O presidente da Rede, Dom Evaristo Pascoal Spengler, destacou a importância do Plano Estratégico da entidade, que servirá como guia para as ações nos estados.
A Rede Eclesial Pan-Amazônica (REPAM-Brasil) segue desempenhando um papel fundamental na defesa da vida, dos povos e da biodiversidade da Amazônia. Criada em 2014, a entidade atua em toda a Amazônia Legal, abrangendo nove estados brasileiros e seis regionais da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).
Em 2024, a REPAM-Brasil completa uma década de existência e, para os próximos anos, traçou um Plano Estratégico com diretrizes até 2030. O presidente da Rede, Dom Evaristo Pascoal Spengler, destaca a importância desse planejamento para fortalecer a atuação da entidade.
“Após um longo período de escuta, elaboramos o Plano Estratégico da REPAM-Brasil, que servirá como nossas principais linhas de ação para os próximos anos. Nossa rede conta com 16 comitês distribuídos pelo território amazônico e envolve dioceses, pastorais sociais e movimentos populares”, afirma o bispo.
Para o biênio 2024-2025, a Rede pretende fortalecer a iniciação à vida cristã e a pastoral vocacional, incentivando jovens a discernirem suas vocações, seja para o sacerdócio, diaconato ou vida religiosa. Além disso, há um forte engajamento na Campanha da Fraternidade de 2025, que abordará o tema “Fraternidade e Ecologia Integral”. Segundo Dom Evaristo, o compromisso da REPAM-Brasil incluirá incidência política junto ao Congresso Nacional, Assembleias Legislativas e Câmaras Municipais, buscando promover o cuidado com a Casa Comum.
O desafio da COP 30
Outro ponto de grande relevância para a REPAM-Brasil em 2025 será a realização da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 30), que ocorrerá em Belém do Pará, marcando os dez anos do Acordo de Paris. O evento será um marco para o Brasil, que assumirá o papel de anfitrião em meio a desafios climáticos globais, como financiamento para mitigação das mudanças climáticas, transição energética e combate ao desmatamento.
A Igreja Católica já iniciou sua mobilização, organizando eventos preparatórios conhecidos como pré-COPs. Segundo Dom Evaristo, encontros estão programados para acontecer em Belém, em março, e em Manaus, em maio. Além disso, cada diocese realizará debates regionais sobre a crise climática e a responsabilidade cristã diante da preservação ambiental.
“A COP 30 é um grande evento, mas é apenas um momento. O verdadeiro desafio é como podemos transformar a realidade da destruição ambiental que enfrentamos. Essa transformação precisa acontecer de forma sistemática, com um compromisso que ultrapasse os 11 dias da COP em Belém”, ressalta o bispo.
Com o fortalecimento da REPAM-Brasil e a mobilização para a COP 30, a Igreja reforça seu compromisso com a Amazônia e com as futuras gerações. A defesa dos povos e territórios amazônicos continua sendo uma prioridade para a instituição, que busca unir fé, consciência ecológica e ação concreta para garantir a preservação da maior floresta tropical do mundo.
As atividades ocorrerão de fevereiro a agosto de 2025, na Casa da Caridade Papa Francisco.
A Universidade Federal de Roraima (UFRR), em parceria com a Cáritas Diocesana de Roraima, lançou o projeto Geoficinas: Um Diálogo Entre Conhecimento Científico e Benefício Comunitário. A iniciativa busca aproximar a ciência geográfica da comunidade, promovendo oficinas dinâmicas e educativas para adolescentes de 13 a 17 anos.
Com um total de 30 vagas, o projeto será dividido em duas turmas:
Matutina: 9h às 12h
Vespertina: 14h às 17h
As atividades ocorrerão de fevereiro a agosto de 2025, na Casa da Caridade Papa Francisco, localizada na Rua Floriano Peixoto, 402 – Centro, em Boa Vista. O objetivo é despertar nos jovens o interesse pela geografia, incentivando a compreensão da história territorial do Brasil e o impacto das questões socioeconômicas e ambientais na sociedade.
A estudante Noreles, participante do projeto, destacou a importância das Geoficinas para os jovens migrantes: “Acho que esse projeto faz muito sentido para os migrantes e venezuelanos. Passei a conhecer melhor o país onde moramos, compreendendo que não se trata apenas de municípios e estados, mas de uma história territorial mais ampla. Essa é uma grande oportunidade para todos os jovens.”
Já Jéssica, estudante de Geografia da UFRR e uma das facilitadoras do projeto, ressaltou a relevância da iniciativa: “Nosso objetivo é aproximar a universidade da população local e mostrar que a Geografia vai muito além da localização de estados e municípios. Ela nos permite compreender a história e a dinâmica do território. As oficinas acontecem todas as terças e quintas-feiras, das 19h às 21h, na Cáritas. As inscrições podem ser feitas pelo Instagram da Cáritas Roraima e do Levante Popular da Juventude de Roraima. Além das aulas regulares, teremos workshops abertos ao longo do semestre.”
O projeto Geoficinas é uma ação da UFRR e da Cáritas com a educação e a inclusão social, proporcionando aos jovens uma nova perspectiva sobre a geografia e sua importância na construção do conhecimento sobre o território brasileiro.
O encontro, realizado na Casa da Caridade, busca fortalecer as ações externas aos migrantes e promover reflexões sobre o papel da Igreja nesse context
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Nos dias 14 e 15 de fevereiro, a Diocese de Roraima está realizando a IV Assembleia Eletiva da Pastoral dos Migrantes, reunindo agentes de pastoral de todo o estado com o tema “Peregrinos e Peregrinas da Esperança” e o lema “Caminha Humildemente com Teu e Nosso Deus”. O encontro, realizado na Casa da Caridade, busca fortalecer as ações externas aos migrantes e promover reflexões sobre o papel da Igreja nesse contexto.
A coordenadora da Pastoral dos Migrantes, Irmã Terezinha Lucia Santin, ressaltou a importância do evento, destacando que, desde 2018, a Pastoral vem realizando encontros e assembleias a cada dois anos. “A cada biênio, promovemos a Assembleia Eletiva, onde os agentes dos migrantes de todo o Estado escolhem, de maneira cooperativa, uma nova equipe pastoral. Este ano, estamos nos reunindo para refletir e renovar nosso compromisso com a caminhada ao lado dos migrantes”, explicou Irmã Terezinha. Ela enfatizou ainda que as cidades mais desenvolvidas do mundo são aquelas que abrigam o maior número de migrantes, que, muitas vezes, se tornam protagonistas das transformações nas comunidades em que vivem.
Maria Ozania, secretária executiva da Coordenação Colegiada do Serviço Pastoral dos Migrantes, falou sobre o impacto nacional da pastoral, que está presente em 19 estados do Brasil. “Nosso trabalho, em parceria com a CNBB e com a Igreja do Brasil, tem como objetivo aliviar o sofrimento dos migrantes, proporcionando mais dignidade e dignidade àqueles que chegam ao nosso país em busca de uma vida melhor”, destacou Maria Ozania.
Orielen Marques, membro da Pastoral dos Migrantes da Diocese de Roraima, explicou que o encontro foi uma oportunidade para refletir sobre as ações realizadas no biênio e eleger uma nova equipe que acompanhará os migrantes nos próximos dois anos. “Além das discussões internacionais, tivemos uma análise de conjuntura com o professor João da Universidade Federal de Roraima e, agora, contamos com a participação de Daniel Seida, da Justiça e Paz, para discutir as questões sociais, ambientais e econômicas que impactam os migrantes”, afirmou Orielen.
A assembleia também contou com a participação de Osânia, do Serviço Pastoral dos Migrantes Nacional, que apresentou os 40 anos da pastoral no Brasil e o lema da Semana do Migrante. O encontro segue até o final da tarde do dia 15 de fevereiro, com o objetivo de fortalecer o compromisso da Igreja com a acolhida e a dignidade dos migrantes, que continuam a buscar esperança em um novo lugar para recomeçar suas vidas.
Junto com o bispo de Roraima, Dom Evaristo, as irmãs participaram do programa Manhã Viva, com Rejane Silva.
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Nesta quinta-feira, 13 de fevereiro, o programa Manhã Viva recebeu a visita do bispo de Roraima, Dom Evaristo Spengler, e das irmãs franciscanas que chegaram recentemente ao estado para iniciar uma nova missão pastoral.
As irmãs Patrícia, da Diocese de Marília (Garça-SP), Bore Nika, e Eliane do Carmo, de Rio Grande da Serra (SP), estão pela primeira vez em Roraima. Elas pertencem à Congregação de Cristo Rei, fundada em 1459, em Veneza, na Itália, por um grupo de terciárias. No Brasil, a congregação tem sede em Rio Grande da Serra (SP) e atua em diversas regiões do país, incluindo Garça (SP) e Campo Erê (SC).
Durante a entrevista, Dom Evaristo destacou a importância da presença das irmãs em Roraima. “O último município que temos a alegria de mencionar é aquele onde agora temos uma presença comprometida da Igreja, com a participação de irmãs que serão de grande ajuda no acompanhamento das pastorais e das comunidades locais. A presença contínua de missões é fundamental para o crescimento dessas comunidades e para a formação dos cristãos que vivem naquela região.”
A Irmã Patrícia explicou a missão da Congregação de Cristo Rei foi fundada por irmãs. “ Ao longo da história, passamos por diversas supressões, mas sempre mantivemos nossa missão viva. Nosso carisma é anunciar o Senhor onde houver necessidade, especialmente em situações de vulnerabilidade. Atualmente, estamos presentes em várias localidades da Itália, na Guiné-Bissau, na Albânia e, no Brasil, expandimos nossa atuação para São Luís neste ano jubilar.”
A Irmã Eliane do Carmo expressou sua expectativa em relação à nova missão. “Nossa expectativa inicial é conhecer de fato a realidade, pois é algo muito diferente de tudo o que já vivenciamos. Queremos estar presentes e ajudar, sendo uma presença fraterna ao lado daqueles que mais precisam.”
Jubileu Ordinário e Jubileu dos Povos Indígenas
“A nossa Igreja tem a felicidade de celebrar dois jubileus: o Jubileu Ordinário, convocado pelo Papa Francisco, que acontece a cada 25 anos em toda a Igreja, com o tema ‘Peregrinos da Esperança’. Esse tema nos lembra que nossa vida é uma caminhada rumo à casa de Deus. Para vivenciar esse tempo especial, nossa Diocese tem três Igrejas Jubilares: a Catedral, a Igreja Matriz e a Reitoria de Nossa Senhora Aparecida. Nesses locais, os fiéis podem participar da Santa Missa, se confessar e obter a indulgência plenária.” Explicou Dom Evaristo sobre a celebração dos jubileus na Igreja.
Outro momento significativo será o Jubileu dos Povos Indígenas, marcado para 26 de abril, na região de Sumaúma. Durante o evento, também ocorrerá a ordenação diaconal do seminarista Javan, da etnia Macuxi, natural da Serra da Missão, em Malacacheta.
“É uma grande alegria para nós termos essa nova esperança com mais uma ordenação. Depois, ele também será designado presbítero para servir ao Povo de Deus em nossa Diocese”, destacou o bispo.
A participação das irmãs franciscanas e a reflexão sobre os jubileus reforçam o compromisso da Igreja com a evangelização e a assistência às comunidades de Roraima. A nova missão das religiosas marca um passo importante para o fortalecimento da presença pastoral na região.
A figura de irmã Dorothy Stang é um símbolo de coragem, fé e compromisso com os mais vulneráveis. Religiosa estadunidense da Congregação de Nossa Senhora de Namur, Dorothy foi brutalmente assassinada em 2005, em Anapu, no Estado do Pará, por sua incansável luta pelos direitos dos pobres e pela preservação da Amazônia. Agora, sua memória será honrada na Basílica de São Bartolomeu na Ilha Tiberina, em Roma, local que celebra os “Novos Mártires” da Igreja.
Na sexta-feira, 10 de janeiro, a Comunidade de Santo Egídio realiza uma vigília de oração em memória da irmã Dorothy. Durante a cerimônia, duas memórias preciosas serão acolhidas: um punhado de terra do local onde foi assassinada e uma camisa que usava. Esses objetos são um testemunho tangível de sua vida e martírio, lembrados no recente Sínodo para a Amazônia.
Para a Igreja Católica, o termo “mártir” refere-se àqueles que deram a vida pela fé e pelo Evangelho. O martírio é considerado a forma mais elevada de testemunho cristão, pois implica sacrificar a própria vida por amor a Deus e ao próximo. Irmã Dorothy é reconhecida como mártir por seu compromisso com a justiça social e a defesa do meio ambiente, valores profundamente enraizados no Evangelho.
Chegando ao Brasil em 1966, irmã Dorothy dedicou-se à educação e à organização das comunidades amazônicas. Fundou escolas, criou um sindicato de agricultores e ensinou técnicas de agricultura sustentável. Sua missão ia além de proteger a floresta: ela ajudava os povos originários e os agricultores a entenderem seus direitos e a viverem com dignidade.
Mas sua luta pela Amazônia atraiu a hostilidade de grandes interesses econômicos. Enfrentando madeireiros e proprietários de terras que devastavam o meio ambiente, Dorothy foi ameaçada várias vezes. Em resposta, disse com convicção: “Não fugirei e não abandonarei a luta desses camponeses que não têm proteção, no meio da floresta. Eles têm o direito sacrossanto a uma vida melhor, numa terra onde possam viver e produzir com dignidade, sem devastar o meio ambiente”.
Em 12 de fevereiro de 2005, a irmã Dorothy foi assassinada com seis tiros. Sua morte trouxe à tona as injustiças enfrentadas pelos defensores da Amazônia e mobilizou a atenção internacional para a violência contra os que lutam por justiça socioambiental.
A vigília em sua memória, presidida por dom Fabio Fabene, arcebispo e secretário do Dicastério para as Causas dos Santos, contará com a presença de familiares de Dorothy, irmãs de sua congregação e jovens da Comunidade de Santo Egídio. Esse encontro é um convite a todos para refletirem sobre a vida e o legado da irmã Dorothy, que permanece como um exemplo de fé em ação e coragem frente às adversidades.
A memória de Dorothy Stang transcende fronteiras e nos desafia a agir em prol dos marginalizados e do planeta. Seu martírio nos inspira a construir uma sociedade mais justa, em que a vida humana e a criação sejam respeitadas e protegidas. Como ela mesma ensinou, a luta pela justiça e pela dignidade é sagrada, e sua missão permanece viva em cada pessoa que defende os direitos humanos e o meio ambiente.
Na noite de sexta-feira, 10, foi realizada uma vigília na Basílica de São Bartolomeu na Ilha Tiberina, em Roma, em homenagem à religiosa estadunidense assassinada por sua luta pelos direitos dos povos indígenas e contra o desmatamento no país sul-americano. Teóloga Laurie Johnston: “nela, a missão cristã ia além da espiritualidade pessoal, incluindo o compromisso com os esquecidos, com as vítimas da degradação ambiental e das desigualdades sociais”
William Gallone – Cidade do Vaticano
Religioda, missionária, mártir, mas sobretudo uma mulher comprometida contra o desmatamento e pelos direitos das populações indígenas brasileiras, Irmã Dorothy Stang “foi um exemplo de como colocar em prática a Encíclica Laudato si’ do Papa Francisco, o que fazia dela uma pessoa incômoda e porque, há vinte anos, foi morta a tiros por uma série de criminosos”.
Assim começou, falando à mídia vaticana, a professora Laurie Jonhston, docente de Teologia no Emmanuel College de Boston, que na noite de sexta-feira, 10 de janeiro, participou da vigília em memória da Irmã Dorothy, presidida pelo secretário do Dicastério para as Causas dos Santos, dom Fabio Fabene, no Santuário dos Novos Mártires na Igreja San Bartolomeo all’Isola, em Roma, organizado pela Comunidade de Sant’Egidio.
As Memórias da Irmã Dorothy
Durante o evento, foram entregues duas preciosas lembranças da Irmã Dorothy Stang, religiosa da Congregação de Nossa Senhora de Namur, nascida em Dayton, Ohio, em 1931 e assassinada em 2005 em Anapu, no Pará brasileiro: um punhado de terra proveniente do local do assassinato e uma camisa usada pela freira estadunidense, cuja figura foi lembrada no recente Sínodo para a Amazônia.
Terra e camisa, elementos símbolo da dedicação e sacrifício, de quem suja as mãos permanecendo apegado à vida cotidiana, necessários para uma pessoa que – como recorda a professora Johnston – “para difundir a sua mensagem partiu das bases: ensinou aos povos indígenas o respeito e a importância da floresta, que não deve ser agredida e pisoteada, mas sim protegida e amada, pois é patrimônio de todos, especialmente daqueles que nela vivem.
Irmã Dorothy ministrou cursos e encontros para capacitar mulheres camponesas, fez estudar os direitos sociais, as políticas públicas para a saúde, a maternidade e a sexualidade. Sem nunca esquecer a importância da Bíblia, voltada a descobrir e aprofundar o papel da mulher como instrumento necessário para alcançar a libertação de um povo”.
O dia do assassinato
Gerar consciência, abrir espaços, lutar por justiça. “Talvez precisamente pela sua dedicação a certos compromissos tornou-se uma pessoa incômoda, a ser removida”, comenta Johnston.
O assassinato ocorreu em 12 de fevereiro de 2005. Como de costume, a Irmã Dorothy estava a caminho para visitar algumas famílias indígenas na floresta. Ele já havia recebido ameaças de morte, mas até então sempre respondia: “Não vou fugir, nem abandonar a luta desses agricultores, que vivem sem proteção, no meio da floresta”.
Com um sorriso, a Irmã Dorothy dizia que “ninguém mata uma senhora com mais de 70 anos”. No entanto, naquela manhã, a gangue de homens armados recusou até mesmo o dinheiro oferecido em troca de sua vida.
O conflito com a população local havia atingido níveis insuportáveis e as habilidades da Irmã Dorothy haviam gerado resultados tão chocantes quanto irritantes. Assim, seis tiros disparados pelos inimigos da natureza, da população local, da criação, mataram Irmã Dorothy.
Vaticano, ecologia integral. A Criação é responsabilidade de todos
“Não há crises separadas, mas uma única e complexa crise sócio-ambiental que requer uma verdadeira conversão ecológica”. De acordo com a mensagem da Encíclica “Laudato si” foi redigido um documento pelos dicastérios do Vaticano envolvidos nesta área
Vatican News
Oferecer uma orientação às ações dos católicos, mas não só, e chamar todos os cristãos para uma relação saudável com a Criação: estes são os objetivos do documento interdicasterial “A caminho dos cuidados da casa comum”. O documento foi emitido por ocasião do quinto aniversário da Encíclica “Laudato si”, assinada pelo Papa Francisco em 24 de maio de 2015 e publicada em 18 de junho do mesmo ano. O texto foi redigido pela “Mesa Interdicasterial da Santa Sé sobre ecologia integral”, criada em 2015 para analisar como promover e implementar a ecologia integral. Os participantes da Mesa Interdicasterial são as instituições ligadas à Santa Sé envolvidas nesta área, algumas Conferências Episcopais e Organismos Católicos. Embora tenha sido elaborado antes da pandemia da Covid-19, o documento destaca a mensagem principal da Encíclica: tudo está ligado, não há crises separadas, mas uma única e complexa crise sócio-ambiental que requer uma verdadeira conversão ecológica.
Conversão ecológica
A primeira parte abre com uma chamada à necessidade de uma conversão ecológica, uma mudança de mentalidade que leva ao cuidado da vida e da Criação, ao diálogo com o outro e à consciência da profunda conexão entre os problemas do mundo. Sugere-se, portanto, valorizar iniciativas como o “Tempo da Criação”, mas também tradições monásticas que ensinam a contemplação, a oração, o trabalho e o serviço. Tudo para educar para o conhecimento da ligação entre o equilíbrio pessoal, social e ambiental. O documento reafirma a centralidade da vida e da pessoa humana, pois “não se pode defender a natureza se não se defende todo ser humano”. Daí a indicação para desenvolver o conceito de “pecado contra a vida humana” entre as novas gerações, também para contrastar, com a “cultura do cuidado”, a “cultura do desperdício”.
Família, protagonista da ecologia integral
Há também uma forte ênfase da família como “protagonista da ecologia integral”: fundamentada nos princípios básicos de “comunhão e fecundidade”, ela pode se tornar “um lugar educativo privilegiado onde se aprende a respeitar o ser humano e a Criação”. Por esta razão, os Governos são instados a “promover políticas inteligentes para o desenvolvimento familiar”.
Escola: uma nova centralidade
Ao mesmo tempo, a escola é convidada a adquirir “uma nova centralidade”, ou seja, a tornar-se um lugar de desenvolvimento da capacidade de discernimento, pensamento crítico e ação responsável. Em particular, há duas sugestões nesta área: facilitar as conexões casa-escola-paróquia e lançar projetos de formação para “cidadania ecológica”, ou seja, promover entre os jovens “um novo modelo de relacionamento” que vá além do individualismo em favor da solidariedade, da responsabilidade e do cuidado. A universidade também é chamada em causa: sua tripla missão de ensinamento, pesquisa e serviço à sociedade deve girar em torno do eixo da ecologia integral, incentivando os estudantes a se engajarem em “profissões que facilitem mudanças ambientais positivas”. Daí a sugestão específica de “estudar a teologia da criação, na relação do ser humano com o mundo”, consciente de que cuidar da Criação requer “uma educação permanente”, um verdadeiro “pacto educativo” entre todas as entidades envolvidas.
Casa comum parte integrante da vida cristã
O documento também reafirma que “o compromisso com o cuidado da casa comum é parte integrante da vida cristã”, e não uma opção secundária. Mas não é tudo: o cuidado com a casa comum é “uma excelente área” para o diálogo e colaboração ecumênica e inter-religiosa. Com sua “sabedoria”, de fato, as religiões podem incentivar um estilo de vida “contemplativo e sóbrio” que leve à “superação da deterioração do Planeta”. A primeira parte do documento conclui com um capítulo dedicado à comunicação e sua “profunda analogia” com o cuidado da casa comum: ambos, na verdade, são baseados na “comunhão, relacionamento e conexão”. No contexto de uma “ecologia da mídia”, portanto, os meios de comunicação são chamados a destacar as ligações entre “o destino humano e o ambiente natural”, fortalecendo os cidadãos e combatendo as chamadas “fake news”.
Alimentação e desperdício
A segunda parte do documento refere-se ao tema da alimentação e recorda as palavras do Papa Francisco: “A comida que é jogada fora é como se fosse roubada dos pobres” (LS, 50). Partindo desse ponto, a condenação do desperdício alimentar como ato de injustiça, o apelo à promoção de uma agricultura “diversificada e sustentável”, em defesa dos pequenos produtores e dos recursos naturais, e a necessidade urgente de uma educação alimentar saudável, tanto em quantidade quanto em qualidade.
Há também um forte apelo para combater fenômenos como a apropriação de terras, grandes projetos agroindustriais poluidores e para proteger a biodiversidade. Esse apelo repete-se também no capítulo dedicado à água, cujo acesso é “um direito humano essencial”. Também aqui é preciso evitar o desperdício e ir além dos critérios utilitários que levam à privatização deste bem natural. Na mesma linha está a chamada para reduzir a poluição, descarbonizar o setor energético e econômico e investir em energia “limpa e renovável”, acessível a todos.
Água: Pulmões azuis do planeta
Os mares e oceanos também estão no coração da ecologia integral: “pulmões azuis do planeta”, eles exigem uma governança focada no bem comum de toda a família humana e na subsidiariedade. O texto também destaca a necessidade urgente de promover uma “economia circular” que não vise a exploração excessiva dos recursos produtivos, mas a sua manutenção a longo prazo, para que possam ser reutilizados. Devemos superar o conceito de ‘rejeição’, pois tudo tem um valor, lemos no texto. Mas isso só será possível através da interação entre inovação tecnológica, investimento em infraestrutura sustentável e crescimento da produtividade dos recursos. O setor privado é chamado a operar com transparência na cadeia de suprimentos e a reforma dos subsídios aos combustíveis fósseis e a tributação das emissões de CO2 é necessária. No campo do trabalho, portanto, espera-se a promoção do desenvolvimento sócio-econômico sustentável para erradicar a pobreza; pede-se caminhos sócio-profissionais em favor dos marginalizados; trabalho digno, salários justos, combate ao trabalho infantil e à informalidade; espera-se uma economia inclusiva, na promoção do valor da família e da maternidade; é necessária a prevenção e erradicação de “novas formas de escravidão”, como o tráfico.
Sustentabilidade integral
O mundo das finanças também deve desempenhar seu papel, visando o “primado do bem comum” e tentando pôr fim à pobreza. “A própria pandemia da Covid-19 – lê-se no texto – mostra como é questionável um sistema que reduz a assistência ou permite grandes especulações mesmo em infortúnios, voltando-se contra as pessoas mais pobres”. Fechar paraísos fiscais, sancionar as instituições financeiras envolvidas em operações ilegais, fazer a ponte entre os que têm acesso ao crédito e os que não o têm, juntamente com a exortação a promover “uma gestão dos bens da Igreja inspirada na transparência, coerência e coragem” de uma perspectiva de sustentabilidade integral.
No âmbito das instituições, o documento enfatiza a “primazia da sociedade civil”, a serviço da qual deve se dedicar a política, os governos e as administrações. Exorta-se à globalização da democracia substantiva, social e participativa, a uma visão de longo prazo baseada na justiça e na moralidade e na luta à corrupção. Será importante promover o acesso à justiça para todos, incluindo os pobres, os marginalizados, os excluídos; “repensar prudentemente” no sistema carcerário, a fim de promover a reabilitação dos detentos, especialmente dos jovens em sua primeira condenação.
Promoção da saúde
Em seguida, o texto se detém na saúde, chamando-a de “questão de equidade e justiça social” e reafirmando a importância do direito ao tratamento. “Ao mesmo tempo em que as redes ecológicas são degradadas”, lemos, “degradam-se também as redes sociais e em ambos os casos são os mais pobres que pagam as consequências”. Entre as sugestões propostas, há um exame dos perigos associados à “rápida disseminação de epidemias virais e bacterianas” e a promoção de cuidados paliativos.
Por fim, o documento interdicasterial aborda a questão climática, consciente de que tem “uma profunda “relevância” ambiental, ética, econômica, política e social, “afetando acima de tudo os mais pobres”: Em primeiro lugar, precisamos de “um novo modelo de desenvolvimento” que ligue sinergicamente a luta contra as mudanças climáticas e a luta contra a pobreza, “em harmonia com a Doutrina Social da Igreja”. Consciente de que “não se pode agir sozinho”, o documento apela para um compromisso com o desenvolvimento sustentável “com baixo carbono” para reduzir as emissões de gases de efeito estufa. Entre as propostas feitas nessa área, o reflorestamento de áreas como a Amazônia e o apoio ao processo internacional visando definir a categoria de “refugiado climático” para garantir a “proteção jurídica e humanitária necessária”.
Ecologia no Vaticano
O último capítulo do texto é dedicado ao compromisso do Estado da Cidade do Vaticano. Existem quatro áreas operacionais nas quais se aplicam as indicações do “Laudato si”: proteção ambiental (coleta seletiva de resíduos iniciada em todos os escritórios); proteção dos recursos hídricos (circuitos fechados para a água das fontes); cuidado de áreas verdes (redução progressiva de agrotóxicos); consumo de recursos energéticos (em 2008, um sistema fotovoltaico foi instalado no telhado da Sala Paulo VI, enquanto os novos sistemas de iluminação com economia de energia na Capela Sistina, na Praça de São Pedro e na Basílica do Vaticano reduziram os custos em 60, 70 e 80 por cento, respectivamente).
A Presidência da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) terminou nesta segunda-feira, 10 de fevereiro, a agenda de audiências, em Roma, que teve início no dia 31 de janeiro. O itinerário de hoje teve como destino o Dicastério para a Comunicação, responsável por animar o Jubileu do Mundo das Comunicações, programação do Jubileu 2025.
No domingo, 9, o presidente da CNBB, cardeal Jaime Spengler, esteve em Assis junto com o secretário-geral da CNBB, dom Ricardo Hoepers e o subsecretário-geral, padre Leandro Megeto. Dom Jaime presidiu a missa na Basílica inferior e foi acolhido pelos frades conventuais. Na sequência, visitou a Basílica de Santa Clara e foi recebido pelo bispo de Assis, dom Domenico Sorrentino.
Os membros da presidência da CNBB gravaram um vídeo destacando a importância da realização da Audiência Anual na Cúria Romana e fizeram um balanço das visitas aos Dicastérios e dos dias vividos:
“Nesses dias em que estivemos aqui preparando de um modo mais próximo cada Audiência e depois, na conclusão, certamente a percepção daquilo que precisamos levar aos bispos do Brasil e acentuar algum aspecto que nos foi pedido por eles que nos ajudassem a todos nessa missão evangelizadora em comunhão com o Papa Francisco e com o seu magistério”, disse dom João Justino.
O bispo auxiliar de Brasília e secretário-geral da CNBB, dom Ricardo Hoepers, comentou falou sobre o encontro com o Papa Francisco. “Um momento sempre emocionante porque nós vemos a sintonia do Papa Francisco com a Igreja no Brasil, a sua bênção para todos os bispos, religiosas e religiosos, leigos e leigas. Ele está preocupado com a Igreja no Brasil, mas também esperançoso pelo modo como trabalhamos, pelo modo como atuamos”, pontuou dom Ricardo Hoepers.
Dom Jaime recordou que a missão da Igreja é a de todos os batizados, isto é, a de levar o Evangelho a toda a criatura, seja por palavras, seja através do testemunho de vida. “Juntos na comunhão com Pedro e só Pedro que nós possamos avançar naquilo que nos compete a fim de que o Evangelho possa chegar a todos sem distinção e assim cooperar para deixar o nosso mundo, a nossa sociedade, a nossa Igreja um pouco melhor para as futuras gerações”, finalizou.
O Conselho Indigenista Missionário Regional Norte 1 realiza de 8 a 10 de fevereiro de 2025 no Xare de Manaus sua assembleia anual. Mais de 50 missionários e lideranças indígenas analisam a atual conjuntura social e eclesial no Brasil em vista de avançar diante dos muitos desafios que os povos originários enfrentam na Amazônia e no Brasil. Um encontro em que se fizeram presentes o bispo de Alto Solimões e vice-presidente do Regional Norte1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, dom Adolfo Zon, o bispo de São Gabriel da Cachoeira, dom Raimundo Vanthuy Neto, bispo referencial para a Pastoral Indigenista e do CIMI no Regional, o bispo de Parintins, dom José Albuquerque, e a secretária executiva do Regional, Ir. Rose Bertoldo.
No Brasil, “os direitos dos povos indígenas estão passando por uma situação delicada, porque é uma situação de negociação dos direitos que foram conquistados na Constituição Federal de 88”, afirma o secretário executivo do Conselho Indigenista Missionário, Luis Ventura. Ele se pergunta “Como é que chegamos aqui?”. Diante disso, ele disse que “apesar de que o Supremo Tribunal Federal determinou que o Marco Temporal era inconstitucional e falou isso em setembro de 2023, depois o Congresso Nacional aprovou uma lei que continua em vigor até hoje, que determina de novo o Marco Temporal como parâmetro e que afronta totalmente os direitos que os povos indígenas conquistaram na Constituição.”
Luis Ventura lembrou que essa lei continua em vigor porque o Supremo Tribunal Federal, em lugar de declarar ela inconstitucional, abriu o que chamou uma mesa de conciliação ou de negociação, que no nosso entendimento é absolutamente inapropriado, inadequado, não competente, poder fazer conciliação sobre direitos humanos fundamentais”. Diante disso, sublinha que “esse é o momento em que estamos, em que os direitos dos povos indígenas não estão sendo garantidos, há uma reconfiguração dos direitos. Da forma como está na Constituição Federal de 1988 e a única forma de poder superar essa situação, esse impasse, será através da mobilização política e jurídica também dos povos indígenas e de todos os seus aliados.”
Não podemos esquecer que no Regional Norte1 “a Igreja sempre foi uma grande parceira dos povos indígenas”, segundo dom Vanthuy. Ele destaca a importância do pontificado do Papa Francisco e sua preocupação com os povos e seus direitos, ressaltando a importância do Sínodo para a Amazônia, onde os povos indígenas se envolveram, dado que “nenhuma outra região do mundo o Papa chamou para discutir em Roma”.
“Os bispos sentem uma necessidade de uma rearticulação do tema do sínodo, daquilo que o Sínodo indicou como sonho, mas também como processo de conversão”, disse o bispo de São Gabriel da Cachoeira, recordando aqueles famosos quatro sonhos, os quatro caminhos de conversão. Para isso está previsto um encontro em Bogotá no mês de agosto com todos os bispos da Pan-Amazônia, inclusive os eméritos, são convidados, “para repensar e, diríamos assim, talvez até relançar todo o caminho iniciado pelo Sínodo”, lembrando que “em algumas igrejas deram alguns sinais pequenos, foram plantadas algumas sementes, em outras ainda está para vir”.
Igualmente, ele destacou que o atual pontificado está aberto para as questões de direitos das minorias, dos pobres, sendo feito pelo Papa, aa Laudato Si´, uma ligação entre terra e povos, pensar as questões sociais e as questões ecológicas num único caminho, não separados”. Dom Vanthuy refletiu sobre o aumento do movimento neopentecostal dentro da igreja, com pessoas reacionárias, inclusive contra o Papa, citando diversos exemplos dessa tendência.
Frente a isso, dom Vanthuy destacou a importância, dentro da Igreja e na sociedade, de o cardeal Leonardo Steiner ser o presidente do CIMI. Isso numa Igreja em que “nós vivemos um tempo, apesar de um Papa que aponta uma Igreja em saída, nós vivemos um tempo muito forte na Igreja de um voltar para dentro de casa. Uma grande força do movimento intra-eclesial, cuidar de dentro de casa. O diálogo com o mundo, apesar da insistência do Papa Francisco, apesar de aparecerem vozes, mas não é uma constante”, disse dom Vanthuy. Ele lembrou que as lideranças eclesiais que defendem a luta pelos direitos são rejeitadas, inclusive perseguidas.
A causa indígena tem que ser a causa de quem nasceu no Brasil e na Amazônia, disse o bispo de Parintins, dom José Araújo de Albuquerque. Como membro da Comissão de Ministérios e Vocações da CNBB, ligado ao serviço de animação vocacional e aos formadores, ele enfatizou que “temos que formar os nossos seminaristas, os nossos futuros padres, os diáconos, as religiosas, nessa perspectiva, senão a gente sempre vai ficar preocupado mais com os aspectos secundários da nossa missão e não somar forças.”
Segundo o bispo de Parintins, “o nosso papel seria sempre acompanhar, incentivar, apoiar, favorecer.” Ele destaca a importância dos padres nascidos e formados na região acompanhar as causas indígenas, pois isso sempre foi visto como algo próprio dos missionários chegados de fora, ressaltando que em sua diocese, tem padres que “não conhecem as nossas áreas indígenas”, denunciando que a falta de presença da Igreja católica provoca a entrada de outras igrejas, o que demanda maior acompanhamento do clero, algo que deve ser incentivado desde o tempo do Seminário, desde a animação vocacional, ajudando os padres a ir além do litúrgico, não reduzir a missão só ao aspecto sacramental.
O bispo de Alto Solimões, dom Adolfo Zon recordou que é a segunda diocese que mais indígenas tem depois de São Gabriel da Cachoeira. Essa realidade representa um desafio grande para a diocese, relatando situações presentes no trabalho com os povos indígenas naquela igreja local, mostrando sua preocupação diante dos poucos missionários que trabalham com os indígenas, inclusive nas cidades. Ele chamou a mobilizar as comunidades para deixar-se interpelar por esta realidade indígena, que “não são outros, é a nossa gente.”
Um desafio que leva dom Adolfo a esperar que “na próxima Assembleia do Povo de Deus, possamos tirar alguma diretriz que nos ajude para esta aproximação e, sobretudo, uma presença mais contínua”, que considera “uma riqueza para nós, Igreja, e também para os próprios indígenas.” Ele destacou o trabalho que está sendo com as vocações indígenas, e a resposta positiva que os seminaristas indígenas estão dando, que espera “nos ajudem a ter uma presença mais significativa também entre os povos e assim poder também através da própria cultura, fazer um trabalho mais dinâmico e mais sério.”
Na Assembleia foi lembrado o 11º Dia Mundial de Oração e Reflexão contra o Tráfico de Pessoas, uma realidade que atinge os povos indígenas, também vítimas desse crime. Junto com isso, a assembleia do CIMI tem sido espaço para refletir sobre as ameaças aos territórios diante das falsas soluções ambientais, a proteção dos territórios e as novas estratégias de invasões e frente às falsas soluções de exploração. Tudo isso mediante trabalhos em grupos em busca de prioridades e estratégias, com informes, estudo e análise do Manual de Normas e Procedimentos e a elaboração da agenda para 2025.
Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1
A Presidência da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) foi recebida em audiência pelo Papa Francisco, na manhã desta quinta-feira, 6 de fevereiro. O momento com o pontífice foi oportunidade para apresentação do trabalho realizado pela Conferência e compartilhar a realidade do Brasil, “com suas alegrias e angústias”, segundo o arcebispo de Porto Alegre (RS) e presidente da CNBB, cardeal Jaime Spengler.
“Tivemos a graça, por assim dizer, de nos sentir apoiados pelo Santo Padre e incentivados a continuar o trabalho que a Conferência vem desenvolvendo ao longo dos anos. É certamente sempre uma alegria particular podermos encontrar com o sucessor de Pedro – garantia da unidade, da comunhão na Igreja, que o Espírito de Deus colocou diante da sua Igreja para este tempo presente”, destacou dom Jaime
Mesmo resfriado, o Papa apresentava uma “disposição muito bonita”, segundo dom Jaime.
Além do encontro com o Papa Francisco, a Presidência da CNBB passou pela Porta Santa da Basílica de São Pedro e celebrou a Missa na capela “Vergine Maria Partoriente“, dentro da Basílica. A agenda também conta com a visita aos Dicastérios para a Causa dos Santos e para o Desenvolvimento Humano Integral. À noite, os bispos e o subsecretário da CNBB terão um encontro com os estudantes do Colégio Pio Brasileiro.
Os Santos e o Brasil
Sobre o momento no Dicastério para a Causa dos Santos, dom Jaime manifestou alegria pelo “número expressivo de causas sendo analisadas pelo Dicastério”, com brasileiros como candidatos a beatificação e canonização. Além, disso, ele se alegra em saber “que alguns milagres que levaram à beatificação ou canonização de homens e mulheres no tempo recente aconteceram no nosso Brasil. Isso significa também um sinal de bênção divina”.
O arcebispo de Olinda e Recife (PE), dom Paulo Jackson Nóbrega, segundo vice-presidente da CNBB, recordou o desabamento do teto na Igreja de São Francisco, em Salvador (BA). “Estamos em comunhão de oração com a Igreja de Salvador, na Bahia. Estamos profundamente solidários com todos os irmãos e irmãs da Bahia, rezando por vocês”, disse.