Nota de Solidariedade à Arquidiocese de Santa Maria-RS pelo falecimento do Pe. Éverton Pairé Pasche e Pe. Arnaldo Pivoto

Nota de Solidariedade à Arquidiocese de Santa Maria-RS pelo falecimento do Pe. Éverton Pairé Pasche

“Desfeita esta morada terrestre nos é dada uma habitação eterna no céu.” (Prefacio dos Defuntos 1)

A Diocese de Roraima dirige esta mensagem ao nosso querido irmão, Dom Leomar Antônio Brustolin, aos seus presbíteros, aos religiosos e religiosas, aos leigos e leigas da Arquidiocese de Santa Maria. Somos solidários a todos vocês neste momento de dor pelo falecimento de Padre ÉVERTON PAIRÉ PASCHE, no dia 26 de dezembro de 2024, Festa do martírio de Santo Estêvão, Protomártir da Igreja, e do Padre ARNALDO PIVOTO, no dia 27 de dezembro de 2024, Festa de São João Evangelista.

Temos uma profunda gratidão à Igreja de Santa Maria desde os tempos de Dom Ivo Lorscheiter e da chegada, hà décadas, do Padre Nilva Pase, em nossa Diocese. Recentemente, Dom Leomar aprofundou esses laços missionários com a sua visita e com o envio de um diácono, agora Padre Maicon Rodrigues Marion, e de um seminarista, agora Diácono Brune Grous da Silva.

Padre Éverton, um jovem presbitero, reconhecido pela alegria que irradiava junto aos que peregrinam na fé na esperança fez uma experiência pastoral-missionária aqui em Roraima. Muitos testemunham, ainda hoje, a sua alegria e entrega junto às comunidades que serviu em nossa Diocese. Entristece-nos que, no vigor e na força de seu ministério, sua vida tenha sido ceifada.

O mistério da vida e da morte nos impacta constantemente. Um dia após o falecimento de jovem Padre Éverton, fomos surpreendidos pela noticia da Páscoa do Padre Arnaldo, com seus 90 anos de idade e 58 anos de ministério. Uma vida entregue em favor da Igreja local de Santa Maria, testemunhando o Reino de Deus entre nós.

Suplicamos a Deus que, na sua infinita misericórdia, acolha o Padre Éverton Pairé Pasche e o Padre Arnaldo Pivoto no banquete da vida eterna. O Senhor da Messe os convida agora a participar da sua plenitude: “Parabéns, servo bom e fiel! Como te mostraste fiel na administração de tão pouco, eu te confiarei muito mais. Vem participar da alegria do teu Senhor” (cf. Mt 25,23)

O Deus Menino, que assumiu a nossa carne, e a Virgem Maria, que deu o seu Sim ao chamada de Deus, conforte Dom Leomar Brustolin, nosso irmão no episcopado, os familiares dos Padres Éverton e Arnaldo e todos os nossos irmãos e irmãs enlutados na Arquidiocese de Santa Maria. Continuamos unidos em oração e rogamos que a fé na Ressurreição console todos os corações neste momento de saudade.

Oração pelo sumo pontífice

Assim como nos pede constantemente: “rezem por mim”unamo-nos em oração pelo nosso amado Sumo Pontífice, o Papa Francisco:

Oremos pelo nosso Sumo Pontífice, o Papa Francisco.

O Senhor o conserve e lhe dê longa vida.

O Senhor o faça feliz nesta Terra, e não permita
que ele venha a cair nas mãos dos seus inimigos.

“Tu és Pedro! E sobre esta Pedra
eu edificarei a minha Igreja”! (Mt 16,18).

Oremos:

Senhor Jesus, que sois o pastor e guia dos vossos fiéis,
dignai-vos olhar com benevolência para o vosso Servo,
o Papa Francisco, que colocastes à frente de vossa Igreja.

Que seus ensinamentos e exemplos nos sejam salutares,
e que ele possa chegar um dia à felicidade eterna
juntamente com o rebanho que lhe confiastes.

Amém.

Fonte: A12

Imagem: Foto: Eric Vandeville/ABACAPRESS.COM

Jubileu 2025: concessão da indulgência, tornar-se peregrinos de esperança

Jubileu, as normas para obter indulgências

A Penitenciaria Apostólica divulgou o documento que indica as modalidades, as práticas e os lugares sagrados, em Roma e no mundo inteiro, onde será possível obter esse dom de misericórdia durante os meses do Ano Santo, particularmente em peregrinações e com obras de caridade

Jubileu 2025: concessão da indulgência, tornar-se peregrinos de esperança

Jubileu 2025: concessão da indulgência, tornar-se peregrinos de esperança

“A indulgência é uma graça jubilar”, que “permite descobrir como é ilimitada a misericórdia de Deus”. A Penitenciaria Apostólica cita a Spes non confundit – a Bula com a qual o Papa proclamou o Jubileu de 2025 no dia 9 de maio – para explicar em um documento detalhado os lugares e as possibilidades que permitirão aos fiéis obter esse dom concedido pelo na ultima terça-feira dia 24 de dezembro, quando começa o Ano Santo, deu inicio

Indulgência e peregrinações

As “Normas sobre a concessão de Indulgências”, que levam a assinatura do cardeal penitencieiro-mor Angelo De Donatis e do regente dom Krzysztof Nykiel, esclarecem, em primeiro lugar, que “durante o Jubileu Ordinário de 2025 todas as outras concessões de Indulgência permanecem em vigor” e que, portanto, nas condições habituais, também será possível obtê-la e aplicá-la “às almas do Purgatório sob forma de sufrágio”. Mas certamente são as peregrinações que são particularmente enfatizadas pela Penitenciaria, tanto aquelas a Roma, em “pelo menos uma” das Basílicas Papais Maiores, quanto à Terra Santa, em pelo menos uma das Basílicas do Santo Sepulcro em Jerusalém, da Natividade em Belém e da Anunciação em Nazaré.

A indulgência também pode ser obtida, especifica o documento, participando da Missa, do Terço, da Via-Sacra e de outras celebrações em uma peregrinação “a qualquer local sagrado do Jubileu” ou “em outras circunscrições eclesiásticas”, catedrais e igrejas, de acordo com as disposições dos bispos locais. O documento também indica como destino outros lugares sagrados em Roma e no mundo inteiro – incluindo os grandes santuários e basílicas como Assis, Loreto, Pompéia e Pádua – e também destaca as modalidades para aqueles que “por motivos graves” (irmãs de clausura, doentes, prisioneiros, etc.) ainda poderão obter uma indulgência sem participar de peregrinações e celebrações.

Indulgência, obras de misericórdia e penitência

Na linha de Spes non confundit, onde Francisco afirma que, “no Ano Jubilar, seremos chamados a ser sinais palpáveis de esperança para muitos irmãos e irmãs que vivem em condições de dificuldade”, as Normas da Penitenciaria esclarecem que a indulgência está “também ligada às obras de misericórdia e penitência”. O convite aos fiéis é para redescobrir as obras de misericórdia corporais e espirituais, portanto, ao escolher visitar os doentes, os presos, os idosos em solidão, pessoas com alguma deficiência, será possível obter uma indulgência em cada visita, mesmo uma vez por dia.

A mesma possibilidade está ligada, continua o documento, a iniciativas “que implementem de forma concreta e generosa o espírito penitencial, que é como que a alma do Jubileu”, em particular redescobrindo “o valor penitencial das sextas-feiras” com a abstenção “ao menos por um dia” de distrações fúteis “reais, mas também virtuais”, como as induzidas pela mídia e pelas redes sociais), de “consumos supérfluos”, praticar o jejum conforme indicado pela Igreja, por exemplo, “devolvendo uma soma proporcional em dinheiro aos pobres” ou “apoiando obras de caráter religioso ou social”, em favor da defesa e da proteção da vida, das crianças abandonadas, dos jovens em dificuldade, dos idosos necessitados ou sós, dos migrantes, ou ainda “dedicando uma parte proporcional do tempo livre a atividades de voluntariado”.

Sacramento da Reconciliação

O Ano Santo, afirma a Penitenciaria na introdução das Normas, é um período especial para experimentar o perdão divino. Por isso, na parte conclusiva, é dado espaço a tudo o que facilita o acesso à Confissão, com uma série de faculdades concedidas aos bispos a esse respeito e com um convite a todos os sacerdotes para que ofereçam, “com generosa disponibilidade e dedicação a mais ampla possibilidade de os fiéis usufruírem dos meios da salvação”. Também são sugeridas indicações práticas, como a publicação de “horários para as confissões”, a exortação para que estejam “presentes no confessionário, programando celebrações penitenciais de forma fixa e frequente”, pedindo também a ajuda de sacerdotes idosos que não tenham tarefas pastorais definidas. Uma recomendação final aos bispos é que tenham “o cuidado de explicar claramente as disposições e os princípios” subjacentes à concessão de indulgências, “tendo em conta de modo particular as circunstâncias de lugar, cultura e tradições” de cada povo.

Decreto do Jubileu Ordinário de 2025 e do Jubileu dos 300 anos de Evangelização

DOM EVARISTO PASCOAL SPENGLER, OFM POR GRAÇA DE DEUS E MERCÊ DA SÉ APOSTÓLICA BISPO DIOCESANO DE RORAIMADECRETO DO JUBILEU ORDINÁRIO 2025 E DO JUBILEU DOS 300 ANOS DE EVANGELIZAÇÃO

Ao Povo de Deus: presbíteros, diáconos, consagrados(as), seminaristas, ministros(as), coordenadores (as) das pastorais e serviços, catequistas, leigos(as) desta querida Diocese de Roraima, Paz e Bem!

CONSIDERANDO:

Que a Diocese de Roraima, em 2025, celebra o Jubileu com o lema “300 anos de fidelidade e novos desafios numa Igreja Sinodal”;Que a Santa Igreja promove um Ano Santo a cada 25 anos, como tempo da graça do Senhor;

Que o Santo Padre, o Papa Francisco, mediante a Bula Spes non confundit – A esperança não decepciona (Rm 5,5), proclamou o Jubileu Ordinário de 2025, convidando-nos a renovar a Fé, a Esperança e a Caridade, vivendo a graça do Ano Santo como tempo privilegiado de conversão e misericórdia;

Que o início do Ano Santo será no dia 24 de Dezembro de 2024, quando o Papa Francisco abrirá a Porta Santa, na Basílica de São Pedro, em Roma;

Que este Jubileu será vivenciado ao longo do ano de 2025 em comunhão com toda a Igreja no mundo;

Que o Ano Santo será encerrado nas Igrejas locais no dia 28 de Dezembro de 2025, na Festa da Sagrada Família, e em Roma, aos 06 de janeiro de 2026, Solenidade da Epifania do Senhor, com o fechamento da Porta Santa da Basílica de São Pedro;

Que está previsto a abertura solene do Ano Jubilar em todas as Dioceses. O Papa Francisco diz na Bula: “Penso em todos os peregrinos da esperança, que, não podendo vir à Cidade dos apóstolos Pedro e Paulo, vão celebrá-lo nas Igrejas particulares.” (Spes non confundit, n. 1);

Que é importante “peregrinar com o coração aberto” (cf. Spes non confundit, n. 5) rumo às fontes da fé, experimentando o amor transformador de Deus;

“Que a vida cristã é um caminho, que precisa também de momentos fortes para nutrir e robustecer a esperança, insubstituível companheira que permite vislumbrar a meta: o encontro com o Senhor Jesus.” (Spes non confundit, n. 5);

“Que a peregrinação representa um elemento fundamental de todo o evento jubilar. Pôr-se a caminho é típico de quem anda à procura do sentido da vida. A peregrinação favorece muito a redescoberta do valor do silêncio, do esforço, da essencialidade. Também no próximo ano, os peregrinos da esperança não deixarão de percorrer caminhos antigos e novos para viver intensamente a experiência jubilar.” (Spes non confundit, n. 5);

Que, conforme determina o Decreto da Penitenciaria Apostólica, de 13 de maio de 2024, o bispo diocesano pode determinar os lugares de peregrinação;

Que a tradição jubilar faculta ao bispo indicar as igrejas onde se pode obter indulgências por meio da vivência sacramental, da prática da misericórdia e da oração.

DECRETAMOS

:1. Que a 12 de janeiro de 2025, Festa do Batismo do Senhor, se dará a Abertura do Jubileu na Diocese de Roraima, iniciando com a concentração às 17h00, na Comunidade Menino Jesus, na Avenida General Ataíde Teive 1148, Bairro Mecejana, Boa Vista. Ali se concentrarão as caravanas vindas das Paróquias, Áreas Missionárias e Missões Indígenas para participar dos ritos iniciais. Em seguida, a Peregrinação se dirigirá até a Igreja Matriz para os ritos de abertura do Jubileu com a Celebração Eucarística. Esta será presidida pelo Bispo e concelebrada pelos presbiteros que atuam na Diocese, com a participação das religiosas e religiosos, leigos e leigas das comunidades eclesiais. Na oportunidade, será entregue uma Placa Comemorativa e uma Vela para cada uma das Paróquias, Áreas Missionárias e Missões Indigenas.

2. Que de fevereiro a outubro de 2025, a imagem peregrina de Nossa Senhora Aparecida vinda do Santuário Nacional, para o nosso Ano Jubilar, percorra todas as comunidades da Diocese de Roraima. Sob a proteção da Virgem Aparecida, nesta peregrinação, queremos celebrar e abraçar a proposta da edificação do Santuário dedicado à Mãe Aparecida em nossa Diocese, pois o “Senhor faz maravilhas entre nós” (cf. Lc 1,49). A Virgem Maria seja modelo para nossa caminhada, como Peregrinos da Esperança!

3. Que na Diocese de Roraima, as Igrejas Jubilares onde se pode obter a indulgência plenária, são a Igreja Matriz de Nossa Senhora do Carmo, sita à Rua Floriano Peixoto s/n, Centro, Boa Vista, a Catedral Cristo Redentor, sita à Praça do Centro Cívico 133, Centro, Boa Vista e a Reitoria Nossa Senhora Aparecida, sita à Rua Roberto Costa 519, Bairro Aparecida, Boa Vista.

4. Que o Povo de Deus se empenhe em participar dos diversos jubileus relacionados a temas específicos que acontecerão ao longo do Ano Santo. Já estão confirmados os dois primeiros:- Jubileu Diocesano da Vida Religiosa: dia 02 de fevereiro, Apresentação do Senhor.- Jubileu Diocesano dos Povos Indígenas, na Missão Surumu: dia 26 de abril.Os demais jubileus específicos serão referendados no Conselho Diocesano de Evangelização (CDE) do mês de março.

5. Que Membros da Coordenação Diocesana de Evangelização (CODE) peregrinem em todas as Paróquias, Áreas Missionárias e Missões Indígenas, neste Ano Santo, para aprofundar relações com os conselhos e coordenações paroquiais, como expressão da comunhão e da partilha.

6. Que os presbiteros anunciem aos fiéis, por meio de catequese apropriada a graça jubilar, com particular atenção à Indulgência na forma habitual da igreja, e a quanto foi decretado pela Penitenciaria Apostólica.

7. Que em nossa Diocese, para adquirir a indulgência plenária, o fiel poderá, durante o ano, peregrinar a uma das igrejas indulgenciárias, a saber, Matriz, Catedral e Reitoria de Nossa Senhora Aparecida, “fazer uma obra enriquecida de indulgência e preencher as três condições seguintes: 1) confissão sacramental; 2) comunhão eucarística e; 3) oração nas intenções do Sumo Pontífice.” (Constituição Apostólica Indulgentiarum Doctrina, Paulo VI, norma n. 12.7).

8. Que em cada jubileu diocesano, serão concedidas indulgências. A forma será divulgada antes de cada um dos respectivos jubileus.

9. Que os presbíteros em suas paróquias, e especialmente nas Igrejas Jubilares, possam oferecer com generosidade osacramento da Reconciliação ao longo do Ano Jubilar. . Que os conselhos pastorais paroquiais organizem equipes, com a participação de leigos(as), religiosas(os) e

10 presbitero(s), promovam catequeses, retiros e momentos de formação que auxiliem o Povo de Deus a compreender e vivenciar os frutos do Jubileu.

11. Que no decorrer do Ano Jubilar as Paróquias, Áreas Missionárias e Missões Indigenas promovam processos em vista do fortalecimento da vocação batismal dos leigos e leigas, valorizando os diversos carismas e ministérios.

12. Que em toda a Diocese se promova uma cultura vocacional, saindo ao encontro dos jovens e animando-os arealizarem um discernimento, em vista da construção de um projeto de vida cristă, no seguimento de Jesus Cristo.

13. Que o Ano da Graça de 2025 seja ocasião propicia para uma renovada busca do Senhor, assinalada pela conversão pessoal, comunitária e socioambiental.Estabeleço, ainda, que este Decreto seja dado a conhecer aos fiéis de toda a Diocese nas missas do Quarto Domingo do Tempo do Advento, dia 22 de dezembro de 2024.

Dado e passado em nossa Cúria Diocesana, aos 20 de dezembro de 2024.

Nossa Senhora do Ó, esperamos o Salvador

Origens
Festa católica de origem claramente espanhola, a festa de hoje é conhecida na liturgia com o nome de “Expectação do parto de Nossa Senhora”, e entre o povo com o título de “Nossa Senhora do Ó”. Os dois nomes têm o mesmo significado e objetivo: os anelos santos da Mãe de Deus por ver o seu Filho nascido. 

A Longa Espera
Anelos de milhares e milhares de gerações que suspiraram pela vinda do Salvador do mundo, desde Adão e Eva, e que se recolhem e concentram no Coração de Maria, como no mais puro e limpo dos espelhos.

A Expectativa do Nascimento do Salvador
A Expectação (expectativa) do parto não é simplesmente a ansiedade, natural na mãe jovem que espera o seu primogênito; é o desejo inspirado e sobrenatural da “bendita entre as mulheres”, que foi escolhida para Mãe Virgem do Redentor dos homens, para corredentora da humanidade. Ao esperar o Seu Filho, Nossa Senhora ultrapassa os ímpetos afetivos de uma mãe comum e eleva-se ao plano universal da Economia Divina da Salvação do mundo.

Nossa Senhora do Ó: suspiramos pela vinda de Jesus

Aclamamos a Mãe do Redentor
As antífonas maiores que põe a Igreja nos lábios dos seus sacerdotes, desde hoje até a Véspera do Natal, e começam sempre pela interjeição exclamativa Ó (“Ó Sabedoria, vinde ensinar-nos o caminho da salvação”; “Ó rebento da Raiz de Jessé, vinde libertar-nos, não tardeis mais”; “Ó Emanuel, vinde salvar-nos, Senhor nosso Deus”), como expoente altíssimo do fervor e ardentes desejos da Igreja, que suspira pela vinda de Jesus, inspiraram ao povo espanhol a formosa invocação de “Nossa Senhora do Ó”. 

Os céus nos envia o Redentor
É uma ideia grande e inspirada: a Mãe de Deus, posta à frente da imensa caravana da humanidade, peregrina pelo deserto da vida, que levanta os braços suplicantes e abre o coração enternecido, para pedir ao céu que lhe envie o Justo, o Redentor.

A Festa

Instituída
A festa de Nossa Senhora do Ó foi instituída no século VI pelo décimo Concílio de Toledo, ilustre na História da Igreja pela dolorosa, humilde, edificante e pública confissão de Potâmio, Bispo bracarense, pela leitura do testamento de São Martinho de Dume. Além da presença simultânea de três santos de origem espanhola: Santo Eugênio III de Toledo, São Frutuoso de Braga e o então abade agaliense Santo Ildefonso.

Uma festa, vários títulos
Primeiro, comemorava-se, na data de  hoje, a Anunciação de Nossa Senhora e Encarnação do Verbo. Santo Ildefonso estabeleceu-a definitivamente e deu-lhe o título de “Expectação do parto”. Assim ficou sendo na Hispânia, e passou a muitas Igrejas da França etc. Ainda hoje, é celebrada na Arquidiocese de Braga.

Minha oração

“ Maria, padroeira das gestantes e daquelas que desejam engravidar, pedimos que realize os milagres mais impossíveis a favor da vida e do crescimento cristão. Às gestantes em risco, dai conforto e fortaleza, saúde e esperança, para que o nome de Jesus seja amado e adorado em todo o mundo. Amém.”

Nossa Senhora do Ó, rogai por nós!

Nossa Senhora de Loreto, aberta ao mundo

Origens
É uma celebração que recorda um acontecimento sobrenatural: O transporte da Casa de Nazaré (onde Jesus viveu). Trata-se de uma Casa com apenas três paredes, aberta ao mundo e a todas as pessoas. Assim se apresenta a Santa Casa de Nazaré, sob um precioso revestimento de mármore renascentista. Segundo a tradição, foi transportada, “por ministério angélico”, em uma rua pública em Loreto. Esta casa terrena, onde a Virgem Maria recebeu o anúncio do Anjo Gabriel e viveu, com Jesus e José, é testemunho do evento mais importante da história: a Encarnação.

Pesquisas
As pesquisas históricas, arqueológicas e científicas parecem confirmar a sua autenticidade, sancionada, pela primeira vez, em 1310, com a Bula do Papa Clemente V. Estudos recentes demonstram que as pedras do edifício foram elaboradas segundo o uso dos Natabeus, conhecido na Galileia no tempo de Jesus. Especialistas confirmam que os incisos em grafites nestas pedras são claramente de origem judaico-cristã. Além disso, que a argamassa utilizada é desconhecida na construção de edifícios na região italiana das Marcas.

Relação aos cruzados
Além do mais, cinco cruzes em tecido, pertencente provavelmente aos Cruzados, e alguns restos de um ovo de avestruz, símbolo do mistério da Encarnação, foram encontrados entre os tijolos da construção da Santa Casa, cujo perímetro corresponde perfeitamente com a dimensão dos alicerces que permaneceram em Nazaré.

Nossa Senhora de Loreto: as três paredes abertas ao mundo

Três paredes
Mas por que só três paredes? Com toda a probabilidade, elas faziam parte da Casa da Virgem. A antecâmara em alvenaria, que dava acesso à parte posterior da gruta, escavada na rocha, ainda hoje venerada na Basílica da Anunciação em Nazaré. Muitos continuam a se questionar como tenha acontecido o transporte desta relíquia descoberta. A olho nu, não parece ser reconstruída, apesar do incêndio desastroso de 1921. Aquela catástrofe causou a destruição de parte da decoração pictórica do Santuário e do quadro de madeira original da Senhora Negra. Segundo a tradição, em 1291, após a expulsão dos Cruzados da Palestina, as paredes da Casa de Nazaré foram transportadas, pela primeira vez, à cidade de Ilíria, na atual Croácia. Em seguida, foram transportadas a Loreto, uma pequena cidade no centro da Itália.

Narrativa de Teramano
Uma crônica de 1465, narrada por Teramano, diz: “… depois que o povo da Galileia e de Nazaré trocou a religião de Cristo por aquela de Maomé, os Anjos tiraram a mencionada igreja daquele lugar e a transportaram para a Eslavônia. Lá, porém, não foi honrada como convinha a Virgem Maria, por isso os Anjos a tiraram daquele lugar e a levaram, por via marítima, até o território de Recanati”. 

A Hipótese
Muitos, hoje, tendem a aceitar a hipótese, avaliada pelo antigo Código Chartularium culisanense, segundo a qual os Anjos da tradição, à qual é atribuído o transporte, se referiam à nobre família bizantina de Épiro, chamada Angeli, que, no século XIII, salvou a venerável igrejinha, via marítima, da fúria dos Sarracenos. No entanto, o perfeito estado de montagem e conservação das pedras manteve viva uma interpretação do transporte, aberta ao sobrenatural.

A impressão de Bento XVI sobre a Casa da Virgem Maria

Visita de Bento XVI em 2012
Causa perplexidade a colocação da Casa de Maria em uma “rua pública”. “Neste aspecto, consiste a mensagem singular desta Casa: não é uma casa particular, mas aberta a todos, situada nos caminhos de todos. Com efeito, estamos a caminho de outra Casa: a Cidade Eterna”!

Minha oração

“ Senhor, que o mistério de Loreto nos ensine a entender que temos sempre um lugar na de acolhida na casa de Nazaré, no seio da família de Jesus. Assim como nos eduque a estar sempre aberto àqueles que precisam ser acolhidos, que nossa casa também se torne refúgio para as pessoas. Amém.”

Nossa Senhora de Loreto, rogai por nós!

“Caminhamos com Maria, Mãe da Igreja”: Solenidade da Imaculada Conceição Reúne Fé e Esperança

Em clima de devoção, a Igreja Imaculada Conceição reuniu fiéis no bairro Buritis para celebrar Maria como exemplo de fé e obediência, enquanto vivemos o tempo do Advento.

Na tarde do último domingo, o bairro Buritis, em Boa Vista, foi cenário de uma celebração especial na Igreja Imaculada Conceição. Centenas de fiéis se reuniram para honrar a padroeira em uma missa emocionante, marcada por mensagens de fé, reflexão e alegria. A celebração trouxe à tona o papel único de Maria na história da salvação, destacando sua obediência e coragem diante do chamado de Deus.

A homilia do dia, inspirada no exemplo de Maria, convidou os presentes a refletirem sobre suas próprias vidas. “Hoje, na missa da Imaculada Conceição, meditamos sobre Maria, que, ao contrário de Adão e Eva, não teve medo de Deus. Enquanto eles fugiam e se acusavam mutuamente, Maria abriu seu coração e acolheu a mensagem do anjo Gabriel com o seu ‘sim’ generoso”, disse Dom Evaristo, o celebrante da missa.

O bispo enfatizou que Maria, preservada de todo pecado, é um modelo para a humanidade. “A vida divina já habitava nela, o céu já estava no seu coração. Assim como Maria, somos chamados a crescer na santidade e a dizer ‘sim’ ao plano de Deus em nossas vidas.”

Um Chamado à Preparação para o Advento

Em um clima de expectativa pelo Natal, a missa também trouxe uma mensagem poderosa sobre o tempo do Advento. Dom Evaristo alertou sobre a importância de não deixarmos que o consumismo ofusque o verdadeiro significado do Natal. “O Advento é o momento de preparar o coração para receber Jesus. Precisamos evitar o ‘aborto’ do Advento, isto é, impedir que o bem germine em nosso meio. É necessário acolher Jesus em nossas vidas, no trabalho, em nossas famílias e na sociedade.”

A celebração foi um convite à transformação pessoal, à abertura ao serviço de Deus e à vivência dos valores do Evangelho, especialmente em um mundo tão marcado por distrações e superficialidades.

Alegria e Comunhão na Festa da Imaculada

Após a missa, a comunidade se reuniu em um festejo animado, com diversas atrações que reforçaram o espírito de união e partilha. O ponto alto foi o sorteio de prêmios, incluindo um valor especial de R$ 3.000, que trouxe ainda mais entusiasmo para os participantes.

Fiéis de todas as idades aproveitaram o momento para confraternizar, saborear comidas típicas e fortalecer os laços comunitários. Muitos expressaram sua gratidão pela oportunidade de vivenciar uma tarde tão rica em espiritualidade e celebração.

Créditos: Lucas Rossetti e Pascom Paróquia São Jeronimo

São Juan Diego Cuauhtlatoatzin e a Nossa Senhora de Guadalupe

Origens
São Juan Diego nasceu em 1474, em Cuauhtitlan, no México. Antes de ser batizado, tinha o nome de Cuauhtlatoatzin. Recebeu o nome de Juan Diego, pois o hábito dos missionários era dar o nome de “João” a todos os batizados. De origem pobre, Juan pertencia à mais baixa casta do Império Asteca.

A Conversão
Atraído pela doutrina franciscana, que chegou ao México em 1524, Juan converteu-se e foi batizado junto com sua esposa. O missionário responsável por sua evangelização foi Frei Toríbio de Benavente.

O Longo Percurso
São Juan Diego tinha o costume de realizar um percurso de vinte quilômetros para participar da Santa Missa em Tlatelolco. Tirava proveito das celebrações para aumentar sua instrução religiosa e também para venerar a Virgem Maria. 

São Juan Diego Cuauhtlatoatzin: o homem querido pela Virgem Maria

Homem Simples
Reconhecido como um homem piedoso e de intensa espiritualidade, era amigo da oração e concentrado na meditação dos mistérios religiosos. Andava descalço e vestia, nas manhãs frias, uma roupa de tecido grosso de fibra de cactos como um manto, chamado tilma ou ayate, como todos de sua classe social.

A Viuvez
Ficou viúvo, em 1529, após a morte de sua esposa, Maria Lúcia. Ele ficou doente e acabou não suportando. Foi então morar com seu tio, diminuindo a distância da igreja para nove milhas. 

A Primeira aparição de Nossa Senhora de Guadalupe
No dia 9 de dezembro de 1531, por volta de três horas e meia, durante uma de suas idas à igreja, em Tepeyac, ocorreu a primeira aparição de Nossa Senhora de Guadalupe. O local hoje é chamado de “Capela do Cerrinho”, onde a Virgem Maria o chamou em sua língua nativa, nahuatl, dizendo: “Joãozinho, João Dieguito”, “o mais humilde de meus filhos”, “meu filho caçula”, “meu queridinho”.

O Pedido de Nossa Senhora de Guadalupe
Encarregado pela Virgem Maria, foi pedir ao bispo, o franciscano João de Zumárraga, para construir uma igreja no lugar da aparição. O bispo não se convenceu, então, Ela sugeriu que Juan Diego insistisse. No dia seguinte, domingo, voltou a falar com o bispo, que pediu provas concretas sobre a aparição.

O Manto coberto de rosas e a Imagem de Nossa Senhora de Guadalupe

O Milagre
No dia 12 de dezembro de 1531, Juan estava indo à cidade quando a Virgem apareceu e o consolou. Em seguida, mandou que ele fosse no alto da colina de Tepeyac e colhesse flores para ela. “No píncaro da colina, encontrarás a surpresa de flores desabrochadas. Só tens de as colher e trazê-las aqui. Vai, espero por ti!”. Apesar do frio, ele encontrou lindas flores, que colheu, colocou no seu manto e levou para Nossa Senhora. Ela pediu que Juan as entregasse ao bispo como prova da aparição. Diante do bispo, Juan Diego abriu sua túnica, as flores caíram e no tecido apareceu impressa a imagem de Nossa Senhora de Guadalupe. O bispo e todos os presentes ajoelharam-se diante deste milagre.

Páscoa
Após o milagre de Guadalupe, Juan foi morar numa sala ao lado da capela que acolheu a sagrada imagem. Dedicou o restante de sua vida propagando as aparições de Guadalupe aos seus conterrâneos nativos, que se converteram. Juan Diego faleceu no dia 3 de junho de 1548, aos 74 anos.

Via de Santificação
São Juan Diego foi beatificado em 6 de maio de 1990, pelo Papa João Paulo II, no México. Durante a canonização de Juan Diego, em 31 de julho de 2002, João Paulo II designou a festa litúrgica para o dia 9 de dezembro, dia da primeira aparição de Nossa Senhora de Guadalupe, e em louvor a São Juan Diego pela sua simples fé nutrida pelo Catecismo, como um modelo de humildade para todos nós.

Minha oração

“Homem escolhido por Maria para ser seu representante e porta-voz, dai a nós a simplicidade e humildade necessárias para agradar o coração de Deus, assim como o amor e o zelo com a Virgem Maria e sua mensagem. Amém.”

São Juan Diego, rogai por nós!

A Luta dos Povos Indígenas em Roraima com o Apoio da Igreja Católica

Diocese de Roraima, a Igreja se coloca como defensora dos direitos indígenas .

Na Terra Indígena São Marcos, indígenas de diversos povos de Roraima estão acampados às margens da BR-174, em uma mobilização pacífica contra o Marco Temporal e a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 48/2024.

Neste cenário de luta e desafios, a Igreja Católica tem se mostrado uma aliada essencial dos povos indígenas. Por meio de missionários e lideranças como Dom Evaristo Spengler, da Diocese de Roraima, a Igreja se coloca como defensora dos direitos indígenas e denunciadora de violações, como o desmatamento, as invasões de terra e a violência. Além disso, valoriza a cultura indígena, integrando línguas e tradições locais às práticas litúrgicas, promovendo um verdadeiro encontro de fé e identidade cultural. Recentemente, Dom Evaristo visitou a comunidade Sabiá, levando palavras de esperança e solidariedade aos moradores.

Juvêncio Luiz da Silva, da etnia Taurepangue e morador da comunidade São Miguel, compartilhou sua indignação com as injustiças históricas enfrentadas pelos povos indígenas. “Desde 1500, quando o Brasil foi invadido, vivemos sofrimentos contínuos. Mas, ao olhar para meus filhos, netos e bisnetos, vejo que nossa luta não foi em vão. Quero viver para brincar com eles e estar junto dessa juventude que carrega nossas memórias e esperanças”, disse ele emocionado.

Maciliana André da Silva, indígena da coordenação dos catequistas na região de Surumum, ressaltou a importância da fé e do apoio da Igreja Católica na caminhada do povo indígena. “Deus está conosco, e nossa Igreja nunca nos abandonou. Dom Evaristo nos trouxe palavras de verdade e coragem. Sou muito grata pelos missionários, que estão ao nosso lado, nos fortalecendo”, declarou.

A resistência indígena não se limita às questões políticas. Ela se manifesta na família, na comunidade e na fé que sustenta as tradições. As palavras de Juvêncio e Maciliana refletem o papel central da união familiar e do apoio espiritual como forças motrizes para enfrentar as adversidades.

 Em Roraima, em meio aos desafios climáticos e sociais, a resistência dos povos indígenas e o apoio da Igreja mostram que fé, família e comunidade são inabaláveis na construção de um futuro mais justo.

 FONTE/CRÉDITOS: Filipe Gustavo