Papa Francisco nomea o Pe. Lúcio Nicoletto como bispo prelado de  São Félix do Araguaia no Mato Grosso.

PAPA FRANCISCO NOMEA O PE. LÚCIO NICOLETTO COMO BISPO PRELADO DE SÃO FÉLIX DO ARAGUAIA NO MATO GROSSO.

O anuncio ocorreu nesta quarta-feira, 13, em comunicado emitido pela CNBB.

Papa Francisco nomea o Pe. Lúcio Nicoletto como bispo prelado de  São Félix do Araguaia no Mato Grosso.
Da Itália ao Brasil, uma vida dedicada ao serviço religioso e pastoral culmina na nomeação como bispo prelado de São Félix do Araguaia, Mato Grosso.

Nesta quarta-feira, 13, o Papa Francisco anunciou a nomeação do Padre Lúcio Nicoletto como bispo prelado de São Félix do Araguaia, no interior do estado do Mato Grosso, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB)  divulgou a nota na integra nesta manhã. (Confira no fim da matéria)

 A história de Padre Lúcio é uma jornada de fé e serviço, desde sua infância na Itália até sua missão pastoral no Brasil, começando agora com sua nomeação episcopal, uma nova missão evangelizadora.

Nascido em Este ( cidade da diocese de Pádua na Itália), em 18 de agosto de 1972, Padre Lucio é filho de Dino e Paola Paluan. Cresceu em um ambiente profundamente religioso, onde recebeu sua formação cristã na comunidade paroquial de Ponso, sob a orientação do pároco Pe. Francisco Dalla Valle. Sua jornada educacional incluiu o colégio “Manfredini”, dirigido pelos Padres Salesianos, onde desenvolveu sua fé e vocação.

Em setembro de 1987, aos 15 anos de idade, Padre Lúcio ingressou no Seminário Menor de Pádua, em Tencarola, dando início ao seu caminho rumo ao sacerdócio. Lá, ele estudou Filosofia e Teologia na Faculdade Teológica da Itália Setentrional, seção de Pádua, preparando-se para seu serviço ministerial. Sua ordenação como diácono em 1997 e sacerdote em 1998 marcou o início de sua dedicação ao serviço da Igreja.

Os primeiros anos de ministério de Padre Lúcio foram na paróquia de San Michele Arcangelo em Selvazzano Dentro, na periferia de Pádua, onde serviu com zelo ao lado do Pe. Bruno Piazzon. No entanto, sua jornada o levou além das fronteiras italianas quando, em maio de 2005, foi designado para trabalhar no Brasil, na Diocese de Duque de Caxias.

Desde então, Padre Lúcio tem desempenhado um papel vital na vida religiosa e pastoral no Brasil. Ele acompanhou a paróquia de Vilar dos Teles, no município de São João de Meriti juntamente com pe. Massimo Valente, e assumiu diversas responsabilidades, incluindo o acompanhamento dos seminaristas da diocese e o serviço na Catedral de Santo Antônio em Duque de Caxias.

Sua dedicação e liderança foram reconhecidas quando, em 2011, foi nomeado Reitor do Seminário Diocesano de Duque de Caxias, além de assumir diversas funções na pastoral da juventude e na formação do clero. Em 2016, após concluir o Mestrado em Teologia Bíblica pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Padre Lucio assumiu uma nova missão na diocese de Roraima, abrindo a missão de Pádua em Roraima e assumindo a paróquia de Caracaraí juntamente com o pe. Benedetto Zampieri.

Durante sua estadia em Roraima, Padre Lúcio também foi responsável pela catequese diocesana e pelo projeto de Iniciação à Vida Cristã (IVC), demonstrando seu compromisso com a formação espiritual e pastoral. Em 2019, sua liderança foi novamente requisitada quando assumiu o cargo de Vigário Geral da Diocese de Roraima,  e em  2022 foi escolhido administrador diocesano até a nomeação do novo bispo, Dom Evaristo Pascoal Spengler, em 2023.

Foto: Catedral Nossa Senhora da Assunção – São Felix do Araguaia – MT

A prelazia de São Félix do Araguaia:

 A Prelazia de São Felix foi erigida em13 de maio de 1969, com a bula pontifícia “Quo commodius”, pelo Papa Paulo VI. O primeiro bispo foi D. Pedro Casaldaliga, missionário Claretiano, ordenado bispo em 1971. Dom Pedro, permaneceu no pastoreio da Prelazia até 2005, e em 2006 lhe sucedeu Dom Leonardo Steiner, que ficou até 2011.

A prelazia de São Felix teve os seguintes bispos, Dom Pedro Casaldaliga, Dom Leonardo Steiner, OFM(cardeal da Amazonia) e  Dom Adriano Ciocca Vasino. Agora como novo Bispo, Pe. Lúcio Nicoletto.

Foto: Painel do Pintor Maximino Cerezo, Missionário Claretiano, Catedral N. Sra. Assunção – São Felix do Araguaia – MT

Agora, nomeado como prelado de São Félix do Araguaia, sucessor do grande bispo e profeta Dom Pedro Casaldaliga, o Padre Lúcio Nicoletto está pronto para assumir novos desafios e continuar seu ministério de serviço à Igreja e ao povo de Deus. Sua trajetória é um testemunho de fé, dedicação e compromisso com a missão da Igreja Católica no Brasil e além. Que sua jornada episcopal seja abençoada e frutífera, guiada pelo Espírito Santo e pelo exemplo de Cristo, o Bom Pastor.

Mapa da Prelazia de São Felix do Araguaia – MT.

Confira a nota na íntegra: 

 FONTE/CRÉDITOS: Libia López

Santa Matilde da Alemanha exortava: “Feliz quem prepara sua eterna salvação”

Santas Matilde
Segundo o Martirológio Romano, que relata os santos e beatos oficializados, assim como também com outros santos, há uma série com o nome Matilde. Sendo elas:

– Santa Matilda da Escócia [† 1118], filha de Santa Margarida da Escócia [† 1093], Rainha da Inglaterra, comemorada em 30 de abril;

– Santa Matilda de Hackeborn ou de Helfta, [1241-1299], monja beneditina e mística alemã, que é homenageada em 19 de novembro;

– Beata Matilde [† 1154], beneditina alemã no Mosteiro de Spanheim, celebrada em 26 de fevereiro;

– Beata Matilde di Canossa [† 1115], Duquesa da Toscana, Vice-Rainha da Itália, Condessa de Canossa e várias cidades italianas, celebrada em 23 de março;

– Beata Matilde, Condessa Palatina, celebra 21 de maio;

– Beata Matilde de Diessen [† 1160], abadessa beneditina de Diessen e reformadora do mosteiro de Edelsterten, celebrada em 31 de maio;

– Beata Matilde [† 1200], escocesa que se mudou para a França, eremita em Lappion (Picardia), celebrada em 11 de abril;

– Beata Matilde de Magdeburg [† 1280], mística beneditina, irmã de Santa Matilda de Hackeborn e Santa Gertrudes, celebrada em 8 de outubro;

– Beata Matilde do Sagrado Coração [1841-1902], religiosa espanhola fundadora da Congregação das Filhas de Maria Mãe da Igreja, comemoração de 17 de dezembro.

Qual delas a Igreja faz memória em 14 de março?
Este texto reporta-se a Santa Matilde que viveu na atual Alemanha. Foi esposa fidelíssima do rei Henrique I e se dedicou generosamente à assistência aos pobres e à fundação de hospitais e mosteiros.

Berço, humildade e maternidade
Matilde foi educada numa nobre família junto a um mosteiro beneditino. Após casar-se com Henrique I, rei da Alemanha, manteve sua nobreza interior. Não deixou-se influenciar pelo poder. Teve cinco filhos e, sempre como mãe humilde e orante, buscou ensinar para os filhos os caminhos da salvação eterna.

Santa Matilde da Alemanha: Mãe dos Pobres

Caridade
Matilde também foi mãe para o povo, em especial, para os pobres. Mulher cheia de compaixão que, dentro das possibilidades, ajudou e influenciou a muitos.

A verdadeira riqueza
Com o falecimento de Henrique I, essa grande mulher de Deus disse aos filhos: “Gravai bem no vosso coração o temor de Deus. Ele é o Rei e Senhor verdadeiro, que dá poder e dignidade perecíveis. Feliz quem prepara sua eterna salvação”.

Filho entregará mãe (cf. Mt 10,21)
Com a morte do marido, o seu calvário começou: foi traída pelos filhos, sob a falsa acusação de que estaria desperdiçando os bens com os pobres. Retirou-se para um convento e ali intercedeu pelos seus amados filhos, por meio da oração e dos sacrifícios.

Consciência da Injustiça

Conversão dos filhos
Seus filhos, então, tomaram consciência da injustiça que estavam cometendo. Com a conversão deles, teve mais facilidade para ajudar a muitos outros pobres. Em 968, partiu para o Reino dos céus, o Reino dos santos.

Sua influência no Brasil
 É desta Santa Matilde que des­cenderam os reis de Portugal e, por conseguinte, a Família Imperial do Brasil.

Minha oração
“Senhor Jesus, a exemplo de Santa Matilde, ajuda o teu povo, incluindo a mim, esse pecador que Vos faz essa oração agora, a importar-se mais com a salvação da alma do que com os bens terrenos. Amém.”

Santa Matilde, rogai por nós!

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Um ano da Retomada na Serra da Lua: uma árdua caminhada. Artigo de Gabriel Vilardi

Retomada Serra da Lua. (Foto: Gabriel Vilardi)

07 Março 2024

Conscientes desse injusto aparato estatal que funciona para restringir os seus direitos, os Povos Indígenas da Terra Manoá-Pium celebraram, no último dia 24 de fevereiro, um ano da Retomada do território ancestral. Membros das várias comunidades da Terra Indígena, acompanhados pelas lideranças tradicionais, decidiram que era chegada a hora de finalmente recuperar o chão sagrado roubado de seus avós.

O artigo é de Gabriel dos Anjos Vilardi, jesuíta, bacharel em Direito pela PUC-SP e bacharel em Filosofia pela FAJE. É mestrando no PPG em Direito da Unisinos e foi membro da Pastoral Indigenista da Diocese de Roraima (2022-2023), tendo convivido com os povos Wapichana e Macuxi, na região Serra da Lua. Colaborador no Instituto Humanitas Unisinos – IHU.

Eis o artigo.

Não é época para se despojar de desejos,
e os miseráveis não pensam tampouco nisto,
mas sonham que um dia poderão satisfazer seus desejos.
Ernst Bloch

“O que caracteriza a relação povos indígenas/Estado nacional é a permanência das estruturas coloniais”. E essa nefasta permanência “subjuga os povos indígenas através duma dominação econômica e cultural“[2], já apontava com clareza o assessor teológico do Conselho Indigenista Missionário (CIMI), Paulo Suess, há mais de 40 anos. A constatação é brutal, mas assertiva e desconcertantemente atual, “fuzil e violência justificam e executam o saque”, arremata o indigenista sem tergiversar.

Conscientes desse injusto aparato estatal que funciona para restringir os seus direitos, os Povos Indígenas da Terra Manoá-Pium celebraram, no último dia 24 de fevereiro, um ano da Retomada do território ancestral. Membros das várias comunidades da Terra Indígena, acompanhados pelas lideranças tradicionais, decidiram que era chegada a hora de finalmente recuperar o chão sagrado roubado de seus avós.

O que caracteriza a relação povos indígenas/Estado nacional é a permanência das estruturas coloniais – Paulo Suess Tweet

Sim, é preciso coragem para nomear o que se passou! Os autonomeados “pioneiros de Roraima” chegaram para ocupar a região como se não existisse ninguém mais naquele território. Enriqueceram à custa de terras e muita exploração indígena, como bem registrado pelos estudiosos:

“No final do século XIX e primeira metade do século XX, a pecuária despontava como a mola propulsora da economia da região. O êxito da instalação da pecuária se deu pela sua característica na criação do gado em Roraima. Como já descrevemos anteriormente, o gado bovino era criado de forma livre e solto no lavrado, percorrendo grandes áreas em busca de pasto e de água, um gado sem fronteiras (DINIZ 1972, LEMOS 1998, SANTILLI 1994). Segundo Vieira (2007). A grande quantidade de campos, associada à mão de obra indígena (explorada) e o gado solto, seria um atrativo econômico de baixo custo, uma vez que não havia necessidade de empreender recursos para a captura (do gado) e compra de terra para essa finalidade”.[3]

Desde o começo dos anos 2000 existem inúmeros documentos das assembleias dos tuxauas da Serra da Lua reafirmando o desejo de retornar à terra tradicional e demandando as devidas providências do poder público. A resposta oficial? Não passou de um solene e desrespeitoso silêncio, acrescido de uma imoral inércia em cumprir seu dever constitucional! O que esperava o Estado brasileiro das comunidades indígenas: que permanecessem subjugadas e apáticas?

Foto: Gabriel Vilardi

A disputa pela terra na Amazônia e no restante do país sempre foi uma luta desigual em meios e extremamente violenta em desfavor dos marginalizados. Os indígenas foram sendo dizimados ou empurrados para o interior, conforme a “civilização” ia avançado ameaçadoramente sedenta por lucros. Tudo aquilo que não estava alinhado ao modelo do progresso, precisava ser destruído. Afinal, o velho e arcaico dariam lugar ao novo e moderno Brasil.

Em Roraima os filhos de Macunaima não ficaram incólumes à fúria desenvolvimentista e foram encurralados e cercados pelos extensos latifúndios, como demonstra esse laudo antropológico do órgão indigenista:

“Em 1986, era constatado que 39% das malocas Wapichana tinha em média de uma a três fazendas na área considerada de uso da maloca; o restante, entre quatro a doze fazendas, algumas na própria área, provocando invasão contínua do gado nas roças e nas malocas (Funai, p. 12)”.[4]

Os legítimos donos do território, os povos Wapichana e Macuxi, sofreram um processo histórico e prolongado de invasão e espoliação de terras orquestrado há séculos pelos sucessivos governos local e central, o que foi aprofundado pela míope e criminosa ideologia da ditadura militar. No final desse triste e terrível período que o país viveu, após muita luta das comunidades indígenas, aconteceu a demarcação da Terra Indígena Manoá-Pium (1982).

Como sempre se sucede quando interesses poderosos são contrariados, a pressão sobre as lideranças indígenas para que renunciassem aos seus direitos foi acintosa. Em troca de nada mais do que a risível promessa de que a demarcação do território seria acelerada. No horizonte, pairava a cruel ameaça de que caso não aceitassem a negociação escabrosa, o processo se arrastaria por longuíssimos anos. Assim contextualiza a estudiosa Nádia Farage sobre o conturbado desenrolar do reconhecimento dos territórios indígenas:

“Uma evidente e lastimável injustiça foi cometida neste caso: foram isoladas, enquanto áreas segmentadas, aldeias vizinhas, cujo território de caça, pesca e circulação é tradicionalmente comum. Além disso, o que é mais grave, as ilhas liberaram terras para instalação de fazendas que vêm sistematicamente invadindo os limites já estreitos de tais áreas”.[5]

Infelizmente, o vergonhoso e obsceno assédio aos povos originários não foi uma mera exceção circunscrita ao caso dos indígenas do território Manoá-Pium, que viram um terço de suas terras roubadas em detrimento de tacanhos interesses privados. Ao contrário trata-se de uma prática sistêmica do Estado brasileiro, sustentado por uma “elite do atraso”, como muito bem pontua Jessé de Souza. Uma classe dominante que possui como modus operandi o uso do medo para tentar amordaçar aqueles e aquelas que ousam se insurgir contra o sistema vigente.

Com a absurda aprovação pelo Congresso Nacional da Lei 14.701/2023, que instituiu a estapafúrdia e já declarada inconstitucional tese do Marco Temporal, as intimidações voltaram com mais força. No início de fevereiro o fazendeiro que ocupava a área da Retomada tentou reerguer a cerca, que havia sido derrubada pelos indígenas como sinal de retorno a um território coletivo. Não satisfeito, conforme relato das lideranças indígenas, há duas semanas mandou seus emissários investigar as pessoas que se encontravam no local, com claro viés intimidativo.

Com a absurda aprovação pelo Congresso Nacional da Lei 14.701/2023, que instituiu a estapafúrdia e já declarada inconstitucional tese do Marco Temporal, as intimidações voltaram com mais força – Gabriel Vilardi Tweet

Outras comunidades das 21 que formam a Região Serra da Lua, tais como MoscouCanauanim e Malacacheta, também sofreram ameaças e propostas enganosas de toda ordem. As mais diversas táticas invariavelmente envolvem ilusórias vantagens e míseras promessas com o intuito de dividir e enfraquecer as lideranças comprometidas com a libertação do seu povo:

“O governo do antigo Território de Roraima, por sua vez, criou uma colônia dentro dos limites da área indígena Recanto da Saudade, conhecida ainda como Maloca do Moscou, sem que houvesse qualquer contestação da Funai. Já os Wapichana da Maloca Canauanim acusavam a Funai de pressioná-los a aceitar uma redução da área delimitada, que estava sendo cortada pela construção de uma estrada estadual. A mesma proposta teria sido feita à área indígena da Malacacheta que recebera ainda uma proposta de loteamento individual (op. cit. p. 150)”.[6]

Segundo dados do excelente e infelizmente necessário Caderno de Conflitos no Campo da Comissão Pastoral da Terra (CPT), apenas no primeiro semestre de 2023, foram registrados 791 conflitos pela terra no país, outros 102 casos de trabalho escravo rural e 80 disputas pela água, com 527 mil pessoas envolvidas. Números alarmantes para um país com dimensões continentais e um enorme estoque de terras agriculturáveis disponíveis, porém concentradas nas mãos de uma parcela ínfima de grileiros e herdeiros das Capitanias do Brasil Colônia.

Foto: Ronivaldo Wapichana

Nessas ocasiões de conflito agrário a nem tão cega Justiça pende invariavelmente para o lado dos donos do dinheiro e a Polícia Militar, em um padrão assustador, torna-se braço armado de interesses particulares. Famílias e comunidades inteiras são expulsas, muitas vezes, sequer sem uma ordem judicial e com muita truculência policial. Na Retomada da Serra da Lua também houve tentativa de criminalização de uma legítima pauta do movimento indígena, com a instrumentalização das forças de segurança para fins que estavam bem longe da ordem pública. Essa antiga prática já era denunciada pelo grande antropólogo Darcy Ribeirro:

“Em qualquer lugar do Brasil, (uma casa, um apartamento, uma fazenda), uma propriedade particular, que seja invadida, o proprietário se vai à polícia ou ao juiz, consegue de imediato que a propriedade lhe seja devolvida. Essa sociedade se baseia nesta ordem. A coisa mais sagrada não é Deus, é a propriedade. Então, a propriedade está tremendamente defendida. A polícia, o exército, existem aí para defender a propriedade; estão contra alguém, faça subversão contra a propriedade. Só uma propriedade não é defendida. A propriedade dos Índios. Quando uma reserva indígena, uma terra indígena, é invadida, ao contrário do que aconteceria a um fazendeiro, ele reclama com a Funai, e a Funai reclama com a polícia; ela reclama com o prefeito; ele reclama com o governador; ele reclama com o presidente, mas todos prometem dar um jeito, e ninguém dá jeito nunca”.[7]

Como se não bastasse a evidente animosidade dos agentes de segurança, o próprio órgão indigenista responsável por salvaguardar os interesses dos Povos Indígenas comumente esteve tomado por visões anti-indígenas. Realidade muito presente nos tempos perigosos da ditadura civil-militar, quando coronéis e generais davam plantão na FUNAI para impedi-la de funcionar a contento, mas também mais recentemente no governo do ex-capitão sempre tão saudoso do autoritarismo da caserna. Tristemente, um velho expediente não de todo abandonado:

“Note-se que o argumento, pretensamente pragmático, da agilização da demarcação é recorrente na oratória da Funai para a região, havendo sido utilizado, com sucesso, para celebrar os acordos anteriores; inútil seria sublinhar a distorção legal que representa, uma vez que o território indígena não é possível de negociação, e sua demarcação é uma obrigação constitucional da União”.[8]

Assim, pode-se constatar um flagrante vício na condução de muitos processos de demarcação de Terras Indígenas, com a manipulação de lideranças por quem deveria zelar pelo cumprimento da lei. Esses processos precisam ser imediatamente revistos! Essa legítima demanda das comunidades prejudicadas estaria, inclusive, em conformidade com a decisão da Suprema Corte, no julgamento com repercussão geral do RE 1017365, que decidiu serem passíveis de revisão os limites dos territórios, no prazo de 5 anos da finalização da demarcação ou se manifesto o interesse até a data da decisão, para sanar as eventuais ilegalidades.

Para tanto, é fundamental que o atual governo cumpra as promessas de campanha realizadas pelo presidente Lula e dê efetivas condições de trabalho para a Fundação Nacional dos Povos Indígenas, com um orçamento condizente com suas enormes responsabilidades e considerando a histórica dívida para com os Povos Indígenas. Além do mais, impõe-se como imprescindível a recuperação da força de trabalho da autarquia, criminosamente esvaziada nos últimos anos. Afinal, se no governo do autodeclarado inimigo dos povos originários a estratégia era asfixiar o funcionalismo de carreira, a prioridade desse governo popular deve ser garantir recursos extras para fazer frente ao desmonte promovido. A quem interessa uma FUNAI enfraquecida e sem capacidade de trabalho?

O próprio governo possui ciência de que o concurso público já autorizado, no ano passado, não é suficiente nem mesmo para suprir as carências mínimas. Quando pretende autorizar novo e robusto concurso para prover as quase imobilizadas 39 Coordenações Regionais? Prevalecerá a boa intenção propalada pelo presidente Lula quando candidato ou isso se perderá nos escaninhos obscuros dos interesses espúrios de Brasília?

Ao contrário dos indígenas que não agiram com violência, seus algozes nunca deixaram de recorrer ao uso da força. Amazonas Brasil, na Assembleia-Geral e Extraordinária da Cooperativa Mista de Pecuaristas de Boa Vista (Compec), no dia 28/08/1980, com o próprio apoio do presidente da entidade, Carlos Alberto da Silva, expôs com claridade toda a truculência dos tais “desbravadores de Roraima”: “o remédio jurídico é a penúltima arma que nós vamos usar, porque a última depende da coragem de cada um”. Nesse elucidativo depoimento é possível inferir como se deu a ocupação de Roraima, com o roubo dos territórios indígenas. Como se não fosse suficiente, o fazendeiro entendia que cabia a eles definir os critérios das demarcações:

“(…) o que nós vamos discutir é o critério de marcar área de índio, como é que eles escolheram aquela linha, como é que eles escolheram aquele rio, por que é que passa aqui, por que é que passa por ali, por que não respeita a fazenda do seu fulano, do seu sicrano”.[9]

Mesmo com as ações pacíficas e a paciência histórica das comunidades da Serra da Lua, sua pretensão de que o Estado reveja os limites da Terra Indígena e restitua seu território original, em um prazo razoável, é absolutamente legítima e inadiável. Na atual conjuntura, desculpas esfarrapadas de falta de orçamento e de servidores são inaceitáveis para continuar travando o processo!

As autoridades políticas, como os ministros de Estado afins e o presidente da República, precisam ser responsabilizadas caso essa omissão continue se prolongando. Como pediram as lideranças da região, em dezembro passado, na reunião da Coordenação Ampliada do Conselho Indígena de Roraima (CIR) a instalação de um grupo de trabalho (GT) para o início do processo é urgente! Quantos anos mais se arrastará o interminável imbróglio? Podem continuar sendo penalizadas as crianças e os jovens indígenas por falta de terra regularizada para viverem em paz, segundo o garantido pelo art. 231 da Constituição Federal?

As forças aliadas dos Povos Indígenas devem engrossar o coro de vozes lúcidas que cobram para que a dignidade assegurada pela Carta de 1988 seja cumprida. Uma presença importante nessa marcha é a Igreja de Roraima, com a sua combativa Pastoral Indigenista e o direto engajamento dos sucessivos bispos ao longo dos anos. Grandes pastores serviram essa parcela do Povo de Deus, entre eles o inesquecível Dom Aldo Mongiano, bem como Dom Aparecido José Dias e Dom Roque Paloschi, também presidentes do Conselho Indigenista Missionário (CIMI).

Com a significativa nomeação do presidente da Rede Eclesial Pan-Amazônica (REPAM-Brasil), o franciscano Dom Evaristo Spengler, a diocese se viu fortalecida com um pastor experiente e comprometido com as causas sociais. Seu envolvimento e apoio pessoal serão valiosos para que se cheguem até os palácios da capital federal os clamores do povo de Macunaima. Essa é, afinal, uma das missões da Igreja, como bem lembra o Papa Francisco na magistral Carta Encíclica Fratelli Tutti:

“Por estas razões, embora a Igreja respeite a autonomia da política, não relega a sua própria missão para a esfera do privado. Pelo contrário, não pode nem deve ficar à margem na construção de um mundo melhor nem deixar de «despertar as forças espirituais» que possam fecundar toda a vida social. É verdade que os ministros da religião não devem fazer política partidária, própria dos leigos, mas mesmo eles não podem renunciar à dimensão política da existência que implica uma atenção constante ao bem comum e a preocupação pelo desenvolvimento humano integral. A Igreja «tem um papel público que não se esgota nas suas atividades de assistência ou de educação», mas busca a «promoção do homem e da fraternidade universal».[10]

Forjados em uma secular luta pela sobrevivência, os povos Wapichana e Macuxi, aprenderam a complexa arte da resistência. Com uma implacável persistência e a sabedoria que trazem de sua espiritualidade ancestral, sabem de suas profundas raízes e não estão dispostos a abrir mão de seu território sagrado. Não serão as forças coloniais do agronegócio e do garimpo assassino, mancomunadas com mesquinhos atores políticos, que irão afastá-los da terra de seus pais.

Os povos originários estão perdendo a paciência! E não é para menos, considerando a demora de mais de 35 anos para o reconhecimento das Terras Indígenas. A Retomada Manoá-Pium não foi a primeira, nem será a última. Caso o Estado não observe sua obrigação constitucional e assegure o direito inalienável dos Povos Indígenas à terra, serão centenas as retomadas Brasil afora. Anna pata, anna yan, “nossa terra, nossa mãe”, dizem os Macuxi! E uma mãe não pode ser abandonada! 

NOTAS

[1] BLOCH, Ernst. El princípio esperanza. Madrid: Aguilar, 1977, p. 63.

[2] SUESS, Paulo. Mofo colonial. In: Cálice e Cuia: Crônicas de Pastoral e Política Indigenista. Petrópolis: Vozes, 1985.

[3] RIBEIRO, Gilmara Fernandes. Criadores de gado: experiência dos Macuxi com o gado bovino. Dissertação (Mestrado em Antropologia Social) – PPG em Antropologia Social, UFRR, Boa Vista, 2018. p. 30.

[4] CIRINO, Carlos Alberto Marinho. A “boa nova” na língua indígena. Boa Vista: Ed. UFRR, 2009. p. 208.

[5] FARAGE, Nádia. Terras Indígenas no Lavrado: o impasse continua. In: Povos Indígenas no Brasil, 1987, 1988, 1989, 1990. São Paulo: CEDI, 1991. p. 148.

[6] CIRINO, Carlos Alberto Marinho. A “boa nova” na língua indígena. Boa Vista: Ed. UFRR, 2009. p. 202.

[7] RIBEIRO, Darcy e JUNQUEIRA, Carmen. Conferência realizada na UFMG, no dia 24/08/1978. Disponível em: documentos do SNI guardados no Arquivo Nacional, no DF – Coreg – BR_DFNBSB_AA3_PSS_132-p. 49-50.

[8] CEDI – Centro Ecumênico de Documentação e Informação. Povos Indígenas no Brasil, 1987/88/89/90. Aconteceu Especial, 1991. p. 156.

[9] SANTOS, Adriana Gomes; FERNANDES NETO, Antônio. Genocídio indígena e perseguição à Igreja Católica em Roraima: a ação e a omissão do Estado brasileiro diante das graves violações de direitos humanos. São Paulo: Fundação Perseu Abramo, 2016. p. 57

[10] PAPA FRANCISCO. Carta Encíclica Fratelli Tutti, nº 276. Leia aqui.

Diocese de Roraima, expressando que a Igreja não tem fronteiras, participa dos 102 anos do Vicariato do Caroni (Venezuela)

O Vicariato Apostólico do Caroni, na Grande Sabana venezuelana, que tem sua sede na cidade de Santa Elena de Uairén, acaba de comemorar 102 anos de sua ereção canónica. Uma celebração que contou com a participação de representantes da diocese de Roraima, dentre eles Dom Evaristo Spengler, que também esteve acompanhado por Dom Arnaldo Carvaheiro Neto, bispo de Jundiai (SP), e Dom Vicente Costa, bispo emérito da mesma diocese.

“Uma festa muito bonita, com a participação das comunidades distantes”, segundo Dom Evaristo, numa região onde a maioria da população são indígenas do povo pemón. Eles realizaram diversos gestos durante a Eucaristia e depois da celebração realizaram apresentações culturais da região. Uma celebração que “trouxe o coração, a vida dessa história, 102 anos de doação de muitos missionários e missionárias“.

Segundo o bispo de Roraima, “uma coisa que ficou muito forte na celebração foi que a Igreja não tem fronteiras, cada vez mais queremos estreitar os laços de união”. Ele refletiu sobre as imensas dificuldades na evangelização da região da Grande Sabana, com paróquias e comunidades muito distantes e um alto custo para realizar as viagens para o trabalho evangelizador. Dom Evaristo destacou que “é um povo com muita doação, com muita alegria, e queremos continuar a rezar por esse povo, por Dom Gonzalo, por esse Vicariato do Caroni, todos os missionários que aqui estão, aqueles que estiveram no passado e aqueles que virão à evangelização nesse belíssimo futuro deste vicariato”.

O bispo local, Dom Gonzalo Alfredo Ontivares Vivas, manifestou sua alegria pela celebração vivida, destacando a participação das diversas comunidades indígenas que integram o vicariato e das igrejas de Roraima e de Jundiai, algo que ele vê como oportunidade para partilhar o que foi realizado pelos padres capuchinhos e deixaram como ensinamento, vivência e experiência de fé nesse processo de formação e de inculturação do Evangelho.

O bispo destacou que o Vicariato do Caroni está vivendo uma nova etapa, com a participação de missionários de outras igrejas locais e congregações religiosas. A celebração realizada é vista por Dom Gonzalo como algo que “nos ajuda a entender a sinodalidade que o Papa Francisco está nos convocando”. Ao mesmo tempo, ele disse que tem sido mais uma oportunidade para se integrar com a Igreja do Brasil, insistindo em que a Igreja não tem fronteiras, que podem ser compartilhadas as mesmas experiências de fé com os povos originários

Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

A Diocese De Roraima Participa Da Celebração Dos 102 Anos Do Vicariato De Caroni

Ressaltando A Importância Da Evangelização Em Regiões Distantes

No último dia 4 de março, a cidade de Santa Elena de Uairén, capital do município da Gran Sabana, foi momento de uma celebração de importância histórica para a igreja católica. O Vicariato de Caroni, situado na Venezuela, comemorou seus 102 anos de fundação em um evento marcado por emoção, espiritualidade e união entre diferentes comunidades religiosas. A visita de Dom Evaristo Spengler, da Diocese de Roraima, em Santa Elena reunindo-se com Dom Gonzalo Alfredo Ontiveros Vivas, vigário apostólico de Caroni, destacou-se como um momento de reflexão sobre a importância da evangelização em regiões de difícil acesso e a integração entre povos indígenas e religiosos.

A celebração contou com a presença não apenas de padres, religiosas, religiosos e leigos representando diversas comunidades tanto locais como do povo indígena. Dom Evaristo Spengler expressou sua gratidão e emoção ao participar da celebração, destacando a importância de fortalecer os laços entre a Diocese de Roraima e o Vicariato de Caroni. Ele ressaltou a ideia de que a igreja não possui fronteiras geográficas, estabelecendo uma conexão espiritual entre locais distantes, como Roraima e Caroni, que estão separados por mais de 200 quilômetros.

‘’Mais um povo com muita doação, com muita alegria e queremos continuar rezando por esse povo, por Dom Gonçalo, por esse Vicariato de Caroni. Todos os missionários que aqui estão, aqueles que estiveram no passado e certamente aqueles que virão para ajudar na evangelização nesse belíssimo futuro deste Vicariato.’’ Declarou Dom Evaristo.

As palavras de Dom Evaristo foram complementadas pelas declarações de Dom Gonzalo Alfredo Ontiveros Vivas, que enfatizou a relevância histórica da celebração dos 102 anos do Vicariato de Caroni. Ele mencionou a presença significativa da igreja brasileira, representada por importantes dioceses como a de Roraima. A união entre as igrejas do Brasil e da Venezuela reflete a missão compartilhada de promover a fé e a evangelização em meio a desafios como a distância geográfica e as dificuldades logísticas.

”Há sido uma experiência maravilhosa, extraordinária, porque nós compartilhamos a cultura, compartilhamos a fé, mas também compartilhamos outros elementos, como a cultura, as tradições, onde há tido esse intercâmbio hermoso, bonito, maravilhoso, que nos traz à nossa memória, nos integra, nos ajuda.” Afirmou Dom Gonzalo.

O Vicariato de Caroni, desde sua fundação, tem sido um ponto central para a disseminação da fé católica em uma região marcada pela diversidade cultural e pela presença de comunidades indígenas. A influência dos pais capuchinhos deixou um legado importante na formação espiritual e na inculturação da evangelização. A diocese de San Cristóbal, na Venezuela, desempenha um papel fundamental no envio de missionários e na colaboração para fortalecer a presença da igreja católica na região.

Durante a celebração, foram discutidos também os desafios enfrentados pela evangelização no Vicariato de Caroni, como a escassez de recursos e as dificuldades de acesso às comunidades mais distantes. A presença constante e o apoio das igrejas brasileiras e venezuelanas são essenciais para enfrentar esses desafios e fortalecer a presença da igreja católica em áreas remotas.

O evento culminou em uma reflexão sobre a importância da união entre diferentes comunidades religiosas e culturais para promover a mensagem de amor e paz pregada pelo evangelho. A troca de experiências e tradições entre os povos indígenas e os religiosos evidenciou a riqueza da diversidade e a universalidade da fé cristã.

Ao encerrar a celebração, Dom Gonzalo Alfredo Ontiveros Vivas expressou sua gratidão pela participação e apoio de todas as comunidades presentes. Ele ressaltou a mensagem de que a igreja católica é uma igreja sem fronteiras, capaz de unir povos de diferentes origens em um só propósito: a vivência da fé e a busca pela paz e fraternidade.

Em meio às dificuldades e desafios enfrentados pela evangelização em regiões remotas, a celebração dos 102 anos do Vicariato de Caroni representa não apenas uma homenagem à história e à dedicação dos missionários que contribuíram para sua fundação, mas também um compromisso renovado de continuar a missão de levar a mensagem do evangelho a todos os povos, sem distinção de cultura ou nacionalidade.

Retiro anual do Clero da Diocese de Roraima

Retiro Anual do Clero da Diocese de Roraima.
Teve início segunda-feira (26/02) e termina nesta sexta-feira (01/03) o retiro dos padres.

Momento de Oração, silêncio, estudo e meditação da Palavra de Deus, orientados pelo Pe. José Oscar Beozzo, da Diocese de Lins SP juntamente com nosso bispo diocesano os presbíteros vivem dias de reflexão e profunda espiritualidade neste caminho quaresmal se preparando para a festa da Páscoa de Jesus Cristo, filho amado do Pai.

A noite desta quarta-feira (28/02) foi marcada pela celebração penitencial onde os mesmos receberam o sacramento da reconciliação.
Rezemos pelos nossos padres!

Foto/Texto: Pe. Josimar Lobo – Presidente da Fundação Educativa Cultural José Allamano

São Porfírio, o restaurador da fé de um povo

Origens
São Porfírio era um tecelão, de família rica, nascido na Grécia. Aos 25 anos, decidiu viver de modo austero, dedicando-se à solidão e à penitência na região do Rio Jordão. Por causa de sua escolha, contraiu uma doença que o obrigou a mudar-se para Jerusalém, tornando-se mais moderado em sua austeridade. Mesmo doente, conta-se que ele não demonstrava sua realidade e se dedicava a visitar os lugares santos diariamente. 

Fatos extraordinários
Certa vez, em oração, decidiu vender tudo o que tinha e dar aos pobres. Essa atitude gerou a recompensa milagrosa da cura para seus males físicos. Logo após, foi ordenado sacerdote em 393. Recebeu como responsabilidade cuidar das relíquias do madeiro onde Jesus foi crucificado, também conhecidas como “Vera Cruz”. Em seguida, devido à sua humildade, foi ordenado bispo de Gaza, região da Palestina, atualmente, conhecida como Faixa de Gaza. Sua vida era acompanhada de milagres, que geravam espanto e a conversão dos pagãos. 

São Porfírio e o zelo ao povo de Gaza

Destruindo os ídolos
Dedicou-se aos cuidados do povo de Gaza e à conversão do grande número de pagãos da região. Por influência de São João Crisóstomo, foi promulgado um documento que determinava a destruição de templos pagãos. Dessa maneira, Porfírio aproveitou a oportunidade para humilhar o demônio e reparar o local de culto idolátrico, construiu uma Igreja Católica sob as ruínas do templo antigo. Dessa maneira, o local tornou-se lugar de celebração da Santa Missa e culto ao Deus Verdadeiro.

Páscoa
Assim, findou sua vida dedicando-se à restauração da fé e ao reparo das idolatrias, falecendo em 420. 

Minha oração
“São Porfírio, vós que vencestes os ídolos através da santidade, ajudai-me a destruir todos os ídolos de minha vida e de minha família. Ensinai-me que o caminho da santidade gera conversão dos que me rodeiam. A ti pedimos as graças do Pai, em nome de Jesus. Amém.” 

São Porfírio, rogai por nós!


Outros santos e santas celebrados em  26 de fevereiro:

  • Santo Alexandre, designado bispo de Alexandria depois de São Pedro  [† 326]
  • São Faustiniano, bispo, na  região da Itália  [† s. IV]
  • Santo Agrícola, bispo na França [† c. 594]
  • São Vítor, eremita, na França [† s. VII]
  •  Santo André, bispo na região da Itália [† s. IX]
  • Santa Paula de São José Calasanz (Paula Montal Fornés), virgem, que fundou o Instituto das Filhas de Maria das Escolas Pias na Espanha [† 1889]
  • Beato Roberto Drury, presbítero e mártir, na Inglaterra [† 1607]
  •  Beata Piedade da Cruz (Tomasina Ortiz Real), virgem, na Espanha [† 1916]

ENCERRAMENTO DA 24º ASSEMBLEIA DIOCESANA NO COLÉGIO CLARETIANO DE BOA VISTA FORTALECE LAÇOS RELIGIOSOS NA COMUNIDADE

Evento assessorado por Dom Zenildo Lima da Silva, discute prioridades e define nova coordenação para os próximos 2 anos

Neste domingo, 25, encerrou a 24º Assembleia Diocesana, com o lema: ”Diocese de Roraima: 300 anos de fidelidade e novos desafios numa Igreja Sinodal,” e que contou com a assessoria especial de Dom Zenildo Lima da Silva, bispo auxiliar da Arquidiocese de Manaus. Evento que por tres dias, reuniu religiosos, religiosas, leigos e membros das diferentes áreas missionárias, paroquias, serviços e pastorais da Diocese em momentos de reflexão destacando o papel da Igreja na Amazônia é o caminho da iniciação à vida cristã.

No tema abordado hoje domingo, Dom Zenildo lima ressalta a importância da preparação dos sacramentos tornandoze prioridade para a diocese de Roraima, por isso o tema central desta assembleia é precisamente essa. Nesse mesmo sentido, e como tema de encerramento foi a sinodalidade, o que significa caminhar junto a igreja católica.

”A sinodalidade, palavra que está sendo recuperada, porque durante muitos anos a gente usou uma expressão pastoral de conjunto. Em nossas comunidades, é que cada um quer ir para o seu lado, cada um quer tomar o seu rumo. É como se estivesse dividido. A gente aprendeu a caminhar juntos, que essa, literalmente, é a tradução da palavra, é um desafio para nós. Mas nesse caminhar juntos também implica em mudanças estruturais da igreja, em mudanças de relação, em mudanças de relações de poder.” Destacou Dom Zenildo.

O encerramento da Assembleia, culminou com a eleição dos membros da nova coordenação da CODE (Conselho Diocesano de Evangelização), composta por oito pessoas eleitas, juntamente com o bispo Dom Evaristo Spengler e o vigário geral Padre Lucio Nicoletto, membros natos. A nova coordenação foi formada por os seguintes membros:

Padres

• Pe. Josimar Lobo – Paróquia São Francisco
• Pe. Antônio Roberto de Sousa Dias Paróquia Frei Galvão

Religiosas

•Irmã Sofia Quintans Bouzada – Franciscana Missionária da Mãe do divino pastor , Chacheler e Secretária da Cúria Diocesana.
• Irmã Clementine – Franciscana Missionária da Mãe do divino Pastor. Da área missionária São João Batista

Leigos:
Maria Joselha Silva Lima – Leiga- Área São Raimundo Nonato
Ronaldo da Silva Santos – Leigo- Área São Raimundo Nonato
Tânia Mª Sena Barbosa – Paróquia Catedral Cristo Redentor

Antes do encerramento, os participantes foram convidados a momentos de oração com a celebração eucarística, para agradecer e pedir, que os frutos desta Assembleia possam ser colhidos sob a orientação do Espírito Santo. 

A importância dos momentos como nas assembleias é inegável. A Assembleia não é apenas um encontro, mas uma expressão significativa de comunhão e propósito. Em nossas igrejas da Amazônia, e particularmente na Diocese de Roraima, esses momentos têm uma relevância ainda maior, pois estão enraizados na experiência vital das missões.

As missões confiadas a uma congregação, ou a um grupo missionário, são o coração pulsante de nossa jornada espiritual. Elas representam a busca contínua pelos melhores caminhos para o anúncio de Jesus Cristo e para a transformação da realidade à luz do Evangelho, tendo como horizonte o reino de Deus.

Portanto, cada assembleia não é apenas uma reunião, mas um ponto de convergência de esforços, uma oportunidade para refletir, planejar e fortalecer a missão comum. Juntos como povo de Deus, avanzamos na jornada da fé e na construção do reino de Deus em nossas comunidades.