Martírio de São João Batista, o mártir da verdade

Origens 

A memória do martírio de São João Batista associa-se à solenidade da sua Natividade, que se celebra em 24 de junho. João era primo de Jesus, concebido, de modo tardio, por Zacarias e Isabel, ambos descendentes de famílias sacerdotais: seu nascimento é colocado cerca de seis meses antes daquele de Cristo, segundo o episódio evangélico da Visita de Maria a Isabel. 

Causa da Morte

A causa principal do martírio foi uma mulher: Herodíades, atual esposa de Herodes Antipas, ex-esposa do seu irmão de criação. João foi preso por ter denunciado este casamento ilegal.

Durante a festa de aniversário de Herodes, a filha de Herodíades, Salomé, dançou em homenagem ao rei, que era fascinado por ela: se ela dançasse, ele lhe permitiria pedir o que quisesse, até mesmo a metade do seu reino. Depois de consultar a mãe, ela pediu a cabeça de João Batista. Herodes não queria aceitar, mas não pôde recusar, porque lhe havia prometido. 

A Morte

Algum tempo depois do pedido de Salomé, o carrasco trazia a cabeça do profeta em um prato, entregando-a para Salomé e para sua maldosa mãe. 

Batista morreu como mártir, não um mártir da fé, porque não lhe pediram para renegá-la, mas um mártir da verdade. Ele era um homem “justo e santo” (At 3,14), condenado à morte por sua liberdade de expressão e fidelidade ao seu mandato.

João foi um mártir que sempre deixou espaço na sua vida, cada vez mais, para dar lugar ao Messias. 

A Pequena Basílica 

Por outro lado, a data da sua morte, ocorrida entre os anos 31 e 32, remonta à dedicação de uma pequena basílica, do século V, no lugar do seu sepulcro, em Sebaste da Samaria: de fato, parece que, naquele dia, tenha sido encontrada a sua cabeça, que o Papa Inocêncio II transladou para Roma, na igreja de São Silvestre “in Capite”. 

Celebração 

A celebração do martírio de São João Batista tem origens antigas: seu culto já existia na França, no século V, e em Roma no século seguinte.

Minha oração

“ Aquele que Batizou o Cristo também testemunhou com sua própria vida, ajudai-nos a dar bom testemunho de Jesus nos lugares mais extremos. Tornai os seus devotos testemunhas da verdade e da caridade até as últimas consequências. Amém!”

São João Batista, rogai por nós!

Outros santos e beatos celebrados em 29 de agosto

  • Em Sirmion, na Panónia, hoje Sremska Motrovica, na Sérvia, Santa Basila. († s. III/IV)
  • Em Roma, a comemoração de Santa Sabina, cujo título fundado no monte Aventino venera o seu nome. (422-432 constr.)
  • Em Metz, na Gália Bélgica, atualmente na França, Santo Adelfo, bispo. († s. V)
  • No território de Nantes, na Bretanha Menor, hoje também na França, São Vítor, eremita, que viveu recluso num pequeno oratório por ele construído junto de Le Chambon. († c. s. VII)
  • Em Londres, na Inglaterra, a comemoração de São Sébio, rei dos Saxões Orientais, devotíssimo a Deus, que, deixando o reino, tomou o hábito monástico e com ele morreu, como tanto desejava. († c. 693)
  • Em Paris, na Nêustria, na França, São Mederico, presbítero e abade de Autun, que viveu numa ermida, perto da cidade. († c. 700)
  • Em Valência, na Espanha, os beatos mártires João de Perúgia, presbítero, e Pedro de Sassoferrato, religioso, ambos da Ordem dos Menores. († 1231)
  • Em Cracóvia, na Polônia, a Beata Bronislava, virgem da Ordem dos Premonstratenses, que quis seguir uma vida humilde e oculta e, destruído o seu mosteiro pelos Tártaros. († 1259)
  • Em Lencastre, na Inglaterra, o Beato Ricardo Herst, mártir, pai de família e agricultor, que, falsamente acusado de homicídio, no reinado de Jaime I, foi condenado ao suplício da forca e morreu por Cristo. († 1618)
  • Ao largo de Rochefort, na França, o Beato Luís Vulfilácio Huppy, presbítero e mártir. († 1794)
  • Em Waterfold, na Irlanda, o Beato Edmundo Inácio Rice, que se dedicou com ardorosa diligência à formação das crianças e dos jovens em situações difíceis e, para fortalecer esta obra, fundou a Congregação dos Irmãos Cristãos e a dos Irmãos da Apresentação. († 1844)
  • Em Rennes, na França, Santa Maria da Cruz (Joana Jugan), virgem, que, para mendigar o necessário para os pobres e para Deus, fundou a Congregação das Irmãzinhas dos Pobres. († 1879)
  • Em Valência, na Espanha, o Beato Constantino Fernández Álvarez, presbítero da Ordem dos Pregadores e mártir. († 1936)
  • Em Hijar, localidade próxima de Teruel, também na Espanha, o Beato Francisco Monzón Romeo, presbítero da Ordem dos Pregadores e mártir. († 1936)
  • No campo de concentração de Dachau, próximo de Baviera, na Alemanha, o Beato Domingos Jedrzejewski, presbítero e mártir.(† 1942)
  • Em Poznan, na Polónia, a Beata Sancha Szymkowiak (Joanina Szymkowiak), virgem da Congregação das Filhas de Nossa Senhora das Dores. († 1942)
  • Em Santa Júlia, povoação do Piemonte, na Itália, a Beata Teresa Bracco, virgem e mártir, trabalhadora do campo. († 1944)
  • Em Ollur, na localidade de Kerala, estado da Índia, Santa Eufrásia do Sagrado Coração de Jesus (Rosa Eluvathingal), virgem da Congregação da Mãe do Carmelo. († 1952)

Divulgação dos Conflitos no Campo e Caravana de Direitos Humanos mobilizam comunidades e organizações em Roraima

A CPT Regional Roraima realizou, na tarde de 16 de agosto, uma roda de conversa sobre conflitos agrários e fundiários, ouvindo os pequenos agricultores e agricultoras do sul do Estado, os quais relataram as violências e  perseguições que tem sofrido em seus territórios.

Em seguida, à noite, foram apresentados os dados da 39ª edição do relatório Conflitos no Campo Brasil 2023, com números alarmantes de 2.203 conflitos em todo o Brasil, o maior índice desde os primeiros levantamentos de 1985.

Os conflitos no campo em Roraima, registrados pela CPT em 2023, totalizaram o número de 60 conflitos no campo, onde 49 foram por terra, 09 relacionados ao trabalho escravo e 02 conflitos por águas.

Desses 49 conflitos por terra, 03 foram com pequenos agricultores e trabalhadores sem terra (2 disputas pela terra e 1 por contaminação por agrotóxicos); 46 conflitos em áreas indígenas.

Dos 9 registros de trabalho escravo rural, foram resgatadas 24 pessoas em Amajari, 07 pessoas em Boa Vista e 06 pessoas entre Caracaraí e Rorainópolis. Os conflitos por águas (02) foram registrados em territórios indígenas.

Após a apresentação do relatório da CPT, foi feita a apresentação dos dados do Relatório de Violências contra os Povos Indígenas 2023, do Conselho Indigenista Missionário (CIMI). Este, conforme os dados apresentados, demonstrou o quanto a violência contra os povos Indígenas em Roraima e no Brasil é cada vez mais truculenta e devastadora, tendo como gerador principal o não reconhecimento, demarcação e proteção dos territórios indígenas pelo Estado brasileiro. 

Os dois eventos aconteceram no auditório do programa de pós-graduação em sociedade e fronteira (PPGSOF), da universidade Federal de Roraima, com o apoio do Laboratório de Pesquisa e Extensão Sobre o Rural-RR (LABORR), e fizeram parte da programação da Caravana de Direitos Humanos, organizada pelo Comitê Xapiri, que articula instituições, organizações e movimentos sociais de direitos humanos em Roraima.

Após a realização da Caravana de Direitos Humanos, foi divulgada uma Carta de Repúdio assinada por 38 organizações, na qual denunciaram as graves violações ocorridas contra os povos do campo, da cidade, migrantes, mulheres, crianças, adolescentes, juventudes, povo negro, do terreiro e indígenas de Roraima.

“Com a grave situação de violação de direitos humanos em Roraima, os mais afetados e impactados com a invasão massiva pelo garimpo ilegal são os povos indígenas”, foi destaque na carta. Outra realidade avaliada foi que a prática do garimpo ilegal favoreceu a criação e o fortalecimento de organizações criminosas a exemplo de facções.

A violência no campo se agravou ainda mais nos últimos anos com ocorrência de conflitos gerados a partir da grilagem de terras. Segundo dados do Caderno de Conflitos da CPT, em 2023, “Roraima destaca-se no aumento da concentração de renda da elite. É o maior número de conflitos registrados no estado nos últimos 10 anos, com 60 casos”.

Além de abordar os dados alarmantes, as organizações repudiam a complacência da “classe política do estado de Roraima que tem assistido, de forma pacífica, essas diversas formas de violência”. Ao mesmo tempo, fazem um chamado a toda sociedade: “para lutarmos a favor de nossos povos, da nossa biodiversidade e das nossas liberdades de ser e de existir”.

Confira a Carta completa, clique aqui.

Santo Agostinho, doutor da Igreja

Origens

Agostinho nasceu no dia 13 de novembro de 354, em Tagaste, África. Foi educado à fé católica pela sua mãe, Santa Mônica, mas não seguiu seu exemplo.

Adolescente vivaz, perspicaz e exuberante, dedicou-se ao estudo da retórica e seu resultado foi excelente. Amava a vida e seus prazeres, cultivava amizades, teve paixões amorosas, adorava o teatro, buscava divertimentos e distrações. 

Em Cartagena, onde prosseguia seus estudos, apaixonou-se por uma moça; por ser de classe social inferior, fez dela apenas sua concubina, e o fruto desta relação foi Adeodato. 

Não obstante a sua jovem idade, Agostinho permaneceu-lhe fiel e assumiu a responsabilidade da vida doméstica. 

As Leituras lhe conduziram

Entretanto, a leitura de Hortensius, de Cícero, mudou seu modo de encarar as coisas. “A felicidade – escreveu o grande orador – consiste nos bens que não perecem: sabedoria, verdade, virtudes”. Assim, Agostinho passou a buscá-las.

Começou a sua busca pela Bíblia. Mas, acostumado com textos retumbantes, a achou grosseira e ilógica. Então, aproximou-se do maniqueísmo. 

Ao voltar para Tagaste, abriu uma escola de gramática e retórica com a ajuda de um benfeitor. Porém, a vida que levava não o satisfazia, por isso regressou a Cartagena, esperando encontrar uma vida melhor. Porém, continuou insatisfeito. A sua sede de verdade não se aplacava com a doutrina maniqueísta. 

Envolvimento com Heresias 

O jovem retórico promissor passa a outros tipos de busca. Assim, no ano 382, transferiu-se para Roma, com o companheiro e seu filho, sem que sua mãe o soubesse, apesar de ter ido a Cartagena. 

Na capital, porém, Agostinho manteve contato com os maniqueístas, dos quais recebeu ajuda e apoio. Depois, entendeu que a Providência atuava também através de escolhas erradas. A sua carreira teve sucesso, tanto que, em 384, conseguiu uma cátedra de Retórica em Milão. Contudo, sua inquietude interior continuava a atormentá-lo.

A busca da verdade

Sua ambição foi saciada, mas seu coração não. Para aperfeiçoar a sua “ars oratoria”, começou a seguir os sermões do santo Bispo Ambrósio. Queria entender suas capacidades dialéticas. 

Todavia, as palavras do Bispo o atingem profundamente. Neste ínterim, sua mãe Mônica se transfere para Milão, permanecendo ao seu lado, sobretudo, com as orações. No entanto, Agostinho se aproximava, cada vez mais, da Igreja católica, tanto que já se sentia catecúmeno. 

Agora só lhe faltava uma esposa que fosse cristã e não mais concubina. A mulher, que por anos havia convivido com ele, volta para a África. Ainda atormentado, Agostinho devora textos de filosofia e mergulha nas Sagradas Escrituras. Era tentado pela experiência dos pensadores grego e atraído pelo estilo de vida dos ascetas cristãos, mas não conseguiu se decidir.

A conversão: “Pega e lê”

Certo dia de agosto de 386, desorientado e confuso, deixando-se levar por um pranto copioso e desesperado, pareceu-lhe ouvir uma voz: “Pega e lê”! Achou que a voz o convidava a tomar em mãos as Cartas de Paulo, que estavam sobre a mesa, e a abri-las por acaso. E leu: “Comportemo-nos honestamente, como de dia, não em glutonarias, nem em bebedeiras, nem em desonestidades, nem em dissoluções, nem em contendas e inveja. Mas revesti-vos do Senhor Jesus Cristo e não tenhais cuidado da carne em suas concupiscências” (Rm 13, 13-14). A leitura deste trecho foi-lhe fulgurante. Então, conseguiu mudar de vida e dedicar-se totalmente a Deus. 

Foi batizado por Santo Ambrósio na noite entre 24 e 25 de abril de 387. Desejoso de regressar à África, partiu para Roma, a fim de embarcar no porto de Óstia. Ali, faleceu sua mãe Mônica.

Fundador e Bispo

Em Tagaste, Agostinho funda sua primeira comunidade. Entre o fim de 390 e início de 391, encontra-se, casualmente, na basílica de Hipona, onde o Bispo Valério pregava aos fiéis sobre a necessidade de um presbítero na sua diocese. Por entusiasmo popular, Agostinho foi conduzido diante do Bispo, que o ordenou sacerdote.

Ciente de ter que viver voltado para Deus, estudando e meditando as Escrituras, compreendeu que era chamado para algo mais. Sucedendo Valério, tornou-se Bispo de Hipona. 

Deixou numerosos escritos, onde conseguiu conciliar “fé e razão”. Entre eles, O livre arbítrioA TrindadeA cidade de Deus. Menção particular merecem As Confissões, nas quais Agostinho faz uma autonarração, deixando emergir, em modo magistral, a sua interioridade e a história do seu coração.

Minha oração

“Ao doutor da Igreja, rogamos a sabedoria do alto sobre todos aqueles que são líderes religiosos para que possam assumir, amar e cuidar de cada ovelha que o próprio Jesus os concedeu. Rogai também pelos agostinianos e a eles dê novas vocações.”

Santo Agostinho, rogai por nós!

Outros santos e beatos celebrados em 28 de agosto:

  • Em Roma, no cemitério de Basila, junto à Via Salária Antiga, Santo Hermes, mártir. († s. III)
  • Em Constança, na Suábia, atualmente na Alemanha, a comemoração de São Paio, mártir. († c. s. III)
  • Em Brioude, perto de Clermont-Ferrand, na Aquitânia, hoje na França, São Julião, mártir. († c. s. III)
  • Em Constantinopla, hoje Istambul, na Turquia, Santo Alexandre, bispo. († c. 336)
  • Em Cartago, na hodierna Tunísia, São Restituto, em cuja festividade Santo Agostinho fez em sua honra um sermão ao povo. († c. 360)
  • Em Sársina, na Flamínia, hoje na Emília-Romanha, região da Itália, São Vicíno, primeiro bispo desta cidade. († s. IV/V)
  • Em Saintes, na Gália, atualmente na França, São Viviano, bispo. († s. V)
  • No Egipto, São Moisés o Etíope, que, depois de ter sido um ladrão famoso se tornou anacoreta, converteu muitos do seu bando e os conduziu com ele para o mosteiro. († c. 400)
  • Em Sevilha, na Andaluzia, região da Hispânia, Santa Florentina, virgem. († s. VII)
  • Em Londres, na Inglaterra, os beatos mártires Guilherme Dean, presbítero, e sete companheiros mártires.  († 1588)
  • Em Lencastre, também na Inglaterra, Santo Edmundo Arrowsmith, presbítero da Companhia de Jesus e mártir. († 1628)
  • Em Monterrey, na Califórnia, Santo Junípero (Miguel Serra), presbítero da Ordem dos Frades Menores. († 1784)
  • Num barco-prisão ancorado ao largo de Rochefort, na França, o Beato Carlos Arnaldo Hanus, presbítero e mártir. († 1794)
  • Em Barcelona, na Espanha, Santa Joaquina de Vedruma, mãe de família, que educou piedosamente nove filhos e, quando ficou viúva, fundou o Instituto das Carmelitas da Caridade. († 1854)
  • Em Alençon, na França, Santa Zélia Maria Guerin, mãe de Santa Teresa do Menino Jesus. († 1877)
  • Na região de Valência, na Espanha, os beatos mártires João Baptista Faubel Cano e Artur Ros Montalt, pais de família. († 1936)
  • Em Vilanesa, localidade da mesma região da Espanha, o Beato Aurélio de Vilanesa (José Ample Alcaide), presbítero da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos e mártir. († 1936)
  • Em Elche de la Sierra, perto de Albacete, também na Espanha, o Beato Mamerto Carchano Carchano, presbítero da diocese de Toledo e mártir. († 1936)
  • Em Nawojowa Gora, povoação da Polónia, o Beato Afonso Maria Mazurek, presbítero da Ordem dos Carmelitas Descalços e mártir. († 1944)

Jovens comunicadores de todo o Brasil se reúnem no curso Chama da Palavra

A jornalista roraimense Dennefer Costa participou do encontro em São Paulo, realizado de 22 a 25 de agosto.

A SIGNIS Brasil Jovem realizou entre os dias 22 e 25 de agosto, o encontro presencial do Curso de Formação em “Rádio Digital, Comunitária e Cidadã Chama da Palavra”. Ao longo de todos os dias, os jovens comunicadores serão inseridos em etapas de formação, produção e partilha de conteúdos para a promoção da cultura da paz.

Na sexta-feira(22), durante o primeiro dia do curso, os jovens comunicadores de diversas regiões do Brasil participaram de um momento de integração e troca entre os participantes, fortalecendo os laços criados na etapa virtual. Durante a dinâmica, que consistiu em apresentar palavras que representem suas expectativas para o momento presencial, surgiram expressões como “esperança”, “alegria” e “obstinação” para definir o momento.

Primeira turma do curso “Chama da Palavra”

Dando continuidade, os grupos tiveram a oportunidade de socializar os podcasts produzidos durante a etapa online do curso. As produções, que abordam temas como cultura da paz, ecologia integral e Laudato Si, foram ouvidas e discutidas entre os jovens, promovendo um rico intercâmbio de ideias e experiências.

Durante a tarde, a turma pôde conhecer de perto o trabalho da Missão Paz, localizada no bairro Liberdade, em São Paulo. O espaço oferece assistência e acolhimento para migrantes e refugiados de diversas nacionalidades.  Como parte da atividade prática, os jovens comunicadores também puderam conhecer a história sobre o surgimento da iniciativa e os desafios enfrentados. 

Para finalizar o dia, os jovens acompanharam o programa brasileiro da Rádio Lio: “Abaporú”, apresentado por Franklin Machado e Bárbara Marques. Na ocasião, foram entrevistados representantes dos grupos Conectando Vozes e Ventos do Litoral, que partilharam um pouco de suas experiências e expectativas.O presidente da SIGNIS Brasil, Alessandro Gomes, falou sobre a inspiração em realizar o Chama da Palavra aqui no Brasil.

 “O principal objetivo do projeto é acender a chama nas pessoas e colocar todas as vozes para falar juntos uma mesma linguagem. Mostrar um Brasil Plural, dentro de um único espaço”, disse o presidente.

Além dele, o secretário executivo da SIGNIS Brasil, Sérgio Gheller, comentou sobre o sonho de realizar a versão brasileira do “La chispa de la palabra”, buscando apoio para que tudo acontecesse da melhor forma possível. Também salientou as expectativas sobre a continuidade do curso. 

Primeiro dia é concluído com participação na Rádio Lío

Da região do extremo norte do Brasil, participou a jornalista de Roraima, Dennefer Costa. Ela conta como foram os dias do encontro presencial: “Foi um misto de sentimentos poder encontrar cada um após alguns meses de curso online. Finalmente, tivemos a oportunidade de realizar atividades conjuntas, experimentando desde as coisas mais simples até as mais delicadas, que exigem muito de nossa profissão como comunicadores. Estivemos na Casa Missão Paz, um espaço de acolhimento e integração social para migrantes, solicitantes de refúgio, refugiados e apátridas, sempre respeitando suas histórias, identidades e protagonismo. Foi um momento marcante para mim e, com certeza, levarei essa experiência para os meus conterrâneos.”

Dennefer Costa -  jornalista
Dennefer Costa, recebendo o certificado do curso Chama da Palavra.
Carta de Repúdio Denuncia Violações de Direitos Humanos em Roraima

Carta de Repúdio Denuncia Violações de Direitos Humanos em Roraima

“Os mais afetados e impactados com a invasão massiva pelo garimpo ilegal são os povos indígenas”. Foi destaque na carta.

Carta de Repúdio Denuncia Violações de Direitos Humanos em Roraima
“Ato Ouro de Sangue: marcha contra o garimpo que mata e desmata”, em Brasília.
Foto: Marina Oliveira/Cimi

O Comitê Xapiri, movimentos sociais e populares, redes e organizações da sociedade civil, denunciaram as graves violações ocorridas contra os povos do campo, da cidade, migrantes, mulheres, crianças, adolescentes, juventudes, povo negro, do terreiro e indígenas de Roraima. A carta de repudio foi divulgada após a realização da Caravana de Direitos Humanos, como parte da Semana Social Brasileira, que ocorreu nos dias 16 e 17 de agosto de 2024 em Boa Vista (RR).

Liderada pelo Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC), as Caravanas dos Direitos Humano têm por objetivo ajudar atores locais a enfrentar e superar violações como tortura, precarização das prisões, elevados índices de morte violenta e até casos de prisões ilegais.

“Com a grave situação de violação de direitos humanos em Roraima, os mais afetados e impactados com a invasão massiva pelo garimpo ilegal são os povos indígenas”, foi destaque na carta. Isso porquê a atividade garimpeira em terras indígenas afetou fortemente o povo Yanomami e Ye’kwana, os quais de forma sistemática tiveram seus territórios e comunidades invadidos por mais de 20 mil garimpeiros principalmente durante os quatro anos do governo Bolsonaro.

De forma lenta, o atual governo tem dado passos no combate à violência crescente que impacta as comunidades indígenas no estado.

Na avaliação das organizações que assinam a carta, em número de 38 no total, a prática do garimpo ilegal favoreceu a criação e o fortalecimento de organizações criminosas a exemplo de facções. Segundo investigações do Ministério Público Federal (MPF), existem diversos crimes associados ao garimpo (tortura, extorsão, execução, agentes do Estado agindo como segurança de garimpo e garimpeiros etc”, lista o documento.

No Relatório de Violência Contra os Povos Indígenas no Brasil – dados de 2023, produzido pelo Conselho Indigenista Missionário (Cimi), Roraima lidera o índice de assassinatos de indígenas com 47 registros. Sem contar que “só no ano passado foram registrados 573 casos de estupros, que se tornaram uma violência invisível. Em 2023, o número de feminicídio dobrou, o que ceifa a vida de muitas mulheres de várias faixas etárias”, lista a carta.

A violência no campo se agravou ainda mais nos últimos anos com ocorrência de conflitos gerados a partir da grilagem de terras. Segundo dados do Caderno de Conflitos da Comissão Pastoral da Terra (CPT), em 2023, “Roraima destaca-se no aumento da concentração de renda da elite. É o maior número de conflitos registrados no estado nos últimos 10 anos, com 60 casos”.

Além de abordar os dados alarmantes, as organizações repudiam a complacência da “classe política do estado de Roraima que tem assistido, de forma pacífica, essas diversas formas de violência”. Ao mesmo tempo, fazem um chamado a toda sociedade: “para lutarmos a favor de nossos povos, da nossa biodiversidade e das nossas liberdades de ser e de existir”.

Baixe e confira a nota na íntegra, aqui.  

 FONTE/CRÉDITOS: Comunicação do Cimi

Pastoral dos Migrantes Intensifica Ações de Apoio no Interior de Roraima e Lança Plano de Atendimento

Entre os dias 23 e 25 de agosto, a Pastoral dos Migrantes da Diocese de Roraima realizou um importante encontro no interior do estado, reunindo lideranças de diversas localidades, como Rorainópolis, Nova Colina, São Luíz do Anauá, São João da Baliza e Caroebe. O evento contou com a participação de lideranças locais,  Padres e das Irmãs das áreas,  além de representantes da Organização Internacional para as Migrações (OIM) e o professor Joel Valerio, presidente do Instituto CONVIVA.

Durante o encontro, foram discutidos os objetivos fundamentais da Pastoral dos Migrantes: estar presente junto aos migrantes e sensibilizar a sociedade para as suas necessidades. “A importância dessa viagem vai além das visitas. Escutamos diversas famílias, ouvimos suas vulnerabilidades e necessidades urgentes, principalmente em áreas de saúde e regularização migratória”, destacou Irmã Terezinha Santin, Coordenadora da Pastoral dos Migrantes.

As rodas de conversa e as visitas às famílias migrantes foram essenciais para identificar problemas recorrentes, como falta de proteção, dificuldades de acesso à saúde e barreiras para regularizar a documentação. A partir desse levantamento, foi traçada uma agenda de atendimentos para os meses de setembro e outubro, visando proporcionar suporte nessas áreas críticas.

O encontro foi uma oportunidade de fortalecer a rede de apoio às comunidades migrantes e destacar o compromisso da Pastoral com a dignidade e os direitos dessas pessoas. A Pastoral agradece a colaboração dos agentes de pastorais que ajudam desde os diferentes municipios do interior na área da regularização migratoria. Também agradecemos as irmãs e os padres desses municípios que são atentos à defesa da vida.

 

São Zeferino, o Papa que lutou contra as heresias

Origens 

São Zeferino tornou-se Papa e permaneceu à frente da Igreja por cerca de 20 anos, além disso, viu-se diante da heresia modalista, que tinha uma concepção errônea da relação entre o Pai e o Filho. Ele foi o primeiro dos Papas que foram enterrados em Calisto na Via Appia.

Pontificado

Papa no ano 199, no período de terror de Septímio Severo, Zeferino lutou contra o modalismo, a heresia que tinha uma concepção errada da relação entre o Pai e o Filho. Encarregou seu diácono Calisto para construir o cemitério da Igreja de Roma na Via Ápia, onde foi sepultado o primeiro Papa.  

Enfrentou um período difícil e tumultuado, com perseguições para os cristãos e de heresias entre eles próprios. Que abalou a Igreja mais do que os próprios martírios. As heresias residiam no desejo de alguns em elaborar só com dados filosóficos o nascimento, a vida e a morte de Jesus Cristo. A confusão era generalizada, uns negavam a divindade de Jesus Cristo, outros se apresentavam como a própria revelação do Espírito Santo. Havia aqueles profetizando e pregando o fim do mundo.

Iluminado pelo Espírito Santo 

O Papa Zeferino, que não era teólogo, foi muito sensato e, amparado pelo poder do Espírito Santo, livrou-se dos hereges. Para isso uniu-se aos grandes sábios da época, como santo Irineu, Hipólito e Tertuliano. Dando um fim ao tumulto e livrando os cristãos da mentira e dos rigorismos.

Contra a cremação

O Papa Zeferino era dotado de inspiração e visão especial. Seu grande mérito foi ter valorizado a capacidade de Calisto, um pagão convertido e membro do clero romano, que depois foi seu sucessor. Ele determinou que Calisto organizasse cemitérios cristãos separados daqueles dos pagãos. Isso porque os cristãos não aceitavam cremar seus corpos e também queriam estar livres para tributarem o culto aos mártires.

O Papa Zeferino conseguiu que as nobres famílias cristãs, possuidoras de tumbas amplas e profundas, transferissem-nas para a Igreja. Calisto começou a fazer galerias subterrâneas ligando umas às outras, nas laterais foi abrindo túmulos para os cristãos e para os mártires. Todo esse complexo deu origem às catacumbas, mais tarde chamadas de catacumbas de Calisto.

Fim do Papado

Esse foi o longo pontificado de Zeferino. Encerrado pela intensificação das perseguições e pela proibição das atividades da Igreja, impostas pelo imperador Sétimo Severo.

O Papa São Zeferino foi martirizado junto com o bispo santo Irineu em 217. Foi sepultado numa capela nas catacumbas que ele mandou construir em Roma, Itália.

Minha oração

“Querido pastor das almas, semelhante a Jesus Bom Pastor, cuidai das vossas ovelhas desgarradas. Aqueles que se afastaram do catolicismo, buscai e trazei-os de volta como ovelhas perdidas. Auxiliai também o nosso Papa para que exerça a mesma função.” 

São Zeferino, rogai por nós!