São Sebastião Pelczar, em tudo serviu a Deus, por isso, se consumiu

Origens
José Sebastião Pelczar nasceu em 17 de janeiro de 1842, na Polônia. Cresceu e viveu a sua infância impregnado da religiosidade popular da casa dos seus pais. Desde criança já apresentava uma sabedoria diferenciada. E, ainda estudante, decidiu dedicar a vida ao serviço de Deus, e isso o conduziu até o último dia de sua vida. 

Trajetória
Ingressou no Seminário Menor e, em 1860, iniciou os estudos teológicos no Seminário Maior de Przemysl, na Polônia. Em 1864, foi ordenado sacerdote. Nos inícios do seu ministério sacerdotal, estudou em Roma; e, em 1868, voltou à Polônia para lecionar no seminário de Przemysl. Em 1882 e 1883 foi reitor da Universidade de Almae Matris de Cracóvia, se destacando como professor e um homem culto. Em 1899, foi nomeado Bispo Auxiliar de Przemysl. Um ano depois, se tornou bispo titular da diocese. Morreu no dia 28 de março de 1924, deixando o exemplo de um homem que em tudo serviu a Deus, por isso, se consumiu. 

Vocação
Desde jovem apresentou o desejo de servir a Deus. E, certa vez, escreveu em seu diário: “Os ideais terrenos vão-se desvanecendo, vejo o ideal de vida no sacrifício e o ideal do sacrifício vejo-o no sacerdócio”. Com 22 anos, quando foi ordenado sacerdote, passou a dedicar a sua vida ao estudo e à caridade. Foi membro da Sociedade de São Vicente de Paulo e da Sociedade de Educação Popular. Usando da inteligência que possuía, fundou centenas de bibliotecas e organizou cursos gratuitos com a intenção de ajudar na formação religiosa e social da época. 

São Sebastião Pelczar: fundador da Congregação das Servas do Sagrado Coração de Jesus

Fundador
Em 1894, impulsionado por Deus e pelas necessidades da sociedade do seu tempo, fundou a Congregação das Servas do Sagrado Coração de Jesus, que tem como carisma a difusão do Reino de amor do Coração de Jesus. Conduziu as Irmãs da congregação a serem sinal e instrumento de amor para as jovens, para os doentes e a todos aqueles que estivessem necessitados. 

Intelectual e caridoso
Soube com a própria vida dar exemplo de comunhão entre intelectualidade e caridade. Com os seus conhecimentos acadêmicos, ajudou a muitos padres e fiéis da sua diocese, mas também não esqueceu do seu dever moral e social, ajudando-os no cultivo da piedade popular e nas necessidades sociais que possuíam. Cuidou dos pobres, criou jardins de infância, forneceu refeições para os pobres, casas para os desabrigados, escolas para os jovens e ensino gratuito no Seminário para os rapazes pobres. Durante o seu pastoreio, a diocese de Przemysl cresceu na construção de novas igrejas e capelas, a fim de conter a piedade popular do culto ao Sacratíssimo Coração de Jesus e de Nossa Senhora, suscitado por São Sebastião Pelczar. 

Beatificação e Canonização
Foi beatificado em 2 de junho de 1991, na Igreja do Sagrado Coração, em Rzeszów, por São João Paulo II, em ocasião da sua visita à Polônia. Aos 18 de maio de 2003, foi canonizado no Vaticano. 

Oração
Senhor, que chamastes São Sebastião Pelczar para ser fiel a tua voz e formar um povo para a santidade, ajuda-nos a, seguindo o seu exemplo, caminhar em direção à Tua vontade, sem nos esquecer de que somos os primeiros chamados a esta vida de santidade. Amém! 

Minha oração
“Senhor Jesus, como São Sebastião Pelczar, que eu saiba em tudo servir a Deus e por Ele me consumir. Amém.”

São Sebastião Pelczar, rogai por nós!

Beata Madalena Caterina Morano, virgem das Filhas de Maria Auxiliadora

Virgem e Religiosa

Origens
Beata Madalena Caterina nasceu em Chieri, na região de Turim, Itália, no dia 15 de novembro de 1847. De uma família numerosa, é a sexta de oito filhos. Nos anos de 1855, seu pai faleceu quando já haviam falecido cinco de seus filhos, os irmãos de Madalena.

Juventude
Madalena, no mesmo ano de falecimento de seu pai, com apenas oito anos de idade, começou a trabalhar com o tear. Aos dez anos, sentiu o desejo de ser professora. Seu sonho se tornou realidade depois de cinco anos. O pároco de Buttigliera d’Asti abriu uma creche, e Madalena, com menos de quinze anos, foi contratada como professora.

O Desejo de ser Freira
Em 1877, Madalena confessou à mãe seu desejo de ser freira, mas, ao completar trinta anos, foi rejeitada tanto pelas Filhas da Caridade quanto pelos dominicanos. No ano seguinte, Dom Bosco a aceitou em sua Congregação, e, em 4 de setembro de 1879, emitiu a profissão religiosa das Filhas de Maria Auxiliadora.

“Pense como Jesus teria pensado. Ore como Jesus teria orado. Aja como Jesus teria agido” – Beata Madalena Caterina Morano

Grandes Obras
Com grande vontade e carisma, Beata Madalena Caterina fez grandes ações nas Filhas de Maria Auxiliadora. Assumiu cargos de responsabilidade e depois foi transferida para a Sicília. Em 26 anos de trabalho, fundou 19 casas salesianas, 12 oratórios, 6 escolas, 5 jardins de infância, 4 internatos, 3 escolas religiosas.

Páscoa
Beata Madalena Caterina Morano morreu em 26 de março de 1908. Ela foi beatificada, em 5 de novembro de 1994, pelo Papa João Paulo II. 

Minha oração
“ Beata amiga de Maria Auxiliadora e seguidora de Dom Bosco, com sua consagração foste fiel aos desígnios divinos, rogai por nós, nossas necessidades materiais e espirituais. Ensina-nos a amar e seguir Jesus como tu fizeste. Amém.”

Encontro com novos missionários e missionárias de Roraima 2025, aconteceu hoje (12)

Encontro com novos missionários e missionárias de Roraima 2025, aconteceu nesta ultima quarta-feira(12)

Evento reuniu líderes da Diocese e novos missionários para refletir sobre a história e os desafios da evangelização em Roraima.

Encontro com novos missionários e missionárias de Roraima 2025, aconteceu hoje (12)
Lucas Rossetti Foto

Durante o evento realizado nesta quarta-feira (12), para os novos missionários e missionárias, a Doutora Ana Célia fez uma palestra que conduziu por uma viagem histórica sobre a Igreja em Roraima, destacando sua primeira presença em 1719, com os jesuítas na Bacia do Rio Branco. A história da Diocese de Roraima, que abrange mais de 225 mil km² e conta com uma população de mais de 650 mil habitantes, sendo 60 mil indígenas, reflete a força transformadora e evangelizadora da Igreja ao longo dos séculos. A Igreja continua desempenhando um papel central na vida social, cultural e religiosa da região, estabelecendo laços profundos com as comunidades locais e ajudando a preservar as tradições, ao mesmo tempo em que promove a integração das diversas culturas.

Na ocasião, também tivemos a honra de contar com a presença de Dom Evaristo Splenger, Bispo de Roraima, que compartilhou sua visão sobre o futuro da Diocese e reforçou a missão de evangelização e transformação social em Roraima. Dom Evaristo destacou a importância de continuar o trabalho com os novos missionários e missionárias, que chegam com o compromisso de construir um mundo mais justo e fraterno.

“A missão de evangelizar vai muito além da disseminação da palavra; é um trabalho de acolhimento, cuidado com os mais necessitados, de justiça e, acima de tudo, de respeito às culturas locais”, afirmou Dom Evaristo. Ele ressaltou ainda que, com as particularidades e os desafios enfrentados pela Diocese de Roraima, a chegada de novos missionários é fundamental para dar continuidade a esse trabalho transformador.
Irmã Franciscana de Cristo Rei, Patrícia, missionária presente no evento, abordou a divisão das atividades missionárias no estado, destacando a distribuição dos esforços da Igreja entre diferentes grupos e regiões de Roraima, com especial atenção à população indígena e migrante. Ela sublinhou a complexidade dessa missão, que vai além da evangelização, englobando também ações de apoio social, saúde, educação e defesa dos direitos humanos.


“Neste primeiro momento, a equipe foi dividida, e fomos acolhidos de forma calorosa pelo Bispo Dom Evaristo. Vivemos um momento de muita alegria, com espiritualidade e mística, lembrando que o foco da missão é Jesus Cristo”, comentou Irmã Patrícia.


Ela também compartilhou suas expectativas quanto à sua missão em Roraima, afirmando que, apesar dos desafios, sente grande alegria em estar à frente de projetos que buscam integrar as comunidades. “A expectativa é conhecer essa nova realidade, à qual cheguei há um mês. Vou trabalhar no sul do estado, em São João da Baliza. Quero caminhar junto à Diocese durante esse Jubileu da Alegria”, disse.


A Igreja de Roraima tem se dedicado, sobretudo, à evangelização respeitando as culturas indígenas, além de manter um trabalho contínuo com os migrantes, especialmente em Boa Vista, porta de entrada para refugiados, com destaque para os venezuelanos. Em 2025, a missão segue se adaptando à crescente diversidade cultural do estado, buscando sempre formas solidárias, respeitosas e acolhedoras de integrar essas novas populações.


O trabalho missionário no estado não se limita à evangelização religiosa, mas também se reflete em ações de assistência social, educação e promoção da dignidade humana. Programas de saúde, alfabetização e apoio psicológico são essenciais para muitas comunidades, que enfrentam grandes desafios devido à falta de infraestrutura e ao isolamento geográfico. A presença da Igreja nessas áreas não só fortalece os laços de fé, mas também promove a transformação social que a região tanto necessita.


Além disso, as ações junto aos povos Yanomami, que, por muitos anos, resistiram à presença missionária, têm sido gradualmente mais respeitosas e eficazes, com o desenvolvimento de projetos de saúde, educação e capacitação de líderes locais. Missionários e missionárias estão comprometidos em respeitar a autonomia das comunidades, colaborando para que possam viver com dignidade, sem abrir mão de suas tradições e crenças.


O trabalho missionário da Diocese de Roraima, em 2025, continua a ser uma jornada de fé, solidariedade e respeito cultural, com o objetivo de promover uma evangelização inclusiva e de transformação social. Com a chegada de novos missionários, a Diocese renova seu compromisso de ser uma presença ativa e viva em todas as realidades do estado, enfrentando desafios e celebrando vitórias ao lado das comunidades que mais necessitam de apoio.

 FONTE/CRÉDITOS: Luana de Oliveira

Assembleia das Pastorais Sociais — O Clamor da Amazônia e a Luta por Justiça

Nos dias 7, 8 e 9 de março, a Assembleia das Pastorais Sociais reuniu vozes e experiências de diferentes regiões de Roraima, com foco especial nos desafios enfrentados pela Amazônia. O encontro destacou que a disputa por terra é uma questão central, onde campo e cidade não estão isolados — tudo está interligado e afeta diretamente as populações locais.

Um dos pontos mais debatidos foi a crescente pressão internacional sobre a Amazônia. Países estrangeiros observam a região com interesse, sobretudo em relação ao crédito de carbono, uma tentativa de compensar a poluição em troca de investimentos em preservação ambiental. No entanto, foi levantada a crítica de que esse sistema tem causado divisão nas comunidades indígenas, uma vez que grandes empresas, ao se associarem a projetos verdes, acabam fragmentando o povo ao invés de fortalecê-lo.

Outro tema relevante foi o encarecimento das terras, que impacta diretamente o preço dos alimentos e a apropriação indevida de territórios, especialmente em estados como Roraima, onde a demarcação de novas terras indígenas está atrasada. A CPI das Terras de Roraima também foi mencionada como um instrumento para investigar as irregularidades fundiárias.

A pergunta que ecoou entre os participantes foi: Por que os recursos prometidos pelo governo para combater o desmatamento e apoiar comunidades não chegam ao destino final?

Além das questões ambientais, a Assembleia abordou a violência crescente contra mulheres, crianças e pessoas LGBTQIAP+. As pastorais questionaram: Será que há uma real valorização das mulheres em nossa sociedade, ou estamos apenas vivendo um modismo? A fala de uma das irmãs presentes destacou a importância de desconstruir visões ultrapassadas dentro da própria Igreja.

Para além das análises críticas, a palavra “resistência” foi a que mais ecoou durante o evento. As Pastorais Sociais reafirmaram seu compromisso em ser um espaço de luta e espiritualidade, com a certeza de que sua existência já é, por si só, um ato de resistência.

Santas Perpétua e Felicidade, mártires do século II, protetoras das grávidas

Origem
Muitas mulheres, jovens, mães, foram martirizadas no ano 203, em Cartago (norte da África, atual cidade de Túnis). Dentre elas, Perpétua, que tinha aproximadamente 22 anos. Era nobre de família rica, sendo seu pai o único da família a ser pagão. Quando foi levada para a prisão, tinha um filho recém-nascido. Felicidade era escrava de Perpétua e, quando foi para a prisão, estava com oito meses de gestação e deu à luz uma menina neste lugar.

O cárcere
Elas foram presas por causa de um decreto do imperador romano, Lúcio Septímo Severo, que condenaria à morte aqueles que se considerassem cristãos. Em seus escritos, Perpétua narra: “Nos jogaram no cárcere e eu fiquei consternada, porque nunca tinha estado em um lugar tão escuro. O calor era insuportável e éramos muitas pessoas em um subterrâneo muito estreito. Parecia que ia morrer de calor e de asfixia, e sofria por não poder ter, junto a mim, o meu filho, que era de tão poucos meses e necessitava muito de mim. O que eu mais pedia a Deus era a graça para ser capaz de sofrer e lutar por nossa santa religião”.

Entre os textos cristãos mais antigos
Foi na prisão também que as companheiras, pelo batismo, oficializaram a pertença delas a Deus. Ainda na prisão, Perpétua escreve, em um diário, as atrocidades que viveu naquele lugar, ressaltando a sua coragem e amor a Cristo. Esse diário é considerado um dos textos cristãos mais antigos, ele é conhecido hoje como: a Paixão das Santas Perpétua e Felicidade (em Latim: Passio sanctarum Perpetuae et Felicitatis).

Santas Perpétua e Felicidade: invocadas pelas mulheres grávidas

Martírio
As duas foram lançadas na arena juntamente com outros companheiros para serem pisoteadas por touros e vacas. Perpétua foi a primeira a ser atingida. Felicidade a ergueu do chão, ficando lado a lado, dando força uma a outra e demonstrando coragem, que é própria dos mártires. Perpétua animou o grupo com estas palavras: “Fiquem firmes na fé e amem-se uns aos outros, todos vocês! Não deixem que o martírio seja pedra de tropeço para vocês.”

Degolada
Felicidade foi a primeira a ser degolada. Em seguida, o soldado, que faria o mesmo com Perpétua, errou o local do golpe, fazendo com que ela lançasse um grito de dor, mas, com sua mão, ela indicou, ao seu algoz, o local a ser cortado pelo machado dele.

Oração
“Deus Todo-poderoso, que destes às mártires Santas Perpétua e Felicidade a graça de sofrer pelo Cristo, ajudai também a nossa fraqueza, para que possamos viver firmes em nossa fé, como elas não hesitaram em morrer por Vosso amor. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso filho, na unidade do Espírito Santo. Amém!”

”Santas Perpétua e Felicidade, rogai por nós.”

Minha oração
“Sofrer e morrer com a convicção de que o céu está reservado para mim! Senhor, como as Santas Perpétua e Felicidade, dai-me a graça de viver assim. Pedimos, porque, se não for a sua graça, não conseguiremos. Assiste-nos!”

Santas Perpétua e Felicidade, rogai por nós!


Outros beatos e santos que a Igreja faz memória em 7 de março:

  • Santos SátiroSaturninoRevocato e Secundino, que morreram na mesma perseguição. O último morreu no cárcere; deram mutuamente o ósculo santo e sucumbiram degolados ao golpe da espada, em Cartago [† 203]
  • Santo Eubúlio, companheiro de Santo Adrião, que dois anos depois dele, foi despedaçado pelos leões e trespassado pela lança, na Cesareia da Palestina [† 309]
  • Santos bispos BasílioEugénioAgatodoroElpídioEtérioCapitão e Efrém, mártires, em Quersoneso, na atual Ucrânia [† c. s. IV]
  • São Paulo o Simples, discípulo de Santo Antão, na Tebaida, região do Egipto [† s. IV]
  • São Gaudioso, bispo, em Bréscia, região da Itália [† s. V]
  • Santo Ardão Smaragdo, presbítero, no mosteiro de Aniane, na Septimânia, atualmente na França [† 843]
  • São Paulo, bispo, que, por defender o culto das sagradas imagens, foi expulso da pátria e morreu no exílio, em Prusa, cidade da Bitínia, na atual Turquia [† 850]
  • Beatos mártires João Larke e João Ireland, presbíteros, e Germano Gardiner, que, pela sua fidelidade ao Romano Pontífice, morreram enforcados em Tyburn, durante o reinado de Henrique VIII [† 1544]
  • Santa Teresa Margarida Rédi, virgem, que, tendo entrado na Ordem das Carmelitas Descalças, percorreu um árduo caminho de perfeição e morreu ainda jovem, em Florença, na Etrúria, hoje na Toscana, região da Itália [† 1770]
  • São João Baptista Nam Chong-sam, mártir, na Coreia [† 1866]
  • Santos mártires Simeão Berneux, bispo, Justo Ranfer de BretenièresLuís Beaulieu e Pedro Henrique Dorie, presbíteros da Sociedade das Missões Estrangeiras de Paris, decapitados por afirmarem audazmente que vieram à Coreia para salvar as almas no nome de Cristo, em Sai-Nam-Hte, na Coreia [† 1866]
  • Beato José Olallo Valdés, religioso da Ordem Hospitaleira de São João de Deus, em Camaguey, cidade de Cuba [† 1889]
  • Beato Leónidas Fedorov, bispo e mártir, que, exercendo o ministério como exarca apostólico dos católicos russos do Rito Bizantino, perante um regime hostil à religião, mereceu ser discípulo fiel de Cristo até à morte, Em Kirov, cidade da Rússia [† 1935]

Diocese de Roraima apresenta a Campanha da Fraternidade: “A mudança começa nas nossas comunidades”

  Foto: Rádio Monte Roraima

No início da quaresma, um tempo em que a Igreja “nos chama à conversão, à mudança de vida, a voltar ao evangelho, a voltar àquele projeto de Deus em nossa vida e na nossa sociedade”, segundo salientava dom Evaristo Spengler, a diocese de Roraima apresentou à imprensa a Campanha da Fraternidade 2025. O bispo ressaltou que “essa conversão não basta ser individual, é necessário também uma conversão comunitária, uma conversão social e que produza frutos.”  Nessa tessitura se coloca a Campanha da Fraternidade, que em 2025 tem como tema: “Fraternidade e Ecologia integral”, e como lema “Deus viu que tudo era muito bom”.

Diante disso, o bispo questionou: “como é que Deus está enxergando o mundo hoje, vendo tanta destruição, tanta contaminação, tanta pobreza, Deus ainda aplaudiria que tudo está muito bom?”, vendo a Campanha da Fraternidade como instrumento que quer fazer esse questionamento: “o que nós estamos fazendo com a criação que Deus nos delegou?

Ele insistiu na necessidade do ser humano cuidar da Criação, zelar por ela. Segundo o bispo, “a Criação não é só o ser humano, não é só o homem e a mulher”, recordando que a Campanha da Fraternidade deste ano está determinada pela realização da COP30 em Belém do Pará, os 10 anos do lançamento da encíclica Laudato Si e os 800 anos do Cântico das Criaturas de São Francisco de Assis. Uma campanha que quer ajudar-nos a descobrir as causas da atual crise climática, que em grande parte vem da ação humana, relatando diversos exemplos disso na diocese de Roraima: desmatamento acelerado, criação extensiva de gado, monocultivo. Algo que prejudica claramente o lavrado, uma terra fraca para o cultivo, que acaba com a biodiversidade e pode desertificar a região. Igualmente refletiu sobre o garimpo e a ameaça de uma grande hidroelétrica.

O bispo denunciou a pressão do poder económico com relação à COP30, pedindo uma legislação que cada vez mais tem que se adequar à preservação e não à destruição. Junto com isso a necessidade de conscientização de cada cristão e cada cidadão, de evitar o consumo desenfreado, de uma mudança de mentalidade e de prática, de ação para no avançar caminho a um grande desastre.

A Campanha da Fraternidade tem como um dos seus instrumentos de reflexão o Texto Base, elaborado por uma equipe, da qual fez parte a professora da Universidade Federal de Roraima, Marcia de Oliveira, que foi perita no Sínodo para a Amazônia. Ela levou para a reflexão da equipe as questões centrais da Amazônia, destacando no Texto Base o chamado ao bem viver como proposta alternativa a esse modelo capitalista que tem causado essa crise climática sem precedência na história da humanidade. Nessa perspectiva, foram inseridas no texto diversas experiências exitosas que garantem que “as regiões ou os territórios ocupados pelos povos indígenas são territórios de grande preservação, são territórios de convivência, são territórios que estabelecem aqueles princípios da casa comum apresentados pelo Papa Francisco na encíclica Laudato Si e eles representam para nós um grande modelo de vida, um grande modelo de ecologia integral”, enfatizou a professora.

Marcia de Oliveira destacou a importância do tempo quaresmal como “um tempo de escuta, de reflexão, de conversão”, insistindo em que “eu não posso me converter se eu não reconheço onde é que eu estou falhando, onde é que eu estou interrompendo processos de participação e de vivência.” Nesse sentido, ela vê a necessidade de processos de revisão da nossa vida diante da questão ecológica, vendo a Campanha da Fraternidade como “um grande convite a revermos de forma muito profunda a nossa relação com a natureza e entrarmos num processo de conversão ecológica.”

Foto: Rádio Monte Roraima

Com relação à COP 30, a professora denunciou que as COPs têm sido convertido em espaços de negociação da natureza, mostrando a necessidade de levar adiante “uma proposta de mobilização de toda a igreja do Brasil para, durante o processo de preparação e realização da COP, como sociedade, como organizações da sociedade civil, a gente estabelecer outras reflexões e estabelecer outras alternativas, outros mundos possíveis.”

Por sua vez, o vigário episcopal para a Pastoral da diocese de Roraima, padre Celso dos Santos, insistiu em que a Campanha da Fraternidade está dentro do processo quaresmal, destacando o método do Texto Base, que parte da necessidade de olhar a realidade, da situação que se vive, marcada por uma crise civilizatória com muito impacto na questão ambiental. Desde aí procurar como Igreja parâmetros para nos orientar, a partir da fé, da Palavra de Deus, da Tradição da Igreja, tendo em conta que “a casa comum tem seus limites e nós já estamos quase que ultrapassando esses limites”, o que tem que nos levar a nos questionar: “Qual é a nossa responsabilidade de cristãos e de cristãs para com esta realidade?”, disse o padre Celso.

Uma reflexão que tem que nos levar a “um novo agir, um agir com responsabilidade”. Nesse sentido, o vigário de Pastoral destacou que “é importante que neste tempo de quaresma, onde todas as nossas comunidades se reúnem, celebram, possam de fato viver a sua fé no chão que estão inseridas. A mudança começa, claro, nas nossas comunidades. Mas isso também exige que nós lutemos por políticas que de fato mudem essa relação predatória com a terra, com o meio ambiente.”

Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Dom Evaristo Spengler: CF 2025, “recuperar neste mundo em que nós vivemos a harmonia com o nosso Criador”

O que estamos fazendo com a criação que recebemos de Deus, após ser criado?”. Essa é a pergunta que lança o bispo da diocese de Roraima, dom Evaristo Spengler, no vídeo difundido pelas redes sociais da diocese e da Rádio Monte Roraima, com motivo da Campanha da Fraternidade 2025, que tem como tema “Fraternidade e Ecologia Integral”. Uma questão que ele considera crucial.

O bispo lembra que “na Quarta Feira de Cinzas, a Igreja do Brasil lança a Campanha da Fraternidade, convidando todo mundo a reflexão sobre a ecologia integral.” Ele recordou o tema da CF 2025, e o lema que vai acompanhar a caminhada da Igreja do Brasil durante a próxima Quaresma: “Deus viu que tudo era muito bom.”

Segundo dom Evaristo Spengler, “a ecologia, para ser integral, pressupõe toda a criação, pressupõe que toda a criação está submetida a um mesmo processo sob as mãos de Deus. E a criação não se restringe só aos seres humanos, envolve a fauna, a flora, os animais, as florestas, os ecossistemas, as águas, o ar, as pedras, os rios, os mares, enfim, tudo.”

O bispo franciscano recordou a figura do seu fundador, enfatizando que “São Francisco de Assis, há 800 anos, viveu uma relação harmoniosa com toda a criação. Se relacionava com tudo como sendo seus irmãos e irmãs. Chamava de irmãos e irmãs o sol, a lua, a água, o vento, as estrelas.”

O bispo da diocese de Roraima, ainda recordou que “à Terra, Francisco deu o título de Irmã e Mãe Terra, porque dela vem os frutos do nosso sustento”, mostrando que esse é o motivo que faz com que o cartaz da Campanha da Fraternidade traz a imagem de São Francisco.

Finalmente, dom Evaristo Spengler pediu que São Francisco “nos inspire a recuperar neste mundo em que nós vivemos a harmonia com o nosso Criador, nosso Pai, e com todas as criaturas, nossos irmãos e irmãs.”

Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1

Missa de Posse do Pe. Samuel Maciel Romão, missionário da Diocese de Jundiaí-SP, como pároco da Área Missionária de Santo Isidoro .

É com grande alegria, anunciamos a Missa de Posse do Pe. Samuel Maciel Romão, missionário da Diocese de Jundiaí-SP, como pároco da Área Missionária de Santo Isidoro .

🗓 Data: 25 de fevereiro de 2025 (terça-feira)
🕒 Horário: 19h30
📍 Local: Comunidade de Santo Isidoro — Caroebe

A Celebração Eucarística será presidida por Dom Evaristo Pascoal Spengler , Bispo da Diocese de Roraima. ✝️

Convidamos todos os fiéis a estarem presentes para juntos vivermos este momento especial de fé e missão. 🙏✨

#diocesederoraima #areamissionaria #PeSamuelRomão

Coordenações de Pastoral e das Pastorais do Regional se encontram em vista de movimentar a evangelização nas comunidades

Os coordenadores e coordenadoras de Pastoral das igrejas locais do Regional Norte1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil encerraram seu encontro, realizado nos dias 18 e 19 de fevereiro em Manaus, com uma reunião com os coordenadores e coordenadoras das Pastorais Sociais em nível Regional, que contou com a presença do arcebispo de Manaus e presidente do Regional, cardeal Leonardo Ulrich Steiner, e do bispo auxiliar de Manaus, dom Zenildo Lima.

A secretária executiva do Regional Norte 1, Ir. Rose Bertoldo, apresentou brevemente os passos dados no encontro dos coordenadores e coordenadoras de Pastoral, que aconteceu em clima de sinodalidade, destacando a importância do encontro das coordenações de Pastoral das dioceses e prelazias e das Pastorais. Um momento que tem um caráter operativo, segundo salientou dom Zenildo Lima.

A coordenação entre as pastorais e as coordenações de pastoral das Igrejas locais é algo que “no fundo, vai movimentar a nossa Igreja, vão movimentar a evangelização”, segundo o presidente do Regional Norte 1. Daí a importância desse encontro, que “pode dar muito fruto”. O arcebispo de Manaus insistiu na importância da comunidade, o que faz com que “as coordenações estão sempre de olho voltado para a comunidade, comunidade que importa. A comunidade é que faz a Igreja ser”, reforçando que “se existe uma Igreja particular, se existe uma diocese, se existe uma prelazia, porque existem comunidades.”

O cardeal Steiner disse que “nessas comunidades é que nós vamos, devagarinho, sendo ajudados.” Ele vê as pastorais como aquelas que estão ajudando as comunidades a terem vida. É por isso, afirmou, a necessidade de “ter as pastorais que ajudem a comunidade a viver.” Nessa perspectiva, partindo da realidade da arquidiocese de Manaus, ele sublinhou que “nós percebemos que as pastorais são essenciais”, considerando as coordenações de pastoral como aqueles que “têm essa visão de saber que existe uma prelazia, existe uma diocese, existem comunidades”, e nessas comunidades existem as pastorais.

O presidente do Regional lembrou que “muitas vezes também são as pastorais que nos ajudam a movimentar, inclusive socialmente e politicamente, no sentido do bem-estar da comunidade.” Ele insistiu na necessidade de partilha entre as pastorais e as coordenações de Pastoral.

Na mesma perspectiva, dom Zenildo Lima destacou a importância das diretrizes para a evangelização do Regional Norte1, que o bispo auxiliar de Manaus considera horizontes de evangelização. Ele considera muito importante que sempre nessa perspectiva de sinodalidade, ir organizando o Regional e as pastorais, da partilha de uns com os outros, ajudando a conhecer as demandas, também pela presidência do Regional.

Uma partilha que foi realizada durante a reunião por parte dos coordenadores e coordenadoras das pastorais em nível regional e de Pastoral nas igrejas locais. Algo que pode ajudar a melhorar o diálogo em vista de um avançar nos processos evangelizadores. Um diálogo que ajuda a buscar caminhos e estratégias a seguir, sendo a partilha uma oportunidade de crescimento em vista de descobrir as pastorais como tentativa de seguir Jesus numa comunidade, sendo o Regional algo que existe para ajudar as dioceses e as pastorais. Todos somos enviados para anunciar a plenitude do Reino em Jesus, concluiu o cardeal Steiner.

Luis Miguel  Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1

Protagonismo feminino: dar passos firmes para assumir essa dinâmica para sempre

O protagonismo feminino, a presença das mulheres em espaços de decisão, é um dos grandes debates na sociedade e na Igreja católica. Em todos os níveis de Igreja, vão se dando passos que devem ajudar a assumir uma prática que não deveria regredir, que deveria fazer parte da vida da Igreja católica para sempre.

O Papa Francisco tem ajudado a avançar nesse caminho com sua reflexão, mas também com suas decisões, colocando mulheres em cargos ocupados tradicionalmente por ministros ordenados. Até pouco tempo atrás era impensável que uma mulher fosse nomeada prefeita de um dicastério da Cúria ou governadora do Estado Vaticano, algo que tem se concretizado nos últimos messes.

Essa realidade está ajudando a dar passos nos diversos níveis que fazem parte da estrutura organizativa da Igreja católica. Na Igreja da Amazônia, o protagonismo feminino é algo que faz parte da vida das comunidades, áreas missionárias, paróquias, pastorais, movimentos e organismos. As mulheres assumem o comando das comunidades, inclusive de áreas missionárias e paróquias, mas também de espaços de maior responsabilidade.

A coordenação de Pastoral, um espaço de grande relevância na vida das igrejas locais, conta cada vez mais com rostos femininos. No Regional Norte 1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, que compreende nove igrejas locais dos estados de Amazonas e Roraima, as mulheres assumem esse serviço em cinco dessas igrejas. Junto com isso, a secretaria executiva do Regional e a articulação das Pastorais Sociais em nível regional é um serviço assumido por mulheres.

Na Igreja católica a vida pastoral, os processos de evangelização, a missão, podem ser considerados elementos decisivos. A presença das mulheres nesses espaços é um claro exemplo do avanço que as igrejas do Regional Norte 1 tem feito na concretude da sinodalidade, um modo de ser Igreja que nos leva a caminhar juntos, assumindo a diversidade como um elemento que enriquece a missionariedade da Igreja.

O encontro de coordenadores e coordenadoras de Pastoral do Regional Norte 1 realizado em Manaus nos dias 18 e 19 de fevereiro de 2025 é uma mostra disso. O modo de realizar os trabalhos, o fato de ser um espaço marcado pela liberdade para cada um, cada uma, expressar sua opinião na hora de construir o caminho coletivo, nos faz ver que isso vai se assumindo como algo que sempre deveria fazer parte da vida da Igreja. O desafio é que essa dinâmica possa se sedimentar para evitar uma volta atrás, algo que infelizmente algumas pessoas, inclusive algumas mulheres, demandam.

Se faz necessário continuar avançando, concretizando, dando passos, para fazer visível uma Igreja com diversidade de rostos, uma Igreja que conta com todos e todas. Uma Igreja que escuta a diversidade de vozes em vista de uma maior e melhor evangelização, sendo também testemunho para uma sociedade que continua relegando as mulheres.

Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1 – Editorial Rádio Rio Mar