São Maurício e companheiros mártires, soldados de Deus

Origens 

Maurício, Exupério, Cândido, Vitor, Inocêncio, Vital e outros eram oficiais e soldados do exército que foi encarregado, em 287, de reprimir a revolta dos Bagaudas (Bagauda vem da palavra céltica bagad, que significa multidão). Tratava-se, com efeito, de uma multidão de aldeões, pastores e escravos, que se revoltaram contra os seus senhores em certas partes da Gália, ameaçando a dominação romana. 

A Ordem

Foi Maximiano Hércules quem recebeu ordens de Diocleciano para sufocar esta insurreição. Depois de atravessar os Alpes, interrompeu a marcha na Suíça, a fim de dar descanso de três dias às tropas. A guarda avançada acampou em Agaunum, a cerca de quinze milhas do Lago de Genebra. Era a esta guarda que pertenciam Maurício e os companheiros. Formavam um destacamento constituído inteiramente por cristãos, tirados, ao que parece, dos exércitos egípcios que guardavam habitualmente as fronteiras meridionais da Tebaida, daí o nome, que lhes deram, de Legião Tebana.

Páscoa

Antes de entrar em combate, Maximiano Hércules deu ordens para que todas as tropas se concentrassem em Octodure, a fim de sacrificarem aos deuses e prestarem juramento. Com a Legião Tebana, se recusou a tomar parte nessa cerimônia: “Somos seus soldados, mas também servos de Deus”, eles disseram.

Eles foram dizimados por ordem do comandante. Não tendo este castigo alterado as posições dos soldados, Maximiano mandou dizimá-los pela segunda vez. Os sobreviventes, porém, não deram mostras de se quererem acomodar aos desejos do comandante e, por isso, foram todos passados pelas armas.

Igreja e Relíquias 

O campo ficou forrado de sangue e cadáveres. Naquele lugar e naquela época, foi erguida uma igreja em honra e culto a esses santos mártires do cristianismo, encontrada somente por volta do ano 1893. A maioria das relíquias dos corpos dos soldados cristãos da legião tebáica, atualmente, é venerada no Convento de São Maurício de Agaunum, na região do Valese, atual Suíça. Especialmente no dia 22 de setembro, determinado pelo calendário oficial da Igreja de Roma.

Minha oração

“Ao pelotão de soldados que deram testemunho da verdade e da verdadeira luta, sede auxílio no tempo de guerra e de combate da fé. Intercedei para que, se necessário, saibamos dar a nossa vida em favor de Cristo e da Igreja, fiel à vontade Divina. Amém!”

São Maurício e companheiros mártires, rogai por nós!

Outros santos e beatos celebrados em 22 de setembro

  • Em Roma, no cemitério de Comodila, junto à Via Ostiense, a comemoração de Santa Emérita, mártir. († data inc.)
  • Em Roma, junto à Via Salária Antiga, o sepultamento de Santa Basila, mártir, no tempo dos imperadores Diocleciano e Maximiano. († 304)
  • Em Levroux, localidade do território de Bourges, na Aquitânia, atualmente na França, São Silvano, eremita. († c. s. V)
  • No monte Glonna, junto ao rio Loire, no território de Poitiers, na Gália, também na atual França, São Florêncio, presbítero. († c. s. VI)
  • No território de Coutances, também na hodierna França, São Lauto ou Laudo, bispo. († d. 549)
  • Em Laon, na Nêustria, também na atual França, Santa Salaberga, abadessa. († c. 664)
  • Em Ratisbona, cidade da Baviera, na Alemanha, Santo Emeramo, bispo, que sofreu o martírio pela fé em Cristo. († c. 690)
  • No mosteiro cisterciense de Morimond, na França, o passamento do Beato Otão, bispo de Freising, que morreu com o hábito monástico, que nunca deixou durante o episcopado. († 1158)
  • Em Turim, no Piemonte, região da Itália, Santo Inácio de Santhiá, presbítero da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos. († 1770)
  • Ao largo de Rochefort, na França, o Beato José Marchandon, presbítero e mártir. († 1794)
  • Em Seul, na Coreia, a paixão dos santos Paulo Chong Ha-sang e Agostinho Yu Chin-gil, mártires. († 1839)
  • Em Monserrat, na província de Valência, na Espanha, o Beato Carlos Navarro Miguel, presbítero da Ordem dos Clérigos das Escolas Pias e mártir. († 1936)
  • No mesmo lugar, o Beato Germano Gonçalvo Andréu, presbítero e mártir. († 1936)
  • Em Alcira, na província de Valência, os beatos mártires Vicente Pelufo Corts, presbítero, e Josefina Moscardó Montalvá, virgem. († 1936)
  • Em Bolbaite, também na província de Valência, o Beato Vicente Sicluna Hernández, presbítero e mártir. († 1936)
  • Em Corbera, localidade próxima de Valência, também na Espanha, a Beata Maria da Purificação Vidal Pastor, virgem e mártir.(† 1936)
  • Em Madrid, na Espanha, os beatos Estêvão Cobo Sanz e Frederico Cobo Sanz, religiosos da Sociedade Salesiana e mártires. († 1936)
  • Em Azuaga, perto de Badajoz, também na Espanha, os beatos Félix Echevarría Gorostiaga, presbítero da Ordem dos Frades Menores e companheiros mártires.(† 1936)

São Mateus, apóstolo e evangelista

Origens 

São Mateus era pecador, um cobrador de impostos, deixou tudo e seguiu Jesus, tornando-se um dos Doze Apóstolos. Os evangelistas Lucas e Marcos também o chamam de Levi, o nome dado pelo seus pais – ele mudou o nome como uma forma, típica da época, de indicar a mudança de vida. O nome Mateus, algumas vezes, foi citado nos Atos dos Apóstolos. O anúncio de Cristo foi a sua missão.

Mateus, o cobrador de impostos

São Mateus é identificado com o apelido de “publicano”, termo carregado de consequências negativas e socialmente relevantes. O desprezo pelos cobradores de impostos, no tempo de Jesus, estava muito enraizado: eram cobradores de impostos, e não se odeia alguém só porque trabalha no que hoje chamamos de finanças. Mas os judeus, na época, não pagavam impostos ao seu estado soberano e livre, mas aos ocupantes romanos; na prática, tratava-se de financiar aqueles que os oprimiam. E consideravam o cobrador de impostos um colaborador detestável. São Mateus faz esse trabalho em Cafarnaum da Galileia. Com seu banco ali, ao ar livre. Jesus o vê pouco depois de curar um paralítico. Ele o chama. Matheus se levanta de repente, deixa tudo e segue Jesus. A partir desse momento, os impostos, as finanças, os romanos deixam de existir. Deixa tudo por aquela palavra de Jesus: “Siga-me”.

Autor do Primeiro Evangelho

São Mateus é autor do primeiro Evangelho, escrito não em grego, mas em aramaico. Os destinatários do Evangelho de Mateus são os cristãos de origem judaica: no texto, ele coloca em realce o fato de que Jesus é o Messias, que cumpre as promessas do Antigo Testamento.

Evangelizador no Oriente Médio

Depois da morte e ressurreição de Jesus, os apóstolos espalharam-se pelo mundo; e Mateus foi para a Arábia e Pérsia para evangelizar aqueles povos. Porém, foi vítima de uma grande perseguição por parte dos sacerdotes locais, que mandaram arrancar-lhe os olhos e o encarceraram para, depois, ser sacrificado aos deuses. Mas Deus não o abandonou e mandou um anjo que curou seus olhos e o libertou. Mateus seguiu, então, para a Etiópia, onde, mais uma vez, foi perseguido por feiticeiros que se opunham à evangelização. Porém, o príncipe herdeiro morreu e Mateus foi chamado ao palácio. Por uma graça divina, fez o filho da rainha Candece ressuscitar, causando grande espanto e admiração entre os presentes. Com esse ato, Mateus conseguiu converter grande parte da população. Na época, a Igreja da Etiópia passou a ser uma das mais ativas e florescentes dos tempos apostólicos.

Páscoa

Segundo algumas fontes, Mateus teria morrido por causas naturais; no entanto, segundo algumas tradições, consideradas pouco críveis, a sua existência terminou na Etiópia.

Relíquias 

As suas relíquias encontram-se na cripta da Catedral de Salerno. Ali, o Santo é festejado, em 21 de setembro, com uma solene procissão.

Padroeiro

São Mateus é considerado o santo padroeiro dos banqueiros, bancárias, alfandegários, da Guardia di Finanza (na Itália), cambistas, contadores, consultores tributários, contabilista e cobradores de dívidas. O documento papal, atestando o patrocínio reconhecido, é datado de 10 de abril de 1934 e é assinado pelo Cardeal Eugenio Pacelli, futuro Papa Pio XII. O Papa que acolheu o pedido do Comandante Geral e apoiado pelo Ordinário Militar da época foi Pio XI. O “Pontifício Breve”, ao declarar São Mateus Patrono da Guardia di Finanza, espera que todos os membros do Corpo possam, seguindo o seu exemplo, unir o fiel exercício do dever para com o Estado com o fiel seguimento de Cristo.

Minha oração

“Tu que conhecestes Jesus de modo tão profundo, e a partir disso soube relatar seus mistérios. Que o sentido da nossa vida seja conhecer o Cristo e testemunhá-lo, assim como tu fizeste. Que sejamos fiéis seguidores e adoradores do Senhor. Amém!”

São Mateus, apóstolo e evangelista, rogai por nós!

Outros santos e beatos celebrados em 21 de setembro

  • Comemoração de São Jonas, profeta, filho de Amitai, cujo nome foi dado a um livro do Antigo Testamento.
  • Na Grécia, a comemoração de São Quadrato, discípulo dos Apóstolos. († s. II)
  • Em Roma, junto à Via Salária Antiga, São Pânfilo, mártir. († data inc.)
  • Em Valle del Baccano, na Via Cássia, a vinte milhas da cidade de Roma, Santo Alexandre, mártir. († data inc)
  • Em Gaza, na Palestina, os santos EusébioNéstabo e Zenão, mártires, três irmãos. Com eles padeceu também São Nestor. († 362)
  • Em Apt, na Provença, atualmente na França, São Castor, bispo. († c. 426)
  • No mosteiro de Llancarfan, no País de Gales, São Cadoc, abade, em cujo nome foram fundados muitos mosteiros também na Cornualha, região da Inglaterra, e na Bretanha Menor, região da França. († s. VI)
  • No mosteiro de Ettenheim, na região de Baden, na Alemanha, São Landelino, monge, natural da Irlanda. († s. VII)
  • Em Tronchiennes, na Flandres, região da Austrásia, atualmente na Bélgica, São Gerulfo, mártir, adolescente. n(† c.750)
  • Em Troyes, na Gália, hoje na França, Santa Maura, virgem, célebre pela sua piedade e obras de caridade. († c. 850)
  • Em Pêsaro, no Piceno, hoje nas Marcas, região da Itália, o Beato Marcos de Módena Scalabríni, presbítero da Ordem dos Pregadores. († 1498)
  • Junto à fortaleza de Quang-Tri, no Anam, atualmente no Vietnam, os santos Francisco Jaccard, presbítero da Sociedade das Missões Estrangeiras de Paris, e Tomé Tran Van Thien, mártires. († 1838)
  • Em Sai-Nam-Hte, na Coreia, a paixão dos santos mártires Lourenço Imbert, bispo, Pedro Maubant e Tiago Chastan, presbíteros da Sociedade das Missões Estrangeiras de Paris. († 1839)
  • Em Benisoda, povoação da província de Valência, na Espanha, os beatos mártires Vicente Gálbis Gironês, pai de família, e Manuel Torró Garcia, que, configurados à paixão de Cristo na sua vida, O imitaram no triunfo do martírio. († 1936)
  • Em Málaga, também na Espanha, o Beato Diogo Hompanera Paris, religioso da Ordem de Santo Agostinho e mártir, assassinado em ódio à fé. († 1936)
  • Em Cuenca, também na Espanha, os beatos Nicolau de Mier Francisco, presbítero, e Jacinto Martínez Ayuela, religioso, ambos da Ordem de Santo Agostinho e mártires. († 1936)
  • Em Azuaga, perto de Badajoz, também na Espanha, o Beato José Maria (José Mariano Azurmendi de Larrinaga Mugarza), presbítero da Ordem dos Frades Menores e mártir. († 1936)

Fonte:Canção Nova

Santo André Kim e companheiros mártires da Coreia

Origens 

A Igreja coreana foi fundada por leigos: eis a peculiaridade que a distingue das demais Igrejas. Segundo o Missal Romano, o Espírito sopra onde quer. Por isso, naquela estreita península, na extremidade oriental do mundo, o mesmo Espírito inspirou o coração de alguns homens, que abriram suas almas à nova fé, transmitida pelas delegações eclesiásticas chinesas, que visitavam a Coreia, anualmente, desde o início do século XVII.

Chegada de Sacerdotes à Coreia 

Com o passar do tempo, os sacerdotes iam à Coreia e levavam consigo escritos religiosos e livros para aprofundar a fé. No entanto, a comunidade nascente, cada vez mais fecunda e prometedora, começou a pedir a Pequim para mandar mais missionários às suas terras e foi atendida. O Padre Chu-mun-mo chegou à Coreia e, assim, tiveram início as celebrações litúrgicas.

A Perseguição 

Entretanto, a prosperidade da fé da nova comunidade não passou despercebida. O governo coreano não via com bons olhos o novo culto, que levou ao país novos ritos, bem diferentes dos tradicionais. Assim, em 1802, foi promulgado um édito estatal, que não proibia apenas a crença cristã, mas também mandava exterminar os cristãos. 

O primeiro a ser assassinado foi o único sacerdote chinês. Contudo, em 1837, chegaram mais dois, acompanhados por um Bispo, pertencentes às Missões Estrangeiras de Paris, embora houvesse ainda perseguições.

André Kim Taegon, primeiro sacerdote da Coreia

André foi um dos primeiros sacerdotes coreanos, nascidos e criados no país. Nasceu em 1821, em uma família convertida e muito fervorosa, tanto que seu pai transformou sua casa em igreja doméstica, onde se reuniam muitos fiéis para ser batizados.

André Kim respirava a fé, desde criança, e conheceu de perto o martírio precoce com a morte do seu pai, assassinado aos 44 anos. Tais episódios, porém, fortaleceram ainda mais a sua fé, a ponto de ir a Macau para receber a ordenação sacerdotal. Ao regressar à Coreia como diácono, em 1844, favoreceu, às ocultas, a entrada no país do Bispo Ferréol. Juntos, trabalharam como missionários, sempre em segredo, apesar do eterno clima de perseguição. 

André, de modo particular, conhecendo os costumes e a mentalidade locais, obteve resultados extraordinários em seu apostolado. Contudo, foi descoberto e preso, por tentar enviar documentações e testemunhos para a Europa. Padre André Kim Taegon foi martirizado em 16 de setembro de 1846.

Companheiros Mártires

Foram dez mil mártires. Desses, a Igreja canonizou muitos que foram agrupados para uma só festa, liderados por André Kim Taegon. Neste dia, veneram-se na mesma celebração todos os cento e três mártires que na Coreia deram testemunho da fé cristã. Todos estes atletas de Cristo – entre os quais três bispos, oito presbíteros e todos os outros leigos: homens e mulheres, casados ou não, anciãos, jovens e crianças – suportando o suplício, consagraram com o seu precioso sangue os primórdios da Igreja na Coreia.

Paulo Chong Hasang, catequista peregrino

A história de Paulo é a de um herói da fé, pois, ainda jovem, presenciou ao martírio de metade da sua família. Paulo Chong, natural de Mahyan, nasceu em 1795; foi preso, com sua mãe e irmã, e privado de todos os seus bens. Ao readquirir a sua liberdade, sua fé ficou mais forte do que nunca; transferiu-se para Seul, onde se uniu à comunidade cristã local, com a qual trabalhou muito, obtendo novas conversões. Sozinho e a pé, apesar das enormes dificuldades, fez pelo menos 15 peregrinações à China, comprometendo-se para levar sacerdotes e missionários às terras coreanas de Pequim. Hospedado na casa do Bispo francês de Imbert, que ajudou a entrar na Coreia, recebeu o convite para ser sacerdote. Porém, Paulo foi preso, durante as perseguições anticristãs, e martirizado em 22 de setembro de 1839.

Via de Santificação

A canonização ocorreu em 06 de maio de 1984, pelo Papa João Paulo II. Determinando o dia 20 de setembro para a celebração litúrgica.

Minha oração

“Pedimos a intercessão dos mártires pelo povo coreano e seus descendentes, pedimos pelo país e seus governantes, para que sejam conforme os valores cristãos e a fé possa florescer nessa região através desse testemunho. Por Cristo, Nosso Senhor. Amém!”

Santo André Kim e companheiros mártires, rogai por nós!

Outros santos e beatos celebrados em 20 de setembro

  • Em Sínada, na Frígia, hoje Cifitkasaba, na Turquia, São Dorimedonte, mártir. († s. III)
  • Em Roma, a comemoração de Santo Eustáquio, mártir, cujo nome é celebrado numa antiga diaconia da cidade.(† data inc.)
  • Em Constantinopla, hoje Istambul, na Turquia, os santos mártires Hipácio, e Asiano, bispos, e André, presbítero. († c. 740)
  • Perto da cidade de Arco, no Trentino, região da Itália, o Beato Adelpreto, bispo. († c. 1172)
  • Em Londres, na Inglaterra, o Beato Tomás Johnson, presbítero da Cartuxa desta cidade e mártir. († 1537)
  • Em Córdova, na Espanha, o Beato Francisco de Posadas, presbítero da Ordem dos Pregadores. († 1713)
  • Na fortaleza de Son-Tay, no Tonquim, agora no Vietnam, São João Carlos Cornay, presbítero da Sociedade das Missões Estrangeiras de Paris e mártir. († 1837)
  • Em Seul, na Coreia, os santos Lourenço Han I-hyong, catequista, e seis companheiros, mártires, que morreram por Cristo, enforcados em diversos cárceres.  († 1837)
  • Em Puebla, no México, São José Maria de Yermo y Parres, presbítero, que fundou a Congregação das Servas do Coração de Jesus e dos Pobres, para socorrer os indigentes nas necessidades da alma e do corpo. († 1904)
  • Em Pozoblanco, perto de Córdova, também na Espanha, a Beata Teresa Cejudo Redondo, mãe de família, cooperadora salesiana e mártir.  († 1936)
  • Em Sittard, na Holanda, a Beata María Teresa de São José (Anna Maria Tauscher van den Bosch), virgem, fundadora da Congregação das Irmãs Carmelitas do Divino Coração de Jesus. († 1938)
WhatsApp-Image-2023-09-19-at-10.28.53-1024x768

Celebração da 50ª Assembleia dos Bispos do Regional Norte 1

Igreja do Regional Norte1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil está vivenciando de 18 a 21 de setembro.

Roraima, 19 de setembro de 2023 – A Diocese de Roraima marcou presença em um evento de grande relevância na manhã desta terça-feira, realizado no Centro de Treinamento Maromba. Foi uma coletiva de imprensa que lançou luz sobre a 50ª edição da Assembleia dos Bispos do Regional Norte 1, que abrange os estados do Amazonas e Roraima. Esta assembleia, que se estende de 18 a 21 de setembro, trouxe à tona questões cruciais para a região amazônica, contando com a participação de diversas figuras religiosas e representantes dos povos originários.

O evento contou com a presença do Arcebispo de Manaus e Presidente do Regional Norte 1, Cardeal Leonardo Steiner, que ressaltou a importância das assembleias anteriores como demonstração de uma Igreja em constante busca por viver e difundir o Evangelho. O Cardeal Steiner destacou que, apesar dos desafios enfrentados, a Igreja tem experimentado um crescimento notável, com maior envolvimento de leigos na catequese, lideranças comunitárias, religiosos e religiosas, além de bispos.

Um dos momentos mais significativos da coletiva foi a ênfase dada à presença e ao papel das mulheres na Igreja e nas comunidades amazônicas. A Ir. Rose Bertoldo, secretária executiva do Regional Norte 1, expressou profunda gratidão pela “presença fecunda das mulheres nas nossas comunidades”, enfatizando que as mulheres têm desempenhado um papel crucial no desenvolvimento e na expansão da Igreja na Amazônia. Ela lembrou com respeito e reconhecimento nomes de mulheres que a precederam, que contribuíram para abrir caminhos e expandir a presença da Igreja na região.

A assembleia também deu voz aos povos indígenas, representados por Deolinda Melchior da Silva, membro do povo Macuxi. Ela celebrou as 50 assembleias realizadas e agradeceu a Deus pelo processo de evangelização dos povos indígenas, que tem incluído a disseminação da Palavra de Deus e a conscientização sobre seus direitos, suas terras e suas vidas. Deolinda enfatizou a importância da votação do Marco Temporal, pedindo a proteção divina para a terra ancestral dos povos indígenas.

O contexto amazônico trouxe à tona desafios prementes, e o Arcebispo de Manaus mencionou especificamente a devastação da Amazônia. No entanto, ele também observou os avanços significativos alcançados, como o crescimento do espírito missionário, o aumento da participação de leigos na catequese e nas comunidades, bem como o fortalecimento das lideranças religiosas. A presença dos bispos na assembleia também refletiu a importância desse evento, incluindo Dom Evaristo Spengler, Bispo de Roraima, pe. Lúcio Nicoletto, Ângela Schardong e Geslane Paiva Dourado, da Diocese de Roraima.

A 50ª Assembleia dos Bispos do Regional Norte 1 não apenas celebrou um marco histórico, mas também refletiu sobre os desafios e conquistas da Igreja na Amazônia. A presença ativa das mulheres e a voz dos povos indígenas ecoaram como elementos essenciais para a construção de uma Igreja inclusiva e comprometida com a preservação da Amazônia e de suas comunidades. A partir dessas reflexões, os líderes religiosos e os representantes dos povos originários esperam continuar a trabalhar em conjunto para enfrentar os desafios que se colocam no horizonte e para fortalecer os laços que unem a Igreja e a Amazônia.

Reportagem: Libia López

ce9427ff5fef5207b77a0f9e9ba333d4

Diocese de Roraima Apoia Posicionamento da CNBB Contra a ADPF 442

Os bispos da CNBB deixam claro que “jamais aceitarão quaisquer iniciativas que pretendam apoiar e promover o aborto”.

A Diocese de Roraima manifestou seu firme apoio ao posicionamento da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) em relação ao pedido de inclusão em pauta da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 442 no Supremo Tribunal Federal (STF). A ADPF 442 busca a possibilidade de descriminalização do aborto até a 12ª semana de gestação, e a CNBB emitiu uma nota, em 14 de setembro, reafirmando seu firme posicionamento contrário a esse pedido.

No texto, os bispos da CNBB deixam claro que “jamais aceitarão quaisquer iniciativas que pretendam apoiar e promover o aborto”. Eles argumentam que nenhum direito pode ser exigido à custa de outro ser humano, mesmo que esteja apenas em fase de formação. O fundamento dos direitos humanos, segundo a nota, é que o ser humano nunca seja tratado como meio, mas sempre como fim em si mesmo.

Além disso, a CNBB reafirma seu compromisso “em defesa da integralidade, inviolabilidade e dignidade da vida humana, desde a sua concepção até a morte natural”. Esse é um princípio fundamental que orienta a posição da Igreja Católica em relação ao tema do aborto.

A CNBB também destaca que considera os pedidos da ADPF 442 como uma pauta antidemocrática, pois, segundo eles, atropelam o Congresso Nacional e exigem do STF uma função que não lhe cabe, que é a de legislar diante de uma suposta e inexistente omissão do Congresso Nacional.

A presidência da CNBB enfatiza que, até hoje, o aborto não foi aprovado da forma como desejam os autores da ADPF, não por omissão do Parlamento, mas sim devido à absoluta ausência de interesse do povo brasileiro, de quem todo o poder emana, conforme estipulado no parágrafo único do artigo 1º da Constituição Federal.

A Diocese de Roraima reitera seu apoio ao posicionamento da CNBB e seu compromisso em defender a vida e a dignidade humana em todas as suas fases, desde a concepção até a morte natural. Esse posicionamento reflete os valores e princípios que orientam a ação da Igreja Católica em todo o país.

Reportagem: Libia López

WhatsApp Image 2023-09-19 at 3.16.50 PM

Inicia Celebração do Dia Mundial do Migrante e do Refugiado

A articulação dos serviços a migrante refugiados oferece uma Programação de Apoio e Solidariedade

Boa Vista, RR – Entre os dias 21 e 24 de setembro, a rede Cáritas em Roraima, em parceria com o Serviço Pastoral dos Migrantes, promove uma ampla programação em comemoração ao Dia Mundial do Migrante e do Refugiado. O evento destaca a importância de fornecer apoio e oportunidades para pessoas corajosas que estão recomeçando suas vidas em terras desconhecidas.

As atividades acontecem na cidade de Boa Vista, RR, com o apoio de diversas organizações humanitárias que atuam no contexto migratório. A programação abrange uma série de eventos que visam sensibilizar a comunidade local e criar um ambiente de apoio acolhedor para os migrantes e refugiados.

A semana de celebração começa com o “II Coloquio ASEMIR” em 21 de setembro de 2023, às 17h, no Auditório do CCH UFRR. Este evento promete ser um espaço de discussão e reflexão sobre questões relacionadas à migração e refúgio, reunindo especialistas e interessados na causa.

No dia 22 de setembro, uma emocionante “Exposição Fotográfica” será inaugurada às 9h, na Igreja Nossa Senhora da Consolata. Essa exposição pretende transmitir as histórias e experiências dos migrantes e refugiados por meio de imagens impactantes, proporcionando uma perspectiva mais profunda das suas jornadas.

Na mesma data, às 14h, acontecerá a “II Ação Migração em Dia”, também na Igreja Nossa Senhora da Consolata. Esta atividade oferecerá atendimentos gratuitos de saúde, além de rodas de conversa que promovem a integração e o compartilhamento de experiências entre migrantes, refugiados e a comunidade local.

A programação especial encerra no domingo, 24 de setembro, com uma “Missa em Ação de Graças” às 9h30 na Catedral Cristo Redentor. Este momento religioso é uma oportunidade para a comunidade expressar sua solidariedade e gratidão pela presença dos migrantes e refugiados em Boa Vista.

Todas essas atividades são realizadas por meio dos projetos Orinoco: Águas que Atravessam Fronteiras; Sumaúma: Nutrindo Vidas; e Europana Dignidade sem fronteiras. Esses projetos da rede Cáritas em Roraima recebem apoio do Escritório de População, Refugiados e Migração (PRM) do Departamento de Estado dos Estados Unidos da América; do Escritório de Assistência Humanitária (BHA) da Agência dos Estados Unidos pelo Desenvolvimento Internacional; e da União Europeia, Cáritas Alemã e Cáritas Suíça.

A realização dessas atividades só é possível graças ao apoio da Prefeitura Municipal de Boa Vista, por meio da Secretaria Municipal de Saúde, da Organização humanitária internacional Médicos Associação, da Associação Mexendo a Panela e do Greifron-UFRR (Grupo de Estudo Interdisciplinar sobre Fronteiras).

Em um mundo onde a migração e o refúgio são realidades cada vez mais presentes, é fundamental demonstrar solidariedade e apoiar aqueles que estão buscando uma vida melhor em terras desconhecidas. A programação do Dia Mundial do Migrante e do Refugiado em Boa Vista, RR, é um exemplo inspirador de como a comunidade pode se unir para oferecer apoio e oportunidades a essas pessoas corajosas que enfrentam desafios significativos em suas jornadas de recomeço.

Reportagem: Libia López

WhatsApp Image 2023-09-18 at 9.37.07 PM

Pastoral da Familia inicia planejamento da Semana Nacional da Vida

Celebrando a Adoção e Defendendo a Vida

A Semana Nacional da Vida se aproxima, e este ano o tema escolhido é “Adoção, amor com laços do coração.” Uma reflexão profunda sobre o amor e a compaixão, com destaque especial para a adoção, um gesto que reflete o amor de Deus.

A coordenação da Pastoral Familiar da Diocese de Roraima realizou uma reunião inicial em 18 de setembro na prelazia para planejar esta semana de grande significado. O objetivo é conscientizar sobre a importância da adoção e reafirmar o compromisso com a defesa da vida, especialmente em relação à ADPF 442, que busca legalizar o aborto.

Marcia Lima, coordenadora da Pastoral Familiar da Diocese de Roraima, destacou a importância desta iniciativa: “Estamos convidando o povo a se unir a esta campanha pelo amor à adoção. Queremos que as pessoas compartilhem conosco vídeos de testemunhos sobre adoção, com até 60 segundos de duração, gravados na horizontal.”

Para participar, os interessados podem enviar os vídeos pelo WhatsApp para Kátia no número 73 98863-4375 ou para Júlio no número 73 99830-0354. Além disso, também é possível enviar os vídeos por e-mail para pasfane3@gmail.com. Esses testemunhos serão divulgados no Dia do Nascituro, que ocorre em 08 de outubro, como um símbolo da defesa pela vida e da importância da adoção.

O tema “Hora da Vida” está sendo usado como base para as atividades desta Semana Nacional da Vida, uma temática que já foi empregada com sucesso na Semana Nacional da Família. Além disso, a campanha enfatiza a relevância de unir esforços contra a ADPF 442, buscando mostrar que o Brasil valoriza a vida em todas as suas formas.

Reportagem: Libia López

São Januário, o milagre do sangue que se liquefaz

Origens 

São Januário nasceu em Nápoles, na segunda metade do século III, e foi eleito bispo de Benevento, onde exerceu seu apostolado, amado pela comunidade cristã e respeitado também pelos pagãos. 

A Visão

O episódio, que levou Januário ao martírio, aconteceu no início do século IV, com a retomada das perseguições contra os cristãos. Há algum tempo, Januário era muito amigo de Sóssio, diácono da cidade de Miseno. Certo dia, enquanto lia o Evangelho na igreja, teve uma visão: apareceu uma chama sobre a sua cabeça. Reconhecendo nela o símbolo do seu futuro martírio, Januário deu graças ao Senhor e pediu para que aquele fosse o seu destino. 

Páscoa 

Reconhecendo o seu destino, o Bispo convidou Sóssio a participar da visita pastoral, que se realizaria em Pozzuoli, para falar sobre a fé. O diácono pôs-se a caminho, mas, durante a viagem, foi preso pelos guardas, enviados por Dragôncio, governador da Campânia. 

Na prisão, recebeu a visita de Januário, acompanhado pelo diácono Festo e o leitor Desidério: os três tentaram interceder, junto a Sóssio, pela sua libertação. Mas, em resposta, todos foram condenados a serem dilacerados publicamente pelos ursos. No entanto, a notícia da sua condenação à morte não foi bem vista pelo povo. Por isso, temendo uma revolta, o governador mudou a sentença para uma decapitação discreta, longe dos olhos do povo. Foram martirizados também Próculo, diácono da igreja de Pozzuoli, e os fiéis Eutíquio e Acúcio, por terem criticado a execução publicamente.

Outra versão do seu martírio

Nem todas as fontes, tão antigas, concordavam com o martírio de São Januário e, por isso, há outra hipótese do que, provavelmente, poderia ter acontecido: enquanto Januário se encaminhava para Nola, o pérfido juiz, Timóteo, o prendeu com a acusação de proselitismo, que violava os decretos imperiais. No entanto, as torturas perpetradas contra o Santo não afetaram seu corpo ou sua fé. 

Por isso, Timóteo o jogou em uma fornalha da qual, mais uma vez, Januário saiu ileso. Enfim, foi condenado à decapitação em um lugar perto da chamada Solfatara. Durante a sua transferência, encontrou um mendigo, que lhe pede um pedaço do seu manto para guardar como relíquia: o Santo respondeu que podia ficar com todo o lenço, que estava amarrado em seu pescoço, antes da execução. Antes de morrer, Januário colocou um dedo na garganta, que também foi decepado pela lâmina, junto com o lenço, depois conservados como relíquia.

O Milagre do Sangue 

Segundo o costume, por ocasião da execução dos mártires, uma mulher, Eusébia, chegou ao lugar da morte de Januário e recolheu, em duas ampolas, o sangue derramado pelo Bispo, já em odor de santidade. Ela as entregou ao Bispo de Nápoles, que mandou construir duas capelas em homenagem ao sagrado traslado: São Januarinho em Vômero e São Januário em Antignano. Seu corpo, ao invés, sepultado na zona rural de Marciano, teve uma primeira translação, no século V, quando o culto ao Santo já era bem difundido. São Januário foi canonizado por Sisto V, em 1586. 

Relíquia

Quanto à relíquia do seu sangue, foi exposta, pela primeira vez, em 1305. Porém, o milagre do seu sangue, que parece quase ferver e voltar ao estado líquido, permanecendo até a oitava seguinte, ocorreu, pela primeira vez, em 17 de agosto de 1389, após uma grande escassez. Hoje, o milagre se repete três vezes ao ano: no primeiro sábado de maio, em memória da primeira translação; em 19 de setembro, memória litúrgica do Santo e data do seu martírio; e em 16 de dezembro, para comemorar a desastrosa erupção do Vesúvio, em 1631, bloqueada por intercessão do Santo. As duas ampolas estão conservadas em uma teca de prata, por desejo de Roberto d’Angiò, na Capela do Tesouro de São Januário, na Catedral de Nápoles.

Via de Santificação 

São Januário é venerado desde o século V, mas sua confirmação canônica veio somente por meio do Papa Sisto V em 1586.

Minha oração

“Querido bispo, levai o teu povo ao mais profundo mistério dos milagres. Curai os doentes e socorrei os necessitados, assim como Cristo deseja realizar em nós. Que através das tuas relíquias aconteçam grandes conversões. Amém!”

São Januário, rogai por nós!

Outros santos e beatos celebrados em 19 de setembro

  • Em Sínada, na Frígia, hoje Cifitkasaba, na Turquia, São Trófimo, mártir. († data inc.)
  • Na Palestina, os santos mártires Peleu e Nilo, bispos no Egipto, Elias, presbítero, e Patermúcio. († 310)
  • Em Tours, na Gália Lionense, atualmente na França, Santo Eustóquio, bispo. († 461)
  • No mosteiro de Sisteron, no território de Langres, também na Gália, hoje na França, São Sena, presbítero e abade. († s. VI)
  • No território de Bourges, na Aquitânia, também na hodierna França, São Mariano, eremita. († s. VI)
  • Em Metz, na Austrásia, na atual França, São Goerico ou Abão, bispo, que sucedeu a Santo Arnolfo, cujo corpo trasladou solenemente para esta cidade. († c. 642)
  • Em Cantuária, na Inglaterra, São Teodoro, bispo, que, sendo monge procedente de Tarso, foi ordenado bispo pelo papa São Vitaliano e enviado quase septuagenário para a Inglaterra. († 690)
  • Em Córdova, na Andaluzia, região da Espanha, Santa Pomposa, virgem e mártir. († 853)
  • Em Freising, na Baviera, região da Alemanha, São Lamberto, bispo. († 957)
  • Em Buonvicino, próximo de Cosenza, na Calábria, região da Itália, São Ciríaco, abade. († 1030)
  • Em Gap, na Provença, região da França, Santo Arnolfo, bispo. († c. 1075)
  • Em Barcelona, na Catalunha, região da Espanha, Santa Maria de Cervelló, virgem da Ordem de Nossa Senhora das Mercês. († 1290)
  • Em Madrid, também na Espanha, Santo Afonso de Orozco, presbítero da Ordem dos Eremitas de Santo Agostinho . († 1591)
  • Em Seul, na Coreia, a paixão de São Carlos Hyon Song-mun, mártir. († 1846)
  • Em Villefranche-de-Rouergue, no território de Rodez, na França, Santa Maria Gulhermina Emília de Rodat, virgem. († 1852)
  • Em Ciempozuelos, povoação próxima de Madrid, na Espanha, o Beato Jacinto Hoyuelos González, religioso da Ordem de São João de Deus e mártir. († 1936)
  • Em Benifayó, localidade da província de Valença, também na Espanha, a Beata Francisca Cualladó Baixauli, virgem e mártir. († 1936)
  • Em Madrid, também na Espanha, as beatas Maria de Jesus de la Iglesia y de VaroMaria das Dores Aguiar-Mella y Díaz e Consolação Aguiar-Mella y Díaz, virgens do Instituto das Filhas de Maria das Escolas Pias e mártires. († 1936)

São José de Cupertino, o padroeiro dos estudantes

Origens

Quando José Maria Desa nasceu, em 17 de junho de 1603, na cidadezinha de Cupertino, na província italiana de Lecce, sua família não levava uma vida fácil. Seu pai, Félix, foi envolvido na falência financeira de um conhecido, a quem havia emprestado dinheiro, acabando na miséria. Por isso, José veio ao mundo em uma estrebaria, como Jesus, e, desde criança, teve de arregaçar as mangas para contribuir com as despesas de casa, trabalhando em uma venda. 

São José de Cupertino até começou a ir à escola, mas foi acometido por uma úlcera gangrenosa, que o obrigou a deixar os estudos por cinco anos. Sua mãe, Francisca Panaca, mulher forte e vigorosa, tentou dar-lhe uma formação básica, mediante a narração da vida dos Santos, como a de São Francisco. Assim, amadureceu em José o desejo de seguir e imitar a vida do “Pobrezinho de Assis”.

Franciscanos

Aos 16 anos, pediu para entrar na Ordem dos Frades Franciscanos Conventuais, no convento da “Grottella”. Entretanto, a sua pouca formação escolar não o ajudou, sendo obrigado a voltar à sua vida de antes. Com o tempo, São José de Cupertino dirigiu-se aos Franciscanos Reformados e, depois, aos Capuchinhos de Martina Franca, mas a resposta era sempre a mesma: pouca instrução, além das suas primeiras manifestações de êxtase, durante as quais deixava cair tudo das mãos, que o tornaram inadequado para a vida comunitária. 

Neste ínterim, o Supremo Tribunal de Nápoles estabeleceu que, ao se tornar maior de idade, José devia trabalhar, sem remuneração, até pagar toda a dívida do pai, já falecido. Diante de tal sentença, que na verdade era uma verdadeira escravidão, o jovem voltou a pedir para entrar no convento de “Grottella”. Os Frades levaram a sério a sua situação e o ajudaram a fazer um verdadeiro percurso de estudos. 

Sacerdócio milagroso

Entre milhares de dificuldades, mas graças à sua grande força de vontade, chegou a hora de enfrentar o exame para o Diaconato. Ali, realizou-se um prodígio: José conhecia a fundo apenas uma passagem do Evangelho, precisamente aquela que, por acaso, o Bispo examinador lhe pediu para comentar. Um acontecimento extraordinário semelhante deu-se, novamente, três anos depois, durante o exame para o Sacerdócio: o Bispo interrogou alguns candidatos e, achando-os particularmente preparados, estendeu a admissão ao Sacerdócio a todos os outros candidatos. Enfim, em 1628, José foi ordenado sacerdote.

“Irmão burro” e dom de ciência infusa

A humildade de São José de Cupertino, porém, permaneceu proverbial: ciente das suas limitações culturais, nunca renunciava aos trabalhos manuais mais simples, chegando até a se apelidar “Irmão burro”; no entanto, dedicava-se ao serviço dos mais pobres. José viveu seu amor à Igreja de forma incondicional: colocou Cristo ao centro da sua vida e tinha uma profunda devoção a Maria, Mãe de Deus. Contudo, quem o ouvia falar reconhecia nele a luz de uma teologia madura, com a qual fazia debates profundos: era o dom da ciência infundida (Deus que revela o conhecimento ao homem), que o tornou um grande sábio.

Êxtases e levitações

No entanto, se acentuavam em José os fenômenos de êxtases e levitações, sobretudo quando pronunciava os nomes de Jesus e Maria. Tais episódios não passaram despercebidos à Inquisição de Nápoles, que o convocou para saber se o jovem de Cupertino estivesse abusando ou não da credulidade popular. E, precisamente, diante dos Juízes, reunidos no Mosteiro de São Gregório Armênio, José teve uma levitação. Por isso, foi absolvido de todas as acusações, mas o Santo Ofício o obrigou ao isolamento, longe das multidões.

O ponto mais alto: a Eucaristia 

Desta forma, o futuro Santo passou de um convento ao outro – Roma, Assis, Pietrarubbia, Fossombrone – até chegar a Ósimo, perto de Ancona. Finalmente, ao chegar ali, em 1656, por ordem do Papa Alexandre VII, encontrou a paz. De fato, ali permaneceu sempre até a morte, levando sempre uma vida humilde, ao serviço do próximo e em colóquio pessoal com Deus, que culminava na celebração Eucarística.

Páscoa

São José de Cupertino faleceu, em 18 de setembro de 1663, aos 60 anos. Bento XIV o beatificou, em 1753, e Clemente XIII o canonizou em 16 de julho de 1767. Hoje, seus restos mortais descansam em uma urna de bronze dourado, na cripta da igreja de Ósimo, a ele dedicada. Foi construído também um Santuário, em sua homenagem, em Cupertino, sobre a estrebaria onde o Santo nasceu.

Padroeiro dos Estudantes

“Capacidade de voar, com a mente e com o corpo”: eis a chave estilística, que caracterizava a vida de São José de Cupertino. No entanto, apesar das suas dificuldades nos estudos, recebeu o dom da ciência infundida e momentos de êxtase com levitações. Isso tornou-o padroeiro dos estudantes e universitários. 

Minha oração

“Tu, que alcançastes as mais altas ciências, não pela via intelectual, mas sim pelas vias místicas, ajudai-nos nos nossos estudos e no desejo mais sincero de conhecer a Deus. Ensinai-nos a descobrir em Jesus o caminho da sabedoria. Amém!”

São José de Cupertino, rogai por nós!

Outros santos e beatos celebrados em 18 de setembro

  • Em Nicomédia, na Bitínia, hoje Izmir, na Turquia, Santo Oceano, mártir. († data inc.)
  • Em Prymnesso, na Frígia, também na atual Turquia, Santa Ariadna, mártir. († data inc.)
  • No território da Gália Vienense, hoje na França, São Ferréolo, mártir. († s. III)
  • Em Milão, na Ligúria, hoje na Lombardia, região da Itália, Santo Eustórgio, bispo. († a. 355)
  • Em Avranches, no litoral da Bretanha Menor, atualmente na França, São Senário, bispo. († s. VI)
  • Em Limoges, na Aquitânia, também na atual França, São Ferréolo, bispo. († s. VI f.)
  • Em Gortina, na ilha de Creta, Santo Eumênio, bispo. († c. s. VII)
  • Em Andlau, na Alsácia da Lotaríngia, na atual Alemanha, Santa Ricarda, que era rainha, mas, renunciando ao reino terreno, serviu a Deus num mosteiro por ela fundado. († c. 895)
  • Em Nam Dinh, cidade do Tonquim, hoje no Vietnã, São Domingos Trach, presbítero da Ordem dos Pregadores e mártir,. († 1840)
  • Em Paimol, localidade próxima da missão de Kalongo, no Uganda, os beatos David Okelo e Gildo Irwa, catequistas e mártires. († 1918)
  • Em Ciudad Real, na Espanha, o Beato Carlos Eraña Guruceta, religioso da Companhia de Maria e mártir. († 1936)
  • Próximo da cidade de Gandia, na província de Valência, também na Espanha, os beatos Fernando Garcia Sendra e José Garcia Más, presbíteros e mártires. († 1936)
  • Em Monserrat, na mesma província de Valência, os beatos Ambrósio e Valentim , presbíteros, e FranciscoRecaredo e Modesto, todos eles religiosos da Congregação dos Terciários Capuchinhos de Nossa Senhora das Dores. († 1936)
  • Em Paracuellos del Jarama, na Espanha, o Beato Salvador Fernández Pérez, presbítero da Sociedade Salesiana e mártir. († 1936)
  • No campo de concentração de Dachau, próximo de Munique, na Baviera, região da Alemanha, o Beato José Kut, presbítero e mártir. († 1942)
WhatsApp Image 2023-09-17 at 9.13.56 AM

Festejo de Nossa Senhora do Livramento Ilumina Caracaraí com Fé e Devoção

Neste festejo ocorreu durante a emocionante cerimônia de iluminação e bênção do Rio Branco.

No município de Caracaraí, em Roraima, a devoção e a fé estão em alta, e isso se deve ao Festejo de Nossa Senhora do Livramento, que teve início no dia 15 de setembro e promete encantar a todos até o dia 24 do mesmo mês. O evento foi inaugurado com uma missa especial, celebrada por Dom Evaristo, Bispo de Roraima, que reuniu tanto a comunidade local quanto migrantes em uma demonstração vibrante de fé e devoção à Virgem Maria.

O ponto alto do festejo ocorreu durante a emocionante cerimônia de iluminação e bênção do Rio Branco, um momento mágico que envolveu a participação fervorosa dos fiéis. A beira do rio foi tomada por pessoas que, em um gesto de unidade e fé, se reuniram para honrar Nossa Senhora do Livramento. Após um momento de intensa oração, as luminárias que rodeavam o rio foram acesas, criando uma atmosfera de luz e bênçãos que se refletiu nas águas do Rio Branco.

Este festejo não é apenas um evento religioso; é também uma celebração da comunidade e uma oportunidade para unir pessoas de diferentes origens em torno da devoção comum. A presença de migrantes na celebração demonstra a capacidade dessa tradição de unir corações e almas, independentemente das fronteiras geográficas.

Todos estão convidados a se juntar a este importante festejo, que não apenas reforça a fé e a devoção a Nossa Senhora do Livramento, mas também promove a união e a solidariedade entre as pessoas. Além das celebrações religiosas, o evento também oferece oportunidades para a diversão e o entretenimento, com atividades que abrangem desde apresentações culturais até feiras de comida e artesanato.

O Festejo de Nossa Senhora do Livramento é uma manifestação notável de amor, fé e devoção que ilumina os corações daqueles que participam. Ele continua a desempenhar um papel significativo na vida da comunidade de Caracaraí, unindo as pessoas em torno de valores essenciais e fortalecendo os laços que as unem. É um testemunho da riqueza da cultura religiosa e da capacidade de celebrar a espiritualidade em harmonia com a diversidade.

Reportagem: Libia López