O arcebispo de Manaus, cardeal Leonardo Steiner, é um dos membros da Assembleia Sinodal do Sínodo sobre a Sinodalidade, que realiza de 2 a 27 de outubro sua Segunda Sessão. A poucas horas de iniciar os trabalhos, o cardeal lembra os passos dados até agora no processo sinodal.
Ele destaca que “continuamos o caminho da sinodalidade proposto por Papa Francisco”, relatando os passos dados desde o início do processo: “Nos reunimos nas nossas igrejas particulares, nas conferências episcopais, nas conferências continentais e entramos na Primeira Sessão do Sínodo. O Sínodo na Primeira Sessão nos ofereceu um Documento de Síntese, depois nós refletimos mais uma vez nas nossas igrejas particulares”.
O cardeal Leonardo Steiner enfatiza que “agora iniciamos a Segunda Sessão, uma Igreja sinodal em missão, tomando a missionariedade como centro da sinodalidade, a sinodalidade em vista missão”, sublinhando que “será uma riqueza para todos nós”.
Aquele que é chamado o cardeal da Amazônia, disse que “nós que vivemos na Amazônia, que já procuramos entrar dentro desse espírito sinodal para a missão, queremos também dar a nossa contribuição, uma Igreja sinodal em missão”. Não podemos esquecer que na Igreja da Amazônia essa é uma dinâmica presente desde o Encontro de Santarém, realizado em 1972, que marcou as linhas prioritárias da evangelização na Amazônia: encarnação na realidade e evangelização libertadora. Uma dinâmica impulsionada no Sínodo para a Amazônia, que realizou sua Assembleia Sinodal em outubro de 2019, e reforçada em 2022, na comemoração dos 50 anos do Encontro de Santarém.
O arcebispo de Manaus enfatiza “a missão, anunciar o Reino de Deus, Jesus Cristo crucificado, ressuscitado, a plenitude do Reino de Deus, que é anunciado. Nós não anunciamos a Igreja, nós anunciamos Jesus crucificado, ressuscitado, o Reino de Deus plenificado”.
Finalmente, o cardeal Steiner destaca que “a Segunda Sessão, certamente há de nos oferecer elementos práticos, há de nos ajudar na orientação para continuarmos e sermos uma Igreja cada vez mais sinodal, para sermos uma Igreja sempre mais missionária, que anuncia o Reino de Deus e a sua justiça”.
Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1
No próximo dia 29 de setembro, a Rede CLAMOR Brasil se une à celebração do 110º Dia Mundial do Migrante e Refugiado, promovendo uma iniciativa especial para apoiar aqueles que enfrentam as dificuldades da migração. Com o tema escolhido pelo Papa Francisco: “Deus caminha com o seu povo”, a Rede CLAMOR convoca a todos a participar de uma missa que será presidida pelo padre jesuíta, Jerfferson Amorim, no Centro Cultural de Brasília (CCB), às 11h.
Além disso, a Rede lança um roteiro de oração e um comentário à carta papal, reforçando a importância da acolhida e da solidariedade em tempos de crise. A carta do Papa Francisco destaca a urgência de criar um ambiente seguro e acolhedor para migrantes e refugiados, que muitas vezes são vítimas de situações de vulnerabilidade e exploração, como o tráfico humano.
A Rede CLAMOR Brasil, comprometida em colaborar com essas populações, enfatiza que a oração e a conscientização são fundamentais para promover a dignidade humana e o respeito aos direitos dos migrantes. O roteiro de oração, disponível em plataformas digitais das Instituições que fazem parte da Rede, ou ainda ao final do texto, convida comunidades e indivíduos a refletirem sobre o tema e a se unirem em apoio à causa.
Além do aspecto espiritual, a Rede CLAMOR Brasil atua diretamente no enfrentamento do tráfico humano, promovendo ações de sensibilização e assistência às vítimas. A iniciativa deste ano busca não apenas celebrar, mas também mobilizar a sociedade civil a se engajar em práticas de acolhida e proteção, contribuindo para a construção de um futuro mais justo e inclusivo. Com a união de esforços, a Rede CLAMOR espera inspirar uma mudança significativa na forma como os migrantes e refugiados são tratados, reafirmando que cada vida conta e merece ser respeitada.
Clique (aqui) e acesse o roteiro celebrativo. Clique (aqui) e acesse a carta da Rede Clamor.
Por Alan Matheus Gloss / Secretário da Rede CLAMOR Brasil
A exploração sexual e o tráfico de mulheres e crianças são um crime cada vez mais presente na sociedade, que demanda o compromisso de todos e todas em vista de seu enfrentamento e erradicação. Na última segunda-feira, 23 de setembro, foi comemorado o Dia Mundial contra a exploração sexual e o tráfico de mulheres e crianças, mais uma oportunidade para conscientizar e sensibilizar os governos, a sociedade e as empresas sobre o tráfico de pessoas.
O tráfico de mulheres e crianças é uma grave violação dos direitos humanos, e não podemos ficar em silêncio diante dessa realidade, denunciar a exploração sexual e o tráfico de pessoas em todas as suas formas se torna uma exigência, que ninguém pode renunciar a ela, pois estamos diante de uma história antiga, que manifesta a desigualdade, discriminação e violência.
Violar a dignidade das pessoas é algo que não é aceitável, tratar os outros como mercadoria que pode ser comprada e vendida pelo maior lance, sempre que necessário, é uma realidade que não pode continuar mais em nossa sociedade. Não podemos esquecer que as principais vítimas são as mulheres e meninas. É por isso que desde 1999, todo 23 de setembro é lembrado esse crime e a necessidade de combatê-lo.
Estamos falando de um crime altamente lucrativo, que reporta altos benefícios, gerando 32 bilhões de dólares por ano em todo o mundo. Lucro gerado em consequência dos cerca de 2,5 milhões de pessoas que são traficadas em todo o mundo. Entre as vítimas, 65% são mulheres e meninas, e 92% das vítimas de tráfico são traficadas para fins de exploração sexual.
A exploração sexual de crianças e adolescentes ocorre principalmente no ambiente familiar, por pessoas próximas e de confiança das crianças e da família. Nos últimos anos, as redes sociais são ferramentas poderosas tanto para a exploração quanto para a conscientização. Os traficantes estão usando cada vez mais a tecnologia para traçar o perfil de suas vítimas, recrutar, controlar e explorá-las, especialmente depois da pandemia da COVID-19.
Nesse combate, é fundamental educar as crianças e as adolescentes sobre o uso seguro da internet, mostrando a necessidade de denunciar comportamentos suspeitos. Igualmente, o mundo virtual se tornou um instrumento de conscientização, que permite atingir um público mais amplo. Se faz necessário ações preventivas e de combate em busca da erradicação.
Cada um, cada uma de nós, temos que tomarmos consciência da necessidade de nos envolvermos no combate. Também depende de nós que esse crime possa ser superado e que a sociedade atual possa ser um mundo melhor para todos e todas, especialmente para os mais vulneráveis. Estar do lado das vítimas sempre é uma exigência para todos nós, nada justifica nenhum tipo de exploração e tráfico, e para isso as vítimas esperam nosso compromisso.
Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1 – Editorial Rádio Rio Mar
Dicastério da Evangelização publica nota respondendo às dúvidas sobre abertura de Portas Santas nas catedrais e santuários
Foto: Reprodução Vatican Media
O Dicastério para a Evangelização, responsável pela organização do Jubileu Ordinário 2025, reiterou que as Portas Santas serão abertas apenas nas quatro Basílicas Papais de Roma: São Pedro no Vaticano, São João de Latrão, Santa Maria Maior e São Paulo Fora dos Muros. Conforme especificado pelo Papa Francisco na Bula de Proclamação Spes non confundit.
A única exceção, por vontade pessoal do Santo Padre, será uma Porta Santa numa prisão, que será por ele mesmo aberta, “para oferecer aos presos um sinal concreto de proximidade”. Ainda não foi divulgada informações sobre data e presídio escolhido.
Na nota divulgada pela Sala de Imprensa da Santa Sé, o dicastério explica que “foi levantada a questão de se poder prever a abertura de uma Porta Santa nas Igrejas Catedrais, nos Santuários internacionais e nacionais, bem como noutros lugares de culto particularmente significativos”.
“A este propósito, embora na mais sensível consideração das motivações pastorais e devocionais que possam ter sugerido tão louvável aspiração, julga-se todavia necessário recordar as precisas indicações estabelecidas pelo Santo Padre na Bula Spes non confundit, de Proclamação do Jubileu 2025″, enfatiza a nota.
Além disso, o dicastério quis recordar que “o sinal peculiar e identificador do Ano Jubilar, tal como foi transmitido desde o primeiro Jubileu no ano 1300, é a indulgência que ‘pretende exprimir a plenitude do perdão de Deus que não conhece fronteiras’ através do Sacramento da Penitência e dos sinais da caridade e da esperança”.
O tema escolhido para 2025, inspirado em 1 Pd 3,15-16, chama a atenção para o fato de que hoje a comunicação é muitas vezes violenta, visando atacar e não estabelecer as condições para o diálogo. É, então, necessário desarmar a comunicação, purificá-la da agressão. Vatican News
“Partilhai com mansidão a esperança que está nos vossos corações” (cf. 1 Pd 3, 15-16) é o tema do próximo Dia Mundial das Comunicações Socia, como divulgado nesta terça-feira, 24 de setembro, pela Sala de Imprensa da Santa Sé.
Tema que chama a atenção para o fato de que hoje a comunicação é muitas vezes violenta, visando atacar e não estabelecer as condições para o diálogo. É, então, necessário desarmar a comunicação, purificá-la da agressão.
Dos talk shows televisivos às guerras verbais nas redes sociais, o paradigma que corre o risco de prevalecer é o da competição, da oposição e do desejo de dominar.
“Para nós, cristãos – chama a atenção o comunicado – a esperança é uma pessoa e é Cristo. E está sempre ligada a um projeto comunitário; quando falamos de esperança cristã não podemos ignorar uma comunidade que vive a mensagem de Jesus de forma credível, ao ponto de dar um vislumbre da esperança que ela traz consigo, e é capaz de comunicar ainda hoje a esperança de Cristo com as obras e as palavras.”
A Santa Sé divulgou a Mensagem do Papa Francisco para a 39ª Jornada Mundial da Juventude, a ser celebrada no dia 24 de novembro, em âmbito diocesano. Assim como no ano passado, o texto está relacionado ao Jubileu 2025, com a motivação a percorrer o caminho da esperança.
O tema escolhido pelo Papa é “Aqueles que esperam no Senhor, caminham sem se cansar” (cf. Is 40,31), expressão retirada do chamado Livro da Consolação (Is 40-55), que anuncia o fim do exílio de Israel na Babilônia e o início de uma nova fase de esperança e de renascimento para o povo de Deus, que pôde regressar à sua pátria graças a um novo “caminho” que, na história, o Senhor abriu aos seus filhos (cf. Is 40, 3).
No contexto atual, Francisco recorda as situações dramáticas que geram desespero e impedem olhar para o futuro com espírito sereno: a tragédia da guerra, as injustiças sociais, as desigualdades, a fome, a exploração do ser humano e da criação. E os jovens, muitas vezes, pagam o preço mais alto dessas situações ao sentirem a incerteza do futuro e não vislumbrarem perspectivas seguras para seus sonhos, “correndo assim o risco de viver sem esperança, prisioneiros do tédio e da melancolia, por vezes arrastados para a ilusão da transgressão e das realidades destrutivas”.
Na peregrinação da vida, podem se apresentar o cansaço, a ansiedade, a tristeza e o tédio. O Papa ressalta a esperança como força que “vence todo o cansaço, toda a crise e toda a ansiedade, dando-nos uma forte motivação para avançar, porque é um dom que recebemos do próprio Deus: Ele enche o nosso tempo de sentido, ilumina-nos o caminho, indica-nos a direção e a meta da vida”.
“A esperança é precisamente uma força nova, que Deus infunde em nós, que nos permite perseverar na corrida, que nos dá uma ‘visão de longo alcance’, que ultrapassa as dificuldades do presente e nos orienta para uma meta concreta: a comunhão com Deus e a plenitude da vida eterna. Se há uma bela meta, se a vida não se dirige para o vazio, se nada daquilo que sonho, projeto e realizo se perde, então vale a pena caminhar e suar, suportar os obstáculos e enfrentar o cansaço, porque a recompensa final é maravilhosa!”, disse o Papa.
O Papa compara os desafios da pegrinação da vida com os momentos de crise enfrentados. Esses momentos, ressalta, “não são tempos perdidos ou inúteis, mas podem revelar-se importantes oportunidades de crescimento. São tempos de purificação da esperança!”.
E, durante as crises, as esperanças falsas são desfeitas e cada um pode perguntar-se em que esperanças a vida está baseada, se são verdadeiras ou são ilusões.
“Nestes momentos, o Senhor não nos abandona; aproxima-se com a sua paternidade e dá-nos sempre o pão que revigora as nossas forças e nos põe de novo a caminho”, disse o Papa, convidando a redescobrir “o grande dom da Eucaristia”.
Outro convite do Papa é descansar como Jesus e em Jesus “nos inevitáveis momentos de cansaço da nossa peregrinação neste mundo”.
“Quando o cansaço do caminho vos pesar, voltai para Jesus, aprendei a descansar n’Ele e a permanecer n’Ele, pois “aqueles que esperam no Senhor […] caminham sem se cansar” (Is 40,31)”.
De turistas a peregrinos
No caminho, os jovens são convidados ainda a descobrir a vida, nas pegadas do amor, em busca do rosto de Deus. E a recomendação é não partir como meros turistas, mas como peregrinos.
“Que a vossa caminhada não seja apenas uma passagem pelos lugares da vida de forma superficial, sem captar a beleza do que encontrais, sem descobrir o sentido dos caminhos percorridos, captando só breves momentos, experiências fugazes registradas numa selfie. O turista faz isso. O peregrino, pelo contrário, mergulha de alma e coração nos lugares que encontra, fá-los falar, torna-os parte da sua busca de felicidade. A peregrinação jubilar quer, portanto, tornar-se o sinal do caminho interior que todos somos chamados a fazer para chegar ao destino final”.
Peregrinar no Ano Jubilar
No contexto do Jubileu da Esperança, o Papa Francisco diz que espera que seja possível a muitos jovens ir até Roma em peregrinação para atravessar as Portas Santas, sendo “um momento de encontro vivo e pessoal com o Senhor Jesus, ‘porta’ de salvação”. Essa proposta tem a orientação de ser vivida com três atitudes fundamentais: a ação de graças, a procura e o arrependimento.
“Neste próximo Ano Santo da Esperança, convido-vos a todos a experimentar o abraço do Deus misericordioso, a experimentar o seu perdão, a remissão de todas as nossas ‘dívidas interiores’, como era tradição nos jubileus bíblicos. E assim, acolhidos por Deus e renascidos n’Ele, também vós vos tornais braços abertos para tantos dos vossos amigos e colegas que precisam de sentir, através do vosso acolhimento, o amor de Deus Pai”, motiva Francisco nos trechos finais de sua mensagem.
O tema escolhido para 2025, inspirado em 1 Pd 3,15-16, chama a atenção para o fato de que hoje a comunicação é muitas vezes violenta, visando atacar e não estabelecer as condições para o diálogo. É, então, necessário desarmar a comunicação, purificá-la da agressão.
Vatican News
“Partilhai com mansidão a esperança que está nos vossos corações” (cf. 1 Pd 3, 15-16) é o tema do próximo Dia Mundial das Comunicações Socia, como divulgado nesta terça-feira, 24 de setembro, pela Sala de Imprensa da Santa Sé.
Tema que chama a atenção para o fato de que hoje a comunicação é muitas vezes violenta, visando atacar e não estabelecer as condições para o diálogo. É, então, necessário desarmar a comunicação, purificá-la da agressão.
Dos talk shows televisivos às guerras verbais nas redes sociais, o paradigma que corre o risco de prevalecer é o da competição, da oposição e do desejo de dominar.
“Para nós, cristãos – chama a atenção o comunicado – a esperança é uma pessoa e é Cristo. E está sempre ligada a um projeto comunitário; quando falamos de esperança cristã não podemos ignorar uma comunidade que vive a mensagem de Jesus de forma credível, ao ponto de dar um vislumbre da esperança que ela traz consigo, e é capaz de comunicar ainda hoje a esperança de Cristo com as obras e as palavras.”
Em coletiva de imprensa realizada nesta terça-feira, 24, detalhes sobre próxima edição do maior evento para a juventude católica do mundo foram apresentados
Mais ou menos 20 representantes das igrejas locais do Regional Norte1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil se reuniram na Maromba de Manaus, de 20 a 22 de setembro de 2024, para participar da Assembleia do Conselho Missionário Regional (COMIRE), que deu início com uma mística de abertura, a apresentação das atividades e uma escuta das igrejas locais, organismos, instituições e Pontifícias Obras Missionárias (POM).
Os participantes partilharam os ecos do Congresso Missionário Nacional, realizado em Manaus em novembro de 2023, refletindo sobre o tema da Campanha Missionária 2024, “Ide, convidai a todos para o banquete”. Igualmente, a assessora da Comissão Episcopal para Ação Missionária e Cooperação Intereclesial da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Ir. Eliane Santana, apresentou o Programa Missionário Nacional.
Foi estudado o Regulamento do COMIRE e indicada a Equipe de Coordenação, que será apresentada à Presidência e os bispos do Regional Norte1 da CNBB para sua aprovação. Está formada por Helen Prestes, padre Gutemberg Gonçalves Pinto, Aparecida Severo da Silva, Jussara Goes Fonseca, Ângelo Prestes Marques, irmã Valéria Opreni. A assembleia foi encerrada com a Missa de envio.
Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1
No discurso entregue à Pontifícia Academia das Ciências, Francisco expressa preocupação pelo forte impacto da humanidade na natureza e nos ecossistemas e nos convida a considerar os benefícios e as graves implicações negativas da Inteligência Artificial, que pode “moldar a opinião pública, influenciar as escolhas de consumo e interferir nos processos eleitorais”. O Pontífice recomenda considerar as “dimensões imutavelmente humanas e éticas de todo o progresso científico e tecnológico”.
Mariangela Jaguraba – Vatican News
“Todos nós estamos cada vez mais preocupados com o forte impacto da humanidade sobre a natureza e os ecossistemas.” É o que escreve o Papa Francisco no discurso entregue aos participantes da assembleia plenária da Pontifícia Academia das Ciências, nesta segunda-feira (23/09).
No texto, o Papa agradece ao presidente da Pontifícia Academia das Ciências, Joachim von Braun, e ao chanceler, cardeal Peter Turkson, e aos acadêmicos por terem escolhido os temas do Antropoceno e da Inteligência Artificial para estudo e debate na Assembleia Plenária deste ano.
Segundo Francisco, alguns membros desta Academia “foram os primeiros a identificar o impacto crescente das atividades humanas sobre a criação, estudando os riscos e problemas relacionados a ele. O Antropoceno está de fato revelando suas consequências cada vez mais dramáticas para a natureza e para os seres humanos, especialmente na crise climática e na perda de biodiversidade”.
O Papa agradece a Pontifícia Academia das Ciências por “continuar concentrar-se em questões como estas, com particular atenção às suas implicações para os pobres e marginalizados. As ciências, na sua busca de conhecimento e compreensão do mundo físico, nunca devem perder de vista a importância de utilizar esse conhecimento para servir e promover a dignidade das pessoas e da humanidade como um todo”.
“Como o mundo enfrenta sérios desafios sociais, políticos e ambientais, vemos claramente a urgência de um contexto mais amplo, em que o discurso público inclusivo não seja apenas informado por diferentes disciplinas científicas, mas também pela participação de todos os componentes sociais”, escreve Francisco, elogiando a intenção da Academia, em suas várias Conferências, de prestar atenção, em seus debates, às pessoas marginalizadas e pobres, incluindo os povos indígenas e sua sabedoria.
A propósito de Inteligência Artificial, o Papa recorda que ela pode ser benéfica para a humanidade, “ao promover inovações nos campos da medicina e da saúde, além de ajudar a proteger o ambiente natural e possibilitar o uso sustentável de recursos à luz das mudanças climáticas. Entretanto, como vemos, ela também pode ter sérias implicações negativas para a população, especialmente para crianças e adultos vulneráveis. Além disso, é necessário reconhecer e prevenir os riscos de usos manipuladores da Inteligência Artificial para moldar a opinião pública, influenciar as escolhas de consumo e interferir nos processos eleitorais”.
Segundo Francisco, “esses desafios nos lembram as dimensões imutavelmente humanas e éticas de todo o progresso científico e tecnológico”. O Papa reitera “a convicção da Igreja de que «a dignidade intrínseca de cada pessoa e a fraternidade que nos une como membros da única família humana devem estar na base do desenvolvimento das novas tecnologias […]. Os desenvolvimentos tecnológicos que não levam a uma melhoria da qualidade de vida de toda a humanidade, mas, pelo contrário, aumentam as desigualdades e os conflitos, nunca podem ser considerados um verdadeiro progresso»”.
“Neste sentido, o impacto das formas de Inteligência Artificial em cada população e na Comunidade internacional requer maior atenção e estudo. Apraz-me saber que a Pontifícia Academia das Ciências está trabalhando, por sua vez, para propor regras adequadas para prevenir riscos e promover benefícios neste campo complexo”, escreve ainda o Pontífice.
“Num momento em que as crises, as guerras e as ameaças à segurança mundial parecem prevalecer, as contribuições” da Pontifícia Academia das Ciências “para o progresso do conhecimento a serviço da família humana são ainda mais importantes para a causa da paz mundial e da cooperação internacional”, conclui o Papa.