Nesse tempo pascal descobrimos como o Espírito une e cura, e qualquer unidade verdadeira é fruto da presença divina. Quando recordamos a nossa unidade em Cristo, a nossa unidade no batismo e no discipulado, não estamos recordando o nosso compromisso comum, nem a aceitação partilhada de um sistema de ideias, nem a adesão coletiva a uma estrutura; em vez disso, é a presença do Espírito que nos torna um único sacerdócio real, um povo escolhido e uma nação santa. O dom da unidade é uma adição positiva à nossa humanidade. Na unidade do Espírito Santo, o todo é mais do que a soma das partes. Quando pensamos na presença unificadora e reconciliadora do Espírito, temos dificuldade em encontrar paralelos na experiência humana. Uma Igreja que compartilha o mesmo Espírito é cheia de diversidade e não carece da multiplicidade de talentos, cada um deles expressado de forma distinta, que construirão a comunidade de amor. O Espírito é unificador. O Espírito é diversificador. O Espírito pode ser visto de várias outras maneiras. O Espírito, de fato, é infinito ou, como deveríamos constantemente lembrar a nós mesmos, Deus é sempre maior. E nós queremos celebrar essa esperança e esse sonho de uma igreja toda sinodal celebrando o nosso compromisso em construirmos caminhos de unidade. Precisamos assim resgatar o que de melhor e mais valioso o mesmo Espirito Santo semeou no chão e nos corações de nossa igreja particular ao longo desses 300 anos do caminho da evangelização em Roraima. Por isso, em comunhão com o nosso bispo dom Evaristo, o Colégio de Consultores de nossa diocese e a Coordenação diocesana de Evangelização (CODE), conclamamos todo o Povo de Deus em Roraima a celebrarmos a Solenidade de Pentecostes todos em comunhão numa única grande festa que acontecerá no domingo dia 28 de Maio, ás 16h, no Ginásio de Esportes “Senador Hélio Campos” – Canarinho, em Boa Vista, para celebrarmos a vida e a caminhada de todas as comunidades da nossa Igreja diocesana. Às comunidades do interior: pedimos que se organizem para estarem presentes nesse momento; seria muito bom se cada Paroquia conseguisse um ônibus para facilitar a participação de todos os que quiserem participar. Às comunidades da cidade de Boa Vista: pedimos que no dia de domingo, conforme ficou combinado com os padres de nosso presbitério, não haja nenhuma celebração eucarística para darmos prioridade a esse momento de comunhão e de compromisso com a unidade entre todas as comunidades da nossa diocese. Agradecendo de coração pela participação e a colaboração de todas e todos vocês, amadas e amados, invocando sobre todos a intercessão de Maria, a Virgem do Carmo, Padroeira de nossa diocese, e a benção de Deus sobre toda a cidade de Boa Vista e nossa diocese de Roraima, em nome do nosso bispo dom Evaristo despeço-me desejando a todos uma fervorosa preparação à solenidade de Pentecoste, de mãos dadas, a caminho, porque juntos somo mais… Igreja! Aquele abraço!
Pe. Lucio Nicoletto e a Coordenação diocesana de Evangelização – CODE
Ucraniano Vladimiro nasceu na Ucrânia, em 14 de fevereiro de 1907, em uma aldeia na província de Ternopol.
Infância e vida religiosa Em 1922, frequentou o ginásio na cidade de Čertkov e, em 4 de setembro de 1924, ingressou na ordem de São Basílio, o Grande, segundo a regra de São Iosafat, tomando o nome monástico de Vitalij. Depois de completar o noviciado em Krechov, estudou teologia nas escolas monásticas de Lavrov, Dobromil e Kristinopol, todas na Ucrânia.
Serviço na abadia Aos 26 anos, fez votos solenes e foi ordenado sacerdote em Žovkva, onde foi nomeado vice-responsável do mosteiro e, ao mesmo tempo, coadjutor da Igreja do Sagrado Coração de Jesus. Em julho de 1941, foi nomeado responsável pelo mosteiro em Drogobyč, província de Lviv, substituindo os anteriores presos e mortos, Serafim Baranik e Ioakim Sen’kovskij.
Perseguição O padre Vitalij foi preso por agentes da NKVD, a polícia política soviética, em 17 de setembro de 1945, acusado de ter participado na aldeia de Turinka de um funeral no túmulo dos militantes ucranianos do exército subversivo em 1941, de ter feito propaganda antissoviética durante um sermão. Também foi perseguido por publicar um artigo falso contra o partido bolchevique no calendário antissoviético “Missioner” de 1942.
Condenação Em 13 de novembro de 1945, o padre Vitalij foi condenado pelo tribunal militar a 8 anos de prisão e confisco de ativos.
Ele morreu poucos dias antes da Páscoa de 1946, depois de ter sido brutalmente espancado durante o interrogatório: foi levado de volta para a prisão do NKVD em uma maca e enterrado na própria prisão.
Beatificação O padre Vitalij Bajrak foi beatificado, em 27 de junho de 2001, durante a visita do Papa João Paulo II à Ucrânia, junto com outros 24 greco-católicos vítimas da perseguição soviética.
A minha oração “Senhor Jesus, hoje são outros milhares de ucranianos que sofrem por perseguição, além de religiosa, mas civil e desleal. Que a nossa oração agora, console os ucranianos que sofrem e providencie para cada um, o renovar da esperança. Assim seja, por intercessão do Beato Vital Vladimiro Bajrak”
Beato Vital Vladimiro Bajrak, rogai por nós!
Outros santos e beatos celebrados em 16 de maio:
Santos Félix e Genádio, mártires, na Tunísia. († data inc.)
Santos Florêncio e Diocleciano, mártires, nas Marcas, região da Itália. († data inc.)
Santos mártires Abdas e Edésio, bispos, que foram mortos por ordem do rei Sapor II, juntamente com trinta e oito companheiros, na antiga Pérsia. († 375/376)
São Peregrino, mártir, venerado como primeiro bispo de sua diocese, na França. († s. IV/V)
São Possídio, bispo de Guelma, na Numídia, na atual Argélia, que foi discípulo e amigo de Santo Agostinho, assistiu à sua morte e escreveu a sua memorável biografia. († d. 473)
São Fídolo, presbítero, que, segundo a tradição, foi feito prisioneiro de guerra pelo rei Teodorico, na França. († c. 540)
São Brandão, abade de Clonfert, zeloso propagador da vida monástica, de quem se narra a célebre «navegação de São Brandão», na Irlanda. († 577/583)
Santo Honorato, bispo, na França. († c. 600)
São Carantoco, bispo e abade de Cardigan, na Grã-Bretanha. († s. VII)
Paixão de quarenta e quatro santos monges, que, no tempo do imperador Heráclio, foram massacrados pelos Sarracenos que assaltaram o seu mosteiro de São Sabas, na Palestina. († 614)
São Germério, bispo, que se empenhou em divulgar o culto de São Saturnino e visitar assiduamente o povo que lhe foi confiado, na atual França. († s. VII f.)
Santo Ubaldo, bispo, que trabalhou diligentemente para renovar a vida comunitária dos clérigos, na Úmbria, região da Itália. († 1160)
Santo Adão, abade do mosteiro de São Sabino, nas Marcas, região da Itália. († c.1210)
São Simão Stock, presbítero, que, depois de ter sido eremita na Inglaterra, ingressou na Ordem dos Carmelitas, da qual foi admirável superior, tornando-se célebre pela sua singular devoção à Virgem Maria. († 1265)
Santo André Bobola, presbítero da Companhia de Jesus, que foi zeloso promotor da unidade dos cristãos, até que, arrebatado por soldados, de bom grado deu o supremo testemunho da fé com o derramamento do seu sangue, na Polônia. († 1657)
Beato Miguel Wozniak, presbítero e mártir, que foi deportado da Polônia, ocupada por um regime hostil à dignidade humana e à religião, para o campo de concentração de Dachau e, depois de cruéis torturas, partiu para a glória celeste. († 1942)
Padroeiro Padroeiro dos trabalhadores, camponeses e agricultores de algumas cidades espanholas e italianas.
Resumo Nascido em Madrid, por volta de 1070, Isidoro torna-se santo rezando, trabalhando nos campos e partilhando os seus bens com os mais pobres. Um agricultor que, junto com a sua esposa, a Beata Maria de la Cabeza, esperou com empenho no trabalho dos campos, colhendo pacientemente a recompensa celestial ainda mais do que os frutos terrestres, e foi um verdadeiro modelo de agricultor cristão.
Trabalho e Oração Apesar de trabalhar arduamente no campo, participava todos os dias da Eucaristia e dedicava muito espaço à oração, tanto que alguns colegas invejosos o acusavam, aliás, injustamente, de se afastar horas do trabalho. Inveja não falta, mas ele supera tudo também graças à ajuda de sua esposa Maria. Dessa maneira, revelou a profunda relação e importância entre trabalho santificado e oração.
Matrimônio Com sua esposa, Maria de La Cabeza, viveu um casamento que sempre se caracterizou pela grande atenção aos mais pobres, com quem compartilhavam o pouco que possuíam. Ninguém saiu de Isidoro sem ter recebido algo. Os dois se santificaram mutuamente e Maria também foi reconhecida pela Igreja como Beata.
Morte e canonização Morreu em 15 de maio de 1130. Foi canonizado em 12 de março de 1622 pelo Papa Gregório XV. Seus restos mortais estão preservados na igreja madrilena de Sant’Andrea.
A minha oração “Querido santo, tu nos dá testemunho de que oração e trabalho são pilares de espiritualidade. Mostra-nos que a caridade advém também dessa experiência. Interceda para que tenhamos boas colheitas, interceda para que sejamos trabalhadores exemplares e pessoas generosas por excelência. Por Cristo Nosso Senhor. Amém!”
Santo Isidoro lavrador, rogai por nós!
Outros santos e beatos celebrados em 15 de maio:
Em Lâmpsaco, no Helesponto, na atual Turquia, a paixão dos santos Pedro, André, Paulo e Dionísia, mártires. († s. III)
Em Arvena, na Aquitânia, hoje Clermont-Ferrand, na França, os santos Cássio e Vitorino, mártires. († s. III)
Na Sardenha, região da Itália, São Simplício, presbítero. († s. III/IV)
Em Larissa, na Tessália, região da Grécia, Santo Aquileu o Taumaturgo, bispo. († s. IV)
Em Autun, na Gália Lionense, na hodierna França, São Retício, bispo. († s. IV)
Na Etiópia, São CalebouElésban, rei. († c. 535)
Em Septêmpeda, no Piceno, hoje nas Marcas, região da Itália, São Severino, bispo, cujo nome foi dado à cidade. († data inc.)
Em Bingen, junto ao rio Reno e perto de Mogúncia, atualmente na Alemanha, São Roberto, Duque. († s. VIII)
Em Córdova, na Andaluzia, região da Espanha, São Vitesindo, mártir. († 855)
Em Aix-en-Provence, na França, o Beato AndréAbellon, presbítero da Ordem dos Pregadores. († 1450)
Nossa Senhora de Fátima teve origem na cidade de Fátima, uma cidade de Portugal onde três meninos, Lucia de Jesus Santos, com 10 anos e seus primos Francisco Martos de 9 anos e Jacinta Martos de 7 anos, tiveram a visão de Nossa Senhora.
Aconteceu no ano de 1917. Sete aparições de Nossa Senhora aos três meninos, sempre no dia 13 de cada mês. A primeira foi no dia 13 de maio. Lucia via e conversava com Nossa Senhora de Fátima. Francisco só via e não ouvia os diálogos. Jacinta via e ouvia, mas não falou com Nossa Senhora de Fátima.
História de Nossa Senhora de Fátima
Quando Nossa Senhora de Fátima apareceu aos três, eles descreveram assim a visão: Parecia ter uns 18 anos a Senhora, rodeada de claridade fulgurante, seu vestido era de uma alvura puríssima, assim como o manto ornado de ouro, que lhe cobria a cabeça e grande parte do corpo. O rosto sobrenatural e divino, estava sereno e grave, com uma sombra de tristeza. Em suas mãos, uma cruz de ouro com um terço em contas que pareciam pérolas, e de seu corpo, especialmente do rosto irradiavam feixes de luz, incomparavelmente superior a qualquer beleza humana.
No começo as crianças se assuntaram, mas Nossa Senhora de Fátima as tranquilizaram, dizendo para não terem medo, e que ela era do Céu. Nossa Senhora disse para rezarem o terço todos os dias, para alcançarem a paz e o fim da guerra. A mensagem de Fátima é uma mensagem de conversão e arrependimento.
Nossa Senhora de Fátima insiste na oração do terço. Ela disse que o comunismo só cairia depois de muita oração. E assim aconteceu. A oração e a Igreja, através do Papa João Paulo II tiveram papel decisivo na queda do muro de Berlin e, por conseguinte, do comunismo.
Perseguição contra as crianças de Fátima
Ninguém acreditava nas crianças. Na segunda aparição, somente 50 pessoas estavam presentes para tentar ver alguma coisa. Depois, as crianças sofreram grandes perseguições por parte dos poderes públicos. Chegaram a ser até presas na delegacia de Fátima, mas nunca negaram as aparições.
Oração de Nossa Senhora de Fátima que rezamos até hoje
Em uma das aparições, Nossa Senhora ensinou esta oração aos meninos. Ela foi acrescentada na reza do Rosário: Quando rezarem o terço, digam após cada mistério; ó meu Jesus, perdoai-nos, livrai-nos do fogo do inferno, levai as almas todas para o Céu, principalmente aquelas que mais precisarem.
Após a terceira aparição o povo começou a acreditar, e cada vez mais se aglomeravam mais pessoas, chegando a mais de trinta mil na última aparição.
Milagre de Nossa Senhora de Fátima
Na sexta aparição, Maria Santíssima disse a Lucia que naquele local, com o dinheiro das doações, deveria ser construída uma capela com o nome de Nossa Senhora do Rosário. E quando ela se levantava suavemente para ir embora, o sol apareceu entre as nuvens como um grande disco prateado, brilhando muito, mas sem cegar as pessoas. Começou a girar vertiginosamente e suas bordas se tornaram avermelhadas espalhando raios de fogo, de modo que sua luz refletia nas pessoas nas árvores, e foi vista até quarenta quilômetros de distância do local das aparições.
Por três vezes o sol girou e se precipitou sobre a terra, e todos com medo pediam perdão para Deus. O milagre durou cerca de dez minutos. A partir desses acontecimentos, a devoção a Nossa Senhora de Fátima, Nossa Senhora do Rosário, aumentou, se difundiu para o mundo todo, e hoje, em seu enorme santuário, todos os peregrinos vão fazer seus pedidos, agradecimentos e orações.
Oração a Nossa Senhora de Fátima
Santíssima Virgem, que nos montes de Fátima vos dignastes revelar a três humildes pastorinhos os tesouros de graça contidos na prática de vosso Rosário, incuti profundamente em nossa alma o apreço em que devemos ter com essa devoção, para Vós tão querida, a fim de que, meditando os mistérios da Vossa Redenção que nela se comemora, nos aproveitemos de vossos preciosos frutos e alcancemos a graça, que vos pedimos nesta oração, se for para maior glória de Deus, honra vossa e proveito de nossas almas. Amém.
Rainha do Santíssimo Rosário, rogai por nós.
“Todas as estradas levam para Roma”, diz um provérbio, e de Roma saem algumas das mais célebres estradas do mundo. Em duas dessas estradas, a sudeste e oeste, a Ardeatina e a Aurélia, foram sepultados os mártires Nereu, Aquiles e Pancrácio. Embora recordados os três no mesmo dia, 12 de maio, o culto deles foi sempre separado, como dizem os compiladores do novo calendário: “A memória dos santos Nereu e Aquiles e a memória de são Pancrácio são celebradas separadamente com formulários próprios segundo uma antiga tradição romana. Ao contrário, a memória de santa Domitila, introduzida no Calendário romano em 1595, deve ser cancelada, pois o seu culto não encontra fundamento algum na tradição”. Isso resolve também a questão da época em que Nereu e Aquiles deram seu testemunho.
O Papa Dâmaso, que pouco depois da metade do século IV falava com absoluta segurança dos dois mártires, refere que viveram no fim do século III e morreram durante a perseguição militar com a qual se iniciou a “era dos mártires” (de Diocleciano). Eles eram levados à força ao tribunal de um “tirano”. Aí aplicavam as ordens de tortura e de execução dos “rebeldes” cristãos, até que atingidos pela coragem e constância dos mártires cristãos decidiram seguir seu exemplo. Privados das insígnias militares, foram por sua vez conduzidos ao suplício que enfrentaram com coragem e alegria.
A gravura que representa Santo Aquiles atingido pelo verdugo é considerada a mais antiga representação que ficou de martírio. Abandona-se, assim, o que referia uma tardia e lendária paixão do século VI, que unia a tradição do martírio de Nereu e Aquiles com os de Petronila e Domitila, respectivamente filha de São Pedro e sobrinha do imperador Domiciano.
Também a história de Pancrácio, martirizado ainda muito jovem sob Diocleciano, foi enriquecida de tantos elementos lendários pela sua tardia Paixão, que é muito difícil separar os reais acontecimentos históricos deste que foi um dos santos mais populares não só em Roma como também em toda a Itália e ainda no exterior: é o patrono da Juventude de Ação Católica e dedicaram-lhe igrejas e mosteiros: a de Roma foi fundada por são Gregório Magno e a de Londres por santo Agostinho de Canterbury (a são Pancrácio é dedicada também uma estação do metrô de Londres, e inglês era Wiseman que fez de são Pancrácio uma das personagens principais de Fabíola). A lenda o tornou vigoroso vingador da veracidade dos juramentos. Sua basílica era uma das estações quaresmais.
Extraído do livro: Um santo para cada dia, de Mario Sgarbossa e Luigi Giovannini. Canção Nova
Nascimento e escola salesiana Zeffirino Namuncurá nasceu em 26 de agosto de 1886, em Chimpay, às margens do rio Negro. Seu pai Manuel, o último grande cacique das tribos indígenas araucanas, havia se rendido três anos antes às tropas da República Argentina. Depois de onze anos de vida rural livre, Manuel Namuncurá envia Zeffirino para estudar em Buenos Aires, para que pudesse defender a sua raça. A atmosfera familiar no colégio salesiano fez com que ele se apaixonasse por Dom Bosco.
Crescimento espiritual A dimensão espiritual cresceu nele e ele começou a desejar ser sacerdote salesiano para evangelizar seu povo. Escolheu Domingos Sávio como modelo e, durante cinco anos, através do esforço extraordinário de entrar numa cultura totalmente nova, ele próprio tornou-se outro Domingos Sávio. O compromisso com a piedade, a caridade, os deveres diários e o exercício ascético é exemplar.
Aspirante salesiano Esse menino, que achou difícil “entrar na fila”, gradualmente se tornou um verdadeiro modelo. Como queria Dom Bosco, estava certo em cumprir seus deveres de estudo e oração. Ele foi o árbitro nas recreações: sua palavra foi bem recebida pelos camaradas em disputa. A lentidão com que ele fazia o sinal da cruz, como se estivesse meditando em cada palavra, era impressionante; e, com seu exemplo, corrigiu os seus companheiros, ensinando-os a fazê-lo devagar e com devoção. Em 1903, Dom Cagliero o aceita no grupo de aspirantes em Viedma, capital do Vicariato Apostólico, para começar o latim.
Itália Por causa de sua saúde precária, o bispo salesiano decide levá-lo à Itália, para que continue seus estudos de maneira mais séria e em um clima que parecia mais adequado. Na Itália, ele conhece o padre Rua e o Papa Pio X, que o abençoam com emoção. Ele frequentou a escola em Turim e, depois, no colégio salesiano de Villa Sora, em Frascati. Ele estuda muito para ser o segundo da classe.
Morte Mas um mal não diagnosticado a tempo, talvez porque nunca reclamou, minou-o: tuberculose. Em 28 de março de 1905, ele foi levado ao hospital Fatebenefratelli, na Ilha Tiberina, em Roma. Ele morreu pacificamente em 11 de maio. A partir de 1924, seus restos mortais descansam em sua terra natal, em Fortín Mercedes, onde multidões de peregrinos vêm venerá-lo.
Os altares – Tornou-se venerável em 22 de junho de 1972; – Beatificado em 11 de novembro de 2007 sob o pontificado de Bento XVI.
A minha oração “Senhor Jesus, o Beato Zeferino Namuncurá rendeu-se ao amor de Deus e abriu mão de sua cultura e costumes para responder ao seu apelo de doação. Que cada um de nós que lemos essa oração, abramos o nosso coração para dizer ao Senhor: Jesus, crava em nosso coração um amor ardente por Ti. Amém.”
Beato Zeferino Namuncurá, rogai por nós!
Outros santos e beatos celebrados em 11 de maio:
São Maiulo, mártir de Adrumeto, que foi condenado às feras, na Tunísia. († s. II f./III in.)
Santo Antimo, mártir. († s. III)
São Mócio, presbítero e mártir, na Turquia. († data inc. )
São Mamerto, bispo, que instituiu o tríduo solene de ladainhas antes da Ascensão do Senhor, na França. († c. 475)
São Gengulfo, na França. († s. VIII)
São Maiolo, abade de Cluny, que, firme na fé, forte na esperança, rico na caridade, reformou muitos mosteiros na Gália e na Itália. († 994)
São Gualter, presbítero e cónego regular, que, instruído desde a infância no serviço de Deus, resplandeceu pela mansidão para com os irmãos e pela caridade para com os pobres, na França. († 1070)
Beato Gregório Célli, presbítero da Ordem dos Eremitas de Santo Agostinho, que, expulso do mosteiro pelos irmãos de religião, consta que morreu entre os Irmãos Menores do convento do monte Carnério, na Itália. († 1343)
Beatos mártires João Rochester e Jaime Walwort, presbíteros e monges da Cartuxa de Londres, na Inglaterra. († 1537)
São Francisco de Jerônimo, presbítero da Companhia de Jesus, na Campânia, região da Itália. († 1716)
Santo Inácio de Láconi, religioso da Ordem dos Irmãos Menores Capuchinhos. († 1781)
São Mateus Lê Van Gam, mártir, que depois de passar um ano no cárcere, por decreto do imperador Thieu Tri foi degolado. († 1847)
Contextualizando Era comum, na Antiguidade, que o azeite fabricado nas primeiras prensas do fruto da oliveira fossem destinados aos fins mais nobres: o peso da primeira pedra que produzia o azeite mais puro era usado nos ritos de consagração, as cerimônias de unção. Também o azeite que se fabricava a seguir era utilizado para queimar as lâmpadas “continuamente diante do Senhor” (Lv 24,2). As forjas mais duras produzem o melhor produto, de mais nobre fim!
Na Igreja… Assim também é na vida da Igreja: ao longo de sua história, as forjas da vida produziram, pelo auxílio da graça, verdadeiros dons; homens e mulheres que, mesmo diante das intempéries da existência humana, se deixaram moldar por Deus e se tornaram modelos de seguimento de Cristo. Um desses ‘azeites’ fabricados na forja dos santos, celebramos no dia 10 de maio. Estamos falando de São João D’Ávila, proclamado doutor da Igreja pelo Papa emérito Bento XVI em outubro de 2012.
Sobre o santo João de Ávila nasceu em 6 de janeiro de 1499, em Almodóvar del Campo, na Espanha. Estudou Direito na Universidade de Salamanca, mas passou por uma profunda experiência de conversão, decidindo abandonar os estudos, voltar para casa dos pais e tornar-se sacerdote. Com 27 anos, foi ordenado padre em 1526. Nutria em si o desejo de ser missionário na América, mas a vontade de Deus era outra, e ele acabou exercendo seu ministério no seu país natal. Começava a experimentar na vida as prensas de Deus.
Vida Outra prensa veio pouco tempo depois de ordenado. Em 1931, por causa de uma má interpretação de uma pregação, João foi preso pela Inquisição Real. Passando dois anos no cárcere, deu início à primeira versão da sua obra “Audi, filia”, em que fala do amor esponsal entre Cristo e a sua Igreja, em conselhos de ascética a uma jovem que acompanhava. Segundo Bento XVI, foi ali, naquele tempo de privação, de perseguição injusta e de incompreensão, que João “recebeu a graça de penetrar com profundidade singular no mistério do amor de Deus e no grande benefício feito à humanidade pelo Redentor Jesus Cristo”.
Vontade de Deus Absolvido em 1533, retoma com fervor a pregação do Evangelho na Espanha em várias cidades. O seu único desejo era converter as almas. Era sensível às inspirações do Espírito à Igreja de sua época, que passava por difíceis provas, provenientes do humanismo e do processo de reforma que se instalava na Europa. Atendia incessantemente os penitentes através do Sacramento da Reconciliação.
Particularidade Na vida interior, prezava pela pobreza e pela instrução das crianças e dos jovens, sobretudo daqueles que se preparavam para o sacerdócio. Além de Audi filia, classificado por Bento XVI como um clássico da espiritualidade, escreveu “O Catecismo, ou Doutrina cristã”, “O Tratado do amor de Deus”, “O Tratado sobre o sacerdócio”, “Os Sermões e Homilias”, além de comentários bíblicos da Carta aos Gálatas à Primeira Carta de João.
Méritos Tornou-se um grande teólogo, mas, como filho de seu tempo, também deu contribuições humanistas como invenções de algumas obras de Engenharia, fundação de colégios menores e maiores que, depois do Concílio de Trento, se transformaram em seminários conciliares, criação da Universidade de Baeza, além da proposta da criação de um Tribunal Internacional de arbitragem para evitar as guerras.
Frutos Foi responsável pela conversão de São João de Deus e São Francisco Borgia. No seu processo de beatificação, consta que “nunca pregou um sermão sem que várias almas se convertessem a Deus”. A eficácia de sua oratória estava, segundo o próprio João dizia, em amar muito a Deus, em dedicar-se muito mais à oração que aos livros: em perder-se na presença do Senhor. Era, nas palavras de Paulo VI, que o canonizou, “uma cópia fiel de São Paulo”.
Amigos santos Foi contemporâneo e amigo de outros santos: Inácio de Loyola, Pedro de Alcântara, Teresa de Jesus, João da Cruz… Sinais de que uma vida cercada de santas amizades nunca é estéril. “Um grande Amigo, que é Deus, o qual arrebata os nossos corações para o seu amor […] e Ele pede-nos que tenhamos muitos outros amigos, que são os seus santos”, escreveu João de Ávila (Carta 222).
Uma dessas amizades lhe levaria a viver mais uma prensa. Pela proximidade com Santo Inácio de Loyola, pensou em se tornar jesuíta, mas o projeto foi inviabilizado pelo comprometimento da saúde de João de Ávila. O Mestre de Ávila, como ficou conhecido, passou os últimos 16 anos da sua vida gravemente doente. Quase cego, morreu com 79 anos, em 10 de Maio de 1569, com um crucifixo na mão, na cidadezinha de Montilla.
A minha oração “Senhor Jesus, assim como escreveu o santo: ‘que a cruz é elemento inegociável da vida de um cristão; que as prensas quando são vividas por um coração apaixonado por Deus produzem os mais nobres azeites dos altares do Senhor’, dá-me a graça de passar pela cruz crendo em Ti.”
São João D’Ávila, rogai por nós!
Outros santos e beatos celebrados em 10 de maio:
Em Mira, na Lícia, na atual Turquia, São Dioscórides, mártir. († data inc.)
Em Lentíni, na Sicília, região da Itália, os santos Álfio, Filadélfio e Cirínio, mártires. († s. III)
Em Roma, junto à Via Latina, São Gordiano, mártir, que foi sepultado na cripta onde já anteriormente se veneravam as relíquias do mártir Santo Epímaco. († c. 300)
Também em Roma, a comemoração dos santos Quarto e Quinto, mártires. († c.s. IV)
Na Irlanda, São Congal, abade, que fundou o célebre mosteiro de Bangor e sempre procedeu como pai sábio e guia prudente de uma grande pléiade de monges. († 622)
Em Táranto, na Apúlia, região da Itália, São Cataldo, bispo e peregrino, provavelmente oriundo da Escócia. († c. s VII)
Em Bourges, na Aquitânia, atualmente na França, Santa Solângia, virgem, que, segundo a tradição, se sujeitou ao martírio para conservar a castidade. († c. s. IX)
Em Pontoise, junto de Paris, na França, São Guilherme, presbítero, natural de Inglaterra, que foi pároco insigne pela sua piedade e zelo das almas. († 1195)
Em Pádua, no Vêneto, região da Itália, a Beata Beatriz d’Este, virgem, que fundou o mosteiro de Gémmola nas colinas Euganeias e, no breve tempo da sua vida monástica, percorreu um caminho árduo de santidade. († 1226)
Em Sena, na Etrúria, hoje na Toscana, região da Itália, o passamento do Beato Nicolau Albergáti, bispo de Bolonha, que entrou ainda jovem na Ordem Cartusiana e, ordenado bispo, ajudou muito a Igreja com o seu zelo pastoral e as suas missões apostólicas. († 1443)
Em Montilla, localidade da Andaluzia, na Espanha, São João de Ávila, presbítero, que percorreu toda a região como pregador de Cristo e, injustamente acusado de heresia, foi encerrado num cárcere, onde escreveu a parte mais importante da sua doutrina espiritual. († 1569)
Em Zagreb, na Croácia, o Beato João Merz, que, tendo-se dedicado aos estudos humanísticos e ao ensino, deu aos jovens um preclaro exemplo de educador fundamentado na fé em Cristo e de leigo cristão empenhado no progresso da sociedade. († 1928)
Em Cremona, na Itália, o Beato Henrique Recuschíni, presbítero da Ordem dos Clérigos Regrantes Ministros dos Enfermos, que prestou serviço com profunda simplicidade aos doentes nos hospitais. († 1938)
Síntese Virgem das Irmãs da Caridade da Santa Cruz, que nos mais humildes serviços, sobretudo nas tarefas de ajudante de cozinha, mostrou-se incansável serva do Senhor.
Infância e vocação Ulrika Nisch nasceu em 18 de setembro de 1882 na Alemanha, a primeira de onze filhos de uma família extremamente pobre. Depois da escola, ele teve que ajudar a sustentar a família servindo em várias famílias. Em 1903, foi atingida por uma grave forma de erisipela e internada no hospital de Rorschach, onde conheceu as Irmãs da Caridade da Santa Cruz de Ingenbohl, descobrindo assim sua vocação religiosa.
O Trabalho nas Irmãs da Caridade Acolhida na Casa Provincial de Hegne, perto de Costanza, mudou o nome de Francesca para Ulrica e, em 24 de abril de 1907, fez a profissão religiosa. Ela foi enviada como ajudante de cozinha no hospital Bühl em Mittelbaden, depois como segunda cozinheira na Casa de São Vicente em Baden-Baden, onde permanecerá por quatro anos até agosto de 1912. “Ela podia ser misericordiosa, sem ferir, podia dar sem esperar nada em troca; soube enriquecer, apesar de pobre (cf. Mt 5, 7)”.
Doença e santidade O trabalho pesado e uma vida de renúncia esgotaram as forças da Irmã Ulrica, atingida pela tuberculose em maio de 1912, ela foi internada no hospital de Santa Isabel na Casa de Hegne, onde aos 31 anos morreu em 8 de maio, 1913. Foi beatificada por João Paulo II em 1987.
A pobreza Podemos beatificar a Irmã Ulrika Nisch, porque, nos trinta e um anos de sua vida terrena, foram cumpridas as condições estabelecidas pelas bem-aventuranças do Evangelho. Quem conhece a sua vida sabe da grande pobreza da sua infância, do seu serviço humilde, das provações do seu corpo doente, do período obscuro passado na oração. Essas duras experiências levaram Irmã Ulrika a uma pureza de coração que nos fez ver a mão benevolente de Deus nas pequenas coisas, que recebeu d’Ele em cada momento de sua vida, em ação de graças filial. Ela era verdadeiramente pobre diante de Deus (cf. Mt 5, 3).
A pureza O amor de Deus não encontrou obstáculo no seu pensamento, no seu sentimento e na sua vontade: tinha um “coração puro”, ao qual já na vida terrena era permitido “olhar para Deus” em união mística (cf. Mt 5,8 ). Uma oração contínua acompanhou seu trabalho e sua noite de descanso: “tudo se tornou oração nela”, testemunha um observador cheio de espanto. Toda permeada por Deus, Ulrika Nisch tornou-se cada vez mais receptiva ao seu amor que permeou todas as suas ações externas e tornou preciosos até os serviços mais simples para as pessoas ao seu redor. Em sua presença, as pessoas se sentiam “como no céu”. Ela é verdadeiramente bem-aventurada porque não usou de violência, mas se entregou exclusivamente ao poder de um ” amor sem medida ” (cf. Mt 5, 5). Assim a Irmã Ulrika pôde ser misericordiosa, sem ferir, ela pôde dar sem esperar nada em troca; ela foi capaz de enriquecer, mesmo sendo pobre (cf. Mt 5, 7).
Testemunho “Através da Irmã Ulrika, recebi uma nova alma”, afirma uma mulher que teve um destino muito difícil e que, ao lado daquela ordem de freiras, soube abrir-se novamente a Deus e aos homens. Aqueles que encontraram amor verdadeiro e desinteressado em nosso novo amor abençoado foram os primeiros a considerar esta vida aparentemente modesta, preciosa e grande. Eles reconheceram que as condições estabelecidas pelas bem-aventuranças de Jesus foram cumpridas nela. O próprio Senhor carimbou a Irmã Ulrika Nisch com o selo de bem-aventurada.
A minha oração “À Beata, pedimos uma vida de santidade com uma pobreza sincera de coração unida à pureza. Dessa maneira, ensina-nos a viver e a dar testemunho da misericórdia divina na vida de nossos irmãos e irmãs. Que sejamos filhos da caridade com a dignidade que nos é necessária.”
Beata Ultica, rogai por nós!
Outros santos e beatos celebrados em 8 de maio:
Em Milão, na Ligúria, hoje na Lombardia, região da Itália, a comemoração de São Vítor, mártir († c. 304).
Em Bizâncio, atualmente Istambul, na Turquia, Santo Acácio, soldado e mártir. († s. IV)
Em Auxerre, na Gália Lionense, na atual França, Santo Eládio, bispo. († c. 388)
Em Cete, monte do Egito, Santo Arsénio, que, segundo a tradição, foi diácono da Igreja Romana († s. IV/V).
No território de Châlons, na Gália, na hodierna França, São Gibriano, presbítero († c. 515).
Em Bourges, na Aquitânia, também na atual França, São Desidério, bispo († 550).
Em Saujon, no território de Saintes, na Aquitânia, hoje também na França, São Martinho, presbítero e abade. († s. VI)
Em Roma, junto de São Pedro, São Bonifácio IV, papa († 615).
Também junto de São Pedro, São Bento II, papa († 685).
Em Verona, cidade da Venécia, hoje no Véneto, região da Itália, São Metrónio, eremita († c. s. VIII).
Em Roermond, junto ao rio Mosa, no Brabante da Austrásia, actualmente na Holanda, São Viro († c. 700).
Em Saludécio, no Piceno, hoje na Emília-Romanha, região da Itália, São Amado Roncóni, religioso da Ordem Terceira de São Francisco († s. XIII f.).
No mosteiro de Santa Maria della Serra, também no Piceno, hoje nas Marcas, região da Itália, o Beato Ângelo de Massácio, presbítero da Ordem Camaldulense e mártir († c. 1458).
Em Randáccio, na Sicília, região da Itália, o Beato Luís Rábata, presbítero da Ordem dos Carmelitas († 1490).
No Québec, província do Canadá, a Beata Maria Catarina de Santo Agostinho (Catarina Symon de Longprey), virgem das Irmãs Hospitaleiras da Misericórdia da Ordem de Santo Agostinho († 1668).
No campo de concentração de Auschwitz, perto de Cracóvia, na Polónia, o Beato António Bajewski, presbítero da Ordem dos Frades Menores Conventuais e mártir († 1941).
Domenico Sávio, para nós, Domingos Sávio, ou simplesmente Sávio, foi um adolescente fruto do Sistema Preventivo de Dom Bosco. Uma comprovação provinda diretamente do Oratório de Valdocco (Oratório de São Francisco de Sales), ventre de toda a missão dos SDBs (Salesianos de Dom Bosco). Sávio nasceu em 2 de abril de 1842, na Itália, na região de Castelnuovo de Asti em Morialdo. Filho de Carlo Sávio e de Brígida Rosa, uma família simples e pobre, mas com fecunda fé cristã: “Todos os desvelos e preocupações dos pais tinham em mira a formação cristã do filho, que desde essa época era o enlevo do seu coração. A natureza dotara-o de uma índole admirável e de um coração inclinado à piedade”.
Introdução cristã
Sávio teve a graça de já criança receber e até mesmo ter uma compreensão da vivência da fé cristã. Apesar de já vir com certa naturalidade a uma vida cristã, ele não teria crescido tão rapidamente na santidade, se não fosse a sua abertura para as orientações e ações de seu pai espiritual, Dom Bosco. Ele, de fato, foi um tecido nas mãos do alfaiates para fazer um belo terno para Jesus.
Um belo tecido
É esta disposição de um querer a santidade que faz Domingos Sávio ser tão atual. A santidade é a resposta do chamado cristão que reflete em sua realidade, em sua história, e não descarta a si mesmo nem aquilo que acontece em sua volta. Os santos são frutos de sua época. Podemos imitar Domingos? Sim, podemos. Mas não podemos fazer exatamente aquilo que ele fazia ou ser uma cópia, precisamos adaptar para a nossa realidade, e essa readaptação se faz, novamente, em abertura ao Espírito Santo. Sávio nos mostra a importância dessa abertura. Quando se encontrou pela primeira vez com São João Bosco, isso em outubro de 1854, colocou-se à disposição de um alfaiate para poder ser uma pessoa melhor. Podemos ver esse diálogo, narrado por Dom Bosco, desse modo:
“(…) Depois de uma conversa bastante prolongada, antes de eu chamar o pai, disse-me estas textuais palavras:
-Então, que lhe parece? Leva-me para Turim, para eu poder estudar?
-Parece-me que o tecido é bom.
-E para que pode servir este tecido?
-Para fazer um belo terno para oferecer ao Senhor.
-Por conseguinte, seu sou o tecido, seja V. Revª. o alfaiate; leve-me consigo e faça um belo terno para Nosso Senhor.
-Receio que a tua frágil saúde não dê para aguentar os estudos.
-Não tenho medo. Deus, que até hoje me deu saúde e graça, também há de ajudar-me daqui em diante.”
E, assim, o diálogo e o encontro dos dois santos foram acontecendo. Sávio colocou-se à disposição da graça de Deus. Além disso, nos mostra como é importante caminhar com o “acompanhante de viagem” (diretor espiritual) para buscar a santidade. O caminho de santidade não tem como se fazer sozinho, é preciso de um amigo da alma, alguém que nos conheça e nos ajude nesse propósito, pois ele também conhecerá o tecido que tem e saberá qual é a melhor forma de bordar. É um caminho de autocompreensão, de como deve seguir e ser santo, conforme seu perfil chamado, vocação… Sávio demonstra abertura.
Escolha pela santidade
Domingos Sávio escolheu buscar a santidade, sabia que tinha seus limites e sabia que tinha pecado. É, por isso, que ele buscava a Misericórdia, pois nela somos no Amor.
Cada santo tem uma certa receita para percorrer a santidade, obviamente todos se baseiam no Evangelho, em Jesus Cristo. Mas cada um vai adaptando ao seu estilo de ser, assim como Beato Carlo Acutis também fez sua lista, o nosso Domingos também fez. Em sua primeira eucaristia, isso aos 7 anos de idade, ele fez a sua primeira lista, e aqui aparece a sua tão famosa frase:
1- Confessar-me-ei frequentemente e farei a comunhão todas as vezes que o confessor me der licença. 2 – Quero santificar os dias festivos. 3 – Os meus amigos serão Jesus e Maria. 4 – Antes morrer do que pecar.
Escolher a santidade é escolher a radicalidade do evangelho. É seguir a fala de Jesus: “Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome sua cruz e siga-me” (Mateus 16, 24). É exatamente isso que Sávio escolhe ao pensar no antes morrer que pecar, ele não está querendo a morte em primeira mão, ele está querendo seguir a Cristo e ir para o Céu, mas, para isso, ele se disponibiliza por inteiro, dá a sua vida e, se for preciso, entregar-se na cruz. Recordemos que esse “dá a sua vida” acontece no nosso dia a dia, no nosso cotidiano, é aí que a santidade acontece, não pensemos que seremos santos no dia para o outro, ela passa por um processo educativo, ela passa pelas ações da nossa vida e também em nossas limitações e amadurecimentos.
Sávio escreveu esses 4 pensamentos aos 7 anos de idade, mas foi amadurecendo esses propósitos com o tempo e auxílio de Dom Bosco. Em Valdocco pôde dizer “Aqui a santidade consiste em estarmos sempre alegres”.
Aprendeu que não é preciso fazer coisas extraordinárias para ser santo, basta fazer bem as coisas ordinárias com muito amor, é oferecer aquilo que acontece no ordinário: ter paciência, suportar o calor, o frio, o vento e a chuva, o cansaço do trabalho, os incômodos, o ônibus cheio ou o trânsito parado, a educação dos filhos, os estudos. Enfim, tudo o que fazemos no nosso dia a dia e que, muitas vezes, esquecemos que pode ser via de santificação.
Paciência e exercício
Sávio era um típico camponês italiano, tinha uma personalidade forte, teve de ser moldado, assim como foram São Francisco de Sales e São João Bosco. Domingos teve de ter paciência, teve de se conhecer para ser santo.
Quando ainda era pequeno e morava com seus pais, tendo chegado uma visita sem avisar, na hora do jantar, colocando-se à mesa e comendo como “um porcalhão” (pensamento esse de Sávio), Domingos apenas se levantou e saiu; depois, os seus pais chamaram a sua atenção dizendo que era muita falta de educação se retirar da mesa sem a autorização dos pais e ainda com visita. Mas Sávio rebateu falando que não se sentia bem à mesa com alguém que não reza e que comia como um animal… Seu pai concordou, mas disse então que devemos ajudar os outros com paciência, e não simplesmente se afastando.
Num outro momento, já em Valdocco, tendo praticamente a função de um jovem líder do Oratório, viu que um dos meninos começou a brigar e falava muitos palavrões e, como de costume, interviu na situação, mas a situação terminou diferente: o brigão respondeu à correção de Sávio dizendo para ele não se intrometer na vida dos outros e, dizendo isso, lhe deu um soco nele. Domingos caiu no chão e seus amigos queriam defendê-lo, mas, o nosso santo respondeu: “Não façam isso, vocês não sabem o quanto que me segurei para não revidar o soco nele”. Somente uma pessoa que se conhece bem e que é maduro o suficiente pode agir dessa maneira. Mas Sávio não parou por aí, o agressor viu em suas ações uma verdade, que o levava a uma alegria autêntica. E, por meio dessas ações do santo, o agressor se converteu, buscou os sacramentos e se tornou um grande amigo de Domingos Sávio, e ainda o ajudou na epidemia de cólera que aconteceu em Turim.
É o que São João Paulo II disse em uma homilia em 1997, na paróquia romana de São Domingos Sávio: “Como São Domingos Sávio, sede todos missionários do bom exemplo, da boa palavra, da boa ação em casa, com os vizinhos e com os colegas de trabalho. Em todas as idades, com efeito, pode-se e deve-se testemunhar Cristo! O empenho do testemunho cristão é permanente e cotidiano”.
Domingos, um grande amigo A amizade é um presente importante e nela aprendemos a ver o dom especial de Deus. Sávio teve grandes amigos, como o Beato Miguel Rua, que foi o primeiro sucessor de Dom Bosco; o Cardeal Missionário Giovanni Cagliero; os amigos da Companhia da Imaculada; Camilo Gávio (foi para esse amigo que Sávio disse que a santidade consistia em estar sempre alegres e fazer bem as coisas); e João Massaglia (ambos faleceram ainda jovens). Todos e muitos outros foram presentes na vida de Sávio. Por amar tanto os seus amigos, chorou dias após a morte de seu melhor amigo, Massaglia. Recordou o próprio Dom Bosco: “Ao perder aquele amigo, Domingos ficou profundamente contristado e, embora resignado à vontade de Deus, chorou-o durante muitos dias. Foi esta a primeira vez que vi aquele semblante angélico entristecer-se e chorar de dor. O único conforto que teve foi rezar e pedir que rezassem pelo amigo”.
Entrega de sua vida a Deus Domingos Sávio se despediu do Oratório, de seus amigos e de Dom Bosco com muito sentimento, não queria ir para a casa de seus pais para tratar a tuberculose, ele queria morrer ali no Oratório. Mas, mesmo assim, disse aos seus amigos: “Adeus, queridos companheiros, adeus a todos. Rezai por mim. Espero que voltemos a ver-nos no Céu, onde estaremos para sempre com o Senhor”.
Chegara o dia 9 de março de 1857, Domenico Sávio, disse sua última frase: “Oh! Que belas coisas estou vendo”. Sávio entregou sua breve vida, um pequeno que se fez grande em meio aos seus amigos, ajudando a cada um a ser o melhor que poderia ser em seu cotidiano. A sua vida, pode-se dizer, reflete aquela oração que fez no dia de sua morte:
“Senhor, a liberdade eu dou a Vós, Eis as minhas forças, o meu corpo, mais tudo eu Vos dou, pois tudo é Vosso, ó Deus, na vossa vontade eu me abandono.”
Padroeiro das mulheres grávidas Sávio é dado como padroeiro das mulheres grávidas por te ajudado à sua mãe no parto de seu irmãozinho que estava com dificuldade de nascer. Ambos estavam quase morrendo, quando Domingos chegou, de surpresa, na casa de seus pais, e foi direto para onde estava sua mãe em trabalho de parto. Já havia passado horas, mas o bebê não nascia, e isso colocava em risco a vida da mãe e do bebê. Então, Sávio pegou uma medalha de Nossa Senhora, deixou na cama, saiu, e colocou-se a rezar. Milagrosamente, seu irmão nasceu bem e sua mãe recuperou a força. Sávio foi embora. E todos se perguntavam como que ele ficou sabendo daquela situação, se ninguém mandou avisa-lo. Sua mãe Brígida, ao achar a medalha deixada por seu filho, fez a promessa de que sempre passaria para aquelas mulheres que pudessem ter dificuldades no parto ou na gestação, para que Nossa Senhora possa também cuidar delas. Essa tradição perdura até hoje, tanto que, na casa onde Domingos nasceu, há diversas roupas de bebês, como símbolo de agradecimento por sua intercessão.
Um santo jovem São Domingos Sávio é, até o momento, o santo (não mártir) mais jovem que já foi canonizado pela igreja. A sua canonização ocorreu no dia 12 de junho de 1954, pelo Papa Pio XII, onde disse: “Desdobra-se nele com espanto as formas maravilhosas das inspirações da graça, uma adesão constante e sem reservas às coisas do céu… Na escola de seu Mestre espiritual, o grande Dom Bosco, ele aprendeu como a alegria de servir a Deus e fazê-lo amado pelos outros pode se tornar um poderoso meio de apostolado”.
A minha oração E, a seu exemplo, podemos dizer com fé a oração que temos em sua liturgia: “Ó Deus, fonte e doador de todo bem, em São Domingos Sávio destes aos adolescentes um exemplo admirável de piedade e de pureza. Concedei-nos, também a nós, crescer como filhos, na alegria e no amor até a plenitude de Cristo. Que é Deus convosco, na unidade do Espírito Santo. Amém”.
São Domingos Sávio Rogai por nós!
Outros santos e beatos celebrados em 6 de maio:
São Lúcio de Cirene, um dos profetas e doutores da Igreja em Antioquia.
Santos Mariano, leitor, e Tiago, diácono, foram mortos ao fio da espada. († c. 259)
São Venério, bispo em Milão (Itália). († 409)
Santa Benedita, virgem e monja em Roma. († s. VI)
Santo Edberto, bispo na Inglaterra. († 698)
São Pedro Nolasco, presbítero, na Espanha. († 1245)
Beato Bartolomeu Púcci-Francéschi, presbítero da Ordem dos Menores, na Itália. († 1330)
Beatos Eduardo Jones e António Middleton, presbíteros e mártires, na Inglaterra. († 1590)
São Francisco de Montmorency-Laval, bispo, no Canadá. († 1708)
Beata Maria Catarina Trioáni, virgem da Ordem Terceira de São Francisco, enviada da Itália para o Egipto, onde fundou a nova família religiosa das Irmãs Franciscanas Missionárias. († 1887)
Beata Ana Rosa Gattorno, religiosa. († 1900)
Beatos Henrique Kaczorowski e Casimiro Gostynski, presbíteros e mártires, deportados da Polônia e intoxicados numa câmara de gás mortífero, deram a vida pela fé em Cristo. († 1942)
Fontes:
Martirológio Romano – liturgia.pt
BOSCO, João. Vidas de Jovens – biografias de Domingos Sávio, Miguel Magone e Francisco Besucco. EDB, 2013
SALESIANOS, Em diálogo com o Senhor, CISBRASIL 2008
Salesianos de Dom Bosco – sdb.org/pt/Santidade_Salesiana
Inspetoria Salesiana de Nossa Senhora Auxiliadora – salesianossp.org.br
JOÃO PAULO II, Homilia na paróquia romana de São Domingos Sávio – 07 de dezembro de 1997 – www.vatican.va
PIO XII, In occasione della canonizzazione dei santi: Pietro Chanel, Gaspare Del Bufalo, Giuseppe Pignatelli, DOMENICO SAVIO e Maria Crocifissa di Rosa. – 12 de junho de 1954 – vatican.va
FOTO: nova imagem feita por Edoardo La Francesca (San Domenico Savio – Edoardo La Francesca – 2021 – Salesian Oratory Sliema, Malta)
Boleslao Franckowiak nasceu em Lowecice, na Polônia, em 18 de julho de 1911 em uma família numerosa. Depois de concluir os estudos elementares na escola pública, ingressou no seminário menor dos Missionários do Verbo Divino em Bruczkow e, tendo amadurecido sua vocação religiosa, ingressou no noviciado da congregação em Gorna Grupa em 8 de setembro de 1930. Dois anos depois, como irmão coadjutor, fez votos religiosos.
Vida religiosa
Na religião, leva o nome de irmão Gregorio. Em 1938 e na mesma data da Natividade da Virgem Maria, faria os votos perpétuos.
Apostolado e missão
Seu trabalho era na gráfica da congregação como encarregado da encadernação. Ele foi designado para a casa de Gorna Grupa quando, ocupada pela Polônia pelos nazistas. Eles a converteram em um centro de detenção para padres e religiosos presos.
Vida detenta
Os padres de sua comunidade também foram presos, mas não os irmãos, que receberam permissão para sair. Mas o irmão Gregorio preferiu ficar para atender os presos. Uma vez que os presos foram levados para os campos de concentração, o irmão Gregorio teve que deixar Gorna Grupa e retornar à sua cidade natal.
Ardor evangelizador
Dedicou-se a preparar secretamente as crianças para a primeira comunhão e ensinar o catecismo a quantos podia, bem como levar secretamente a comunhão aos doentes e a muitas outras pessoas. Os alemães o forçaram a trabalhar na gráfica Jarocin.
Martírio
Seu martírio aconteceu quando ele enfrentou a responsabilidade do seguimento de Cristo contrapondo as ordens civis da época. Preso em setembro de 1942, passou por várias prisões até ser levado para Dresden onde foi guilhotinado em 5 de maio de 1943. Seu zelo apostólico, sua dedicação ao bem de todos e sua primorosa caridade lhe valeram o apreço de todos. Foi beatificado em 13 de junho de 1999.
A minha oração
“Senhor Jesus, que o meu amor a Cristo e aos meus irmãos me deem a coragem de entregar-me a Ti inteiramente.”
Beato Gregório Frackowiak, rogai por nós!
Outros santos e beatos celebrados em 5 de maio:
Em Autissiodoro, na Gália Lionense, hoje Auxerre, na França, São Joviniano, leitor e mártir. († s. III)
Em Alexandria, no Egipto, Santo Eutímio, diácono e mártir. († c. 305)
Comemoração de São Máximo, bispo de Jerusalém, que, por ordem do imperador Maximino Daïa, depois de lhe tirarem um olho e queimar um pé com ferro em brasa, foi condenado ao trabalho forçado nas minas. († c. 350)
Em Tréveris, na Gália Bélgica, atualmente na Alemanha, São Bretão, bispo. († 386)
Em Arles, na Provença, na actual França, Santo Hilário, bispo, que acolheu os órfãos e destinou todo o dinheiro recolhido nas basílicas para a redenção dos cativos. († 449)
Em Vienne, na Gália Lionense, também na atual França, São Nicécio, bispo. († s. V)
Em Milão, na Ligúria, hoje na Lombardia, região da Itália, São Gerôncio, bispo. († c. 472)
Em Marchiennes, na Gália Bélgica, atualmente na França, São Mauronto, abade e diácono, que foi discípulo de Santo Amando. († 702)
Em Limoges, na Aquitânia, também na hodierna França, São Sacerdote, que, depois de ser monge e abade, foi eleito bispo, mas finalmente quis voltar à vida monástica. († s. VIII)
Em Hildesheim, na Saxónia, região da Alemanha, São Gotardo ou Godeardo, bispo, que, sendo abade do mosteiro de Niederaltaich, visitou e instaurou outros mosteiros; depois sucedeu a São Bernardo nesta sede episcopal, onde promoveu o bem na sua Igreja, restabeleceu a disciplina regular do clero e abriu escolas. († 1038)
Na Calábria, região da Itália, São Leão, eremita, que se entregou à contemplação e ao auxílio dos pobres e morreu no mosteiro de Áfrico, perto de Réggio, por ele fundado. († c. s. XII)
Em Recanáti, no Piceno, hoje nas Marcas, região da Itália, o Beato Benvindo Maréni, religioso da Ordem dos Menores. († 1289)
Em Vençay, junto de Tours, na França, Santo Avertino, diácono, que acompanhou São Tomás Becket no exílio e, depois da morte deste santo, regressou para Vençay, onde seguiu vida eremítica. († 1189)
Em Licata, na Sicília, região da Itália, Santo Ângelo, presbítero da Ordem dos Carmelitas e mártir. († 1225)
Em Nápoles, na Campânia, também região da Itália, o Santo – canonizado em 2018 pelo Papa Francisco – Núncio Sulprício, que, tendo ficado órfão, enfermo de gangrena numa perna e fisicamente muito debilitado, tudo suportou com alegre e paciente serenidade e a todos assistiu com grande solicitude. († 1836)
Em Somasca, perto de Bérgamo, na Itália, a Beata Catarina Cittadíni, virgem, que, tendo ficado órfã desde a infância, foi educadora humilde e sábia; dedicou-se abnegadamente e sem descanso à formação das jovens pobres e ao ensino da doutrina cristã, fundando com esta finalidade o Instituto das Irmãs Ursulinas de Somasca. († 1857)