Assembleia do CIMI Norte1: No Regional “a Igreja sempre foi uma grande parceira dos povos indígenas”

O Conselho Indigenista Missionário Regional Norte 1 realiza de 8 a 10 de fevereiro de 2025 no Xare de Manaus sua assembleia anual. Mais de 50 missionários e lideranças indígenas analisam a atual conjuntura social e eclesial no Brasil em vista de avançar diante dos muitos desafios que os povos originários enfrentam na Amazônia e no Brasil. Um encontro em que se fizeram presentes o bispo de Alto Solimões e vice-presidente do Regional Norte1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, dom Adolfo Zon, o bispo de São Gabriel da Cachoeira, dom Raimundo Vanthuy Neto, bispo referencial para a Pastoral Indigenista e do CIMI no Regional, o bispo de Parintins, dom José Albuquerque, e a secretária executiva do Regional, Ir. Rose Bertoldo.

No Brasil, “os direitos dos povos indígenas estão passando por uma situação delicada, porque é uma situação de negociação dos direitos que foram conquistados na Constituição Federal de 88”, afirma o secretário executivo do Conselho Indigenista Missionário, Luis Ventura. Ele se pergunta “Como é que chegamos aqui?”. Diante disso, ele disse que “apesar de que o Supremo Tribunal Federal determinou que o Marco Temporal era inconstitucional e falou isso em setembro de 2023, depois o Congresso Nacional aprovou uma lei que continua em vigor até hoje, que determina de novo o Marco Temporal como parâmetro e que afronta totalmente os direitos que os povos indígenas conquistaram na Constituição.”

Luis Ventura lembrou que essa lei continua em vigor porque o Supremo Tribunal Federal, em lugar de declarar ela inconstitucional, abriu o que chamou uma mesa de conciliação ou de negociação, que no nosso entendimento é absolutamente inapropriado, inadequado, não competente, poder fazer conciliação sobre direitos humanos fundamentais”. Diante disso, sublinha que “esse é o momento em que estamos, em que os direitos dos povos indígenas não estão sendo garantidos, há uma reconfiguração dos direitos. Da forma como está na Constituição Federal de 1988 e a única forma de poder superar essa situação, esse impasse, será através da mobilização política e jurídica também dos povos indígenas e de todos os seus aliados.”

Não podemos esquecer que no Regional Norte1 “a Igreja sempre foi uma grande parceira dos povos indígenas”, segundo dom Vanthuy. Ele destaca a importância do pontificado do Papa Francisco e sua preocupação com os povos e seus direitos, ressaltando a importância do Sínodo para a Amazônia, onde os povos indígenas se envolveram, dado que “nenhuma outra região do mundo o Papa chamou para discutir em Roma”.

Os bispos sentem uma necessidade de uma rearticulação do tema do sínodo, daquilo que o Sínodo indicou como sonho, mas também como processo de conversão”, disse o bispo de São Gabriel da Cachoeira, recordando aqueles famosos quatro sonhos, os quatro caminhos de conversão. Para isso está previsto um encontro em Bogotá no mês de agosto com todos os bispos da Pan-Amazônia, inclusive os eméritos, são convidados, “para repensar e, diríamos assim, talvez até relançar todo o caminho iniciado pelo Sínodo”, lembrando que “em algumas igrejas deram alguns sinais pequenos, foram plantadas algumas sementes, em outras ainda está para vir”.

Igualmente, ele destacou que o atual pontificado está aberto para as questões de direitos das minorias, dos pobres, sendo feito pelo Papa, aa Laudato Si´, uma ligação entre terra e povos, pensar as questões sociais e as questões ecológicas num único caminho, não separados”. Dom Vanthuy refletiu sobre o aumento do movimento neopentecostal dentro da igreja, com pessoas reacionárias, inclusive contra o Papa, citando diversos exemplos dessa tendência.

Frente a isso, dom Vanthuy destacou a importância, dentro da Igreja e na sociedade, de o cardeal Leonardo Steiner ser o presidente do CIMI. Isso numa Igreja em que “nós vivemos um tempo, apesar de um Papa que aponta uma Igreja em saída, nós vivemos um tempo muito forte na Igreja de um voltar para dentro de casa. Uma grande força do movimento intra-eclesial, cuidar de dentro de casa. O diálogo com o mundo, apesar da insistência do Papa Francisco, apesar de aparecerem vozes, mas não é uma constante”, disse dom Vanthuy. Ele lembrou que as lideranças eclesiais que defendem a luta pelos direitos são rejeitadas, inclusive perseguidas.

A causa indígena tem que ser a causa de quem nasceu no Brasil e na Amazônia, disse o bispo de Parintins, dom José Araújo de Albuquerque. Como membro da Comissão de Ministérios e Vocações da CNBB, ligado ao serviço de animação vocacional e aos formadores, ele enfatizou que “temos que formar os nossos seminaristas, os nossos futuros padres, os diáconos, as religiosas, nessa perspectiva, senão a gente sempre vai ficar preocupado mais com os aspectos secundários da nossa missão e não somar forças.”

Segundo o bispo de Parintins, “o nosso papel seria sempre acompanhar, incentivar, apoiar, favorecer.” Ele destaca a importância dos padres nascidos e formados na região acompanhar as causas indígenas, pois isso sempre foi visto como algo próprio dos missionários chegados de fora, ressaltando que em sua diocese, tem padres que “não conhecem as nossas áreas indígenas”, denunciando que a falta de presença da Igreja católica provoca a entrada de outras igrejas, o que demanda maior acompanhamento do clero, algo que deve ser incentivado desde o tempo do Seminário, desde a animação vocacional, ajudando os padres a ir além do litúrgico, não reduzir a missão só ao aspecto sacramental.

O bispo de Alto Solimões, dom Adolfo Zon recordou que é a segunda diocese que mais indígenas tem depois de São Gabriel da Cachoeira. Essa realidade representa um desafio grande para a diocese, relatando situações presentes no trabalho com os povos indígenas naquela igreja local, mostrando sua preocupação diante dos poucos missionários que trabalham com os indígenas, inclusive nas cidades. Ele chamou a mobilizar as comunidades para deixar-se interpelar por esta realidade indígena, que “não são outros, é a nossa gente.”

Um desafio que leva dom Adolfo a esperar que “na próxima Assembleia do Povo de Deus, possamos tirar alguma diretriz que nos ajude para esta aproximação e, sobretudo, uma presença mais contínua”, que considera “uma riqueza para nós, Igreja, e também para os próprios indígenas.” Ele destacou o trabalho que está sendo com as vocações indígenas, e a resposta positiva que os seminaristas indígenas estão dando, que espera “nos ajudem a ter uma presença mais significativa também entre os povos e assim poder também através da própria cultura, fazer um trabalho mais dinâmico e mais sério.”

Na Assembleia foi lembrado o 11º Dia Mundial de Oração e Reflexão contra o Tráfico de Pessoas, uma realidade que atinge os povos indígenas, também vítimas desse crime. Junto com isso, a assembleia do CIMI tem sido espaço para refletir sobre as ameaças aos territórios diante das falsas soluções ambientais, a proteção dos territórios e as novas estratégias de invasões e frente às falsas soluções de exploração. Tudo isso mediante trabalhos em grupos em busca de prioridades e estratégias, com informes, estudo e análise do Manual de Normas e Procedimentos e a elaboração da agenda para 2025.

Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Presidência da CNBB é recebida pelo Papa Francisco em audiência, no Vaticano

A Presidência da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) foi recebida em audiência pelo Papa Francisco, na manhã desta quinta-feira, 6 de fevereiro. O momento com o pontífice foi oportunidade para apresentação do trabalho realizado pela Conferência e compartilhar a realidade do Brasil, “com suas alegrias e angústias”, segundo o arcebispo de Porto Alegre (RS) e presidente da CNBB, cardeal Jaime Spengler.

“Tivemos a graça, por assim dizer, de nos sentir apoiados pelo Santo Padre e incentivados a continuar o trabalho que a Conferência vem desenvolvendo ao longo dos anos. É certamente sempre uma alegria particular podermos encontrar com o sucessor de Pedro – garantia da unidade, da comunhão na Igreja, que o Espírito de Deus colocou diante da sua Igreja para este tempo presente”, destacou dom Jaime

Mesmo resfriado, o Papa apresentava uma “disposição muito bonita”, segundo dom Jaime.

Além do encontro com o Papa Francisco, a Presidência da CNBB passou pela Porta Santa da Basílica de São Pedro e celebrou a Missa na capela “Vergine Maria Partoriente“, dentro da Basílica. A agenda também conta com a visita aos Dicastérios para a Causa dos Santos e para o Desenvolvimento Humano Integral. À noite, os bispos e o subsecretário da CNBB terão um encontro com os estudantes do Colégio Pio Brasileiro.

Os Santos e o Brasil

Sobre o momento no Dicastério para a Causa dos Santos, dom Jaime manifestou alegria pelo “número expressivo de causas sendo analisadas pelo Dicastério”, com brasileiros como candidatos a beatificação e canonização. Além, disso, ele se alegra em saber “que alguns milagres que levaram à beatificação ou canonização de homens e mulheres no tempo recente aconteceram no nosso Brasil. Isso significa também um sinal de bênção divina”.

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Comunhão de oração por Salvador

O arcebispo de Olinda e Recife (PE), dom Paulo Jackson Nóbrega, segundo vice-presidente da CNBB, recordou o desabamento do teto na Igreja de São Francisco, em Salvador (BA). “Estamos em comunhão de oração com a Igreja de Salvador, na Bahia. Estamos profundamente solidários com todos os irmãos e irmãs da Bahia, rezando por vocês”, disse.

Ontem, em nota, a Presidência da CNBB manifestou solidariedade pelo desabamento na igreja histórica.

Por Luiz Lopes Jr. | Fotos: Vatican Media

Presidência da CNBB publica Nota em Solidariedade pelo desabamento na Igreja de São Francisco, em Salvador (BA)

De Roma onde cumpre, desde a última terça-feira, 4 de fevereiro, uma agenda de audiências na Santa Sé, a Presidência da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) publicou uma Nota de Solidariedade pelo desabamento na Igreja de São Francisco, ocorrido tarde desta quarta-feira, 5, no Centro Histórico de Salvador (BA). “Unimo-nos em oração a todos os fiéis, especialmente às vítimas e suas famílias, pedindo a Deus que conceda força, conforto e esperança diante dessa provação”, diz um trecho da nota. Confira, abaixo, o texto na íntegra.

Nota de Solidariedade pelo desabamento na Igreja de São Francisco

À Sua Eminência Reverendíssima, Dom Sérgio da Rocha, à Província Franciscana de Santo Antônio do Brasil, Ordem dos Frades Menores, OFM, e a todo o povo da Arquidiocese de São Salvador da Bahia.

Recebam nossa mais profunda solidariedade neste momento de dor pela tragédia ocorrida na Igreja São Francisco de Assis, no Pelourinho em Salvador, com o desabamento do forro da igreja. Unimo-nos em oração a todos os fiéis, especialmente às vítimas e suas famílias, pedindo a Deus que conceda força, conforto e esperança diante dessa provação.

Que a fé que sustenta essa comunidade seja também fonte de consolo e renovação. Que Nossa Senhora e São Francisco, intercedam por todos, fortalecendo-os no amor e na fraternidade.

Com sentimentos de proximidade e oração,

Cardeal Jaime Spengler
Arcebispo de Porto Alegre (RS)
Presidente da CNBB

Dom João Justino de Medeiros Silva
Arcebispo de Goiânia (GO)
1º Vice- Presidente da CNBB

Dom Paulo Jackson Nóbrega de Sousa
Arcebispo de Olinda e Recife (PE)
2º Vice-Presidente da CNBB

Dom Ricardo Hoepers
Bispo Auxiliar da Arquidiocese de Brasília (DF)
Secretário-Geral da CNBB

Encontro dos bispos do Regional Norte1: Um caminho no espírito da Igreja sinodal

Os bispos do Regional Norte1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB Norte1) estão reunidos em Coari de 03 a 07 de fevereiro de 2025. Um encontro norteado pela frase: “o amor precisa de concretude, presença e encontro”, segundo a secretária executiva, Ir. Rose Bertoldo. A religiosa acha que “essa grande caminhada nessa dimensão também do fortalecimento do amor, da esperança, perpassa por esse encontro dos bispos, que é uma presença fecunda que fortalece a caminhada na colegialidade”.

No encontro de 2025, a secretária executiva, que participa pelo terceiro ano desses encontros, afirma que “esse ano teve um aspecto muito profundo de partilha das realidades das dioceses”, algo que disse lhe ajudar a “entender como secretária a realidade específica de cada diocese e entender que os bispos também têm uma carga muito grande de responsabilidade, de encaminhamento dos processos”, sublinhado que “eles não são sozinhos, também depende da caminhada em conjunto das dioceses e essa caminhada em conjunto é que perpassa pelas coordenações de pastoral, e articulações de toda a vida e missão, que é realizada juntamente com leigos e leigas”.

A vida e missão das igrejas locais acontece “nessa dimensão da coletividade”, ressaltando que não é só responsabilidade do bispo. Em seu serviço como secretária executiva, a religiosa fala sobre “essa responsabilidade de manter essa articulação e esse caminho de sinodalidade entre as nove igrejas locais. É uma missão bonita, porém de muita responsabilidade e que eu faço isso também dentro da leveza, daquilo que me é confiado nessa também responsabilidade e confiança”.

A religiosa, que disse agradecer muito “por poder participar desses encontros, que cada vez mais eu aprendo e nesse aprendizado também a gente compartilha as responsabilidades”. Ela acrescentou se sentir “imensamente agradecida pela confiança que os bispos também depositam a mim nesse cuidado da vida, da dimensão, tanto mais administrativa do Regional, mas também nessa dinâmica da pastoral”. Finalmente lembrou a participação no encontro da Ir. Rosiene Gomes, que é articuladora das pastorais sociais do Regional, que também, a partir dessas socializações e partilha dos bispos, consegue também entender essa dinâmica maior das pastorais”, realizando “um trabalho maior de acompanhamento dentro dessa dimensão da coletividade, da sinodalidade”.

A fraternidade, a alegria e colegialidade vividas no encontro foram elementos destacados pelo bispo da prelazia de Itacoatiara, dom Edmilson Tadeu Canavarros dos Santos. Ele ressaltou “a partilha daquilo que são nossos desafios, daquilo que são nossas expectativas e esperanças em cada, prelazia, em cada diocese e arquidiocese”. 

Igualmente destacou a celebração do primeiro ano de episcopado do bispo auxiliar de Manaus, dom Hudson Ribeiro, e do bispo de São Gabriel da Cachoeira, dom Raimundo Vanthuy Neto, e a presença “dos nossos bispos eméritos que colaboram muito com a experiência, com a dedicação”. Um encontro que, segundo dom Tadeu “nos marca e nos agrega em várias dimensões daquilo que é o ministério do bispo”.

O encontro é visto pelo bispo da diocese de Borba, dom Zenildo Luiz Pereira da Silva, como “uma experiência de comunhão, na convivência, na partilha, no exercício da amizade e é a celebração da esperança, pois estamos vivendo o Ano Jubilar”. A partilha da vida durante o encontro, “nos faz celebrar a esperança e esperançosos exercer o nosso ministério enquanto pastores, enquanto bispos em nossas igrejas locais”.

O bispo, que sublinho que “é bom participar do encontro dos bispos e ser bispo do Regional Norte 1”, vê o fato de estar juntos como uma oportunidade para “olhar para o nosso ministério, para a nossa corresponsabilidade em nossas igrejas, por tantas preocupações, mas também com esperança abraçando cada vez mais um trabalho em conjunto, um trabalho interno, um trabalho em unidade”. Finalmente, dom Zenildo disse que “saio deste encontro bem renovado, rejuvenescido para a missão”.

Do encontro participam alguns dos bispos eméritos. Segundo o bispo emérito da diocese de São Gabriel da Cachoeira, este encontro “é algo extraordinário”, que leva a conhecer a realidade da diocese onde acontece o encontro, destacando que “entre nós, há um clima de diálogo, de partilha, sem barreiras, muito transparente”. Para dom Edson, “voltar um ano depois, eu percebi o quanto os nossos bispos aqui do Norte 1 assumem as pastorais, porque cada um tem aí um número expressivo de pastorais e consegue realizar encontros, reuniões, e envolver muitos leigos e leigas. Isso que é importante nessa igreja aqui da Amazônia, onde o número de padres religiosos é restrito, quantos leigos e leigas estão trabalhando nas diversas pastorais”.

O bispo emérito destacou igualmente “o quanto o nosso Regional caminha no espírito da Igreja sinodal”. Segundo ele, “a presença do cardeal dom Leonardo é uma bênção de Deus aqui conosco, porque ele tem contatos com a CNBB, com o mundo inteiro, para nos ajudar na nossa caminhada”.

Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Encontro dos Bispos do Regional Norte 1 de 3 a 7 de fevereiro em Coari: “Tempo de nos exercitarmos na colegialidade”

Coari acolhe de 3 a 7 de fevereiro de 2025 o encontro dos bispos do Regional Norte1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB Norte1). Um encontro que será tempo de trabalho, “onde abordaremos alguns assuntos, e depois será um tempo de convivência, que é muito importante, nos encontrarmos, nos exercitarmos na colegialidade, rezarmos juntos, mas também podermos nos encontrar para um momento mais de lazer”, segundo o arcebispo de Manaus e presidente do Regional Norte1, cardeal Leonardo Ulrich Steiner. Ele sublinhou que “será um momento sempre de crescimento para o nosso Regional, pensar as nossas igrejas e assim, com ânimo e esperança, continuar o caminho”.

É costume, segundo lembra o bispo da diocese de Coari, dom Marcos Piatek, que os bispos do Regional Norte1 se encontrem no início do ano, recordando que cada ano o encontro acontece numa das nove igrejas locais que fazem parte do Regional. O bispo lembra que além desse encontro, os bispos do Regional Norte1 se encontram durante 10 dias na Assembleia Geral da CNBB, que se realiza na segunda e terceira semana da Páscoa, um tempo dedicado “a numerosos assuntos, entre celebrações, retiro espiritual, reflexões, tomadas de decisões, troca de experiência, a vivência fraterna, etc. Tudo isso para evangelizar melhor, num clima de sinodalidade, comunhão, corresponsabilidade, zelando pela vida humana, pela cuidando mais pela vida do Planeta, pela Casa Comum”.

Junto com isso, os bispos participam da Assembleia do Regional Norte 1, que acontece no mês de setembro, junto com os representantes das pastorais, movimentos e serviços. Dom Marcos disse que tem alguns Bispos novos, que ainda não conhecem pessoalmente a Igreja de Coari.

O encontro dos bispos, que é motivo de grande alegria e gratidão para o bispo local, será realizado na Casa de Retiro Santo Afonso, que sedia o Centro de Formação Missionaria da Diocese de Coari. Dom Marcos Piatek insiste em que “é um momento importante para os bispos, mas também é um momento bonito para o povo de Coari ver de perto os bispos do Regional Norte1“.

O bispo da diocese de Coari ainda lembra que o encontro, que é uma oportunidade para rezar junto com eles, acontece durante o Ano Jubilar da Esperança. Ele destaca que “estamos ainda num clima de gratidão pelos 250 anos da Fundação da Paroquia Sant’Ana e São Sebastião (atual catedral) e dos 10 anos da criação da Diocese de Coari pelo Papa Francisco”. Dom Marcos disse que “alguns anos atrás contamos com a presença do saudoso cardeal Cláudio Humes, e agora temos alegria de ter a presença orante de outro franciscano, o cardeal Leonardo Ulrich Steiner, atual arcebispo da arquidiocese de Manaus”.

“Para nós da Diocese de Coari acolher e conviver durante alguns dias com os irmãos Bispos do Regional Norte 1 da CNBB é uma honra e um privilégio. Tudo isso nos alegra, renova na fé, fortalece na comunhão eclesial e fraterna, estimula na obra evangelizadora no contexto amazônico e nos enche de esperança!”, encerrou o bispo local.

Luis Miguel Modino, assessor de comuniicação CNBB Norte1

Bispos do Regional Norte1 celebram missa na Catedral de Coari e chamam a “fixar os olhos em Jesus e caminhar na esperança”

Os bispos do Regional Norte1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil estão reunidos em Coari de 3 a 7 de fevereiro de 2025. Nesta terça-feira 4 de fevereiro, depois de um dia de trabalho, onde foram abordadas diversas questões em reação ao trabalho evangelizador que vem se desenvolvendo nas 9 igrejas locais que fazem parte do Regional, os bispos participaram de uma celebração eucarística na Catedral de Sant´Ana e São Sebastião de Coari, presidida pelo arcebispo de Manaus e presidente do Regional Norte1, cardeal Leonardo Ulrich Steiner.

O presidente do Regional Norte1, analisando o texto do Evangelho do dia, destacou a presença de “uma mulher sofrida, doída, quase desesperada, 12 anos perdendo sangue, e no perder o sangue perdeu tudo o que tinha com os médicos. Tinha quase perdido a esperança. 12 anos de sofrimento. 12 anos e certamente perdendo a fecundidade, o seu ser mulher, devia viver fora”.

No entanto, ressaltou o cardeal Steiner, “ela fixa os olhos em Jesus, como dizia a primeira leitura. Fixa os olhos em Jesus e nós ouvimos no meio da multidão, ela vai, ela vai, ela vai até encostar no manto. E porque fixou os olhos em Jesus, não se deixou tomar pela desesperança, mas perseverou na esperança, se sentiu curada.” Analisando o texto, o arcebispo de Manaus disse: “Jesus percebendo que uma força tinha saído dele, ele perguntou, quem me tocou?”

O cardeal Steiner recordou que “a mulher se coloca diante dele. Pode até ser que ela tenha dito, senhor, fui eu. Eu já não aguentava mais, nada mais tinha, tudo perdi, quase desesperei, mas te vi, em ti acreditei, a ti busquei, e ao te tocar, tu me curaste, me resgataste, me deste a vida. Senhor, sou tão agradecida, e por isso, curvada diante de ti, me sinto de novo mulher, sinto de novo o povo de Deus, me sinto de novo participante do Mistério da Aliança do amor de Deus”.

Uma mulher tão sofrida e, no entanto, persevera. Tão sofrida, mas na esperança”, sublinhou o presidente do Regional Norte1. Ele lembrou que estamos no Ano da Esperança, afirmando que “em todos os momentos da nossa vida, sempre de novo, temos os olhos fixos em Jesus, e nos deixamos guiar pela esperança. Mesmo que sejam doze anos, mesmo que sejam doze gerações nós queremos olhar para Jesus, fixar nele os nossos olhos”.

“E queremos tocá-lo, tocar a Jesus, porque fomos por ele tocados, porque fomos por ele atraídos”, acrescentou o cardeal. Ele destacou que “é que nós queremos tocá-lo, e ao tocá-lo, nos sentimos salvos, ao tocá-lo nos sentimos redimidos, ao tocá-lo nos sentimos curados, porque ele de antemão nos chamou, nos atraiu.” O arcebispo de Manaus falou igualmente do desespero do pai, a preocupação, diante da morte da filha, “se a outra tinha caminhado, essa menina ainda não tinha começado a caminhar direito”. Sobre o número 12 ele disse que lembra os 12 apóstolos, lembra as 12 tribos de Israel, lembra esse cuidado de Deus para com seu povo, lembra os 12 filhos de Jacó, lembra a sua família, lembra a todos nós que formamos a igreja, o novo povo de Deus, que sempre de novo é levado.

Segundo o cardeal Steiner, “Jesus sempre de novo toma o povo de Deus pela mão, ergue, talita kum, menina, eu te digo, levanta-te”. Diante disso ele insistiu em “jamais ficar prostrados, nós povo de Deus, nós imagem de Deus, nós comunidades do povo de Deus, Jesus sempre dizendo: levanta, não fica deitado, não entra na sonolência da morte, da indiferença, mas levanta, toma a esperança como caminho, e coloque-se de próprio caminho”, insistindo em “não nos deixemos abater, mesmo quando pensamos que perdemos tudo, mesmo quando pensamos que já não tem mais jeito”. Diante disso, “olhar para Jesus, fixar os olhos em Jesus e caminhar na esperança. Porque todos queremos ser peregrinos, peregrinas da esperança”.

No final da celebração, o bispo da diocese de Coari, dom Marcos Piatek, agradeceu a presença dos bispos, dos presbíteros e diáconos, da secretária executiva do Regional e da articuladora das pastorais, que participam do encontro, assim como aos presentes na celebração e aqueles que participaram através da Rádio Educação Rural de Coari.

Em seguida, o pároco da Catedral, padre Valdivino Araujo, depois de acolher e agradecer pela presença dos bispos, contou brevemente a história do templo, que iniciou em 1689 o padre Samuel Fritz com a fundação da Missão de Sant´Ana, em uma localidade dentro do Lago de Coari, que em 1854 foi transferida para o local atual, sendo inaugurada Matriz Sant´Ana em 1874. Ele ainda contou o motivo de ter dois padroeiros e como foram vivenciadas suas festas ao longo dos anos.

O presidente do Regional Norte1 agradeceu a todos os que ajudaram na celebração, as crianças que cantaram, destacando seu cantar muito bonito. Também agradeceu a presença dos padres e apresentou a presidência do Regional, da qual fazem parte o bispo da diocese de Alto Solimões, dom Adolfo Zon, que é o vice-presidente, e o bispo da prelazia de Tefé, dom José Altevir da Silva, que é o secretário. Igualmente, ele agradeceu a ajuda no Regional das irmãs Rose e Rosiene, presentes na celebração.

Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Santa Águeda, protetora dos seios e intercessora das virgens

Origens
Nasceu em 235 na Sicília, de família rica e nobre. 

Pontos fortes de sua vida
Desde a infância, desejou consagrar-se a Deus. Com o rito da velatio, recebeu do seu Bispo o flammeum, o véu vermelho que as virgens consagradas usavam na época. Com base na tradição, ela era uma diaconisa dedicada ao serviço da comunidade cristã.

Via de santificação
Santificou-se por meio do serviço pastoral na comunidade e, principalmente, pela via do sofrimento até o cume do martírio. 

Protetora das mamas, intercessora das virgens em perigos contra a perda da castidade

Páscoa
Tudo iniciou-se com o édito governador Quinciano, a fim de perseguir os cristãos, isso desencadeou a fuga da santa para Catânia. Ali, ela foi presa e obrigada a relações sexuais com ele. Por negá-lo, permanecendo virgem e consagrada, foi submetida aos maus tratos, presa e torturada. Teve seus mamilos arrancados e, por fim, submetida às brasas acesas. Ao ser retirada do fogo, foi posta de volta à prisão, mas já estando desfalecida, morreu. Mesmo em meio a tanta tortura, permaneceu fiel a Deus, demonstrando grande fortaleza.

O Relato
Nos seus últimos momentos, Santa Águeda relata os atos do martírio: 

“Senhor, que me criastes e me protegestes, desde a minha infância; na minha juventude, me fizestes agir com coragem; que me libertastes dos prazeres mundanos; que preservastes meu corpo da contaminação; que me fizestes vencer os tormentos do algoz, dos ferros, do fogo e das correntes; que me destes, entre os tormentos, a virtude da paciência, vos peço, agora, acolher o meu espírito, por que já é hora que eu deixe este mundo, segundo a vossa vontade, para gozar da vossa misericórdia”.

Ao pronunciar essas palavras, já com voz fraca, na presença de muitas pessoas, entregou seu espírito. Era o dia 5 de fevereiro de 251.

O culto
Seu culto já iniciou no ano seguinte, sendo aclamada popularmente como santa. Dessa maneira, tem suas relíquias colocadas na catedral dedicada a ela em Catânia. Sua imagem traz consigo a palma do martírio somado a uma bandeja com os seios que dela foram arrancados, em sinal de sua fidelidade extrema em meio ao sofrimento. 

“A máxima liberdade e nobreza consistem em demonstrar ser serva de Cristo.” | Santa Águeda

Milagres
Os atos do martírio de Santa Águeda narram ainda: “Após um ano, o vulcão Etna entrou em erupção; como um grande incêndio e um rio ardente, o fogo desceu impetuoso, liquefazendo a terra e as pedras, rumo à cidade de Catânia”. Então, muitos se dirigiram ao túmulo de Águeda, para pedir a sua intercessão para que a cidade não fosse incendiada. Seu véu foi exposto diante da lava que, milagrosamente, parou de escorrer.

Devoção no Brasil
A Diocese de Pesqueira (PE) foi dedicada a Santa Águeda, em 1870, onde se vive a devoção a essa santa italiana.

Novena pela saúde das mamas
“Ó gloriosa virgem e mártir Santa Águeda, que, para não trair a fé em Jesus Cristo, preferiste ter os seios arrancados no martírio e miraculosamente curados na prisão, olha por tuas filhas que, cheias de confiança, se dirigem a ti. Tu, que soubeste conservar-te íntegra diante de Deus, liberta-nos da tentação de trocar nossa fé por valores passageiros que nos afastam de Deus. Jovem que foste, livra nossos jovens das drogas, do consumismo, da prostituição e de todo tipo de exploração.

E como disseste ao teu torturador: ‘Não te envergonhas de mutilar na mulher o que tua mãe te deu para dele tirares o alimento?’, livra-nos de todos os males da mama para que, a cada dia, vivendo como verdadeiras cristãs, possamos dizer contigo: ‘Tenho na minha alma os seios íntegros, com os quais nutro todos os meus sentidos que, desde a infância, consagrei a Cristo Jesus’. Amém.”

Reze um Pai-Nosso, uma Ave-Maria e um Glória ao Pai.

Minha oração
“Ó santa Águeda, concedei-nos a fidelidade a Deus, em meio às tentações contra a castidade; e, pelos méritos de sua paixão e seu martírio, dai-nos o dom da fortaleza, a fim de amar Jesus ao extremo, contra tudo e contra todos. Isso vos peço com o coração aberto para o serviço do Evangelho, por Cristo Nosso Senhor. Amém.”

Santa Águeda, rogai por nós!

Jovens refletem sobre o chamado ao sacerdócio no Seminário Nossa Senhora Aparecida

Encontro Vocacional oferece diálogo e apoio para discernir o futuro

No último sábado, dia 25, o Seminário Propedêutico Nossa Senhora Aparecida recebeu jovens específicos para compreender melhor o chamado ao sacerdócio durante o Encontro Vocacional para rapazes.

O evento foi pensado para quem sente a inquietação de seguir o ministério presbiteral, proporcionando momentos de conversa com padres e seminaristas, além de espaços de reflexão e retiros. Não se trata apenas de respostas prontas, mas de ajudar cada um a enxergar com mais clareza se o sacerdócio é realmente o caminho que deseja trilhar.

Para quem quer começar essa caminhada de discernimento, o primeiro passo é procurar o padre responsável pela sua paróquia ou entrar em contato com a equipe vocacional da Diocese. Eles estão prontos para ouvir, aconselhar e ajudar nesse processo, que é mais sobre descoberta do que sobre certezas imediatas.

Um convite à comunidade
A jornada vocacional é feita com apoio, e por isso a Igreja pede que todos se unam em oração por quem está buscando respostas. Não romantizamos o processo — é uma caminhada que exige reflexão e coragem, mas o apoio da comunidade faz toda a diferença.

Rezemos pelas vocações e por cada jovem que busca compreender o propósito de Deus em sua vida.

Fonte e Créditos : Seminarista Lucas

Papa: a comunicação católica é para todos, é um ato de amor

Papa: a comunicação católica é para todos, é um ato de amor

A comunicação católica é para todos, recordou Francisco. Não é uma “seita para falar entre nós”.

Papa: a comunicação católica é para todos, é um ato de amor
Foto reprodução: Vatican News

No encerramento do Jubileu dos Comunicadores, o Papa recebeu na manhã desta segunda-feira os presidentes das Comissões Episcopais da Comunicação e assessores de imprensa das Conferências Episcopais.

Mais do que indicações, o discurso do Papa foi um convite a um exame de consciência através de vários interrogativos para refletir sobre como a Igreja comunica atualmente.

Francisco então começa: de que modo semeamos esperança em meio a tanto desespero? Como lidamos com o vírus da divisão que ameaça as nossas comunidades? A nossa comunicação é acompanhada pela oração? Ou comunicamos a Igreja adotando somente as regras do marketing empresarial? 

E continua: como indicamos uma perspectiva diferente em relação a um futuro que ainda não foi escrito?

“Gosto desta expressão: escrever o futuro. Cabe a nós escrever o futuro. Sabemos comunicar que esta esperança não é uma ilusão? A esperança nunca decepciona, mas sabemos comunicar isso? Sabemos comunicar que a vida dos outros pode ser mais bela também através de nós? Eu posso contribuir a dar beleza à vida dos outros? E sabemos comunicar e convencer que é possível perdoar? É muito difícil isso.”

Para o Pontífice, a comunicação cristã é mostrar que o Reino de Deus está próximo: aqui, agora, e é como um milagre que pode ser vivido por cada pessoa, por cada povo. Um milagre que deve ser contado oferecendo chaves de leitura para olhar além do banal, do mal, dos preconceitos, dos estereótipos, de si mesmo. 

O desafio é grande, afirma o Papa, encorajando os presentes a reforçarem a sinergia entre si, seja em nível continental, seja universal. Comunicar construindo pontes é uma alternativa às novas torres de Babel. “Pensem nisso. As novas torres de Babel: todos falam e não se entendem.”

Comunicar juntos e em rede

Para responder a todos esses interrogativos, o Pontífice indica duas palavras: “juntos” e “rede”.

Somente juntos é possível comunicar a beleza do encontro com Cristo e semear esperança. “Não se esqueçam disto: semear esperança.” Comunicar, prosseguiu, não é uma tática nem uma técnica, “comunicar é um ato de amor”. Somente um ato de amor gratuito tece redes de bem, redes que devem ser reparadas todos os dias.

Rede, aliás, não é uma palavra ligada à civilização digital. Antes das redes sociais já havia as redes dos pescadores e o convite de Jesus a Pedro a se tornar pescadores de homens.

“Pensemos então o que podemos fazer juntos graças aos novos instrumentos da era digital, graças também à inteligência artificial, se ao invés de transformar a tecnologia em um ídolo, nos comprometêssemos mais a fazer rede. Eu lhes confesso uma coisa: mais do que a inteligência artificial, me preocupa aquela natural, aquela inteligência que nós devemos desenvolver.”

O segredo da força comunicativa da Igreja é fazer rede e ser rede, disse ainda o Papa, ao invés de se entregar às sirenes estéreis da autopromoção. O maior milagre de Jesus não é a rede cheia de peixes, mas não deixar que os pescadores fossem vítimas da desilusão e do desencorajamento. “Por favor, não cair na tristeza interior. Não perder o sentido do humorismo que é sabedoria, sabedoria de todos os dias.”

A comunicação católica é para todos, recordou Francisco. Não é uma “seita para falar entre nós”. É o espaço aberto de um testemunho que sabe ouvir e interceptar os sinais do Reino. 

Por fim, mais uma interrogação: nossos escritórios, relações, redes são realmente de uma Igreja em saída? 

A Igreja deve sair de si mesma, concluiu o Santo Padre, oferecendo como imagem a narração do Apocalipse, em que o Senhor bate à porta para entrar. “Mas agora, muitas vezes o Senhor bate a partir de dentro porque nós, cristãos, o deixemos sair. E nós muitas vezes o prendemos somente para nós. Devemos deixar sair o Senhor, bate à porta para sair, e não ‘escravizá-lo’ para o nosso trabalho”.

 FONTE/CRÉDITOS: Bianca Fraccalvieri – Vatican News

Santa Ângela Mérici, fundadora da “Companhia de Santa Úrsula”

Origens
Santa Ângela Mérici nasceu em 21 de março de 1474, em Desenzano del Garda, Itália. De uma família muito honesta — materialmente pobre, mas espiritualmente riquíssima —, amava muito Cristo e sua Igreja. Com o testemunho dos pais, Ângela e a irmã foram crescendo. Desde pequenina, Ângela já tinha uma vida de oração e penitência, onde buscava amar a Deus cada vez mais. Tinha o costume de reunir-se com o pai para ouvir sobre a vida dos santos e começou a nutrir uma devoção a Santa Úrsula.

Órfã
Quando tinha 15 anos, os seus pais e a irmã vieram a falecer, sendo assim, ela precisou morar com um tio. Mulher de oração, nunca acusou Deus nem se revoltou. Tinha em seu coração o desejo de retornar à sua terra natal para levar uma vida mais austera e penitencial. 

A Serviço do Céu
Cinco anos após a morte de seu tio, retornou para Desenzano, dedicando-se às obras de misericórdia espirituais e corporais. Começou a fazer um trabalho muito providencial, confirmado pelo céu, porque teve um sonho de ver jovens com coroas de lírios caminhando para o céu. Naquele discernimento, ela agarrou a inspiração e foi trabalhar servindo jovens que corriam riscos morais.

Santa Ângela Mérici, exemplo de sensibilidade feminina

Laicato
Em 1516, Ângela foi enviada por seus superiores à Bréscia para assistir a viúva Catarina Patendola. Na cidade, ela mostrou um laicato cada vez mais comprometido com a caridade, enriquecido pela sensibilidade feminina.

A perda e a recuperação da visão
Ao receber uma segunda visão, decidiu-se por fazer uma peregrinação por locais sagrados, como Mântua e o Monte Sagrado de Varallo. Em 1524, seu próximo destino foi a Terra Santa. Foi nesta viagem que, de repente, Ângela perdeu a visão. Sem desanimar, ela aceitou a sua deficiência momentânea como um sinal da Providência Divina, para olhar para os lugares sagrados com um olhar do Espírito. Teve a sua visão recuperada enquanto rezava diante do Crucifixo.

Cumprimento da Visão Celeste
Regressando à Itália, em 1525, foi em uma romaria à Roma, onde alicerçou seu carisma, tanto que Papa Clemente VIII propôs que ela permanecesse na cidade. Contudo, Santa Ângela Mérici não aceitou, retornando à Bréscia, pois queria cumprir a sua visão celeste.

A Companhia de Santa Úrsula

Fundadora
Em 25 de novembro de 1535, com o apoio de doze colaboradoras, Ângela fundou a “Companhia de Santa Úrsula”, onde a Regra de vida era estar fora do convento dedicando-se à instrução e à educação de mulheres, com voto de obediência ao Bispo e à Igreja. A ideia principal de Santa Ângela era que as mulheres se santificassem para santificar a família e a sociedade.

Páscoa
Faleceu em 27 de janeiro de 1540, com a idade de 66 anos. Seus restos mortais estão na igreja de Santa Afra, na Bréscia. Sua fama de santidade tornou-se muito evidente, tanto que em 1544, Papa Paulo III elevou a sua Companhia a um Instituto de Direito Pontifício, permitindo que as Ursulinas pudessem atuar além dos confins da Diocese.

Via de Santificação
Em 1768, Ângela Mérici foi beatificada pelo Papa Clemente XIII e, em 24 de maio de 1807, foi canonizada pelo Papa Pio VIII.

Minha oração

“Bondosa fundadora, sempre dedicada às mulheres e à formação delas, te rogamos contra o feminismo, contra as ciladas que querem deturpar a beleza e a dignidade do feminino. Dai as mulheres a mesma sabedoria e amor que tu tivestes. Amém.”

Santa Ângela Mérici, rogai por nós!