, o pai não o quis reconhecer, e, no livro de batizado, foi registrado como filho de pai ignorado. 

O valor representativo de São Martinho na história da santidade deriva do fato de ser ele uma dessas “misturas” da América, como um cronista do século XVI definia ironicamente os mulatos. 

Vida Simples

São Martinho viveu pobremente até os oitos anos de idade e na companhia da mãe e de uma irmãzinha, nascida dois anos depois dele. Educado por sua mãe, no santo temor de Deus, começou ainda criança a trabalhar como aprendiz de barbeiro. Era uma profissão manual e também desprezada pelos que tinham aspirações à nobreza, porém, naquela época, essa profissão não era como de hoje em dia, pois, naquele tempo, o barbeiro era também dentista e cirurgião. 

São Martinho: pela Caridade alcançou a Santidade

Caridade
Martinho, alma extremamente sensível e de profundidade mística, fez de sua profissão um exercício de caridade para com os pobres, principalmente depois que se tornou ajudante de um médico.

O Convento
Com a idade de 15 anos, abandonou tudo e foi bater na porta do convento dos dominicanos em Lima. Aqui o espera uma nova humilhação. Foi admitido apenas como terciário e incumbido dos trabalhos mais humildes da comunidade. As suas funções eram as mais humildes, mas a sua vida espiritual, a mais profunda. Por fim, os superiores perceberam o que representava aquela alma para a Ordem e, acolhendo-o como membro efetivo no dia 2 de junho de 1603, admitiram-no então a profissão solene.

Solicitude pelos Irmão

A sua solicitude pelos irmãos doentes era viva. Encontravam-no junto deles para os aliviar, mesmo, segundo se diz, que a porta estivesse fechada à chave. Considerava-se escravo de todos e de cada um, e se a doença de algum irmão que ele cuidava piorava, o zelo crescia.

Feitos Extraordinários
Quis assim permanecer a escória do convento, mas a sua santidade começou a refulgir para além dos limites do convento, pelos extraordinários carismas com as quais era dotado, como profecias, os êxtases, as bilocações. Embora nunca tenha se distanciado de Lima, foi visto na África, na China e no Japão para confortar missionários em dificuldade. A este humilde irmão leigo recorriam para conselho; teólogos, bispos e autoridades civis, mais de uma vez o próprio vice-rei teve de aguardar diante da sua cela, porque frei Martinho estava em êxtase.

De Escória do Convento a Santidade 

A Fundação do Hospital

Durante uma peste epidêmica, curou os que recorreram a ele, e os seus sessenta confrades curou-os prodigiosamente. Dedicava sua vida literalmente aos pobres: mendigo por amor aos mendigos. Com as esmolas que conseguia, fundou um hospital para os meninos abandonados e jejuava para dar de comer aos pobres. Jejuava todo o ano, quase não comendo senão restos de pão, mas discretamente, a tal ponto que ninguém reparava. Tudo isso era regado pelas orações que fazia durante a noite, assim como Jesus orava (Lucas 6,12).

Assim, sem fazer coisas extraordinárias além da prática de caridade, Martinho chegou a um alto grau de santidade. 

Páscoa

Faleceu, santamente, em Lima no dia 3 de novembro de 1639, com sessenta anos de idade e imediatamente foi honrado e venerado como santo. Foi beatificado, em 1837, pelo Papa Gregório XVI; foi canonizado, no dia 6 de maio de 1962, por São João XXIII; e no ano de 1966, o Papa São Paulo VI o proclamou patrono dos barbeiros.

Minha oração

“Oh, Deus, que exaltou o humilde, que fizestes São Martinho, teu confessor, entrar no Reino celestial, concedei através do seu mérito e intercessão de modo que possamos seguir o exemplo da sua humildade e caridade na terra e um dia estarmos com ele no Céu, através de Cristo, Nosso Senhor.”

São Martinho de Lima, rogai por nós!