Assembleia Regional Norte1: Necessidade de que as mulheres sejam reconhecidas a partir das comunidades e da Igreja local

No dia em que se encerra a Assembleia Regional Norte1, que de 16 a 19 de setembro de 2024 reuniu na Maromba de Manaus 80 representantes das igrejas locais, pastorais e organismos para refletir a partir do tema “Igreja Sinodal que caminha na Esperança”, é momento de encaminhar aquilo que pode ajudar a continuar avançando para ser uma Igreja mais sinodal e ministerial.

Não podemos esquecer, segundo afirmou o bispo de Parintins, dom José Albuquerque de Araújo, na celebração eucarística do dia, que “o farisaísmo se tornou sinónimo de hipocrisia, os mais religiosos se tornaram sinónimo de gente prepotente”, sendo criticados por Jesus diante de sua atitude para com a mulher, que “é cidadã e na Igreja, ela é protagonista”. O bispo pediu para a coordenadora da Conferência dos Religiosos no Regional Norte1, Ir. Gervis Monteiro, comentar a Palavra.

Analisando a passagem do Evangelho, a religiosa destacou que a mulher não tem nome, uma mulher que ouviu falar que Jesus tinha sido convidado na casa de um fariseu. Ela destacou, querendo fazer um paralelo com a Assembleia Regional e a reflexão sobre a ministerialidade, que “a mulher vem por trás e ela traz o perfume, ela se coloca aos pés de Jesus”, destacando a grande sensibilidade de Jesus, “o olhar de Jesus, a acolhida de Jesus para com a mulher”, questionando como tornar visível aquilo que as mulheres fazem hoje na Igreja.

Segundo a Ir. Gervis, “Jesus, ele não tem medo de se contaminar, ele deixa, ele não está preocupado com a Lei dos fariseus”. Uma atitude que tem que nos levar hoje, afirmou a religiosa, “a ter a sensibilidade para com aquelas pessoas que necessitam”, colocando o exemplo daquela mulher sem nome, a quem Jesus eleva à dignidade de pessoa, pois para ele “todos nós somos iguais e somos chamados e chamadas a evangelizar”, a “somar e trabalhar juntos como Igreja”.

Independentemente do ministério que cada um assume na Igreja, no Regional Norte1 se percebem elementos comuns a todos e todas, especialmente naquilo que tem a ver com a presença das mulheres em espaços de decisão, inclusive entre os bispos, que reafirmam a necessidade de que as mulheres sejam reconhecidas a partir das comunidades e da Igreja local. Algo que é constatado por todos, que pedem avanços na ministerialidade do laicato, sobretudo entre as mulheres, reconhecer os ministérios que as mulheres já exercem.

Uma Igreja regional que aposta na defesa da vida integral e o cuidado da casa comum, na pastoral de conjunto, em processos de escuta e estudo para melhor entender os ministérios, na formação continuada do laicato nas bases, especialmente no interior, mas também formação permanente para o clero, respeitando sempre a cultura local, na vivência da Palavra, em uma evangelização que leva à conversão. Uma Igreja encarnada e libertadora, com ação transformadora, que apoia a causas indígenas, a homologação de suas terras e o resgate das culturas e línguas.

Na vida da Igreja da Amazônia e do Regional Norte1 sempre teve um papel decisivo a Vida Religiosa, com congregações que estão presentes de forma continuada por mais de um século. A Vida Religiosa, representada na Assembleia por alguns e algumas provinciais, é desafiada a continuar caminhando em comunhão e assumir os processos da Igreja no Regional. Vida Religiosa que soma no exercício da missionariedade em seus diversos elementos, fortalecendo as forças evangelizadoras nas igrejas locais, abraçando a missão.

Tendo como fundamento que a Igreja toda ela é ministerial, os assessores da assembleia, Pe. Raimundo Gordiano, Ir. Sônia Matos e Pe. Elcivan Alencar, insistiram em que os dons vêm do Espírito e a organização parte do povo. Daí a importância de destacar que os ministérios são confiados a partir do batismo, e que os dons, carismas e ministérios são assumidos como vocação. Ninguém pode esquecer que é o batismo a porta de entrada como testemunhas da evangelização, e que viver de modo sinodal, faz germinar e florescer a ministerialidade como espaço de serviço, dando voz e vez a todos e todas.

Ser Igreja missionária, ministerial e sinodal, faz parte da identidade da Igreja do Regional Norte1, uma dinâmica presente desde o Encontro de Santarém, em 1972. Uma Igreja com ressonância na vida social, que ainda tem muitos passos a serem traçados, pensados e assumidos. Os ministérios não podem nascer de cima para baixo, é por isso que antes de instituir, vale a pena continuar o processo de formação e tomada de consciência com relação à ministerialidade. Isso porque o caminho da sinodalidade é percorrido fazendo processos, buscando chegar juntos ao mesmo objetivo.

Para percorrer esse caminho é importante ter clareza nos conteúdos, e se faz necessário reconhecer as atividades que são realizadas pelas mulheres, que são expressões de ministerialidade, insistindo em que o exercício da ministerialidade não é status, mas reconhecimento e mudança paradigmática. Para avançar na ministerialidade, as igrejas locais têm que investir em formação do laicato, pois enquanto isso não acontecer teremos uma Igreja de suplentes. Igualmente, para que essa ministerialidad possa avançar, a reflexão abordada na assembleia tem que chegar nas bases, nas comunidades, dado que a sinodalidade e a ministerialidade dizem muito às comunidades do Regional Norte1.

Para avançar são propostos alguns caminhos, que tem a ver com a formação, dos seminaristas, do clero e a vida religiosa, das lideranças leigas; com a mulher, para quem se insiste em inclui-la nos espaços de decisão e serem instituídas nos ministérios; e com a vida e a casa comum, assumindo a consolação, a causa indígena, a interculturalidade e a defesa da territorialidade, a ecologia integral. As luzes para avançar nesses caminhos são a sinodalidade, a ministerialidade, as conclusões do Encontro de Santarém 2022, que insistiu na espiritualidade encarnada e libertadora.

Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

22 bispos brasileiros participam do Curso anual de formação para novos bispos, em Roma

22 bispos brasileiros participam do Curso anual de formação para novos bispos, em Roma

Após celebrarem a Eucaristia junto ao túmulo do apóstolo Pedro, os 17 bispos presentes encontraram-se com o Papa Francisco.

22 bispos brasileiros participam do Curso anual de formação para novos bispos, em Roma

De 15 a 21 de setembro, ocorre o “Curso anual de formação para os novos bispos”, promovido pelo Dicastério para os Bispos, em Roma. Do Brasil, participam 22 bispos, entre nomeados pelo Papa Francisco no último ano e outros nomeados anteriormente que não puderam participar da última edição. Do mundo todo, são mais de 200 participantes.

Dom Joaquín Pertíñez, bispo da Diocese de Rio Branco, com mais 16 bispos, representando o Regional Norte 1 da CNBB (Estados do Amazonas e Roraima) e o Noroeste (Acre, sul do Amazonas e Rondônia), foram recebidos no Vaticano. Após celebrarem a Eucaristia junto ao túmulo do apóstolo Pedro, os 17 bispos presentes encontraram-se com o Papa Francisco.

O curso tem como tema “Pastores enraizados em Cristo – A serviço de uma Igreja chamada a habitar o presente e custodiar a semente do futuro”. A cada dia de formação, são oferecidas conferências com membros da Cúria Romana nas quais são abordadas diferentes perspectivas da atuação dos pastores em suas dioceses e na comunhão com a Igreja Universal.

A dinâmica do encontro também conta com momentos de diálogo fraterno e círculos menores por grupo linguístico, além de encontros e visitas institucionais.Custódia e transmissão da fé

No primeiro dia, as formações seguiram a temática do serviço do bispo para a custódia e a transmissão da fé. Eles puderam aprofundar a visão teológica do Papa Francisco sobre a transmissão da Fé, a colegialidade e a sinodalidade. A exposição foi conduzida pelo cardeal Víctor Manual Fernández, prefeito do Dicastério para a Doutrina da Fé.

Outra conferência tratou do Motu Proprio “Tradicionis Custodes”, sobre Liturgia, conduzida pelo secretário do Dicastério para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, dom Francesco Viola.

A Igreja no mundo em diálogo

Na terça-feira, 17 de setembro, o tema central das reflexões foi “A Igreja no mundo em diálogo”. Na abertura das atividades, missa presidida pelo cardeal brasileiro dom João Braz de Aviz, prefeito do Dicastério para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica.

As conferências trataram do relacionamento da Santa Sé com os governos locais, com exposição do cardeal Pietro Parolin, secretário de Estado do Vaticano; do diálogo inter-religioso e intercultural, com o cardeal José Tolentino de Mendonça, prefeito do Dicastério para a Cultura e a Educação; e dos dois eventos que tocam a Igreja: a conclusão do Sínodo dos Bispos e o Jubileu 2025. As exposições sobre o Sínodo e o Jubileu foram feitas, respectivamente, pelo cardeal Mário Grech, secretário geral do Sínodo, e por dom Rino Fisichella, pro-prefeito do Dicastério para a Evangelização.

Desenvolvimento humano integral

Na quarta-feira, as reflexões abordam o serviço do bispo para um desenvolvimento humano integral. A primeira exposição tratou da gestão pastoral das divisões e dos conflitos por motivos étnicos e/ou políticos, refletindo sobre “como propor itinerários de reconciliação e de paz”. Essa conferência ficou sob a responsabilidade do prefeito do Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral, cardeal Michael Czerny.

Outro tema desta quarta-feira foi o apostolado dos leigos, com o cardeal Kevin Farrel, prefeito do Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida, e as subsecretárias do mesmo dicastério, Linda Ghisoni e Gabriella Gambino.Encontro com o Papa

Na quinta-feira, 19 de setembro, está marcada a audiência com o Papa Francisco. Os bispos dedicarão a missa do início dos trabalhos na intenção pelo Pontífice e vão abordar a unidade do ministério episcopal, com auxílio do cardeal Gianfranco Ghirlanda. As reflexões também tratam do acompanhamento do clero e da condução pastoral da diocese.

Recentemente Roraima, enviou dois bispos ordenados, Dom Vanthuy Neto, para São Gabriel da Cachoreira no (AM), e Dom Lúcio Nicoletto, para São Félix do Araguaia (MT).

 FONTE/CRÉDITOS: CNBB

Juntos somos mais e todos e todas somos importantes

Como é bom caminhar juntos e reconhecer a importância daquilo que é feito pelos outros, por todos e todas. Na Igreja católica isso se chama sinodalidade e ministerialidade, algo que não é fácil de ser assumido, mas que na Igreja do Regional Norte1 tem dado sentido ao caminho percorrido pelas dioceses e prelazias.

Hoje se encerra a Assembleia Regional Norte1, que desde segunda-feira 16 de setembro, reuniu na Maromba de Manaus 80 representantes das nove igrejas locais que fazem parte do regional. Uma assembleia com a presença de leigos e leigas, religiosos e religiosas, diáconos, padres e bispos, onde todo mundo tem voz e vez, onde o caminho a seguir é discernido entre todos e todas, pois a voz de cada um, de cada uma, é importante, e deve ser ouvida.

É importante saber escutar, sem preconceitos, dispostos a aprender com aquele em quem somos desafiados a descobrir a voz de Deus, que nos orienta e ilumina, que se faz presente em nossa vida de diversos modos e momentos, do seu jeito, e com quem nós somos chamados a entrar em sintonia, para assim enxergar o que Ele quer de cada um de nós e de todos juntos como Igreja, mas também como sociedade.

Vivemos um momento histórico em que a diversidade não é valorizada. Bem pelo contrário, quem é diferente, quem pensa diferente, é atacado abertamente, o que dificulta o caminhar juntos. Falta capacidade para entender que a diversidade nos enriquece, mas para isso é decisivo querer aprender com todos e todas, também com aqueles que pensamos que nada podem nos ensinar. De todos e todas podemos aprender e somos obrigados a ter consciência disso.

Quando a gente se isola, a gente se faz pequeno, vai se apequenando, perdendo aquilo que garante nossa vitalidade. Daí a importância de assumir que juntos somos mais e todos somos importantes, algo que tem a ver com todas as dimensões da vida. Não podemos continuar olhando para o outro como um inimigo, como alguém a quem temos que derrubar.

A polarização não pode tomar conta da nossa vida, não podemos nos deixar dominar por uma dinâmica que vai acabando com nosso convívio. Um modo de ser e viver que deve ser cultivado e espalhado, para nos convencermos e assim convencer os outros que esse modo de se posicionar é o caminho a seguir para fazer realidade um mundo melhor para todos e todas, de construir o Reino de Deus, para quem é cristão. Vamos lá, vale a pena entrar nessa!

Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1 – Editorial Rádio Rio Mar

Regional Norte1: Serviços e ministérios que concretizam o movimento de vida que surge do Espírito

A sinodalidade e a ministerialidade é algo presente na vida das igrejas do Regional Norte1. Na assembleia regional que acontece em Manaus de 16 a 19 de setembro, com o tema “Igreja Sinodal que caminha na Esperança”, tem sido oportunidade para partilhar os sinais desse modo de ser Igreja.

Nas igrejas locais, é comum que todos os batizados e batizadas participem dos processos de planejamento, e em muitos lugares, surgiram paróquias com a coordenação de religiosas e leigos e leigas. Uma Igreja que valoriza e reconhece o serviço de todos e todas, como parte essencial da evangelização, especialmente a colaboração direta dos leigos e leigas. Uma Igreja que precisa de todos os ministérios e serviços, marcada pela diversidade de carismas e serviços, que pede o reconhecimento e oficialização de novos ministérios, identificados nas linhas pastorais que norteiam a missão evangelizadora.

Uma Igreja que fomenta a formação, a defesa da vida, ações de cuidado com a casa comum, dentre outras. Uma Igreja descentralizada, itinerante e missionária, presente nas comunidades, muitas delas lideradas por mulheres, que pensam a caminhada e assumem os diversos ministérios. Se faz necessário refletir que não é suficiente criar ministérios se depois os novos ministros e ministras também vão centralizar e manter o modelo existente.

Igualmente, assumir que a ministerialidade feminina na Igreja Local será uma bênção e deve ser reconhecido como sinal da graça de Deus. Mesmo sendo visível o caminho sinodal em muitas igrejas locais, caminhar juntos, viver a sinodalidade não é fácil, pois ainda existem algumas instâncias eclesiais que não seguem aquilo que é proposto como caminho a seguir.

A Igreja do Regional Norte1 é uma Igreja discípula missionária e discípula da Palavra, com comunidades sinodais nutridas pela Palavra. Pode se dizer que, nessa Igreja, o Espírito é como um olho d’água que joga para nós o movimento de vida, que se concretiza em serviços e ministérios de diversos tipos: ligados à Casa Comum, do catequista, da consolação, litúrgicos, de assessoria, de cuidado com a vida, da mulher, considerando algo necessário que seja reconhecido aquilo que as mulheres fazem há muitos anos.

Um caminhar junto que vai sendo construído aos poucos, e que a Assembleia Regional Norte1, refletiu em diversos grupos, buscando descobrir aquilo que é reafirmado e assumido no caminhar juntos e juntas. Os desafios existem, mas a esperança tem que falar mais alto para poder concretizar essa Igreja que na sinodalidade quer ser discípula e missionária.

Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Bispos do Regional Norte1 instituem Ministério de Catequista: “Um sopro do Espírito na nossa Igreja”

No dia 10 de maio de 2021, o Papa Francisco assinou a Carta Apostólica sob forma de Motu Próprio “Antiquum Ministerium”, pela qual se instituiu o Ministério de Catequista. Aos poucos, catequistas têm sido instituídos nesse ministério, um passo dado no Regional Norte1 na celebração realizada nesta quarta-feira 18 de setembro, como parte da Assembleia Regional que está sendo realizada em Manaus de 16 a 19 de setembro de 2024, com o tema “Igreja Sinodal que caminha na Esperança”.

Na celebração, presidida pelo arcebispo de Manaus e presidente do Regional Norte1, cardeal Leonardo Steiner, ele lembrou que em 2012, no Sínodo para a Nova Evangelização, a Igreja do Brasil pediu a instituição do ministério de catequista, algo que foi lembrado ao Papa Francisco posteriormente em diversos momentos pela Presidência da Conferência Nacional do Bispos do Brasil (CNBB), dado que esse é o ministério mais importante.

Segundo o cardeal, “é tão extraordinário nós vermos e percebermos como nossa Igreja está na mão dos catequistas, é tão extraordinário ver que onde tem bons catequistas, boas catequistas, que as nossas comunidades são vivas, porque o catequista é para a comunidade, a catequista é para a comunidade, é da comunidade que nascem os catequistas”, mostrando o que acontece na África, onde são os catequistas que dirigem as comunidades, o que foi testemunhado pelo bispo da diocese de Roraima, dom Evaristo Spengler, que foi missionário em Angola, mostrando o grande compromisso dos catequistas para sustentar a fé, sobretudo no tempo da guerra que assolou o país, quando grande parte das comunidades do país não podiam contar com a presença dos presbíteros.

Um testemunho que levou o presidente do Regional Norte1 a dizer que “talvez nós, no Brasil, não demos a importância devida a esse ministério”, afirmando que “com a instituição do ministério, talvez nós consigamos retomar a importância do catequista, da catequista, na vida das nossas comunidades”. Catequistas que muitas vezes continuam perseverantes, mesmo quem vai avançando em sua idade, que “tem o dom de transmitir a vida do Evangelho”, pessoas com idade demais na transmissão do caminho do Evangelho, que conseguem entusiasmar.

“Ao instituirmos hoje aqui em nosso Regional esses irmãos e irmãs como catequistas, que já são, mas agora instituídos conforme o nosso Ritual, que nós possamos cada vez mais mostrar às nossas comunidades a grandeza desse ministério”, destacou o cardeal Steiner. Ele lembrou a importância de pessoas que “permanentemente na comunidade estão introduzindo às pessoas, não são catequistas de passagem, foram instituídos para a comunidade”.

O arcebispo de Manaus enfatizou que “é uma grandeza poder levar as pessoas até a presença de Jesus”. Seguindo o texto da Primeira Leitura do dia, “nos despertar para que só o amor realmente permaneça em nós”, disse o arcebispo de Manaus. Segundo ele, “a esperança nós precisamos enquanto caminhamos, porque às vezes caminhamos na desesperança diante de tantas dificuldades. Mas o que permanece mesmo é a caridade. A fé não precisaremos depois, a fé não permanece, mas permanece o amor, porque é no amor que vive a Trindade, e definitivamente seremos inseridos no amor da Trindade, viveremos no amor da trindade para sempre”, sublinhou o cardeal, que fez um chamado a levar essa grandeza para os irmãos e irmãs, pois diante das crises e quedas, “permanecêramos sempre de novo na atração de um amor que é para sempre”.

Aos que receberam o ministério de catequista, ele pediu “que possam nos ajudar nesse caminho”, ressaltando que “a Igreja vive desses ministérios, porque desses ministérios todos nós participamos”, dizendo que “o primeiro catequista da diocese deve ser o bispo”. Ele pediu “que nós possamos no nosso Regional, cada vez mais, iluminar a vida das nossas comunidades com o ministério da catequese e que esse ministério nos ajude realmente a sermos uma Igreja viva, uma Igreja da esperança, uma Igreja que realmente é missionária, uma Igreja que quer levar o Reino de Deus, que quer viver o Reino de Deus, uma Igreja que não deixa de lado o profetismo, uma Igreja que sabe estar ao lado dos pequenos, dos pobres, uma Igreja que sempre de novo acolhe a todos, não tem medo de acolher a todos, porque todos, todos, são destinados a participar da vida da Trindade, e isso para sempre”.

Cada bispo instituiu no ministério de catequista a catequistas das igrejas locais que fazem parte do Regional Norte1. Uma dessas catequistas é Vagna Gomes, coordenadora da Iniciação à Vida Cristã na diocese de Roraima. Ela afirma que “essa instituição vem como um sopro do Espírito na nossa Igreja para reconhecer o serviço do catequista”. São catequistas que hoje são desafiados a “sentir o outro”, para “partilhar a Palavra de Deus a partir da experiência da vida”, ressaltando a importância de sentir a realidade que o catequista está evangelizando. “Um serviço que sai da comunidade para servir à comunidade, alguém do povo que não deixa de ser do povo, não deixa de ser comunidade”, sublinhou a catequista instituída.

Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Card. Steiner: “Brasil respira fumaça porque não cuida da casa comum”

“O Brasil inteiro respira fumaça, respira fumaça porque não cuidamos da obra que Deus nos confiou”, denuncia o arcebispo de Manaus, card. Leonardo Steiner, que ressalta que “a Igreja nesses anos todos tem sempre de novo procurado conscientizar e se responsabilizar nas comunidades pelo cuidado da obra da Criação”.

A Amazônia passa por um momento dramático, uma situação que tem como causa a emergência ambiental derivada do aumento das queimadas e da seca. Só no Estado do Amazonas, os dados da Defesa Civil falam de 330 mil pessoas atingidas pelos impactos da seca, e todos os 62 municípios do Estado estão em emergência ambiental.

Cada dia aumenta o número de comunidades isoladas ou com grande dificuldade de acesso. Uma situação que piora com o aumento das queimadas, o maior número desde 2010, que tem coberto de fumaça Manaus e muitas outras cidades da Amazônia e do Brasil.

Uma situação que é constatada pelo arcebispo de Manaus e presidente do Regional Norte1 da CNBB e do Conselho Indigenista Missionário (CIMI), cardeal Leonardo Steiner. Ele não duvida em afirmar que “estamos vivendo mais um ano de seca, com o ano de seca aumentam mais uma vez as queimadas”. Lembrando a situação de 2023, o cardeal ressalta que “tivemos o ano passado muitas queimadas, muita seca, e este ano se repete”, sublinhando que “o ar se torna muitas vezes irrespirável”.

Diante dessa situação calamitosa, o arcebispo de Manaus afirma que “é um momento em que nós precisamos sempre de novo pensar o que nós estamos fazendo pela nossa casa comum”. Falando sobre os passos dados pela Igreja do Brasil, o cardeal Steiner lembrou que “nós como Igreja queremos conscientizar, fazer com que as pessoas despertem para a responsabilidade da casa comum”.

O presidente do CIMI denuncia que “muitos desses incêndios são criminosos, seja na Amazônia, seja no Pantanal. O Brasil inteiro respira fumaça, respira fumaça porque não cuidamos da obra que Deus nos confiou”. Nessa perspectiva, o arcebispo de Manaus ressalta que “a Igreja nesses anos todos tem sempre de novo procurado conscientizar e se responsabilizar nas comunidades pelo cuidado da obra da Criação”.

Finalmente, o cardeal Steiner disse que “nós queremos através da nossa ação ajudar a diminuir as queimadas e eliminar este ar tão pesado que nós respiramos. Mas especialmente, nós queremos que a natureza viva, viva no seu veador, e nós desejamos que os animais possam viver também tranquilamente e não serem queimados na natureza”. Ele faz um chamado para que “cuidemos da Criação, cuidemos da obra que Deus nos confiou, vamos cuidar e cultivar, como nos ensina Papa Francisco”.

Hino oficial da Campanha da Fraternidade 2025 é lançado em reunião do Consep

A 7ª reunião ordinária do Conselho Episcopal Pastoral (Consep), na sede da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), começou com a apresentação do Hino Oficial da Campanha da Fraternidade 2025 , com o tema “Fraternidade e Ecologia Integral”.

A escolha do hino se deu depois de um processo de escolha coordenado pelo Setor de Música Litúrgica da Conferência e aprovado e acompanhado pelos bispos. O arcebispo de Porto Alegre (RS) e presidente da CNBB, dom Jaime Spengler, ressaltou a simplicidade e a força da canção alicerçada na figura e na mensagem de São Francisco de Assis.

Análises de conjuntura social e eclesial

A reunião seguiu com as análises de conjuntura social que buscou compreender o cenário das Eleições Municipais deste ano e a análise de conjuntura eclesial.

O bispo de Carolina (MA) e coordenador do grupo de Análise de Conjuntura da CNBB, dom Francisco Lima Soares, buscou apresentar uma análise da realidade tendo o pressuposto de que as Eleições Municipais são mais um momento de fortalecer a Democracia e discutir o futuro do Brasil.

Como ponto de partida, dom Francisco apresentou o contexto no qual as eleições ocorrem no Brasil. “A Terra está com febre,  doente e o Brasil pegando fogo, com a criação a enviar sinais de fumaça. O fogo não é natural. Os biomas e as pessoas sofrem em decorrência de um modelo desenvolvimento equivocado”, reforçou.

A análise apresentou um quadro detalhado do processo eleitoral deste ano. Um dos dados apresentados foi o perfil dos eleitores brasileiros. O país conta com 155.912.680 eleitores em 2024, um aumento de 5,4% em relação às ultimas eleições de 2020. O Sudeste e Nordeste são os maiores colégios eleitorais. As mulheres somam 52,% do eleitorado nacional. Quanto à idade dos eleitores, 12,9% do eleitorado têm entre 16 a 24 anos; 40,%  entre 25 a 44 e 31,7% de 45 a 69.

As redes sociais, pontuou o coordenador do grupo de Análise de Conjuntura, se tornaram o novo espaço de consumo de conteúdo, de encontro e de debate. “O fenômeno implica um novo modo de fazer política que aponta para maior deteriorização da Democracia”, apontou.

Por outro lado, dom Francisco Lima reforçou que as eleições podem contribuir para redefinir a agenda pública, o processo de renovação de lideranças e para estimular a cidadania ativa. “As eleições são parte do esteio da democracia. Há a necessária presença da Igreja e da sociedade civil em defesa da Democracia. O Papa Francisco relembrou que a política é nova forma de caridade e que os gestores públicos devem estar a serviço do bem comum”, concluiu.

Caminhar pastoral da Igreja no Brasil

Já na análise de conjuntura eclesial, o responsável pelo Instituto Nacional de Pastoral Padre Alberto Antoniazzi (INAPAZ), dom Joel Portella Amado, apontou que foi a pergunta “Para onde vai o caminhar pastoral da Igreja no Brasil?”  que conduziu o olhar para  a realidade.

Dom Joel falou da existência de uma crise da esperança e a existência no país de projetos de ser humano, sociedade e Igreja que provocam a divisão. Neste contexto, segundo ele, o que se pede da Igreja é que cada batizado seja um profeta de comunhão. “Temos um pluralismo sim, não sabemos muitas vezes o que fazer, mas é necessário integrar os diferentes e promover o diálogo”, disse.

Ainda de acordo com a reflexão sobre a realidade eclesial, o Jubileu é uma boa perspectiva para a saída para a crise de esperança. Dom Joel reforçou que é necessário promover a  “convivialidade” em pequenas comunidades, a iniciação à vida Cristã, o trabalho pelo respeito às diferenças, a criação de estruturas de comunhão pastoral, o aprofundamento da teologia do Povo de Deus e da antropologia da alteridade e da fraternidade.

Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora

O arcebispo de Santa Maria (RS) e presidente da Comissão das Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil (DGAE), dom Leomar Antônio Brustolin, apresentou o os passos dados na elaboração do texto das novas diretrizes.

Dom Brustolin disse que foram realizadas as seguintes etapas na construção do texto: escuta dos bispos, escuta de diversas expressões do Povo de Deus, primeira redação do Instrumento de Trabalho, reflexão a partir Conversação Espiritual na Assembleia Geral de 2024, escuta continuada, escuta dos assessores das Comissões da CNBB, apresentação no Consep para definir pontos referenciais das Diretrizes (setembro 2024) e encaminhamento da nova redação par os bispos em janeiro de 2025.

Ele apresentou, para ser avaliada e discutida pelos bispos do Consep, a estrutura em cinco pontos a partir da qual buscarão organizar as novas diretrizes: 1 – Iniciação à vida cristã (Missão e Querigma); 2 – Palavra de Deus na pastoral (formação); 3 – Comunidade de comunidades; 4 – Ação Litúrgica e piedade popular (mistagogia como critério básico); e 5 – Opção pela vida.

Participantes da reunião

Participam da reunião do Consep, a Presidência da CNBB e os presidentes das doze Comissões Episcopais permanentes. Também participam assessores e representantes de pastorais e organismos da Igreja no Brasil. A parte da tarde foi dedicada aos informações das Comissões para a Animação Bíblico Catequética, Comunicação, Cultura e Educação e também o informe do Conselho Econômico da CNBB.

Pastorais no Regional Norte1: Sinais de sinodalidade e ministerialidade

As pastorais, que assumem o trabalho evangelizador nas igrejas locais do Regional Norte1, são um elemento decisivo na caminhada. Na Assembleia Regional, que acontece de 16 a 19 de setembro na Maromba de Manaus, foi apresentado os passos dados pelas pastorais presentes no Regional.

Diversas pastorais mostraram o percurso percorrido no último ano: Pastoral da AIDS, Rede um Grito pela Vida, Pastoral Vocacional, Animação Bíblico Catequética, Pastoral Familiar, Pastoral do Migrante, Pastoral da Juventude, Pastoral da Pessoa Idosa, Conselho do Laicato, Pastoral do Menor, CEBs, Caritas, Conselho Indigenista Missionário, Comissão Pastoral da Terra, Comissão dos Presbíteros, Conselho Missionário Regional, Pastoral da Saúde e Pastoral Carcerária.

Cada pastoral deu a conhecer, junto com os passos dados, os elementos que ajudam a identificar a ministerialidade nas pastorais, relatando os ministérios presentes e os passos que estão sendo dados para o avanço dessa ministerialidade, tendo como fundamento o Documento Final do Sínodo para a Amazônia, a Querida Amazônia e o Documento de Santarém 2022.

As pastorais mostraram o papel fundamental das mulheres no trabalho evangelizador da Igreja, as mulheres são grande maioria entre os agentes das pastorais. Essas pastorais exercem diversos serviços, e, em muitos casos, exercem o ministério da escuta, do cuidado, especialmente com os vulneráveis.

A ministerialidade se manifesta na participação coletiva, feminina e colegiada. Uma Igreja ministerial construída a partir das diversas vocações, que devem ser acompanhadas, que se concretiza assumindo os diversos ministérios, fomentando o protagonismo de todos e todas. Essa reflexão sobre a ministerialidade tem sido assumida por algumas pastorais, adotando ministérios que vão além do espaço eclesial.

Vivenciar o Ano Jubilar, que não pode se esquecer que é uma experiência bíblica, é um dos elementos mais importantes da Igreja em 2025. Depois da abertura da Porta Santa na Basílica de São Pedro, em Roma, no dia 24 de dezembro de 2024, as igrejas locais são convidadas a fazer essa abertura em nível local e programar seu calendário de atividades. O seguimento das atividades em Roma poderá ser realizado a través do site criado pelo Vaticano, apresentado aos participantes da Assembleia Regional Norte1. O Regional também quer programar alguma atividade, a ser realizada durante a Assembleia Regional 2025, para comemorar o Jubileu, sendo feitas algumas propostas.

O Jubileu, que em 2025 tem como tema “Peregrinos da Esperança”, é uma peregrinação, que pode ser até um lugar, mas também até as pessoas, um caminhar com esperança. Para aprofundar no Jubileu, existem algumas propostas, como são as elaboradas pela arquidiocese de Manaus, apresentadas como possibilidades para outras igrejas locais: o estudo dos cadernos do Concilio Vaticano II, a leitura da bula de indicação do ano Jubilar 2025 e o texto Misericordiae Vultus, seminários sobre o Ano Jubilar, instituir os missionários da misericórdia, e especial atenção ao Sacramento da Reconciliação.

Os participantes da Assembleia Regional Norte1 também conheceram o processo e conclusões da 6ª Semana Social Brasileira, que refletiu sobre Economia, Soberania e Democracia, sendo apresentados os passos dados ao longo do processo, marcado por Terra, Teto e Trabalho como grandes temas.

Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Dom Zenildo Lima, dom Hudson e dom Vanthuy participam em Roma do Encontro de novos bispos

158 bispos chegados de todo o mundo participam em Roma, de 15 a 21 de setembro de 2024, do encontro dos novos bispos: “Pastores enraizados em Cristo a serviço de uma Igreja chamada a habitar o presente e guardar o futuro”. Do curso participam os bispos auxiliares de Manaus, dom Zenildo Lima e dom Hudson Ribeiro, e o bispo de São Gabriel da Cachoeira, dom Raimundo Vanthuy Neto. Também participa o bispo de São Félix do Araguaia (MT), dom Lúcio Nicoletto, que até ser nomeado bispo era missionário na diocese de Roraima.

Cada dia é marcado por uma temática: o serviço do bispo para a custódia e transmissão da fé; a Igreja no mundo em diálogo; o serviço do bispo para o desenvolvimento humano integral; reunião com Pedro; Igreja Identidade e missão. Um curso para refletir sobre a visão teológica geral do Papa Francisco sobre a transmissão da fé, a colegialidade e a sinodalidade; encontros com membros de diversos dicastérios; conhecer o relacionamento entre a Santa Sé e os diversos países; o diálogo inter-religioso e intercultural; o Sínodo dos Bispos e o Jubileu; a gestão pastoral das divisões e dos conflitos devidos a étnicos e/ou políticos, propondo itinerários de reconciliação e paz; o apostolado dos leigos; evangelização e missão; a unidade do ministério episcopal; os abusos na Igreja; o fenómeno da migração; Igreja e cultura digital; Igreja e Inteligência Artificial, dentre outros temas.

Segundo dom Zenildo Lima, “para nós que já participamos de um encontro formativo oferecido pela CNBB temos agora a expectativa de considerar a tarefa evangelizadora numa perspectiva mais ampla, considerando a universalidade da Igreja e da tarefa missionária”. O bispo auxiliar de Manaus destaca “a possibilidade de compartilhar com irmãos de outras realidades bem diversas como se tem vivido o início do ministério episcopal”. 

Durante o encontro, os bispos terão a possibilidade de se encontrar com o Papa Francisco na manhã da quinta-feira, que “para nós é sempre um reencontro com os caminhos traçados para a evangelização na Amazônia”, lembrando o Sínodo para a Amazônia, convocado pelo Papa Francisco, em vista de novos caminhos para a Igreja e para uma ecologia integral, que em sua assembleia sinodal, realizada em outubro de 2019, contou com a participação como auditores de dom Zenildo e dom Vanthuy.

Lembrando da Assembleia do Regional Norte1, que está sendo realizada em Manaus de 16 a 19 de setembro, o bispo auxiliar de Manaus, disse que “nos sentimos em comunhão com nosso regional que apenas iniciou também sua Assembleia Regional, na busca de caminhos para uma ministerialidade que corresponda ao caminho sinodal de nossa Igreja da região”.

Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

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Letra e música do hino da Campanha da Fraternidade 2025 é apresentado pela CNBB

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) apresenta nesta terça-feira, 17 de setembro, a letra e a música do hino da Campanha da Fraternidade 2025, que tem como tema: “Fraternidade e Ecologia Integral” e o lema “Deus viu que tudo era muito bom” (Gn 1,31).

O processo de escolha da música e da letra da CF 2025 foi feito a partir de um concurso nacional, lançado em abril desse ano. Todos os inscritos participaram de uma formação on-line promovida pelo Setor de Música Litúrgica da CNBB em três etapas. A primeira etapa foi sobre o sentido da Campanha da Fraternidade em geral e especificamente sobre a próxima Campanha de 2025, com o padre Jean Poul, assessor do Setor de Campanhas da CNBB.

A segunda etapa foi sobre composição de letra, com Eurivaldo Ferreira, e a terceira etapa sobre composição de música, com Adenor Terra e frei Wanderson de Freitas, ambos pertencentes à Equipe de Reflexão de Música da Comissão Episcopal para a Liturgia da CNBB.

Formação em música

Padre Jair Costa, assessor do Setor Música Litúrgica, salientou que “a formação foi uma experiência ímpar: na mesma sala de formação on-line estavam presentes compositores experientes, autores de hinos de outras CFs, intérpretes consagrados da música católica e compositores iniciantes, tendo acesso às mesmas ferramentas de composição. Foi uma riqueza encontrar tantas pessoas e partilhar das experiências e expectativas”. disse.

 O assessor do Setor Música Litúrgica explicou as etapas do concurso. “Aqueles que compõem em conjunto letra e música, enviaram na primeira etapa suas letras. Depois, puderam enviar suas melodias para a letra escolhida “, disse.

Padre Jair revelou que, entre os 246 inscritos, foram apresentadas 68 propostas de letra e 42 propostas de melodia. O processo de seleção da letra considerou a quantidade de sílabas em cada verso, a construção regular dos versos, e a possibilidade de se colocar uma música fácil para o povo cantar. Do ponto de vista teológico e pastoral, foi avaliada a sintonia com o tema da CF 2025, a capacidade de levantar esperança e provocar a conversão comunitária. E o processo de seleção da música buscou uma melodia que possa ser cantada por todos os grupos que vão refletir a CF: crianças, jovens e adultos; considerou também uma harmonia que possa ser executada com facilidade pelos instrumentistas das comunidades.

O autor da letra

A letra escolhida é de composição de Ismael Oliveira do Nascimento, natural de Iguatú (CE), pertencente à arquidiocese de Belo Horizonte (MG).

Por meio de um vídeo, Ismael relata que recebeu com muito entusiasmo e alegria a notícia de que sua letra foi escolhida para animar o hino da Campanha da Fraternidade de 2025. “Podemos dizer que o pano de fundo em toda a letra proposta é o magistério do Papa Francisco, que tem insistido bastante nesse diálogo com as mudanças climáticas”, disse.

Ismael Oliveira do Nascimento, autor da letra da CF 2025

“Nós que estamos percebendo hoje essas mudanças na pele, no ar, na respiração. O Brasil está praticamente tomado por incêndios florestais, muitas vezes incêndios propositais, porque como o Papa mesmo diz, há uma inclinação do ser humano, parece ser até uma sina de destruir, de impedir que a criação floresça, que a criação desabroche, mas aí vem Deus com a sua misericórdia e não cansa de criar, a gente diz que Deus não cansa de perdoar, mas também não cansa de criar, talvez isso esteja em todas as entrelinhas do hino, que está muito baseado no magistério da Igreja, naquilo que propõe o Papa Francisco, as discussões atuais sobre a Casa Comum, com a nossa morada, então fica a animação para que na Quaresma do ano que vem a gente celebre com alegria, com entusiasmo e penitência esse tempo tão importante para nós”.

Saiba mais:

https://youtube.com/watch?v=Bw6LpFyWlws%3Ffeature%3Doembed

O autor da música

Miguel Philippi, autor da música da CF 2025

Já o autor da música é o Miguel Philippi, regente de corais na arquidiocese de Florianópolis (SC). No vídeo ele aponta que é sempre um desafio compor uma nova melodia, mas que buscou atender os critérios que foram estabelecidos pela CNBB: uma música que fosse acessível para todos, bela, envolvente, e ao mesmo tempo que fosse original, buscando dar sentido à letra, com uma estrutura que valorize essa mensagem.

“As estrofes estão em tom menor. São um convite à reflexão, à oração, características tão próprias do tempo da Quaresma. O refrão está em tom maior, celebra a beleza da criação divina, inspirado também no cântico das criaturas de São Francisco, ao qual o próprio texto faz referência. Espero que esse hino possa nos ajudar a viver bem o tempo da Quaresma, e que seja instrumento de evangelização para a Igreja no Brasil”, finalizou.

Saiba mais:

https://youtube.com/watch?v=zB3wy9gdpJA%3Ffeature%3Doembed

Conheça o hino oficial da CF 2025:

https://youtube.com/watch?v=puXg_QBgzY4%3Ffeature%3Doembed
Por Larissa Carvalho
Reprodução: CNBB