“Marcas da Fronteira”: documentário expõe a realidade da exploração sexual e o trabalho análogo à escravidão em Roraima

A Comissão Especial Episcopal para o Enfrentamento ao Tráfico Humano lança na próxima sexta-feira, 6 de junho, às 19h, o documentário “Marcas da Fronteira – O tráfico de pessoas existe e é visível”. O filme lança um olhar nas múltiplas facetas desta violência silenciosa em Roraima, conectando a crises humanitárias e socioambientais, como a migração e o avanço do garimpo ilegal.

Filmado durante uma missão da Comissão em Boa Vista, Bonfim, Pacaraima (RR), e nas cidades fronteiriças de Lethem (Guiana) e Santa Elena (Venezuela), o documentário expõe a dimensão do problema através de entrevistas e imagens que abordam a violação de direitos humanos, a exploração sexual e o trabalho análogo à escravidão, vulnerabilidades que afetam brasileiros, migrantes e os povos originários.

“Nosso objetivo não era apenas denunciar, mas dar visibilidade desta violência que existe em Roraima e em todo Brasil. A luta contra o tráfico de pessoas em Roraima, hoje é uma missão em defesa da vida, liderada pela Igreja Católica e por organismos parceiros”, afirma Cláudia Pereira, que assina a direcão e roteiro do filme. 

Um dos pontos  revelados pelo documentário é a fronteira de Bonfim (RR) com a Guiana, uma rota extremamente vulnerável e sem segurança no fluxo migratório. A região, de predominância do povo indígena Wapichana, são vulneráveis aos assédios de criminosos do tráfico de pessoas para o garimpo ilegal, exploração de mulheres e crianças além dos crimes ambientais.

O filme traz relatos sobre como o tráfico se disfarça:

“No geral, as mulheres vão com a promessa de ser cozinheira, mas sabemos que ‘cozinheira’ é um código do garimpo que significa que a pessoa está sendo explorada sexualmente. É uma forma de aliviar essa situação para a família encarar, sem problematizar e denunciar”, explica no documentário a professora e pesquisadora Márcia Maria de Oliveira.

Com um sentimento de esperança e indignação, “Marcas da Fronteira” se firma como um documento essencial para compreender a dinâmica atual do tráfico de pessoas na Amazônia e a relevância da atuação da sociedade civil organizada onde o Estado falha.

Alessandra Miranda, secretária executiva da Comissão Especial Episcopal para o Enfrentamento ao Tráfico Humano, convida o público a assistir ao documentário:

“O documentário traz as questões relacionadas sobre a ausência do Estado e do Poder Público, na dinâmica que gera trabalho escravo, a exploração de crianças e adolescentes e todas as outras violações que são consequências do tráfico de pessoas. É uma realidade que vai trazer Roraima para o centro, que vai trazer a Guiana inglesa e também a Venezuela, mas que se reflete de alguma maneira nas outras realidades do Brasil e do mundo”, comenta

O documentário será lançado dia 6 de junho, às 19h no canal do YouTube da Comissão para a Ação SocioTransformadora da CNBB. Assita o trailer:

https://youtu.be/GzIFi9vVokA

Ficha Técnica:

  • Realização: Comissão Especial Episcopal de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas (CEETH-CNBB)
  • Produção, Reportagem e Imagens: Cláudia Pereira
  • Direção e Roteiro: Cláudia Pereira e Humberto Capucci
  • Edição e Finalização: Humberto Capucci
  • Trilha Sonora: André Luiz Sousa e Ewerton Oliveira
  • Música: Venezuela – Luis Silva
  • Apoio: Conferência Episcopal Italiana

Sobre a Comissão Especial Episcopal para o Enfrentamento ao Tráfico Humano

A Comissão Especial Episcopal para o Enfrentamento ao Tráfico Humano (CEETH) é um organismo da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) dedicado a articular, promover e fortalecer ações da Igreja Católica e da sociedade no combate ao tráfico de pessoas em suas diversas formas, atuando na prevenção, assistência às vítimas e incidência política.

 

Fonte: CNBB – regional norte 1

A Violência contra os Povos Indígenas e a Urgente Defesa da Amazônia 


Por Dom Evaristo Spengler, Presidente da REPAM-Brasil 

A violência contra os povos indígenas no Brasil, especialmente na Amazônia, tomou uma nova forma. O que antes era a invasão pela força física, hoje se materializa em uma violência perpetrada pelas leis que, em nome da legalidade, despojam nossos irmãos e irmãs indígenas de seus direitos fundamentais. O que muitos chamam de “mar contemporâneo” é a violência que surge das esferas legislativas e administrativas, negando a nossos povos a terra que lhes foi tomada, e até hoje, com o aval da Constituição de 1988, se lhes quer negar o direito de viver nela. 

O termo “mar contemporâneo” é, na verdade, um eufemismo para uma injustiça histórica que continua a ser perpetrada. O indígena só tem direito à terra onde reside desde 1988, quando foi promulgada a Constituição. Mas esquecem que, antes disso, os povos indígenas foram expostos a expulsões violentas de suas terras, que agora, com a força da lei, são negadas a eles. Esta é a violência que devemos enfrentar e denunciar, pois ela atinge não apenas a dignidade dos povos indígenas, mas também o futuro de todo o país e do planeta. 

A Amazônia não é apenas uma questão para os que nela habitam. Ela é uma responsabilidade de todos nós, brasileiros, e do mundo inteiro. A floresta amazônica é um regulador vital para o clima, e sem ela, nosso futuro será ameaçado. Estamos caminhando perigosamente para o limite do “não retorno”, com consequências irreversíveis para os ecossistemas e as vidas que dependem da natureza. Quando as florestas, as águas e os povos indígenas são atacados, é o próprio equilíbrio do planeta que fica comprometido. 

Eu mesmo, ao viajar pela região, observei de perto a diferença que as terras indígenas fazem. De Manaus a Boa Vista, por exemplo, passei pela Reserva Indígena Waimiri do Atroari, onde vi claramente o contraste entre as áreas destruídas ao redor da reserva e a preservação dentro dela. As terras protegidas pelos povos indígenas permanecem conservadas, ao passo que as áreas adjacentes, sem essa proteção, estão arruinadas. 

É imperativo que todos nós compreendamos a interdependência entre os povos indígenas e a preservação do meio ambiente. Cientistas hoje sabem que árvores como a Samaúma, na Amazônia, são capazes de extrair até mil litros de água do solo por dia, contribuindo para a formação dos rios voadores que abastecem as chuvas em outras regiões do Brasil. Destruir a Amazônia não é apenas um crime contra os povos indígenas, mas um atentado contra a vida de todos os brasileiros e de toda a humanidade. 

A contaminação do meio ambiente, causada pela exploração ilegal de ouro, é um exemplo claro de como a destruição da Amazônia nos afeta. O mercúrio usado na mineração ilegal contamina as águas e, consequentemente, os peixes e as pessoas que deles dependem. Esse veneno se espalha pelas cadeias alimentares e chega até nós, provocando danos à saúde humana. Já somos todos afetados, de uma forma ou de outra, por essa contaminação invisível, mas fatal. 

A Amazônia é uma causa que nos pertence a todos. Para preservá-la, precisamos garantir que os povos indígenas, os verdadeiros guardiões dessa terra, sejam respeitados e seus direitos reconhecidos. Não podemos permitir que a violência contra eles, seja pela força das leis ou pela invasão de suas terras, continue. O futuro da Amazônia é o futuro de todos nós. Preservá-la é preservar a vida no planeta. Chegou a hora de todos se levantarem em defesa da vida, da justiça e da dignidade dos povos indígenas. A Amazônia não pode esperar.

 

 

O convite de Leão XIV aos jovens: arregacem as mangas para trabalhar na vinha do Senhor!

Na catequese desta quarta-feira, 4 de junho, o Papa dirigiu uma mensagem especial aos jovens, exortando-os a responderem com entusiamo ao chamado do Senhor, pois não ficarão desiludidos

 

Leão XIV se reuniu com cerca de 35 mil fiéis na Praça São Pedro para a Audiência Geral desta quarta-feira, 4 de junho.

Dando sequência às catequeses sobre as parábolas de Jesus, o Papa comentou hoje aquela narrada no capítulo 20 do Evangelho de Mateus, em que operários aguardam na praça do mercado à espera que alguém os contrate por um dia.

“A metáfora da praça do mercado é também muito adequada aos nossos tempos, porque o mercado é o local dos negócios, onde, infelizmente, o afeto e a dignidade também se compram e vendem, na tentativa de ganhar algo. E quando não nos sentimos apreciados, reconhecidos, corremos o risco de nos vendermos ao primeiro comprador. O Senhor recorda-nos, em vez disso, que a nossa vida tem valor, e o seu desejo é ajudar-nos a descobri-lo”, comentou o Santo Padre.

A atenção do Pontífice se concentra sobre proprietário de uma vinha, que sai pessoalmente à procura dos seus operários de três em três horas, mesmo no final do expediente, aparentemente sem necessidade.

Essa parábola nos dá esperança, disse ainda o Papa, porque mesmo quando parece que podemos fazer pouco na vida, vale sempre a pena. Há sempre alguém que acredita em nós e nos valoriza: “Há sempre a possibilidade de encontrar um sentido, porque Deus ama a nossa vida”.

A originalidade deste senhor se revela também no final do dia, na hora do pagamento. Ele conhece a dignidade dos operários, e, com base nela, quer pagá-los. E dá um denário a cada um, mesmo para aqueles que trabalharam menos. Para o senhor da vinha, isto é, para Deus, é justo que todos tenham o necessário para viver, explicou o Papa.

“Deus quer dar a todos o seu Reino, isto é, a vida plena, eterna e feliz. E assim Jesus faz conosco: não faz classificações, àqueles que lhe abrem o coração, entrega-se inteiramente.”

À luz dessa parábola, o cristão de hoje poderia ser tentado a pensar: “Por que começar a trabalhar cedo se a remuneração é a mesma?”

A esta dúvida, o Papa responde, especialmente aos jovens: “Não esperem, mas respondam com entusiasmo ao Senhor, que nos chama a trabalhar na sua vinha. Não demorem, arregacem as mangas, porque o Senhor é generoso e não ficarão desiludidos! Trabalhando na sua vinha, encontrarão a resposta para aquela pergunta profunda que trazem dentro de vocês: qual é o sentido da minha vida?

Queridos irmãos e irmãs, não desanimemos! Mesmo nos momentos sombrios da vida, quando o tempo passa sem nos dar as respostas que procuramos, peçamos ao Senhor que saia novamente e nos alcance onde o estejamos esperando. Ele é generoso e virá em breve

 

Fonte: Bianca Fraccalvieri – Vatican News

 

 

CNBB promove encontro nacional sobre proteção de crianças e pessoas vulneráveis

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) realiza até quinta-feira, 5 de junho, um encontro formativo sobre a proteção de crianças e pessoas em situação de vulnerabilidade. O evento ocorre na Casa Dom Luciano, em Brasília (DF), e reúne representantes das Pastorais da Criança e do Menor, secretários executivos dos regionais e coordenadores de pastoral de todo o país.

“Precisamos proteger os mais frágeis e conscientizar toda a Igreja e a sociedade sobre a importância desse tema”, afirmou o padre Jânison de Sá, secretário adjunto de Pastoral da CNBB. “Por isso, reunimos agentes de pastoral de todo o Brasil para refletir, aprofundar e buscar ações concretas pelo bem-estar das crianças, adolescentes e jovens.”

Padre Jânison de Sá

 Padre Jânison também reforçou que este é o primeiro encontro que reúne diretamente agentes que atuam nas dioceses e paróquias: “A CNBB já tem uma Comissão Nacional e participou de formações internacionais, mas agora damos um passo importante ao articular quem está na ponta, para que esse trabalho de proteção alcance todas as comunidades”, salientou.

Programação

Nesta terça-feira, 3 de junho, primeiro dia do encontro, os participantes discutiram documentos da Igreja que orientam a proteção de menores, como o Vox Estis Lux Mundi, que intitui normas para prevenir e combater os abusos sexuais contra menores e adultos vulneráveis. As palestras abordaram tanto a perspectiva eclesial da proteção, com dom José Aparecido Gonçalves de Almeida, presidente da Comissão Especial de Proteção da Criança e do Adolescente da CNBB, quanto a política de proteção na realidade brasileira.

Dom João Bergamasco

No segundo dia, quarta-feira, 4 de junho, o foco será a legislação civil. O tema será conduzido pelo Dr. Hugo José Sarubbi Cysneiros de Oliveira, assessor jurídico-civil da CNBB, e sua equipe. Também estão previstas discussões em grupos temáticos sobre a criação de políticas de proteção, protocolos de atendimento e acompanhamento das vítimas.

Dom João Bergamasco, membro da Comissão para a Ação Sociotransformadora, também presente no evento, resumiu o objetivo da formação: “É preparar quem está nas pastorais para garantir que nossas crianças sejam protegidas na Igreja e na sociedade. Trabalhamos pela vida desde a concepção até a juventude, para que ninguém perca a chance de sonhar com um futuro digno e realizado.”

Igreja como espaço seguro

Dom José Aparecido

Dom José Aparecido, bispo de Itumbiara (GO) e presidente da Comissão Especial de Proteção da Criança e do Adolescente da CNBB, destacou que a Igreja deve ser um espaço seguro.

“Com as orientações dos papas Bento XVI e Francisco estamos construindo protocolos e medidas preventivas. Quando há denúncias a atuação precisa ser firme: acolhimento às vítimas e punição conforme as normas da Igreja e da legislação civil.”

Irmã Fátima de Moraes

Já a irmã Fátima de Moraes, da Comissão para a Proteção de Menores da Arquidiocese de Brasília, ressaltou a importância do apoio psicológico.

“Precisamos acolher sem julgamentos e oferecer ajuda concreta para que essas pessoas possam retomar suas vidas e reencontrar sentido. O cuidado exige preparo técnico e sensibilidade humana.”

A irmã irá conduzir um grupo temático sobre o acompanhamento das vítimas no encontro:

“É um trabalho extremamente delicado, porém ele exige muito de nós, que nós estejamos cada vez mais preparados, que tenhamos pessoas também preparadas, para que em um primeiro momento possam acolher sem julgar, sem preconceito; e ajudar para que essas pessoas possam ter a vida delas novamente reintegradas e elas possam no dia a dia descobrir a beleza e o mistério que é a própria vida”, disse.

A programação segue até a próxima quinta-feira, 5 de junho.

Fonte: CNBB – Regional Norte 1

Conheça o projeto

Conheça o projeto “O Poço da Samaritana” que oferece oficinas semanais e geração de renda para pessoas em situação de vulnerabilidade social

Conheça o projeto
Fotos Dennefer – Jornalista da Rádio Monte Roraima fm

Na zona oeste de Boa Vista, onde os índices de desemprego e violência atingem níveis alarmantes, o projeto social “O Poço da Samaritana” vem escrevendo uma nova história de transformação e esperança. Desenvolvido pela Cáritas Paroquial São Martinho em parceria com os padres Fidei Donum e as Irmãs Ursulinas, a iniciativa atende mais de 100 famílias na Área Missionária Santa Rosa de Lima.

O “Poço da Samaritana” funciona em uma casa adaptada ao lado da Igreja Santa Rosa de Lima, localizada na Rua Campo Grande, 337 – Bairro Nova Cidade, e abre suas portas de segunda a sexta-feira, nos períodos da manhã 8h às11h30 e tarde pela das 14h às 18h. As atividades são divididas em três eixos principais:

  1. Oficinas “Mãos e Arte” – Crochê, bordado, costura, confecção de terços e tapetes Objetivo: Geração de renda e capacitação profissional
  2. “Brincando e Aprendendo” – Reforço escolar para crianças e adolescentes Aulas de violão, capoeira, inglês, italiano e português para migrantes
  3. “Semeando e Colhendo Amor” – Horta comunitária (cultivo de alimentos e educação ambiental)

O padre Lorenzo Dall’Olmo, coordenador do projeto, explica com emoção como tudo começou: “Nascemos há três anos da percepção de que as pessoas precisavam muito mais que ajuda material. Elas precisavam de acolhimento, de serem ouvidas, de recuperar sua dignidade”. O religioso destaca que muitos dos assistidos chegam ao projeto em situação de completo desespero, vítimas da violência doméstica, do desemprego ou da dependência química, e ali encontram não apenas apoio, mas também oportunidades concretas de recomeço.

 Padre Lorenzo Dall’Olmo, coordenador do projeto. Foto: Dennefer Costa –  Rádio Monte Roraima


O nome do projeto faz referência ao encontro bíblico entre Jesus e a Samaritana junto ao poço – um símbolo de acolhimento, escuta e esperança. E é justamente isso que o projeto busca oferecer: um espaço onde cada pessoa possa ser ouvida, compreendida e acompanhada em sua caminhada.

A voluntária Milena Bragança, que atua no reforço escolar, compartilha sua experiência emocionante: “Quando comecei a dar aulas para crianças de 8 a 14 anos, não imaginava o quanto essa experiência iria me transformar. Muitas delas chegavam com dificuldades graves de aprendizagem, algumas sem qualquer apoio familiar. Ver o brilho nos olhos quando compreendem um novo conceito, ver sua autoconfiança crescer a cada dia – isso não tem preço. Sou formada em biologia, mas aqui ensino português e matemática, e aprendo diariamente sobre resiliência e superação.”

Voluntária Milena Bragança, atua no reforço escolar – Foto: Dennefer Costa –  Rádio Monte Roraima

Euzilene Leal, instrutora do curso de corte e costura, revela como o projeto impacta vidas: “Quando criamos a oficina de costura, queríamos oferecer mais que uma habilidade profissional. Aqui, muitas mulheres encontram não apenas uma fonte de renda, mas um espaço de acolhimento e amizade. Lembro de uma aluna que chegou cabisbaixa, sem autoestima, e hoje produz peças lindas que vende na comunidade. O mais bonito é ver como elas passam a acreditar em si mesmas. Nossas aulas vão muito além dos pontos e costuras – são sobre reconstruir vidas.”

Euzilene Leal, instrutora do curso de corte e costura – Foto: Dennefer Costa –  Rádio Monte Roraima

Doações

Recentemente, o projeto ganhou um importante reforço através de parceria com a Paróquia de Aparecida, coordenada pelo padre Luiz Botteon. “Fomos convidados a apresentar nosso trabalho durante um encontro de catequese, e a resposta foi maravilhosa”, relata padre Lorenzo. As crianças e famílias da paróquia se mobilizaram em uma campanha que arrecadou roupas, calçados e outros itens essenciais, que serão destinados ao bazar solidário do projeto. Um encontro marcado para junho promete fortalecer ainda mais essa bonita rede de solidariedade.

O projeto, que já atende cerca de 400 pessoas mensalmente, continua precisando de apoio para ampliar seu impacto. Doações de roupas, alimentos não perecíveis e materiais escolares são sempre bem-vindas, assim como o trabalho de voluntários em diversas áreas. “Cada gesto de solidariedade, por menor que pareça, tem o poder de transformar vidas”, reforça padre Lorenzo. Aqueles que desejarem conhecer ou apoiar o trabalho podem entrar em contato pelos telefones (95) 99140-4440 (Irmã Mônica) ou (28) 99945-0123 (Padre Lorenzo), ou visitar a sede na Rua Campo Grande, 337, no bairro Nova Cidade.

 FONTE/CRÉDITOS: Dennefer Costa – Jornalista da Rádio Monte Roraima fm

 

Primeiro Concurso de Manto de Nossa Senhora de Nazaré ocorreu nesta quinta-feira, 30, na Diocese de Roraima

O 1° concurso do Manto de Nossa Senhora de Nazaré, ocorreu nesta quinta-feira (30), no pátio da comunidade Nossa Senhora de Nazaré, na Diocese de Roraima.  

O evento faz parte da comemoração do Jubileu de Diamante da comunidade que esse ano completa 60 anos. O Jubileu de diamante encerra-se no dia 25 de outubro, na festa da padroeira da Amazônia.

A programação teve momento de partilha, exposição dos antigos mantos e a apresentação dos novos modelos. A banca de avaliadores foi composta por pessoas ligadas a religião católica. O manto para esta edição é um projeto que vem sendo pensado a dois anos. Esse ano o projeto saiu do papel e a comunidade lançou em março deste ano o Concurso do Manto de Nossa Senhora.

O manto escolhido foi de produção da Elizabeth Albuquerque Meireles. A autora da produção combina elementos que representam a devoção mariana, simbolizando a fé, a cultura e a flora roraimense bem como cores e detalhes que valorizam a tradição do Círio.

Foto: Elizabeth Albuquerque Meireles, ganhadora do concurso

Todos os anos, o manto para a festa da comunidade de Nossa Senhora de Nazaré vem de Belém – PA, e esse ano a produção será feita em Boa Vista, com o objetivo de valorizar a cultura local. Segundo Rosa Bonates, membro da organização. “Esse ano a gente resolveu inovar, fazer a produção local, dar oportunidade os artistas locais, aos desenhistas e aos arquitetos.” Afirmou.

A meta é que todos os anos sejam realizados edições para a escolha do manto de Nossa Senhora de Nazaré, Rosa Bonates expressou este desejo:

“Eu espero que a gente continue valorizando e realizando aqui mesmo. Porque esses mantos não vestem só a nazinha mas, nós também vestimos, porque nossas camisas terão a mesma estampa. Então, a artista que fez o desenho do manto, vai ver projeto dela estampado também nas nossas camisas”

Descrição do Manto de Nossa Senhora

As sete folhas do buritizeiro, simbolizam o número sete, como a perfeição divina, unida à criação (fruto da flora roraimense) e à maternidade espiritual de Maria, que acolhe todos os peregrinos em plenitude.

Coração Misericordioso de Maria, centralizado, simboliza o amor materno e acolhedor. Os Ramos representam a vida e delicadeza da natureza, lembrando que Ela é “flor do campo” (Ct2:1) e refúgio para os filhos.

12 folhas, florescendo ao redor do coração, representam os 12 apóstolos e as 12 tribos de Israel. Simbolizam também a fé que floresce por meio da evangelização, guiado por Maria, “Mãe da Igreja”.

As 3 listras, da barra do manto, unem o Sagrado (Igreja – representando a fachada), a criação (Rio Branco e Buriti) e a graça (humanidade), lembrando que Maria leva os fiéis como “Terra Fértil” às águas da salvação!

O lírio que a envolve proclama sua pureza e missão única: como flor intacta, Maria nos aponta o caminho para Cristo, o verdadeiro Jardim da Salvação!

Ao fechar o manto, o lírio forma um “Véu sagrado”, lembrando que Maria é “a toda envolta em luz”, guardada pela graça divina.

O manto tem como base lantejoulas em azul celeste, garantindo um brilho sutil que realça os demais elementos, respeitando as cores tradicionais do Círio.

Os detalhes serão bordados com miçangas e canutilhos nas tonalidades apresentadas no projeto (3 tons de dourado, 1 tom de prateado, 1 tom de verde, 1 tom de vermelho, 3 tons de rosa, 1 tom de azul claro, 1 tom de azul escuro, e branco).

 

Fonte: Da redação, Kayla Silva, Rádio Monte Roraima fm – sob supervisão Dennefer Costa

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Pastoral dos Migrantes e Cáritas diocesana realiza 1ª Jornada de Saúde Sem Fronteiras em Boa Vista

Nesta sexta-feira (30), a Pastoral dos Migrantes e a Cáritas Diocesana, em parceria com a Fundação Fé e Alegria, e outras instituições humanitárias realizou a 1ª edição do projeto “Jornada de Saúde sem Fronteira”. A ação ocorreu na Casa da Caridade Papa Francisco, em Boa Vista.

A casa da caridade é um espaço que oferece serviços gratuitos à essas pessoas em situação de vulnerabilidade social. “É o espaço de acolhida, é o espaço da escuta, é o espaço da orientação. Nós atendemos todas as pessoas, especialmente as que estão em situação de maior vulnerabilidade social.” Afirmou, Teresinha Santin, coordenadora da pastoral dos migrantes.

Foram prestados serviços como clínico geral, médico ortopedista, psicólogo, além de exames para testes rápidos para IST. Foram ofertadas mais de cem vagas com atendimento personalizados e orientações.

Segundo Irmã Teresinha Santin e da coordenação, o desejo é que a Jornada de Saúde Sem Fronteira seja um projeto realizado a cada dois meses na instituição. De acordo com ela, a meta é contar com o apoio de outras pastorais da diocese, como a Pastoral da Saúde e Pastoral da Criança, o objetivo é trazer médicos pediatras para as jornadas.  

Da redação, Kayla Silva, Rádio Monte Roraima fm – sob supervisão Dennefer Costa

 

 

Diocese de Roraima celebra o Jubileu das Famílias neste sábado, 31

Neste sábado, 31 de maio, às 18h, no Santuário de Nossa Senhora Aparecida, será realizada a celebração eucarística de abertura do Jubileu das Famílias. A santa missa será presidida por dom Evaristo Spengler, bispo da diocese.

Com este espírito de unidade, a Diocese de Roraima celebra o Jubileu das Famílias, que tem como tema “É tempo de júbilo”. Esta celebração tem objetivo de unir famílias, celebrar laços de unidade e renovar os valores familiares.

O jubileu das famílias é um compromisso de renovação e de esperança com as famílias do mundo. O Papa Franscisco (in memorian) na exortação apostólica amoris laetitia, afirmou “a alegria do amor que se vive nas famílias é também o júbilo da igreja”

Segundo o assessor da pastoral familiar, padre Jefferson de Almeida, este jubileu quer aproximar as famílias da comunidade “A Pastoral da Família está justamente buscando, através desse jubileu, engajar, de fato, nas paróquias, nas áreas missionárias, a Pastoral da Família, com essa iniciativa queremos trazer as famílias para a Igreja, para poderem estar participando na vida familiar de nossos paroquianos, de nossos comunitários, evangelizando, animando, incentivando, iluminando os desafios da família atualmente. E essa programação vem justamente também para abrir caminho para uma atividade mais intensa da Pastoral da Família na nossa diocese”

A Coordenadora Diocesana da Pastoral Familiar, Márcia Lima diz sobre a expectativa deste jubileu:
“Vai ser um momento de bênção das famílias, vai ser um momento onde a gente vai estar comemorando, confraternizando, celebrando a fé, renovando os laços e reafirmando o papel central da família na construção de uma sociedade melhor.”

Fonte: Da redação, Kayla Silva, Rádio Monte Roraima fm – sob supervisão Dennefer Costa

 

 

 

 

Leão XIV: sem pressa e como o Bom Samaritano, ter compaixão e parar para ajudar o próximo

O Pontífice continuou o ciclo de catequeses sobre as parábolas do Evangelho e nesta quarta-feira (28/05), dia de Audiência Geral, refletiu sobre aquela do Bom Samaritano para nos lembrar das experiências diárias em que nós encontramos a fragilidade do outro e podemos decidir “crescer em humanidade” cuidando das feridas ou passar longe: “quando seremos capazes de parar a nossa viagem e ter compaixão?”, pois “aquele homem ferido na estrada representa cada um de nós” que Jesus sempre tem cuidado.

Mais um dia de sol e calor em Roma para colaborar com a participação dos peregrinos na Audiência Geral na Praça São Pedro. Nesta quarta-feira (28/05), cerca de 40 mil fiéis ouviram o Papa Leão XVI meditar mais uma vez sobre as parábolas do Evangelho, uma forma para “nos abrirmos à esperança. A falta de esperança, por vezes, deve-se ao fato de estarmos fixados numa certa forma rígida e fechada de ver as coisas, e as parábolas nos ajudam a vê-las de outro ponto de vista”, disse o Pontífice logo no início da sua reflexão.

Cerca de 40 mil pessoas estiveram na Praça São Pedro para a Audiência Geral   (@Vatican Media)

O Bom Samaritano

A parábola usada desta vez por Leão XVI foi uma das mais famosas de Jesus, aquela do Bom Samaritano (ver Lc 10,25-37), quando um doutor da Lei que, centrado em si mesmo e sem se preocupar com os outros, interroga Jesus sobre quem é o “próximo” a quem deve amar. O Senhor procura mudar a ótica contando a parábola que “é uma viagem para transformar a questão”: não se deve perguntar quem é o próximo, mas fazer-se próximo de todos os que necessitam.

O cenário da parábola é “o caminho percorrido por um homem que desce de Jerusalém, a cidade sobre o monte, para Jericó, a cidade abaixo do nível do mar”, um caminho “difícil e intransitável, como a vida”, comentou o Pontífice. Durante o percurso, aquele homem “é atacado, espancado, roubado e deixado meio morto”. Uma experiência vivida diariamente, quando nos encontramos com o outro, com a sua fragilidade, e podemos decidir cuidar das suas feridas ou passar longe:

“A vida é feita de encontros, e nesses encontros nos revelamos quem somos. Encontramo-nos perante o outro, perante a sua fragilidade e a sua fraqueza e podemos decidir o que fazer: cuidar dele ou fingir que nada acontece.”

A compaixão é uma questão de humanidade

Um sacerdote e um levita, que “vivem no espaço sagrado”, passam pelo mesmo caminho. No entanto, “a prática do culto não leva automaticamente à compaixão”, recordou Leão XVI, porque “antes de ser uma questão religiosa, a compaixão é uma questão de humanidade! Antes de sermos crentes, somos chamados a ser humanos”.

Muitas vezes a pressa, “tão presente nas nossas vidas”, também pode nos impedir de experimentar a compaixão, que deve ser expressa em gestos concretos. “Aquele que pensa que a sua própria viagem deve ter prioridade não está disposto a parar por um outro”, alertou o Pontífice, diversamente do samaritano que se fez próximo daquele que estava ferido.

“Este samaritano para simplesmente porque é um homem perante um outro homem que precisa de ajuda. A compaixão é expressa através de gestos concretos. O evangelista Lucas detém-se nas ações do samaritano, a quem chamamos ‘bom’, mas que no texto é simplesmente uma pessoa: o samaritano se aproxima, porque se se quer ajudar alguém não se consegue pensar em manter a distância, é preciso envolver-se, sujar-se, talvez contaminar.”

O Bom Samaritano toma conta dele, “porque realmente se ajuda quem está disposto a sentir o peso da dor do outro”, ressaltou Leão XIV, porque “o outro não é um pacote para ser entregue, mas alguém para cuidar”. Como Jesus faz conosco, assim devemos fazer com nossos irmãos necessitados de auxílio:

“Queridos irmãos e irmãs, quando é que nós também seremos capazes de parar a nossa viagem e ter compaixão? Quando compreendermos que aquele homem ferido na estrada representa cada um de nós. E então a recordação de todas as vezes que Jesus parou para cuidar de nós, vai nos tornar mais capazes de sentir compaixão. Rezemos, então, para que possamos crescer em humanidade, para que as nossas relações sejam mais verdadeiras e ricas em compaixão.”

Fonte: Andressa Collet – Vatican News

Conselheira Geral das Irmãs de Jesus Bom Pastor visita pela primeira vez a Diocese de Roraima

Na manhã desta segunda-feira (26), a Conselheira Geral das Irmãs de Jesus Bom Pastor, Irmã Lucia Piai, visitou a Rádio Monte Roraima e participou do Programa Manhã Viva, com Rejane Silva.

Irmã Lucia Piai é a conselheira geral das Irmãs de Jesus Bom Pastor, conhecidas como Irmãs Pastorinhas. A congregação está presente no estado há 10 anos e atualmente conta com três religiosas em missão na região: Irmã Lusleia Chefer Sbaur, Irmã Uezineire Ribeiro e Irmã Eunice Grespan. Ambas atuam na Área Missionária Sagrado Coração de Jesus, no Bairro Cidade Satélite, em Boa Vista.

A visita da conselheira geral faz parte da missão do grupo de animação geral da congregação, que tem como objetivo fortalecer e acompanhar as comunidades espalhadas por diferentes regiões. Irmã Lúcia Piai explicou o motivo dessa presença:

“A visita tem o sentido de anima-las, escutá-las, ver qual é a sua missão e tentar ver juntas como podemos nos sentir verdadeiramente um único corpo como congregação”

A Irmã Lucia Piai, também destacou o carisma da congregação:

“A nossa missão, em geral, é uma missão de estar no meio do povo: para suscitar colaborações, participação, ajudar o povo a ser mais Igreja e ajudá-los também a conhecer Jesus Cristo — não só externamente, mas interiormente.”

Sua visita em Roraima se estenderá até o dia 28 de maio, marcando um momento de escuta e partilha.