🫵🏽🌎 A REPAM convida você a participar dessa celebração!
🥳🏹 Celebremos a primeira década da REPAM como uma fonte de vida e esperança para a humanidade, para que ela continue a nos encorajar em nosso compromisso com a justiça social, a ecologia integral e a defesa dos direitos nos territórios junto aos povos amazônicos.
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🄳🄰🅃🄰 quinta-feira 12 de setembro de 2024
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8:30 AM (Bogotá, Lima e Quito)
9:30 AM (Caracas, La Paz e Manaus)
10:30 AM (Brasilia e Caiena)
Acompanhe a transmissão através do facebook e youtube da REPAM.
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A Pastoral da Saúde teve uma participação ativa e significativa no III Encontro das Comunidades Eclesiais de Base (CEBs)
A Pastoral da Saúde teve uma participação ativa e significativa no III Encontro das Comunidades Eclesiais de Base (CEBs), realizado nos dias 6, 7 e 9 de setembro de 2024. Durante este evento, nossa equipe se dedicou a oferecer atendimentos e orientações aos participantes, promovendo o bem-estar e a saúde integral.
Os voluntários da Pastoral realizaram diversos atendimentos, como Massoterapia, Acupuntura distal , Auriculoterapia, Reflexologia Podal, Fitoterapia, Florais de Bach, e orientacoes sobre cuidados com a saúde mental e física. A interação com os participantes foi enriquecedora, permitindo que muitos conhecessem as práticas holísticas e seus benefícios.
Além disso, criamos um espaço acolhedor onde os participantes puderam relaxar, refletir e renovar suas energias. A Pastoral da Saúde reafirmou seu compromisso em cuidar não apenas do corpo, mas também da mente e do espírito, alinhando-se perfeitamente ao espírito do encontro.
Agradecemos a todos agentes da Pastoral da Saúde.
Assembleia da CRB elege Ir. Gervis Monteiro coordenadora no Regional Norte1
A Vida Religiosa do Regional Norte1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) realizou sua assembleia eletiva na Maromba de Manaus de 30 de agosto a 1º de setembro, com mais ou menos 50 participantes. O tema da Assembleia foi “Ressignificar a Vida Religiosa Consagrada em uma Igreja Sinodal e Missionária encarnada na Amazônia”, tendo como iluminação bíblica “Vós, porém, não queirais ser chamados Rabi, porque um só é o vosso Mestre, a saber, o Cristo, e todos vós sois irmãos” (Mt. 23,8).
Uma Assembleia que “por se tratar de uma assembleia eletiva houve muitos momentos orantes, a convivência foi muito harmoniosa e fraterna”, segundo o bispo da diocese de Borba e referencial da Vida Religiosa no Regional Norte1, dom Zenildo Luiz Pereira da Silva. A temática principal foi trabalhada pela Ir. Sônia Matos com uma mística.
Antes disso, a eleição deu início com a acolhida da Ir. Maria Couto e as palavras de dom Zenildo Luiz Pereira da Silva. Após ser aprovado o Regimento para a escolha da nova coordenação, foram se apresentando os grupos: Rede um Grito pela Vida, formadoras e formadores, Juninter, novas gerações, SAV, RACJ, leigos e leigas que participam dos carismas congregacionais; núcleos: Manaus, Roraima, Itacoatiara, Coari, Parintins, Tefé, Borba, São Gabriel da Cachoeira e Alto Solimões; e a coordenação regional que estava encerrando seu serviço e fez um relatório das atividades realizadas.
A Vida Religiosa é muito importante nas igrejas locais do Regional Norte1 da CNBB, e está presente em todas as dioceses e prelazias. O bispo referencial agradeceu o trabalho realizado pela Vida Religiosa na missão na Amazônia, parabenizando pelo trabalho que a Vida Religiosa realiza nas igrejas locais. A Assembleia foi encerrada com uma Eucaristia presidida pelo arcebispo de Manaus e presidente do Regional Norte1 da CNBB, cardeal Leonardo Steiner.
A nova coordenadora da Vida Religiosa no Regional Norte1 é a Ir Gervis Monteiro, religiosa Paulina. A equipe de coordenação é formada pela Ir. Sonia Matos – ASC, o Ir. Francisco Arnold- FMS, a Ir. Elis dos Santos- SDP, a Ir. Magda Marcelino – FMA e a Ir. Terezinha Santin – MSCS.
Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1
Encontro das CEBs reunirá fiéis em Roraima para refletir sobre a Igreja na Amazônia
O encontro contará com a participação de aproximadamente 200 delegados da comunidades de Roraima e Amazonas.
Nos dias 6, 7 e 8 de setembro de 2024, a Comunidade São Bento, da Paróquia São Jerônimo, em Boa Vista – Roraima, será o palco do 3º Encontro Intereclesial de Comunidades Eclesiais de Base (CEBs) do Regional Norte 1 da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), que abrange os estados do Amazonas e Roraima.
Com o tema “CEBs, Igreja na Amazônia – Casa do Encontro, da Acolhida e da Ministerialidade” e o lema “Acolhei a todos no Senhor, de maneira digna, como convém aos santos” (Rm 16, 20), o evento busca fortalecer as comunidades na Amazônia e promover a reflexão sobre o papel da Igreja na região amazônica.
O encontro contará com a participação de aproximadamente 200 delegados da comunidades de Roraima e Amazonas, além das diversas equipes de serviço. Estarão presentes também assessores e palestrantes, como a professora Márcia Oliveira, da UFRR, que fará uma “Análise de Conjuntura com Rosto Amazônico e Eclesial”; Marilza Schuina, representante da Ampliada Nacional das CEBs, lideranças religiosas, como Dom Zenildo Lima, bispo auxiliar de Manaus, que falará sobre comunidade “Casa do Encontro e da Acolhida”. A Irmã Sônia Matos falará sobre “Ministerialidade”, trazendo uma visão sobre o serviço e a missão da Igreja na região amazônica. A programação contará também com a participação de jovens, líderes, vindos como representantes de suas comunidades.
Além de palestras, rodas de conversa, trabalhos de grupos e plenárias, o evento também contará com momentos de oração, celebração, atividades culturais, proporcionando um espaço de convivência e troca de experiências entre as dioceses, prelazias e arquidiocese participantes.
Programação do Encontro
O evento terá início na sexta-feira, 6 de setembro, com a celebração de abertura e uma série de palestras e atividades em grupo ao longo do dia. No sábado, 7 de setembro, a programação segue com novas discussões e momentos de reflexão, incluindo o “Grito dos Excluídos”. No domingo, 8 de setembro, o encontro será concluído com uma missa de encerramento e o envio dos participantes, celebrando a unidade e o compromisso das comunidades com o Evangelho de Jesus Cristo.
Este encontro é uma oportunidade para os participantes aprofundarem seu entendimento sobre a missão e o papel da Igreja na Amazônia, fortalecerem os laços de fé e comunhão entre as comunidades.
Serviço:
- Data: 6 a 8 de setembro de 2024
- Local: Paróquia São Jerônimo, Comunidade São Bento, Roraima
- Informações: Acolhida das caravanas a partir do dia 5 de setembro.
FONTE/CRÉDITOS: Dennefer Costa
Santa Teresa de Calcutá, fundadora, missionária e mãe dos pobres
Origens
Agnes Gonxha Bojaxhiu, a futura Madre Teresa nasceu em uma família albanesa, em Skopje, no dia 26 de agosto de 1910. Foi batizada com o nome de Gonxha Agnes.
Desde pequena, foi acostumada, pelos seus pais, a viver louvando ao Senhor e ajudando os mais necessitados. Não causa surpresa, portanto, quando, aos dezoito anos, fez a escolha de se tornar missionária.
Missão na Índia
Em setembro de 1928, Agnes deixa a sua casa e entra para o Instituto da Bem-aventurada Virgem Maria em Dublin. Ali, recebeu o nome de Maria Teresa.
No ano seguinte, foi para a Índia, onde, por quase 20 anos, viveu feliz em uma escola da sua Congregação, lecionado aos jovens ricos da região.
Em 10 de setembro de 1946, ocorreu o que Madre Teresa definia como a sua “chamada na chamada”. Naquele dia, Jesus revela-lhe a sua tristeza pela indiferença e o desprezo dos pobres, e pede à religiosa para ser o reflexo da sua Misericórdia: “Venha, seja minha luz. Não posso caminhar sozinho”.
Missionárias da Caridade
Em 1946, decidiu abandonar o convento e viver para os pobres. Madre Teresa funda as Missionárias da Caridade, veste o sári indiano e inicia a sua nova missão entre os últimos de Calcutá: os descartados, aqueles que “não são queridos, não amados, não cuidados”. Logo se unem a ela as suas ex-alunas.
Em poucos anos, a Congregação – reconhecida, em 1950, pelo arcebispo de Calcutá e, em 1965, por Paulo VI –, difundiu-se por todas as partes do mundo, onde os pobres precisam de ajuda e, sobretudo, de amor: foram abertas casas na África e na América Latina, mas também nos Países comunistas e até na União Soviética.
A sua figura torna-se cada vez mais popular no mundo todo. Mas quando lhe perguntam qual o “segredo do seu sucesso”, ela responde com simplicidade impressionante: “Rezo”.
Relação Fraterna com Papas
Estimada profundamente pelo Papa Paulo VI que, ao término da sua viagem à Índia, deu de presente aos “seus pobres” seu papamóvel. Madre Teresa teve uma relação fraterna com o Papa João Paulo II. Foi memorável a visita que o Papa polonês fez à sua casa, em Calcutá, onde a Madre acolhia os moribundos. Foi precisamente o Papa Wojtyla que quis a presença das Missionárias da Caridade no Vaticano, em uma estrutura denominada “Dom de Maria”.
Caridade e Amor à vida
Toda a vida e a obra de Madre Teresa oferecem testemunho da alegria de amar e do valor das pequenas coisas feitas com fidelidade e com amor. Ainda hoje, os sinais da sua presença são tangíveis através das suas obras que as Missionárias da Caridade levam adiante em todo o mundo. Sempre pronta a inclinar-se diante dos pobres e necessitados.
Madre Teresa dedicou-se, com todas as suas forças, à defesa da vida nascente. Inesquecível o seu discurso na entrega do Prêmio Nobel da Paz, em 17 de outubro de 1979: “O maior destruidor da paz – afirmou na ocasião – é o aborto”. E frisou: “A vida das crianças e dos adultos é sempre a mesma vida. Toda existência é a vida de Deus em nós”.
Páscoa
Nos últimos anos da sua vida, apesar da sua enfermidade e da “noite escura do espírito”, ela não poupou esforços e continuou a se dedicar, incessantemente, às necessidades dos que mais precisavam. Madre Teresa faleceu no dia 5 de setembro de 1997 em Calcutá.
Seu corpo foi transferido para a Igreja de San Tommaso, adjacente ao Convento de Loreto, onde ela havia chegado quase 69 anos antes. Centenas de milhares de pessoas de todas as classes sociais e religiões vieram da Índia e do exterior para homenageá-la. Recebeu um funeral de Estado em 13 de setembro. Depois que o cortejo fúnebre passou em procissão pelas ruas de Calcutá, foi sepultada na Casa Mãe das Missionárias da Caridade; seu túmulo tornou-se um destino de peregrinação para pessoas de todas as religiões.
Obra Missionária
Após sua páscoa, as suas Irmãs estavam presentes em 610 casas de missão e espalhadas em 123 países do mundo. Sinal de que a misericórdia não tem confins e atinge a todos, sem nenhuma distinção. “Talvez eu não saiba falar a sua língua, mas posso sorrir”, como costumava dizer sempre.
Milagre no Brasil
O processo de canonização de Madre Teresa teve início com um milagre envolvendo um brasileiro. Marcílio Haddad Andrino, morador da cidade de Santos (SP), foi diagnosticado com hidrocefalia e uma infecção no cérebro. Foi curado após sua esposa rezar pedindo a intercessão de Madre Teresa de Calcutá.
Via de Santificação
Menos de dois anos depois da sua morte, por causa da sua grande fama de santidade e das graças obtidas pela sua intercessão, São João Paulo II permitiu a abertura da Causa de Canonização. Em 19 de outubro de 2003, foi proclamada beata. Foi canonizada em 04 de setembro de 2016, pelo Papa Francisco, na Basílica de São Pedro.
Minha oração
“Mãe dos pobres, quanta dor ao ver as dificuldades dos nossos irmãos que sofrem com as misérias, dai a nós a mesma disponibilidade e abertura de coração para com essas realidades. Queremos ser instrumentos de cuidado e amor para com todos os nossos irmãos. Amém!”
Santa Teresa de Calcutá, rogai por nós!
Santa Rosália, virgem que levou uma vida de penitência e alimentada pela Eucaristia
Origem da devoção
Na Sicília, existe um culto muito intenso a três jovens santas virgens, Lúcia de Siracusa; Ágata, padroeira de Catania; e Rosália, padroeira de Palermo. O seu culto estendeu-se a todos os países onde chegaram as hostes de emigrantes sicilianos, que trouxeram consigo a memória pungente da sua ilha natal e das suas tradições, juntamente com o culto sincero e profundo aos três santos sicilianos. Mas Lúcia de Siracusa († 304) e Santa Ágata de Catania († 250 ca.) foram martirizadas durante as perseguições contra os primeiros cristãos. Já santa Rosália é uma virgem não mártir, que viveu muitos séculos depois e se tornou a padroeira de Palermo, em 1666, com um culto oficial estendido a toda a Sicília.
No entanto, a “Santuzza”, como é carinhosamente chamada pelos palermitanos, estabeleceu-se como uma das santas mais conhecidas e veneradas no cristianismo siciliano e em particular no de Palermo; ainda hoje, em qualquer parte do mundo, os palermitanos se encontram, trocam a saudação “Viva Palermo e Santa Rosália!”.
Mesmo com lendas de seu passado, não há como negar a santidade
Infelizmente, há pouca informação sobre sua vida, em parte lendária, mas gostaria de considerar com o escritor florentino Piero Bargellini que: “É bem verdade que as lendas são como o vilucchio (trepadeira) em volta do caule da planta; a planta já estava lá antes que o vilucchio a envolvesse. Então, já existia a santidade antes que a lenda a cobrisse com suas flores fantásticas”.
E isso é verdade para todos os santos que em tantos séculos e lugares deram a vida, muitas vezes sofrendo o martírio, permaneceram ignorados, às vezes até por muito tempo, até que sua existência, seu sacrifício, suas virtudes heróicas fossem conhecidas pelo povo de Deus e da Igreja.
Suas origens
É o caso de Santa Rosália que nasceu em Palermo no século XII e, segundo os antigos livros litúrgicos, morreu em 4 de setembro de 1160 com a idade de 35 anos. Diz a lenda que era filha do duque Sinibaldo, senhor feudal, senhor de Quisquinia e Rose, localidades situadas entre Bivona e Frizzi, na zona de Palermo, e de Maria Guiscarda, prima do rei normando Rogério II; muito jovem, foi chamada ao Palazzo dei Normanni, à corte da rainha Margherita, esposa de Guilherme I da Sicília (1154-1166); sua beleza atraiu a admiração de nobres cavaleiros; segundo a tradição popular, o pretendente mais assíduo foi Balduíno, o futuro rei de Jerusalém.
Rosália viveu naquele feliz período de renovação cristã-católica que os reis normandos restabeleceram na Sicília, depois de expulsarem os árabes que a haviam tomado de 827 a 1072; favorecendo a expansão dos mosteiros basilianos na Sicília oriental e dos beneditinos na Sicília ocidental; apreciando também a obra religiosa e monástica dos cartuxos de São Bruno e o cisterciense de São Bernardo de Clairvaux.
Fervor e renovação religiosa
Nesta atmosfera de fervor e renovação religiosa, enraizou-se a vocação eremítica da jovem nobre Rosália; deve-se dizer que, naquela época, o eremita florescia naqueles séculos, tanto no campo masculino quanto no feminino.
A exemplo dos anacoretas, que abandonavam o seu conforto e a sua vida ativa, retiravam-se para uma gruta ou cela, geralmente nas imediações de uma igreja ou convento, para poderem participar nas funções litúrgicas e ao mesmo tempo ter uma vida religiosa e assistência de monges próximos; então Rosália retirou-se para uma gruta do feudo paterno de Quisquina a cerca de 90 km de distância de Palermo, nas montanhas Sicani, na província de Agrigento no território de Santo Stefano Quisquina, perto de um convento de monges basilianos.
Dali, a jovem eremita, após um período indefinido de penitência, mudou-se para uma caverna no Monte Pellegrino, um promontório estupendo em Palermo; ao lado de uma igreja bizantina pré-existente, em uma cela construída sobre o poço ainda existente.
Fama de santidade e Páscoa
Também aqui nas redondezas, os beneditinos tinham um convento e puderam acompanhar e ser testemunhas da vida eremita e contemplativa de Rosália, que vivia na oração, na solidão e na mortificação; muitos palermitanos subiram a montanha atraídos por sua reputação de santidade.
Segundo a tradição, ela morreu em 4 de setembro, presumivelmente no ano de 1160. Mais tarde, ela foi objeto de culto com a construção de igrejas a ela dedicadas em várias áreas da Sicília, bem como a capela já no Monte Pellegrino e reproduzida em imagens na catedral de Palermo e Monreale; uma igreja foi construída longe, em Rivello (Potenza) na diocese de Policastro.
Após sua morte
Mas, no início de 1600, seu culto havia expirado a tal ponto que ela não era mais invocada nas ladainhas dos santos padroeiros de Palermo; no entanto, isto não exclui um culto ininterrupto ainda que de tom menor, que se prolongou nos quatro séculos e meio, que vão desde a sua morte até 1600. Até ao início do século XVI, os chamados “eremitas de santa Rosalia” vivendo em algumas cavernas próximas àquela onde tradicionalmente viveu e morreu o jovem eremita.
Em meados do séc. XVI, o vice-rei Giovanni Medina mandou edificar, junto à gruta, um convento adaptado à igreja da “Ordem Franciscana Reformada de Santa Rosália e Monte Pellegrino”. Em todo caso, estudiosos hagiógrafos encontraram documentos que atestam, já em 1196, e nas décadas seguintes, que a eremita era chamada de “Santa Rosália”.
Uma recuperação por sua intercessão
E chegamos a 26 de maio de 1624, quando uma mulher (Girolama Gatto) com uma doença terminal, viu em sonho uma menina vestida de branco, que prometia sua recuperação se ela jurasse subir ao Monte Pellegrino para agradecer-lhe.
A mulher subiu a montanha com duas amigas, estava novamente com febre quartã, mas assim que bebeu a água, na qual pinga da gruta, sentiu-se curada, caindo num torpor repousante e aqui a jovem vestida de branco reapareceu para ela, sendo reconhecida como Santa Rosália, que lhe mostrou o local onde estavam enterradas as suas relíquias.
Encontro de suas relíquias
A coisa foi relatada aos frades franciscanos eremitas do convento próximo, que já no século XVI com seu superior Benedetto il Moro (1526-1589), havia tentado encontrar as relíquias (restos mortais) sem sucesso; então retomaram a busca, auxiliados por três fiéis, até que em 15 de julho de 1624, a uma profundidade de quatro metros, encontraram uma pedra de seis palmos de comprimento e três de largura, aos quais os ossos aderiram.
Por ordem do cardeal arcebispo de Palermo Giannettino Doria, a pedra foi transferida para a cidade em sua capela privada, onde foi examinada com os restos encontrados por teólogos e médicos; o resultado foi decepcionante, tendo-se acordado que os ossos poderiam pertencer a mais de um corpo e então nenhum dos três crânios encontrados parecia pertencer a uma mulher.
Prática da devoção a santa Rosália, apoiada pelo cardeal
O cardeal, não convencido, nomeou uma segunda comissão; enquanto isso Palermo foi atingido pela peste no verão de 1624, fazendo milhares de vítimas (a mesma epidemia que atingiu Milão e descrita por Manzoni em seu ‘Os Noivos’). O cardeal reuniu pessoas e autoridades na catedral e todos juntos pediram ajuda a Nossa Senhora, fazendo voto de defender o privilégio da Imaculada Conceição de Maria, argumento conflitante na Igreja da época e, ao mesmo tempo, declara Santa Rosália padroeira principal de Palermo, venerando suas relíquias quando seriam reconhecidas.
A tudo isso se acrescenta a descoberta de dois pedreiros de Palermo, que trabalhando no convento dominicano de São Stefano, encontraram em uma caverna em Quisquina, em 24 de agosto de 1624, uma inscrição latina desconhecida de todos, que se acredita ter sido gravada pela mesma Santa Rosália quando lá viveu e que disse: “Eu Rosália, filha de Sinibaldo, senhor de Quisquina e (del Monte) delle Rose, por amor de meu Senhor Jesus Cristo, decidi viver nesta gruta”, que confirmou a ermida anterior, seguida da do Monte Pellegrino.
Confirmação
Em 11 de fevereiro de 1625, a nova comissão estabeleceu que os ossos pertenciam a apenas uma pessoa claramente feminina, dos três crânios, descobriu-se que dois eram uma jarra de terracota e uma pedra, enquanto o terceiro, que parecia muito grande, foi ampliado por depósitos calcários, que ao serem removidos revelavam um crânio feminino; a primeira comissão também reexaminou os restos mortais e concordou com o resultado da segunda comissão.
A isso se somou a um prodígio. Um homem, tendo morrido de peste, e Vincenzo Bonelli, não tendo informado, fugiu para o Monte Pellegrino e lá, a “Santuzza” apareceu para ele, prevendo sua morte pela peste e ordenando-lhe, se ele queria a proteção para a sua alma, deveria dizer ao cardeal que não se duvida mais da autenticidade das relíquias e as carregasse em procissão pela cidade, só assim acabaria a peste.
Basílica com as relíquias e devoção
De volta à cidade, Vincenzo Bonelli realmente adoeceu com a peste e antes de morrer confessou o que lhe fora revelado. Em 9 de junho de 1625, a urna construída especialmente para as relíquias foi levada em procissão com a participação de toda a população e com grande solenidade; a peste começou a regredir, e, no dia 15 de julho, quando foi feita a peregrinação ao Monte Pellegrino, no aniversário da descoberta das relíquias, não apareceram mais casos de peste.
O cardeal mandou construir um magnífico altar na catedral, onde foi colocada a sumptuosa urna de prata maciça com as relíquias da santa, cujo nome foi tradicionalmente interpretado como um composto de ‘rosa’ e ‘lírios’, símbolos de pureza e união mística; por isso a ‘Santuzza’ é representada com a cabeça rodeada de rosas.
A partir desse ano de 1625, foi autorizado e reavivado pela Igreja de Palermo o culto à virgem eremita rezando e contemplando no Monte Pellegrino, como testemunho de uma ascese cristã excepcional, que, ao longo dos séculos, nunca foi esquecida pelo povo de Palermo. Há 350 anos, os peregrinos escalam a montanha, definida por Goethe em sua ‘Viagem à Itália’ como o promontório mais bonito do mundo.
Era difícil subir a pé, até que o Senado Palermitano mandou construir uma ousada estrada entre pinheiros e eucaliptos em 1725. Palermo sempre homenageou Santa Rosalia, de acordo com os dois feriados estabelecidos em 1630 pelo Papa Urbano VIII, que os incluiu no ‘Martirológio Romano’, ou seja, 15 de julho, aniversário da descoberta das relíquias; e 4 de setembro, dia da morte do ‘Santuzza ‘; as festividades sobretudo a de julho duram uma semana, com a participação de todo o povo e muitos emigrantes que regressam para a ocasião.
A estátua da ‘Santuzza’ cercada por outras estátuas, domina o topo da chamada ‘máquina’ que é uma carruagem em forma de navio, na qual também há uma banda musical, que é transportada pela cidade, toda chamada “U Fistinus”.
A segunda festa a 4 de setembro realiza-se em peregrinação ao santuário do Monte Pellegrino, onde incorporando a gruta se construiu um santuário, cuja pitoresca fachada remonta ao século XVII, no seu interior se acumularam muitas obras de arte dos vários séculos sucessivos; uma parte ainda está aberta ao céu, as paredes estão cobertas de ex-votos e lápides deixadas por visitantes ilustres.
Visitas a suas relíquias
Uma porta separa, esta primeira parte do santuário da gruta onde se encontram altares e singulares obras de arte, que recordam a presença do santo; em frente ao local onde foram encontradas as relíquias de ‘Santuzza’ ergue-se o estupendo altar coberto por um dossel, com um suntuoso sacrário encimado por uma estátua de prata do santo, doada pelo Senado de Palermo em 1667. Sob o altar é venerado a estátua de 1625, que representa santa Rosália no ato de exalar seu último suspiro e que foi coberta de ouro por ordem do rei Carlos III de Bourbon (1716-1788).
À gruta da montanha subiam, juntamente com os peregrinos anónimos, também muitos visitantes ilustres para venerar a santa eremita; autoridades eclesiásticas, príncipes, reis, imperadores, homens de letras, poetas, músicos, artistas.
As relíquias depositadas na artística e maciça urna de prata estão guardadas na Catedral de Palermo.
Santa Rosália, rogai por nós!